Senhores, abram as asas ao BSF, a Border Security Force. Que está a ser implantada no norte da Síria, perto da fronteira com a Turquia.
Esta força é composta em grande parte por ex-combatentes da Força Democrática Síria (SDF), os militantes curdos que já apoiaram abertamente Washington, aos quais serão adicionadas outras unidades de origem pouco clara (provavelmente guerrilheiros do Isis reciclados, mercenários e terroristas de Al-Qaeda e Al-Nusra: não é que haja muita escolha naquelas bandas).
Música e letras do porta-voz do exército americano, o coronel Thomas Veale:
Actualmente há cerca de 230 indivíduos que estão a receber o treino, mas o objectivo final é de cerca de 30 mil soldados. O objectivo fundamental do novo exército é o reemprego de cerca de 15 mil soldados das Forças Democráticas da Síria para uma nova missão com a Força de Segurança da Fronteira, agora que as operações contra o Isis estão a chegar ao fim.
Uma formação militar de curdos e terroristas nas fronteiras da Síria só pode ter o objectivo de dividir o País em dois e funcionar como apoio para futuros problemas étnicos na Turquia (que neste período está a afastar-se de israel e do Ocidente no geral para aproximar-se a Rússia). Isso sem esquecer que Assad tinha sido dado como acabado quando, na verdade, está vivo e em boa saúde.
Não acaso não apenas a Rússia está insatisfeita com essa nova operação, também Ankara não está favorável a um exército de curdos ao lado das suas fronteiras e já declarou abertamente que pretende destruí-lo.
Como pós-guerra começa bem.
Entretanto, no Yemen...
Para a Arábia Saudita, a agressão militar contra o Yemen está a tornar-se um pesadelo. Cada vez mais parece insustentável devido ao aumento do custo das operações e ao preço político que se tornou proibitivo. Riad, guiada por Mohammed bin Salman (o atual príncipe herdeiro saudita ministro da Defesa) lançou a operação em Março de 2015 para afirmar a sua hegemonia na área; o desastroso resultado da operação está rapidamente a prejudicar a credibilidade e o peso político da coroa saudita.
A agressão militar de Riad prejudicou seriamente as infra-estruturas do Yemen, além de causar a morte de mais de 13 mil pessoas. O fracasso da campanha militar saudita tem números devastadores: dezenas de aeronaves de coligação militar lideradas pela Arábia, bem como centenas de tanques e veículos blindados, foram destruídos pela resistência iemenita liderada pelo movimento Ansarullah.
A Arábia Saudita e os seus aliados também perderam uma dúzia de helicópteros de ataque Apache, Boeing AH-64, cinco aviões McDonnell Douglas F-15 Eagle e F-16 Fighting Falcon, além de mais de 20 aeronaves de reconhecimento. Juntamos dez navios de guerra e várias canhoneiras, centenas de centros de comando e postos fronteiriços destruídos nas regiões do sudoeste sauditas, Najran, Jizan e Assir.
A guerra está a provocar enormes prejuízos económicos: um deficit orçamentário de 15% do produto interno bruto para a Arábia Saudita, redução do volume das reservas de capital de 737 bilhões para 437 bilhões de Dólares. Os gastos militares da Arábia aumentou constantemente até atingir 81 bilhões de Dólares, tornando o reino rico em petróleo no terceiro maior gastador militar do mundo depois dos Estados Unidos e da China.
Ipse dixit.
Fontes: The Defense Post, Il Faro sul Mondo