Uma vez vi uma pesquisa sobre os jovens moradores dos morros cariocas, onde um deles explicava sua preferência por roupas e tênis de griffe: "É que a gente sofre com a exclusão social todos os dias. Se eu estou bem vestido, não".
Porém, o Brasil mudou. E parece que "a ficha não caiu" para uma parte da população e alguns shoppings. Hoje, as classes C, D e E representam 53,2% do consumo de bens no país e 72% dos domícilios. (http://varejo.espm.br/8805/classe-c-representa-45-do-total-do-consumo-nacional-de-produtos-de-beleza)
O mais irônico é shoppings da periferia impedirem o acesso de jovens da periferia, que se vestem e ouvem músicas (funk) próprias de sua classe e meio social. (http://noticias.r7.com/sao-paulo/rolezinho-no-shopping-itaquera-tem-ao-menos-dois-detidos-diz-pm-11012014)
Dizem que o judiciário é, dos 3 poderes, o menos "antenado" com a sociedade e suas transformações (ou seja, ainda é refúgio das classes privilegiadas). A decisão da justiça paulista de impedir os jovens de praticarem o seu "rolezinho", com multas individuais de R$ 10 mil ao dia, é bem didático: "shopping é coisa para endinheirados". (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/01/1396585-shoppings-de-sp-conseguem-liminar-na-justica-para-impedir-rolezinho.shtml)
Em resumo, perdem os shoppings ao empunhar a bandeira da discriminação social, pois abandonam a maioria dos consumidores (burrice). Perde também a "classe média elitista, com horror aos pobres", porque assume que é pobre também, mas de espírito. Coitados.
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