O que a imprensa internacional enxergou, e que muitos brasileiros preferem ignorar, é que não se trata apenas de segurança pública. Trata-se de um retrato cruel de desigualdade. Quando a polícia entra em territórios pobres com fuzis em punho, o que está em jogo não é só a captura de criminosos, mas a reafirmação de quem tem direito à vida e quem pode ser descartado. Essa é a ferida que o mundo apontou com o dedo, a naturalização da morte de jovens negros e periféricos.
É incômodo admitir, mas o Brasil exporta violência como se fosse commodity. Enquanto o governo tenta vender a imagem de um país sustentável, pronto para sediar a COP30, o que circula nas manchetes internacionais são fotos de sangue no asfalto. A contradição é gritante, já que, falamos em futuro verde, mas mostramos ao planeta um presente vermelho.
A imprensa internacional não está nos atacando, está apenas segurando o espelho que insistimos em quebrar.
