instituições pré-escolares são os melhores lugares onde é possível formar as mentes dos pequenos guerreiros jihadistas.
Obviamente isso tem um custo: o radicalismo não é grátis, nem aquele islâmico. O segredo? Ter alguém com muito dinheiro que apoie a causa.
Por exemplo: o Kosovo.
Como Nação o Kosovo nunca existiu, sendo parte da Dardânia em época romana, da Sérvia depois (até a dominação turca) e, finalmente, da Jugoslávia a partir de 1815. A população (pouco menos de 2 milhões de habitantes) é composta por 5 etnias que falam 5 idiomas diferentes e rezam de 4 formas diversas.
Apesar disso, desde a queda da Jugoslávia, o Ocidente (Estados Unidos e ONU em primeiro lugar) tem activamente trabalhado para tornar este pedaço de terra um País aparentemente autónomo, afastando-o da Sérvia. "Aparentemente" porque na verdade as ligações com a Albânia são mais de que estreitas e o processo de "albanização" continua ainda hoje, com o afastamento da população servia e a islamização da inteira região.
O Kosovo é uma criação artificial, um País que é um protetorado militar dos EUA no coração dos Balcãs, um pino da estratégia geopolítica que tem a intenção de quebrar os laços entre a Rússia e o resto da Europa. Hoje o Kosovo é uma colónia norte-americana gerida pela United Nations Interim Administration Mission in Kosovo (Missão de Administração Interina das Nações Unidas no Kosovo, UNMIK), comandada pelas Nações Unidas.
Lógica pergunta: então é o Ocidente que financia o radicalismo ensinado nas escolas? A resposta é "não e sim". Não porque o dinheiro não chega dos Estados Unidos. Sim porque o dinheiro chega através de organizações ocidentais.
Vamos tentar perceber.
As ONG's...
O islamismo do Kosovo é de tipo sunita, o mesmo das Monarquias do Golfo (Arábia Saudita, Qatar, Oman, etc.): é daí que chega o dinheiro. Quanto? Difícil manter as contas, porque nada disso é oficial; mas as estimativas apontam para uns 35 milhões de Euros nos últimos anos.
Como chega e como é distribuído o dinheiro? Através das ONGs, as Organizações Não Governamentais sem fins de lucro que após a independência se multiplicaram e rapidamente ligaram-se aos chefes religiosos locais.
Um documento publicado pelo diário Koha cita cerca de 50 ONGs que funcionam como um elo entre o fundamentalismo islâmico e a educação ao radicalismo no Kosovo. Com o status de ONG mantêm a fachada limpa: transporte de alimentos e apoio médico. Em seguida, versículos de Allah e incitação à violência. A cooperação, de facto, começa a partir da construção duma mesquita e a doutrinação é imediata: cursos sobre o Alcorão e sermões sobre os dogmas do Islão.
Ao estudo da religião juntam-se treino militar, ensino de táticas de guerra urbana, uso de armas e explosivos. Após a escola, aqueles que não vão estudar nos Países árabes que financiam as ONGs pegam nas armas e são enviados para a frente. O objectivo é lutar ao lado dos "rebeldes" do ISIS, o Estado islâmico.
O salário é elevado, muito mais do que um salário normal no Kosovo: 300 Euros para aqueles que permanecem em Pristina (a capital do País), 30 mil para aqueles que escolhem a Síria ou o Iraque. Segundo as autoridades, a estratégia começa a dar os seus frutos: cerca de 300 cidadãos do Kosovo participaram nos combates em diferentes lugares controlados pelo ISIS e 40 deles já morreram em batalha. Outros 32 foram recentemente presos com a suspeita de terem tido contactos com o Estado Islâmico.
No passado mês de Setembro, 15 recrutadores acabaram algemados, incluindo o líder do partido islâmico Fuad Ramiqi e 12 imames (os líderes religiosos das comunidades islâmicas) de várias localidades. Mas o total dos que estariam prontos para tornar-se combatentes radicais é bem mais elevado: fala-se de 50 mil candidatos.
...e os imames
Voltamos atrás.
30 mil Euros? É muito dinheiro. Não que isso seja um problema pelas Monarquias do Golfo: mas temos a certeza de que todo acaba nos bolsos dos recém-formados terroristas?
Visar Duriqi é um jornalista e um conhecedor do islamismo radical no Kosovo: segundo ele, a maior fatia do "bolo" fica nas mãos dos imames, os que recrutam os jovens:
Eu acho que a comunidade islâmica do Kosovo está envolvida, no mínimo, para incentivar as pessoas a ir para a Síria.
A única coisa que sabemos é que os jihadistas na Síria que se juntaram ao ISIS recebem algo que mais parece um tipo de assistência social, entre 250 e 400 Dólares por mês para comprar os mantimentos. Mas estes não podem ser considerados mercenários.
Conclui Duriqi:
O dinheiro pode ser combatido, enquanto a polícia não pode combater as ideias plantadas nas mentes dos jovens.
Paradoxalmente, a questão religiosa aqui é secundária: bem mais importante é a fé no dinheiro. E não num dinheiro qualquer, mas nos petro-Dólares que chegam do Golfo (com o silencioso apoio dos Estados Unidos e de israel).
Doutro lado, é este um mecanismo que nos últimos anos tem acompanhado a intervenção financeira das petromonarquias: onde quer que haja Islão, o som dos Dólares tenta entregar o papel central para uma minoria obscurantista, marginalizando as outras opções políticas e religiosas. No meio disso, milhares de jovens são enviados para a guerra, convencidos de combater em nome de Allah, sem saber que morrem para ajudar as políticas de Washington e de Tel Avive.
Ipse dixit.
Fontes: Il Giornale