Enviar uma mensagem para os grandes do mundo reunidos em Lima, no Peru, para discutir das mudanças climáticas.
Devem ter pensado muito, exprimindo todos os neurónios, até encontrar a maneira melhor. E encontraram, mais ou menos: uma mensagem escrita no local emblemático das linhas de Nazca, património da Humanidade.
Assim, no dia 8 de Dezembro, 20 voluntários de Greenpeace pegaram nas mochilas e começaram a caminhar até o deserto para dispor no chão grandes letras amarelas e compor a escrita "É hora de mudar, o futuro é renovável''. Sempre a caminhar.
Um trabalho duro: "Um pouco mais à direita, mais, mais...assim, perfeito!". A satisfação de fazer uma coisa em nome do planeta todo. Sempre a caminhar.
Depois as fotografias, todos excepcionalmente parados para ter uma lembrança do histórico momento: "Um pouco mais atrás, não se mexam, sorriam: já está!", palmas para todos e outra vez a caminhar, retomar o percurso para casa, sempre a caminhar, até encontrar a primeira pessoa com um vislumbre de inteligência: "Greenpeace? São vossas aquelas pegadas?".
As 20 raposas não tinham pensado que as linhas de Nazca conseguiram preservar-se ao longo dos séculos por causa do clima seco do deserto e pelo facto de não haver ninguém que caminhasse continuamente entre as enormes figuras gravadas no chão. Porque as linhas de Nazca são sim gravadas no chão, que é rijo, mas são algo frágil.
Agora o enorme beija-flor ficou com as marcas dos pés de Greenpeace e o governo peruano anunciou nesta Quarta-feira que irá processar os responsáveis, por enquanto impedidos de deixar o País.
Explica o activista Henry Carhuatocto:
Lamentamos por ter ofendido moralmente o povo peruano com a nossa acção de protesto. O protesto pacífico de Greenpeace na área das linhas de Nazca foi para demonstrar os impactos da mudança climática e honrar o legado histórico desta cidade que aprendeu a conviver com o meio ambiente, sem afetaca-lo.
Isso mesmo: "sem afecta-lo", estas são as palavrinhas mágicas. Porque até agora demonstraram apenas o impacto de Greenpeace.
Ipse dixit.
Fontes: BBC, The Telegraph