Mas a guerra continua e chegam notícias novas, com os testemunhos dos habitantes locais e das imagens. O resultado é que agora, tal como relata Pepe Escobar, o total das vítimas é quatro vezes superiores: talvez possa chegar a 150. Segundo o New York Times os mortos dos ataques podem ser 200 e em alguns diários do Médio Oriente fala-se de 500 vítimas.
O Comandante das Operações Conjuntas, Yahya Rasoul, confirmou no Sábado que ainda não sabe qual foi o resultado do massacre em Mosul: Rasoul explicou que as informações disponíveis indicam que o Isis trouxe grandes bombas de rodas colocadas nas estreitas ruas da cidade. Em alternativa, os mortos podem ter sido provocados pelos carros-bomba dentro dos becos de Mosul para depois acusar as forças de segurança de matar civis inocentes.
O diário The Baghdad Post (Iraque) afirma que a responsabilidade do ataque é do Irão: "fontes" (obviamente não especificadas) teriam revelado que agentes secretos de Teheran forneceram informações falsas ao Comando da coligação anti-Isis.
Não satisfeito, o mesmo diário publica um vídeo no qual é afirmado que a culpa do ataque é sim dos iranianos mas estes teriam entregue ao Isis mísseis com os quais "atingir as forças da coligação a partir dos telhados" depois que a mesma Isis "tinha preso as famílias no interior daquelas casas".
Eis o vídeo:
Portanto: sabemos que houve uma pesada acção de bombardeios aéreos por parte das forças ocidentais contra prédio civis em Mosul, mas os mortos podem ter sido provocados:
- por bombas com rodas do Isis
- por carros-bomba do Isis
- por informações falsas fornecidas por agentes do Irão
- por mísseis iranianos fornecidos ao Isis e disparados contra a coligação.
Não há palavras.
Nenhuma investigação, entretanto, no caso de Al Jinah, perto de Aleppo, onde os aviões americanos mataram 49 civis. O total dos mortos tem que alcançar os três dígitos antes de despertar indignação, caso contrário são normais "danos colaterais".
Voltando para Mosul, os moradores começaram no Sábado a enterrar familiares mortos pelos ataques aéreos. Bashar Abdullah já enterrou 13 membros da sua família e diz que não conseguiu ainda retirar dos escombros os corpos de outros familiares:
Como é que eles puderam usar tanta artilharia pesada em zonas civis? Antes da batalha de Mossul ocidental ter começado, as forças iraquianas e americanas garantiram que seria uma batalha fácil, foi por isso que as pessoas não deixaram as suas casas, acreditaram que estariam seguros. Não imaginavam que iriam ser bombardeados. Isto não foi nenhuma libertação, foi um massacre
Ipse dixit.
Fontes: Pepe Escobar Facebook, The New Arab, The New York Times, Today Arab, The Baghdad Post (1, 2 e 3), Euronews.