No dia 9 de Agosto de 2014 construiu um balão com instalado um microfone para captar infrassons.
O que é um infrassom? Bom, os seres humanos não captam todos os sons que existem: na verdade, temos a capacidade de ouvir uma limitada gama de sons, aproximadamente entre os 20 Hertz e os 20 KHertz. Tudo aquilo que estiver abaixo dos 20 Hertz é definido como infrassom, tudo aquilo que estiver acima ultrassom.
E que tal uma tabela para visualizar a coisa?
Olha que boa ideia.
Obviamente, ao fazer "click" na imagem, esta magicamente amplia-se. Ou se amplia. Para mim tanto faz, é o Leitor que escolhe.
Como é possível observar, os elefantes e as toupeiras captam muito bens os infrassons; cão e gatos ouvem mais ou menos como nós e até algo no ultrassom; morcegos e golfinhos ouvem muitos ultrassons.
Mas voltemos ao nosso amigo Daniel. Como afirmado, o seu balão estava equipado com um microfone para captar os infrassons. Por qual razão? Não faço ideia, perguntem a ele, afinal o balão não era o meu. Seja como for, o balão foi lançado para o ar, acima de Arizona e New México e durante 9 horas percorreram 725 quilómetros até alcançar a quota de 37.5 quilómetros. Esta é uma zona onde os aviões não voam, mas fica abaixo dos 100 km estabelecidos como limite entre Terra e espaço.
Surpresa: o balão de Daniel captou infrassons. E a fonte é desconhecida.
Afirma Daniel:
Parece algo muito parecido com o som de um X-Files. Este som pode vir do espaço.
Hipóteses? Há. Sinais dum parque eólico por baixo da trajectória de voo do balão, quebra das ondas do mar, turbulências do vento, ondas gravitacionais, turbulência de várias origens, vibrações causadas pelos cabos do mesmo balão. Mas são só palpites e a coisa é levada a sério, tanto que para este ano é previsto o lançamento dum novo balão, o HASP, que poderia ajudar a revelar mais sobre a fonte destes infrassons.
Obviamente, na internet é festa grande: entre mistério e fantasia, são muitos a pensar que possa ser uma mensagem alienígena ou pelo menos uma forma de contacto. Mas isso não passa de especulações: tudo o que temos é uma série de infrassons lá onde não era previsto existirem.
Nenhum experimento acerca do infrassom tinha sido conduzido a tais altitudes. O interesse neste assunto atingiu o pico na década de 1960, como uma maneira para detectar explosões nucleares, mas em seguida a pesquisa foi abandonada em favor de sensores terrestres.
Curiosos para ouvir os sons detectados pelo balão?
Como afirmado, estão aquém das nossas capacidades auditivas, mas há uma maneira para contornar o problema: aumentar a velocidade do som em 1.000 vezes, de forma que fique entre os tais 20 Hertz e 20 KHertz que são os limites do ouvido humano.
O resultado é este:
Não é que seja uma maravilha, verdade.
Mas é algo que circula a quase 40 quilómetros acima das nossas cabecinhas.
No mínimo é curioso.
Ipse dixit.
Fontes: Il Navigatore Curioso, Live Science, The Telegraph