Portugal viu os seus Títulos de três meses ir abaixo de zero, isso é, agora tu pagas para comprar o Título dum País que tem uma Dívida Externa inferior só à da Grécia.
Em Espanha o banco Bankinter paga-te para negociar uma hipoteca com eles: reduzem o valor da hipoteca. Também na Dinamarca começaram a fazer o mesmo.
Todos os Títulos alemães até 2024 estão a pagar rendimentos negativos.
Só podemos estar a brincar. Nenhuma Finança pode funcionar desta forma. Em nenhuma economia sã atiram-te o dinheiro.
Entretanto, as trocas comerciais abrandam: a Organização Mundial do Comércio baixa pela segunda vez as previsões para 2014. Nos último três anos a média do crescimento tem sido de 2.4%, como no final da década dos '70. O Baltic Dry Index, após ter atingido um ponto mais baixo até da recessão de 2008, agora assumiu a forma dum electroencefalograma com morte cerebral.
No meio deste panorama (que, admitimos, não é muito animador), chega o Fundo Monetário Internacional que, para manter alto o moral, diverte o público com previsões fantásticas.
Sim, admite o FMI, a recuperação é "moderada e desigual", há riscos geopolíticos e necessidade de reformas. Mas, além disso, está tudo bem. Aliás: até vai melhorar. Na Europa, por exemplo, as perspectivas são boas.
O economista da instituição, Olivier Blanchard:
Um conjunto extraordinariamente complexo de forças está a afectar a economia mundial. Alguns, como a queda dos preços do petróleo e os movimentos das taxas de câmbio, são claramente visíveis.
A previsão de crescimento global para este ano: 3,5%. Agora quem preocupa são os BRICS: Brasil, África do Sul, Rússia. O resto do mundo? Tudo bem. Doutro lado, como não acreditar no FMI? A instituição da S.ra Lagarde já tem dado amplas provas de saber fazer as contas. Por exemplo, eis o que pensava do futuro antes da crise de 2008:
Um mar de rosas. Em facto de previsões é difícil bater o Fundo Monetário Internacional.
Pegamos na Ucrânia, eis as previsões preparadas no ano passado:
Nem Nostradamus.
Entretanto, as obrigações das empresas norte-americanas estão num nível de risco que não sei via há 20 anos. Então pode acontecer que alguém perca a calma e descarregue no primeiro que encontrar. Neste caso, encontrou Mario Draghi em Frankfurt.
Para já foi uma chuva de papel.
No futuro não sei.
Ipse dixit.
Fontes: Euronews (1, 2), Ecointersect