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Propaganda: CIA & Hollywood

июня 16, 2014 13:53 , by Unknown - 0no comments yet | No one following this article yet.
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Não são as tropas dos Estados Unidos que devem preocupar: elas são a face armada e prática do imperialismo militar, utilizadas em última instância, quando as outras opções já faliram, e nos Países atrasados.

Nas sociedades mais "evoluídas", Washington utiliza outras armas, entre as quais um lugar de destaque merece a colonialismo cultural. E, numa sociedade que lê cada vez menos, as imagens têm uma importância cada vez maior.

Desde os anos da Guerra Fria, o cinema de Hollywood tem desempenhado um papel crucial como uma arma formidável de propaganda nas mãos do governo de Washington, empenhado em apresentar os Estados Unidos como os cruzados dum imaginário "mundo livre", em luta contra a o "mal".

Seria possível afirmar que já antes Hollywood tinha desempenhado este papel: é só observar algumas películas gravadas durante a Segunda Guerra Mundial. O que é verdade. Mas não seria plenamente correcto: os filmes de propaganda da época eram bastante ingénuos, cheios de heróis sem macula, acompanhados por músicas épicas, nos quais havia o bem dum lado e o mal (sempre extremamente feroz, até roçar a pura estupidez) do outro.

Hollywood começou a colaboração com a política dos Estados Unidos bastante cedo: em 1917, quando em ocasião da entrada na Primeira Guerra Mundial, o Comité de Informação Pública (CPI) do presidente Woodrow Wilson juntou-se à indústria cinematográfica para produzir filmes de propaganda em apoio à "causa". George Creel, presidente do ICC, acreditava que os filmes tivessem um papel em "levar o Evangelho do americanismo para todos os cantos do globo".

Este pacto tornou-se ainda mais evidente durante a Segunda Guerra Mundial. Após a guerra, Washington voltou a entregar subsídios e disposições especiais do Plano Marshall para eliminar a resistência à abertura dos mercados cinematográfico na Europa. Entretanto, as técnicas da propaganda evoluíram.

A propaganda moderna é subtil: não mostra herói, pelo contrário, no geral os filmes apresentam personagens que no princípio são pessoas comuns. Só com o desenrolar-se dos eventos podemos entender quem verdadeiramente é mau e as razões da escolha do protagonista, agora sim pronto até o último sacrifício. É uma propaganda que não explica, mas que insinua um percurso lógico que o espectador é obrigado a seguir.

Black Hawk Dawn (Brasil: Falcão Negro em Perigo Portugal: Cercados), Zero Dark Thirty (Brasil: A Hora Mais Escura, Portugal: 00:30 Hora Negra) e Argo são apenas algumas das principais recentes produções que mostram como a indústria do cinema hoje promova a política externa dos Estados Unidos.

Argo

Argo é um filme de propaganda que esconde a verdade sobre a crise dos reféns no Irão e destina-se a "preparar" o confronto público dos EUA com o Irão. E, claro, apresenta uma verdade mutilada. Em Argo não há nenhuma referência ao Lakam, por exemplo, a rede de espionagem israelitas activa desde os anos '60, cuja existência e actividades foram reveladas graças à ocupação da Embaixada americana em Teheran. O filme esquece este "pormenor", esquece os documentos encontrados e classificados como "Top Secret".

O filme esquece outro "pormenor": a operação October Surprise, com a qual as equipas de Ronald Reagan e George Bush pagaram os iranianos para estes não liberar os 52 reféns americanos até depois das eleições presidenciais de Novembro de 1980. Com milhares de documentos em apoio, hoje sabemos que a "crise dos reféns" foi um "ferramenta de gestão" criada pela facção pró-Bush da CIA, para alcançar uma aliança com os fundamentalistas islâmicos de Khomeini e dois objectivos:
  • manter o Irão afastado dos comunistas russos, sob o controle total de Khomeini.
  • desestabilizar a administração Carter e levar George Bush para a Casa Branca.
Nada disso aparece no filme, onde o espectador estremece perante os maus iranianos (uma horda de fanáticos decerebrados) e os bons americanos (meros funcionários, culpados só de servir o seu País).

Zero Dark Thirty

Zero Dark Thirty é ainda pior. Explora os terríveis acontecimentos de 11 de Setembro para apresentar a tortura como um mal eficaz e necessário: e é uma película preocupante por duas razões.

Primeiro, deixa o espectador com a impressão inequívoca de que a tortura tenha ajudado a CIA a encontrar o esconderijo de Bin Laden no Paquistão. Em segundo lugar, ignora a ilegalidade e imoralidade da tortura como instrumento de investigação.

Doutro lado, já o filme começa mal: "Baseado em relatos de primeira mão de eventos reais" avisa e logo a seguir eis os ataques do 11/9 sem que haja dúvidas: a versão oficial é a única correcta.

Depois temos uma representação longa e impressionante da tortura. O detido "Ammar" está sujeito ao waterboarding, posições de stress, privação de sono e fica confinado numa pequena caixa. É sob tortura que revela o nome do mensageiro que, eventualmente, leva à localização e ao assassinato de Bin Laden. Além desta versão ser falsa, o que sobra é a legitimação da tortura como meio para que o Bem triunfe.

E, mais uma vez, a conformação da versão oficial: sim, Bin Laden estava aí, foi morto por nós, tudo correu como afirmado pela Administração. Espaço para dúvidas? Zero.

...e os outros.

São apenas dois exemplos dos muitos possíveis.
A intelligence do Complexo Industrial Militar desempenha um cada vez mais um invasivo nas nossas vidas. Nos próximos anos, vamos ter filmes com o uso de drones para efeitos policiais e, sem dúvida, espionagem. Com filmes e séries televisivas é criada uma história alternativa, com os grandes estúdios de Hollywood que banalizam as ideias, mentem para o público, criam ou ocultam factos para encobrir o que realmente acontece.

