Seria uma espécie de "calma antes da tempestade". Por enquanto, o Presidente russo encaixa uma vitória acerca da Ucrânia. Dum lado ameaças de guerra, do outro o apelo para o diálogo. E Putin consegue anunciar uma inesperada trégua.
Mas o problema de fundo permanece, então eis que Vladimir Putin prepara uma nova arma: que tal a publicação de provas sobre o envolvimento do governo dos EUA, e dos relativos serviços secretos, nos ataques de 11 de Setembro. Uma série de provas com tanto de imagens satelitares.
O material, a ser publicado, iria provar a cumplicidade do governo dos EUA nos ataques de 9/11 e a posterior manipulação da opinião pública. Demonstraria que o ataque foi planeado pelo Governo dos Estados Unidos, mas foi realizado por meio de terceiros, para que aos olhos do povo americano parecesse uma agressão levada a cabo por organizações terroristas internacionais.
As razões do engano e do assassinato dos seus próprios cidadãos serviria os interesses petrolíferos dos EUA e das corporações no Oriente Médio.
Segundo quanto reportado pelo diário Pravda, as provas apresentadas seriam muito convincentes e desmantelariam por completo a versão oficial do 11 de Setembro, aquela apoiada pelo Governo dos Estados Unidos.
A intenção da Rússia é mostrar que os EUA têm usado o terrorismo false flag (as acções de"falsa bandeira) contra seus próprios cidadãos para criar o pretexto que justificasse intervenções militares no estrangeiro. No caso do 9/11, as provas conclusivas seria fornecida pelas imagens dos satélites.
Só duas coisas...
Que pensar? Justo um par de coisas.
Certas notícias da Pravda não saem por acaso (e o mesmo acontece com os diários ocidentais, que fique claro): fazem parte da troca de acusações e ameaças que os dois Países utilizam para manter alta a tensão e, no caso da Rússia, para deixar antever quais as possíveis consequências dum conflito generalizado.
Nesta óptica, difícil estar perante um bluff e a razão é simples: se as alegações fossem falsas, seriam absolutamente inúteis. Não teriam nenhum tipo de efeito sobre a Administração de Washington, como é óbvio, mas, o que mais conta, nem sobre a opinião pública ocidental, dado que a notícia não foi realçada por nenhum órgão de comunicação (como era amplamente previsível).
No máximo, estas coisas afectam uma porção do pequeno mundo da informação alternativa (com impacto zero). Portanto, se este for um bluff é sem dúvida um das mais idiotas que poderiam ter sido imaginados.
Aliás, já o facto desta notícia ter sido totalmente "esquecida" no Ocidente pode representar um bom indício: qual melhor ocasião para demonstrar a inconsistência e a falsidade do "inimigo "russo?
Mas tudo isso tem profundas implicações.
Uma revelação destas teria um efeito demolidor sobre toda a actual política americana no exterior: Washington perderia o papel de Defensor da Democracia e da Liberdade para tornar-se o que realmente é, um País que utiliza todos os meios, legais mas sobretudo ilegais, para impor o seu próprio domínio no resto do mundo.
Atenção, pois aqui não está em jogo apenas uma questão ideológica ou partidária (o facto de ser "pró" ou "anti-americano"). Pensamos, por exemplo, no Estado Islâmico, o ISIS: este ganharia de repente plena legitimidade. Todas as organizações terroristas actualmente empenhadas contra os EUA ficariam, dum dia para outro, revestidas com o rótulo de "resistentes" perante o Estado mais terrorista do planeta. Alguém tem a capacidade de antever as consequências?
Depois: a ser confirmada pelo factos, esta notícia mostra que existem lugares no mundo onde são guardadas provas que podem fazer luz acerca de eventos historicamente marcantes. E nós não temos direito de acesso. No máximo, podemos esperar que se aproxime uma Terceira Guerra Mundial para que pequenos vislumbres sejam-nos atirados, como sobras do jantar para o cão (já agora: algo acerca do voo da Malaysia?).
Não seria lícito esperar que a verdade estivesse sempre ao alcance do público? A resposta, mais uma vez, parece ser "não". O que não deixa de ser extremamente interessante, sobretudo porque a Rússia faz parte daquele "novo que avança" que inclui China, Índia e Brasil. Isso deveria dizer algo aos Leitores acerca deste "novo", não é?
Ipse dixit.
Fonte: Pravda