O que é real? Como defines real? Se estás a falar do que pode ser cheirado, provado e visto, então real é simplesmente um sinal eléctrico interpretado pelo teu cérebro.
Matrix
Pode parecer uma teoria fruto duma mente "conspiradora" ou com vontade de brincar. Mas não é : é uma hipótese seriamente considerada por vários pesquisadores. Não muitos, como é óbvio. Mas nem por isso deixa de ser fascinante: vivemos numa simulação holográfica?
É claro, é uma ideia espantosa e dificilmente compreensível até, mas é isso: uma teoria uma maneira para tentar descrever um dos maiores mistérios que está diante dos nossos olhos: o que pode ser a realidade?
De acordo com alguns cientistas, a realidade que temos sob os nossos olhos pode ser o resultado de uma simulação holográfica, um elaborado programa de um super-computador, por sua vez fruto de uma civilização muito mais avançada do que a nossa (o que não é difícil, dito entre nós).
Se essa for a suspeita que habita as nossas mentes, não há uma maneira prática de descobrir se isso é verdade? E quem teria sido capaz de criar um plano tão perturbador e, acima de tudo, para quais fins? Finalmente: seria possível escapar desse universo estilo Matrix?
O físico Alain Aspect realizou um experimento de grande interesse para mostrar que a rede de partículas subatómicas que compõem o nosso universo (o chamado de tecido da realidade) tem o que parecem ser propriedades holográficas inegáveis . Além disso, de acordo com a teoria proposta pelo Dr. Robert Lanza (autor do livro Biocentrism - How Life and Consciousness are the Keys to Understanding the True Nature of the Universe , "O Biocentrismo - Como a vida e a consciência são as chaves para entender a verdadeira natureza do Universo"), a morte pode ser apenas uma ilusão, a experiência sensorial da saída do Universo Holográfico.

Platão estava convencido de que o nosso mundo, o universo, não era nada mais do que uma cópia desbotada da verdadeira realidade, chamada Iperuranio ("além dos céus"). Então, o que nós consideramos ser a realidade, é simplesmente uma ilusão. O homem vai ser capaz de entender a verdadeira natureza do universo somente quando a sua alma retornar no Iperuranio.
Mas vamos supor por um momento que a teoria holográfica seja real, que nós de facto vivemos numa simulação e que nossa realidade é nada mais do que uma ilusão. A partir da nossa experiência sensorial, podemos pensamos que a nossa é uma espécie avançados.
Ainda assim, temos um conhecimento muito limitado do mundo que nos rodeia. Basta pensar que não temos o poder de captar o infravermelho ou o ultra-som, apenas podemos com instrumentos desenvolvidos para esta tarefa.
Quantas outras coisas não conseguimos ver? Como explicar fenómenos aparentemente absurdos como a matéria escura ou a energia escura (que constituem mais de 90% do universo)?
Nick Bostrom , professor na Faculdade de Filosofia da Universidade de Oxford, director do Future of Humanity Institute e do Programa de Impactos da Tecnologia sobre o Futuro na Oxford Martin School, há alguns anos atrás apresentou o que tem sido chamada de "Argumento da simulação", que ainda é uma fonte de amplo debate entre os cientistas.
Bostrom começa a sua reflexão com a suposição de que as civilizações futuras terão o poder de computação e conhecimentos de informática suficientes para ser capaz de criar uma simulação avançada da vida humana. A simulação seria habitada por seres programados com uma tal complexidade ao ponto de estarem conscientes e ter o mesmo tipo de experiências que temos. Os cérebros simulados seriam parte integrante deste universo-Matrix.
Na sua hipótese, Bostrom não faz previsões sobre quanto tempo pode demorar o desenvolvimento destas capacidades. Alguns futuristas acreditam que isso poderia acontecer dentro dos próximos 50 anos:
Mas mesmo que isso levasse 10 milhões de anos, não faz diferença.

Mas por qual razão uma civilização avançada deveria criar um mundo virtual? De acordo com Bostrom,
Mas é possível afirmar que estamos realmente a viver numa simulação?
Pode ser um experimento científico, com o objectivo de estudar as épocas tecnologicamente mais primitivas. Pior ainda: poderia ser um jogo virtual dos nossos criadores, desenvolvido com o mesmo espírito com o qual nós jogamos com "The Sims".
Se os programadores do nosso universo-matrix assim não quiserem, então nunca vamos entender. Mas, na verdade, a questão pode ser mais intrigante. Assumindo que as nossas são mentes simuladas...aliás: assumindo que as dos Leitores são mentes simuladas (assim parece-me melhor), o facto de fazer perguntas sobre a natureza da realidade é implícito no programa: é um erro ou uma evolução não prevista pelos arquitectos?
A simulação poderia apenas ser a maneira de operar dum "arquitecto" (a grande mente que processou a realidade e que alguém identifica com a palavra "Deus"). Neste caso, as questões existenciais que habitam a mente do homem (quem somos, qual é o propósito da nossa vida, o que é realidade, o que há depois da morte, como é que nasceu um blog tão bonito como Informação Incorrecta e outras ainda) seriam uma das partes mais importantes da nossa programação, não apenas um erro ou uma evolução não prevista.
Se assim for, talvez a humanidade está mais orientada para a vertente existencial da vida e não naquela material, que, neste caso, seria só uma ilusão.
Curiosidade

A resposta na imagem à direita (clicar para aumentar!)
Ipse dixit.
Fontes: The Simulation Argument, Il Navigatore Curioso
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