Estas ligações problemáticas entre Hollywood e forças governativas foram examinados num artigo do site Global Research em Janeiro de 2009: Lights, Camera...Covert Action: The Deep Politics of Hollywood. O artigo lista um grande número de filmes cujos roteiros foram "retocados" para os fins  propagandistas do Departamento da Defesa, da CIA e de outras agências governamentais.
Apenas alguns dos filmes analisados:

The Hunt for Red October (Br: A Caçada ao Outubro Vermelho - Pt: Caça ao Outubro Vermelho, 1984) 
Top Gun (1986)
True Lies (Pt: A verdade da mentira, 1994),
Executive Decision (1996)
Tomorrow Never Dies (007 - O Amanhã Nunca Morre, 1997)
Air Force One (1997)
In the Company of Spies (1999) 
Enemy of the State ( Br: Inimigo do Estado - Pt: Perigo Público, 2001)
Black Hawk Dawn (Br: Falcão Negro em Perigo - Pt: Cercados, 2001)
Windtalkers (Códigos de Guerra, 2002)
Bad Company (Br: Em Má Companhia - Pt: Más Companhias, 2002)
The Sum of All Fears (A Soma de Todos os Medos, 2002)
Threat Matrix (2003).
The Good Shepherd (O bom pastor, 2006)
Charlie Wilsons War (Jogos de poder, 2007)
Transformers (2007)
Iron Man (Homem de ferro, 2008)
Zero Dark Thirty (Br: A Hora Mais Escura - Pt: 00:30 Hora Negra, 2012)
Argo (2012)

É interessante notar como o realizador vencedor do Oscar no ano passado, Ben Affleck, já tinha colaborado com a CIA em 2002,  actuando em A Soma de Todos os Medos, filme de acção e espionagem no qual o protagonista é um agente da CIA. Esta em 1996 anunciou publicamente  a intenção de trabalhar com Hollywood, decisão que seguiu um relatório de 1991.

A "consultoria"

Em 1996, como afirmado, a CIA anunciou que "é hora de colaborar abertamente em as produções de Hollywood, presumivelmente com um "aconselhamento apertado". A decisão da Agência de trabalhar publicamente com Hollywood foi precedido pelo "Relatório da task force sobre a Grande Abrindo" da CIA em 1991.

Os jornalistas Matthew Alford e Robbie Graham seguiram o caso e elaboraram um estudo, no qual revelavam que a influência da agência alastrava não apenas no cinema, mas também nos meios de comunicação, onde havia "relações com jornalistas de todas as grandes rádios, jornais, semanal e rede de televisão do País"; e continua, revelando que a CIA no passado convenceu repórteres a adiar, alterar, travar ou até mesmo rejeitar histórias que teriam prejudicado os interesses da segurança nacional".

Voltando ao mundo do cinema: o romancista Tom Clancy teve uma relação particularmente estreita com a CIA. Em 1984, Clancy foi convidado a Langley, depois de escrever The Hunt for Red October (Brasil: A Caçada ao Outubro Vermelho - Portugal: Caça ao Outubro Vermelho) em seguida transformado no filme de 1990. A agência convidou-o de volta quando estava a trabalhar em Patriots Games (Jogos Patrióticos - 1992) e para a adaptação ao cinema foi concedido o acesso às instalações em Langley.

Mais recentemente, The Sum of All Fears (A Soma de Todos os Medos - 2002) retrata a CIA que persegue terroristas que querem explodir uma bomba nuclear em território americano; para esta produção, o director da CIA, George Tenet, levou pessoalmente os autores numa excursão na sede de Langley; a estrela do filme, Ben Affleck, consultou os analistas da agência e obteve a consultoria do funcionário Charles Brandon.

As verdadeiras razões pelas quais a CIA aceita uma "consultoria" para tais produções foram claramente expostas pelo comentário do ex-conselheiro geral da CIA, Paul Kelbaugh. Em 2007, enquanto encontrava-se na faculdade em Virgínia, Kelbaugh falou numa conferência sobre a relação entre a CIA e Hollywood e um repórter local estava presente.

O repórter (que agora quer permanecer anónimo) escreveu uma relato da conferência as apreciações de Kelbaugh sobre o filme de 2003 The Recruit (Brasil: O Novato; Portugal: O Recruta), com Al Pacino. Segundo Kelbaugh, um agente da CIA foi presente no set durante toda a duração das filmagens com o pretexto de oferecer consultoria, mas o seu verdadeiro trabalho era modificar as ideais da produção e do realizador.

Durante a Guerra Fria, Luigi G. Luraschi era agente da CIA, na secção Estratégia Psicológica, e ao mesmo tempo era um executivo da Paramount. Segundo os citados jornalistas Alford e Graham, Luraschi conseguiu um acordo com vários responsáveis das produções para que no casting de vários filmes aparecessem "negros bem vestidos".

O objectivo destas mudanças era impedir que os Russos explorassem os maus resultados nos relacionamentos raciais, pois os Estados Unidos na época ainda estavam atolados com a crise da segregação racial.

Concluem os dois jornalistas que a aliança de Hollywood com a CIA está bem viva, com as películas empenhadas em retrata os EUA como o "líder do mundo livre" que combatem o "mal" do mundo:
"A articulação entre Hollywood e o aparato de segurança nacional continua a ser apertado como sempre", disse o ex-agente da CIA Bob Baer. "Há uma simbiose entre a CIA e Hollywood".

Ipse dixit.

Fontes: Global Research (1, 2)

Источник: http://feedproxy.google.com/~r/InformaoIncorrecta/~3/_48bNs2eDs8/propaganda-cia-hollywood.html

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