quase um milagre. Mas no Líbano aconteceu.
Depois de nove anos, os libaneses foram às urnas para eleger os seus representantes no Parlamento enquanto o País está de facto envolvido na guerra na Síria, a situação económica tem que melhorar (e muito), devem ser combatidas a corrupção e as interferências vindas do exterior. O desejo, afinal, é que o País volte a ser um lugar normal.
Fe acordo com os primeiros resultados parciais, as listas do Hezbollah e dos seus aliados obteve uma vitória esmagadora (com mais de 50% das preferências) e terá uma clara maioria no Parlamento. Hezbollah apresentou para as eleições uma coligação com o grupo xiita Amal, o principal partido cristão maronita do País (o Movimento Patriótico Livre) e Ahbash, um grupo sunita de orientação Sufi (moderados). Entre os candidatos também 111 mulheres, uma participação maior do que nas últimas eleições de 2009.
Com o resultado e a vitória de Hezbollah, o Líbano escolheu confirmar-se como firmemente ligado ao eixo de resistência regional que inclui a Síria, o Irão e os xiitas do Iraque. Um resultado negativo quando observado do ponto de vista dos Estados Unidos e dos respetivos aliados do Médio oriente, pelo que a resposta israelita chegou de forma bastante rápida. O ministro da Educação Naftali Bennett, também membro do gabinete de segurança nacional de israel:
Os resultados das eleições libanesas reforçam o que tem sido a nossa abordagem: Hezbollah = Líbano [...] O Estado de israel não fará diferença entre o Estado soberano do Líbano e o Hezbollah e considerará o Líbano responsável por qualquer ação no interior do seu território.
Apoiantes de Hezbollah |
Naftali Bennett declarou também que, apesar dos resultados que mostram uma clara vontade popular, as autoridades israelitas não irão mudar a sua atitude e o ostracismo.
O resultado confirma a tendência já observada no Médio Oriente: todas as intervenções ocidentais e sunitas para travar a vaga xiita conseguem o resultado oposto.
A guerra no Iraque retirou o partido Baʿth, que costumava apoiar-se na maioria sunita, e provocou o despertar da fação xiita; a intervenção na Síria, longe de derrubar Assad, reforçou a presença xiita no País; no Líbano, as tentativas de desestabilizar a campanha eleitoral em favor dos sunitas acaba de entregar o País à maioria de Hezbollah.
Há material para reflectir...
Ipse dixit.