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O comércio de escravos no Mediterrâneo

21 de Abril de 2015, 9:07 , por Informação Incorrecta - | No one following this article yet.
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Massacre no Mar Mediterrâneo.
700, talvez 800 mortos. Ou até mais.
Quem poderia ter imaginado?
Todos.

Franco Frattini, Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo Berlusconi entre 2002 e 2004 e entre 2008 e 2011. Entrevista ao Financial Times de 17.02.2011:  
O caos na Líbia e o regresso do radicalismo islâmico implicará ondas sem precedentes de refugiados em desespero, que irão gerar mais terrorismo e mais radicalismo, com os criminosos que os exploram.

Nós podemos amenizar este desastre com três pilares: verdadeira assistência económica para esses países, política de fraternidade e de inclusão social.

Na prática, o que isso significa? Sobretudo um plano de ajuda para criar ocupação nesses países. Escusado será dizer que peço o aumento do orçamento da União Europeia para os recursos necessários para o plano de emprego.

A nossa parceria com os países da África do Norte deve incluir: projectos de desenvolvimento marítimo, rodoviário, planos de energias renováveis, ajudas no desenvolvimento das pequenas e médias empresas, bem como a criação de um grande projecto de ensino superior Euro-Mediterrâneo.

Mas também devemos ir muito mais longe: falo dum verdadeiro Plano Marshall, patrocinado pela União Europeia, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e as grandes potências económicas. Este Plano Marshall, além do emprego, deve trazer estabilidade nesses países e deve ser da ordem de bilhões de Euro, nem menos. Aqui a cooperação dos EUA é vital, porque temos de abolir as barreiras aduaneiras que se interpõem no caminho para o desenvolvimento do sul do Mediterrâneo.

Isso levaria a um real princípio da igualdade na parceria entre a UE e a África do Norte. Mesmo as políticas de segurança devem ser desenvolvidas em conjunto, para que as nações da África do Norte se tornem produtores de estabilidade.

Volto a enfatizar a extrema importância da ajuda ao ensino superior para os jovens africanos. Não só isso ajuda a impedir a radicalização política e religiosa causada pela pobreza, mas deve ser realizada através dum enorme programa Erasmus euro-mediterrânico que ofereça esperança aos jovens desfavorecidos da África do Norte.
Certamente, esta minha proposta não esquece de pedir aos países acima mencionados para melhorar a sua governação, para respeitar a legalidade internacional dos direitos, dos direitos das mulheres, dos indivíduos e das minorias.
Na altura, Frattini reiterou várias vezes a ideia dum plano especial para o desenvolvimento dos Países da África do Norte. A resposta chegou um mês mais tarde. Matthiew Newman, porta-voz da Comissão Europeia, no dia 30.03.2011:
O que temos visto até agora é que as pessoas que chegam na Itália a partir da Tunísia são migrantes principalmente por motivos económicos, pelo que as autoridades italianas estão a lidar com isso e são responsáveis.

Não há uma política da imigração, nem é desejo implementa-la.


Tal como os Estados Unidos não tencionam travar a imigração ilegal do México, a Europa não adoptará nenhum plano para o desenvolvimento dos Países da África do Norte ou outras medidas que possam impedir a maciça vaga migratória.

Não há nenhuma surpresa, nenhum "acidente": a União Europeia fecha voluntariamente os olhos perante o novo comércio de escravos. É directamente responsável pela morte daqueles e dos próximos desgraçados que irão morrer nas águas do Mediterrâneo.

E a propósito de instituições: onde está a ONU?


Ipse dixit.

Fontes: Il Giornale, ADN Kronos, Ministero degli Affari Esteri e della Cooperazione Internazionale, Diario Italiano, ASI

Fonte: http://feedproxy.google.com/~r/InformaoIncorrecta/~3/DDDkFqaHCkg/o-comercio-de-escravos-no-mediterraneo.html