Ir para o conteúdo

Max

Voltar a Blog
Tela cheia

O Verdadeiro Poder - Parte I

6 de Outubro de 2015, 17:00 , por Informação Incorrecta - | No one following this article yet.
Visualizado 333 vezes
Começa hoje uma nova série que, segundo as previsões, deverá ser bastante comprida.
Assunto? O Verdadeiro Poder. Nada mais, nada menos.

Sabemos que o Verdadeiro Poder está escondido. É normal: se assim não fosse tornear-se-ia um poder... menos poderoso. Seria visível e esta é uma fraqueza, porque poderia ser investigado, estudado, analisado. Em breve, deixaria de ser Verdadeiro Poder, ficaria como "fenómeno de costume" e como tal seria absorvido pela sociedade.

O facto de ser invisível tem outra vantagem também: nós, que estamos deste lado da barricada, nem sabemos bem quem é o inimigo. Não conhecemos o rosto, os hábitos, nada. Podemos só fazer conjecturas, mas isso não ajuda, pois a conjectura traz consigo sempre uma percentagem de dúvida que elimina qualquer certeza. Por esta razão não é simples escrever acerca do Verdadeiro Poder e a possibilidade de errar é bem presente. Melhor proceder com calma e, sobretudo, suportados com dados, não apenas com hipóteses.

Este primeiro capítulo inicia com uma investigação russa.
A imprensa de Moscovo tem tendo decifrar o emaranhado da oligarquia financeira e apontar assim quatro mega-bancos (os Quatro Grandes) que, segundo os pesquisadores, controlam o mundo. Os nomes? Estes:
  • Black Rock,
  • State Street Corporation
  • FMR (Fidelity)
  • Vanguard Group.
Também foi apurado que a privatização global da água é apoiada pelos mesmos mega-bancos de Wall Street, em uníssono com o Banco Mundial, o que beneficia o nepotismo dinástico da família Bush, que tenta controlar o Aquífero Guarani da América do Sul, um dos maiores de água doce do planeta.

Já em 2012, o ex-parlamentar do Texas Ron Paul, pai do candidato presidencial Rand, tinha observado que os Rothschilds detêm as acções das top 500 multinacionais de Fortune que, por sua vez, são controladas por quatro mega-bancos, os tais Quatro Grandes: mais uma vez Black Rock, State Street, FMR e Vanguard Group.

Mas ainda antes, em 2011, a jornalista Lisa Karpova da Pravda (aqui na versão traduzida para o Inglês) tinha penetrado no labirinto da Finança global, afirmando que existem "seis, oito ou talvez 12 famílias que realmente governam o mundo".

A Karpova faz também os nomes de oito destas famílias:
  • Goldman Sachs (New York)
  • Rockefeller (New York)
  • Kuhn Loeb e Lehman (New York)
  • Rothschild (ramo de Londres e ramo de Paris)
  • Warburg (Hamburgo)
  • Lazard (Paris)
  • Israel Moses Seifs (Roma)
É uma lista controversa, que provoca não poucas dúvidas.
Mas vamos em frente, porque a mesma Karpova fez um trabalho bem mais interessante: uma espécie de inventário dos maiores bancos do mundo, tentando perceber também a identidade dos seus principais accionistas, bem como aquela de quem toma as decisões.

É possível criticar, e não sem razão, o inventário da Karpova que perde em sofisticação perante o trabalho de Andy Coghlan e Debora MacKenzie (que revelam como a plutocracia bancária e financeira está baseada no famoso 1% do mundo), mas é interessante realçar como, apesar de ser mais simples, a pesquisa da Karpova concorde bastante com as conclusões de Coghlan e MacKenzie.

Segundo a Karpova, existem sete mega-bancos de Wall Street que controlam as principais multinacionais são:
  1. Bank of America
  2. JP Morgan
  3. Citigroup /Banamex
  4. Wells Fargo
  5. Goldman Sachs
  6. Bank of New York Mellon
  7. Morgan Stanley.
A seguir, a jornalista analisou estes mega-bancos, chegando à conclusão de que o núcleo deles fica nas mãos das Quatro Grandes citadas antes: Black Rock, State Street Corp., FMR (Fidelity) e Vanguard Group.

