A conferência sobre a Ucrânia foi realizada nestes sábado e domingo, com 92 países, 55 chefes de Estado confirmaram sua participação, bem como oito organizações, incluindo a UE, o Conselho da Europa e a ONU.
Por Redação, com agências internacionais – de Burgenstock, Suíça
A conferência de paz encerrada neste domingo, na Suíça, deixou claro que os países do chamado ‘Sul Global’, entre eles o grupo que reúne Brasil, Índia, China, África do Sul e Arábia Saudita, entre outros, discordam do apoio à Ucrânia em detrimento dos objetivos da Rússia na disputa por territórios na fronteira entre a Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan) e o regime de Vladimir Putin. O líder russo justifica a intervenção na Ucrânia com argumentos como a desnazificação do país vizinho; além da retomada do Donbass, região de língua russa e alvo de violenta repressão do governo neofascista de Kiev, no passado recente.
Mais de 100 países se reuniram em Burgenstock, no interior da Suíça, para debater o conflito entre Rússia e Ucrânia
O Brasil, ao lado daqueles países, recusou-se a assinar a declaração final da conferência, por discordar das conclusões indicadas no documento. Os países do BRICS que participaram das negociações sobre o conflito, no resort de Burgenstock, perto da cidade suíça de Lucerna, recusaram-se a assinar o comunicado conjunto sobre os resultados das negociações.
No início deste domingo, Dmitry Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, anunciou que o texto da declaração da cúpula sobre a Ucrânia estava pronto e que todas as posições de princípio de Kiev haviam sido levadas em consideração. O documento foi assinado por 84 das mais de 100 nações e organizações participantes do encontro. Armênia, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Índia, Indonésia, Líbia, México, Santa Sé e a Tailândia, porém, também não o assinaram.
Desnazificação
Na última sexta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, renovou suas propostas de paz para resolver o conflito na Ucrânia, que preveem o reconhecimento do status da Crimeia, das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk (Donbass), e das regiões de Kherson e Zaporozhie como russas, a consolidação do status da Ucrânia como país não alinhado e livre de armas nucleares, sua desmilitarização e desnazificação e ainda o cancelamento das sanções impostas à Rússia. O lado ucraniano rejeitou a iniciativa.
A conferência sobre a Ucrânia foi realizada nestes sábado e domingo, com 92 países, 55 chefes de Estado confirmaram sua participação, bem como oito organizações, incluindo a UE, o Conselho da Europa e a ONU. Joe Biden, Xi Jinping e Lula, presidentes dos EUA, da China e do Brasil, respectivamente, não compareceram à conferência.
A Suíça não convidou a Rússia para participar da cúpula, enquanto Moscou afirmou que não teria participado de qualquer forma. O Kremlin disse que era absolutamente inútil procurar opções para resolver a situação no conflito ucraniano sem a participação dos negociadores russos.
