E uma olhadinha acerca do outro lado, no clã da simpática Hillary?
John Podesta, por exemplo, o presidente da campanha eleitoral de Hillary Clinton e ex. conselheiro especial do simpático Obama. Na altura, alguns e-mails segredos do braço direito da ex-primeira dama foram divulgados pelo WikiLeaks, causando a resposta indignada democratas que acusaram do trabalho os hackers russos ao serviço do Kremlin. O que nem todos sabem é que John tem um irmão, Tony Podesta, que trabalhou como consultor no gabinete da Sberbank sediada em Nova York.
O que é a Sberbank? É "apenas" o maior banco da Rússia, número 33 na top 1.000 bancos do mundo. O Podesta Group, do qual Tony é o dono, trabalha com o banco que controla 30% de todos os assets russos.
Bom, podemos pensar num relacionamento apenas técnico, nada mais. Mas não, o cargo de Podesta foi (e ainda é através do Podesta Group), político: fazer lobby em Washington para facilitar a remoção das sanções sobre a Rússia. Em particular, Podesta recebeu 170.000 Dólares pelos seus esforços durante um período de seis meses no ano passado.
Só isso? Não.
Bill e Hillary Clinton apoiaram o canadense Frank Giustra e sua empresa, a Uranium One, para a aquisição das concessões de mineração de urânio no Cazaquistão e nos Estados Unidos. Posteriormente, o governo russo tentou comprar Uranium One mas era necessária aprovação da administração Obama, dada a importância estratégica do urânio. No período antes da aprovação da operação pelo Departamento de Estado, nove accionistas da Uranium One pagaram 145 milhões de Dólares para a Fundação Clinton.
Além disso, o New Yorker confirmou que Bill Clinton recebeu, no mesmo período, 500.000 Dólares dadas as ligações com um banco de investimento russo, com laços no Kremlin, que estava promovendo as acções da Uranium One. Escusado será dizer que o Departamento de Estado aprovou o acordo que concedeu à Rússia 20% da capacidade de produção do urânio norte-americano.
Interessante realçar como as doações de Uranium One aconteceram enquanto a simpática Hillary era Secretária de Estado, isso é, apesar do acordo de transparência que assinou quando assumiu o cargo e que prevê que as contribuições deveriam ser tornadas públicas.
The New York Times (que é 100% democrata!) realizou no ano passado uma cuidadosa investigação acerca do "Uraniumgate", recolhendo uma assinalável mole de dados, advertindo que a história:
sublinha as questões éticas suscitadas pela Fundação Clinton, chefiados por um ex-presidente que contou fortemente de dinheiro estrangeiro para acumular uma fortuna de 250 milhões de Dólares, enquanto a sua esposa ajudou a orientar a política externa americana no papel de Secretário de Estado, tomando decisões que poderiam resultar em benefícios para os doadores da fundação.
Alguém na Rússia decidiu ajudar Trump? Ou alguém na Rússia decidiu ajudar Hillary fingindo de ajudar Trump? Ou ambas as coisas?
Ipse dixit.
Fontes: Il Messaggero, Il Primato Nazionale, Nexus Edizioni, The Observer, The Washington Times