Como é que a Karpova chegou a esta conclusão? Verificando os accionistas dos mega-bancos.
Em pormenor:
  1. Bank of America: State Street Corp., Vanguard Group, Black Rock, FMR (Fidelity), Paulson, JP Morgan, T. Rowe, capital mundial Investors, AXA, Bank of NY Mellon;
  2. JP Morgan: State Street Corp., Vanguard Group, FMR (Fidelity), Black Rock, T. Rowe, AXA, capital mundial Investors, Capital Research Global Investors, Northern Trust Corp., e Bank of Mellon;
  3. Citigroup / Banamex: State Street Corp., Vanguard Group, Black Rock, Paulson, FMR (Fidelity), capital mundial investidores, JP Morgan, Northern Trust Corporation, Fairhome Capital Mgmt e Bank of NY Mellon;
  4. Wells Fargo: Berkshire Hathaway, FMR (Fidelity), State Street, Vanguard Group, capital mundial Investors, Black Rock, Wellington Mgmt, AXA, T. Rowe e Davis Selected Advisers;
  5. Goldman Sachs: State Street Corp., Vanguard Group, Black Rock, FMR (Fidelity), Wellington, capital mundial Investors, AXA, Massachusetts Financial Service e T. Rowe; 
  6. Bank of NY Mellon: State Street Corp., Vanguard Group, Black Rock, FMR (Fidelity), Davis Selected, Massachusetts Financial Services, Capital Global Research Investidores , Dodge, Cox, Southeatern Ativos Mgmt.;
  7. Morgan Stanley: State Street Corp., Vanguard Group, Black Rock, FMR (Fidelity), Mitsubishi UFJ, Franklin Resources, AXA, T. Rowe, Bank of NY Mellon e Jennison Associates
De facto, não é difícil observar como todos os bancos apresentem entre os principais accionistas os Quatro Grandes.

Segundo a Karpova, os Quatro Grandes também controlam as maiores multinacionais Anglo-Saxónicas, nomeadamente:
Alcoa;
Altria;
AIG;
AT & T;
Boeing;
Caterpillar;
Coca-Cola;
DuPont;
GM;
H-P;
Home Depot;
Honeywell;
Intel;
IBVM;
Johnson & Johnson;
McDonald;
Merck;
3M;
Pfizer;
United Technologies;
Verizon;
Wal-Mart;
Time Warner;
Walt Disney;
Viacom;
Rupert Murdoch's News;
CBS;
NBC Universal.

Na verdade, existem imprecisões.
A Karpova, por exemplo, esquece-se de como um só dos Quatro Grandes, a Black Rock, seja o principal accionista das seguintes empresas: Apple, ExxonMobil, Microsoft, General Electric, Chevron, Procter &Gambles, Shell e Nestlé.
Portanto, o quadro é incompleto.

A mesma jornalista analisou a Federal Reserve, gerida por um conjunto de 12 bancos, representados por um concelho de sete pessoas que pertencem ao Quatros Grandes.

Confuso? Não, parece bastante claro.
Todavia este é apenas o começo: a investigação da Karpova está muito longe de individuar o Verdadeiro Poder. O que consegue (e isso já é muito positivo) é individuar uma rede de poder que supervisiona o sector bancário mais do que o financeiro. Importante, sem dúvida, mas se o desejo for falar do Verdadeiro Poder, então é preciso cavar mais em profundidade, ir além do que está visível.

É isso que vamos fazer ao longo dos próximos capítulos.

Entretanto, para os mais curiosos, aconselho ler a série Os Nomes (partes primeira, segunda, terceira e quarta) na qual é possível encontrar os rostos das pessoas e das organizações que criaram e que ainda gerem o Poder.

São aqueles os nomes do Verdadeiro Poder? Em parte sim, em parte não. A série tinha a intenção de reunir os sujeitos que, de facto, dominam a Economia, a Finança, a Política, a sociedade no geral; a nova série tem o objectivo de individuar aquela dúzia de pessoas (ou famílias, grupos, etc.) que, no fim das contas, decidem.

Parece a mesma coisa, mas não é: para entender a diferença é preciso imaginar o nosso Sistema como uma série de pirâmides, nos topos das quais há o Verdadeiro Poder. Na série Os Nomes é possível encontrar os níveis mais elevados das pirâmides, os rostos de donos e também dos servidores mais importantes. Na série O Verdadeiro Poder o objectivo é só um: os donos e mais nada, o topo de cada uma das pirâmides.

Vai ser complicado.
E por isso ainda mais interessante.


Ipse dixit.

Fonte: http://feedproxy.google.com/~r/InformaoIncorrecta/~3/B2M20uTbuQU/o-verdadeiro-poder-parte-i.html