Só quem acredita em fadas, duendes e Papai Noel espera ver Lula candidato à presidência em 2018.
Seu destino já está selado, há muito, pelos golpistas: ele será apenado pelo bando curitibano por alguma coisa, seja lá o que for, e assim, ficará impedido de se candidatar.
O golpe não estará completo se tal não ocorrer - favorito disparado, imune à perseguição midiática, só resta aos seus inimigos tirá-lo da disputa, seja por que meios for, e a sua condenação é o caminho mais factível para que isso ocorra.
Há, certamente, outros meios, como eliminar o PT da vida política nacional, ou mesmo destruir fisicamente o maior líder político da história moderna do Brasil - para os que acham essa hipótese absurda, é bom lembrar que o país está hoje nas mãos de uma quadrilha inescrupulosa, cujos métodos de ação não diferem muito dos de organizações criminosas que proliferam pelo mundo afora.
E já que a gente sabe que Lula não será candidato, quem poderia ocupar o seu lugar como aglutinador dos votos oposicionistas?
Esse é, como se dizia antigamente, o busílis, a questão chave, o grande ponto de interrogação que causa insônia em todos os que se preocupam com o futuro desta rediviva Pindorama.
Um candidato apoiado por Lula, preso ou simplesmente interditado, seria um nome forte, mas talvez não o suficiente para vencer a eleição.
O neocoronel Ciro Gomes, o homem dos mil partidos, cujo estilo fanfarrão impressiona à primeira vista, parece estar à frente de outros nesse eventual cenário da disputa presidencial.
Gomes, entretanto, integra atualmente, e mais uma vez, uma agremiação política de porte médio, que talvez não seja capaz de dar-lhe as condições necessárias para superar os embates da desgastante corrida eleitoral.
Fora isso, há o problema de ele ser um personagem que mais desagrega que agrega, pouco disposto a criar amizades, a estabelecer diálogos - e, neste momento, nada mais é importante para a oposição que se unir.
Fora Ciro, há poucas alternativas com condições de bater nomes como a melíflua e enganadora Marina, ou o tosco, violento e fascista Bolsonaro.
Conselho, se fosse bom, diz a sabedoria popular, não se dava, mas se vendia.
Como, porém, sou uma voz insignificante, inaudível, nesta algaravia que se tornou o discurso político brasileiro, ouso dar um conselho aos próceres oposicionistas, se é que eles realmente querem contribuir para que o Brasil safe-se da barafunda em que se meteu: esqueçam o Lula 2018, concentrem-se em achar alguém capaz de exprimir, de modo inequívoco, tudo o que ardentemente deseja grande parte da população brasileira. (Carlos Motta)