Para o magistrado, que tomou posse nesta terça-feira no colegiado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pior do que as consequências de uma mentira divulgada, à larga, pelas redes sociais, é o risco de decisões tomadas “sem cautela”, diz ele, configurarem censura de opiniões legítimas.
Por Redação – de São Paulo
Evangélico militante e ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça disse em palestra na capital paulista, noite passada, que é preciso ter cuidado com o combate às mentiras divulgadas na internet, as conhecidas ‘fake news’, durante as eleições municipais deste ano.
‘Terrivelmente evangélico’, André Mendonça é agora um dos ministros da Corte Suprema
Para o magistrado, que tomou posse nesta terça-feira no colegiado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pior do que as consequências de uma mentira divulgada, à larga, pelas redes sociais, é o risco de decisões tomadas “sem cautela”, diz ele, configurarem censura de opiniões legítimas.
— Concordo que as ‘fake news’ têm que ser combatidas, não há dúvida. Mas precisamos ter equilíbrio, ter ponderação, para não nos tornarmos censores das vontades ou das manifestações das pessoas — declarou, durante reunião promovida pela Controladoria-Geral do Município de São Paulo.
Calibre
O ministro esteve presente em seminário sobre condutas vedadas e permitidas a servidores municipais durante a campanha eleitoral. Segundo afirmou, é preciso haver proporcionalidade no combate à desinformação.
— ‘Fake news’ é um mal, mas precisamos ter um calibre adequado na aplicação dos dispositivos (em defesa da verdade) — diz ele.
Indicado para o STF pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mendonça tem sido mais cauteloso com a aplicação de punições contra notícias falsas, em contraste com o ministro Alexandre de Moraes, por exemplo.
Para Mendonça, “desinformação é um conceito aberto”, e nem sempre é possível definir o que é ou não a verdade.
— O conceito de verdade precisamos ter cuidado, por que quem diz exatamente o que é verdade? — questionou.
