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Queda das Bolsas: a banheira e a gaivota

agosto 24, 2015 17:08 , por Informação Incorrecta - | No one following this article yet.
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Então, o que se passa?
Bolsas que descem, Pequim afunda, Lisboa também, New York no precipício...
Quando o mercado enfrenta um precipício na Sexta-feira, o que geralmente acontece é que milhares ou mesmo milhões de investidores que acreditavam nos grandes media e não tinham visto o que estava a acontecer, passam o fim de semana ponderando sobre os seus investimentos e muitos deles decidem sair do problema logo que chegue a Segunda-feira.
Palavras do analista Clive P. Maund.
Que continua:
Por isso poderá ser possível ver amanhã [hoje, ndt] um dia de quedas massivas, talvez a pior fase do colapso, e não seria surpreendente ver o Dow Jones Industrials precipitar 800 ou 1.000 pontos num dia, talvez mais. Lembre-se que o Dow Jones Industrials caiu "apenas" 3% na Sexta-feira, o que não é um grande problema de acordo com o que aconteceu no passado.
E que conclui:
Estamos agora na "fase plena" do crash do mercado, previsto e preparado anteriormente com muitas semanas de antecedência: chega mas sem nenhuma surpresa. [...] O que deve acontecer agora é que a Ásia se torna um "mar de vermelho" hoje à noite enquanto os rolos do crash se perpetuam em todo o mundo como numa "onda mexicana" durante alguns dias, e alimentam perdas na Ásia antes, depois na Europa e, em seguida, no Canadá, nos mercados dos EUA e da América Latina para depois voltar para a Ásia.
Portanto: nada de pânico, estava tudo previsto. E estava mesmo, apesar da aparente surpresa dos diários.

Mas então o que é esta "Segunda-feira negra"?
Bom, o que acontece é que, como sucede de vez em quando, alguém decidiu esvaziar um pouco a bolha financeira em que vive de forma perene a nossa sociedade. Não esvazia-la por completo, isso é impossível: apenas um pouco. O suficiente, por assim dizer.

A bolha é feita de toda a liquidez emitida independentemente dos valores da economia real. Estamos numa fase em que o fornecimento "ilimitado" de liquidez (dinheiro) é assumido como natural. Os Quantitative Easing dos Estados Unidos, do Japão e dos outros também: biliões de Dólares, Yuan, Euros, todos injectados numa economia que não produz. Portanto, esta liquidez não tem nada a ver com a verdadeira produção económica: o dinheiro é fornecido para simular o crescimento, que na verdade não existe.

Porque é preciso simular o crescimento? Porque este é o funcionamento da nossa sociedade: o eterno crescimento, sem o qual o mercado rui como um castelo de areia ao chegar da onda, enquanto nós estamos a saborear um gelado na praia e as gaivotas passam e fazem "pio pio".
As gaivotas não fazem "pio pio"? E que me importa? Eu nem estou na praia.

Como afirmado, a nossa economia não produz o suficiente para justificar este oceano de dinheiro. Não há tanta riqueza. Mas pouco importa: o dinheiro acaba no grande jogo da Finança, não nos nossos bolsos (os bancos ainda não emprestam quanto poderiam). É na Finança que alguém tem sempre que ganhar, que "crescer".

Mas há um problema. É como encher uma banheira com água: enche hoje, enche amanhã, a banheira
fica cheia. E se a água chegar ao limite da banheira, logo começa a cair para o chão, passa da casa de banho para a sala, depois para a cozinha, entra na varanda, cai na rua e as gaivotas perguntam "Mas o que é esta água toda? Pio pio!".

Para evitar que as gaivotas façam perguntas estúpidas (e pio pio também), de vez em quando alguém tem que remover a tampa na parte inferior da banheira e fazer fluir a água de modo que seja possível começar de novo a encher.

A tampa da banheira é retirada principalmente durante os períodos em que os volumes das negociações são mais baixos, uma acção concertada pelos grandes fundos. E retirar a tampa é simples: basta começar a vender além dum certo limiar, depois tudo inicia a descer por conta própria (ahi, a solidez do mercado!).

A operação não é totalmente arbitrária: costuma esperar-se um sinal concreto. E neste caso foi um sinal "divino": temos a Bolsa de Shanghai que já há alguns tempos estava um pouco sob pressão, depois os Chineses acabam de reduzir o custo do dinheiro, melhor altura não poderia existir. A razão? A Federal Reserve pensava aumentar o custo do dinheiro, agora já não pode (se fizer isso, o Dólar vai ficar demasiado caro face o Yuan), pelo que os grandes bancos festejam (continuamos com o dinheiro "barato") e regalam-se também um esvaziamento da banheira.
Para que tudo possa recomeçar.

Quem ganha? Os do costume.
Quem perde? Todos os outros. Como do costume.
Mas esta já não é uma novidade. O importante é não interpretar o que se passa nestes dias como um sinal de fraqueza do sistema: este não é o começo do Armageddon, pelo contrário, está tudo muito controladinho. Apesar da reacção dos média.

Exemplos de desinformação, na qual são explicados os efeitos mas não as reais causas:
  • Il Corriere della Sera: A China está a enterrar os mercados: Shanghai -8,5% As acções europeias em queda.
  • La Repubblica: A crise chinesa desencadeia o pânico nos mercados: Milano -6%, na Ásia e Wall Street colapso.
  • Diário de Notícias: Bolsas mundiais afundam a caminho da maior queda desde 2008
  • Folha de S. Paulo: Bolsa desaba 6% e dólar vai a R$ 3,58 em 'Segunda Negra' causada por China
  • The Washington Post: Os mercados entram num novo dia de carnificina no meio de vendas globais
E isso tanto para que o Leitor acabe de falar mal das gaivotas:

 

Pio pio...ehm: Ipse dixit.

Fonte: no texto.

Origen: http://feedproxy.google.com/~r/InformaoIncorrecta/~3/WiRwiQ1WdB4/queda-das-bolsas-banheira-e-gaivota.html