
Há provavelmente muito mais nos documentos obtidos pelo The Guardian e Al Jazeera: CIA, MI6, os russos do FSB, os serviços iranianos, os sul-africanos da SSA. Tudo num período entre 2006 e 2014.
O director de Al Jazeera:
Em muitos casos, escondem-se atrás do véu do segredo quando não é necessário
Um exemplo?
A atómica iraniana
Quando israel denunciou à Organização das Nações Unidas que Teheran estava a tentar produzir uma bomba atómica, simplesmente mentiu.
A revelação vem exactamente dum dos documentos secretos parte de SpyCables e explica que o Mossad (o serviço secreto de israel) tinha uma opinião completamente diferente.
Em Outubro de 2012, o Mossad concluiu que o Irão "não fazia o trabalho necessário para a produção de armas" nucleares. Apenas um mês antes, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tinha falado perante a ONU, argumentando que Teheran já tinha completado 70% das actividades necessárias para obter uma arma nuclear.
O ex-chefe do Mossad, Meir Dagan, em 2012 tinha deixado entender algo acerca dum "desentendimento" com Netanyahu, alertando para o risco de super-estimar o perigo representado pelo Irão.
O Mossad enviou um telegrama ultra-secreto em 22 de Outubro de 2012, no qual aparecia uma avaliação acerca do trabalho nuclear do Irão. Segundo o telegrama, os cientistas islâmicos "trabalham para colmatar lacunas em áreas que parecem legítimas, tais como reactores de enriquecimento".

Um ponto de vista que confirmava quanto estabelecido pela intelligence dos Estados Unidos ao longo do mesmo ano: os serviços secretos americanos não tinham encontrado nenhuma prova de que o Irão tivesse tomado a decisão de utilizar as suas infra-estruturas nucleares para construir uma arma ou que tivesse feito esforços na pesquisa de foguetes nucleares.
Coisas do costume...
Entre as revelações de SpyCable, eis um documento que descreve a CIA enquanto tenta entrar em contacto com Hamas, na Palestina.
Apesar do grupo palestino ser considerado pelos Estados Unidos uma "organização terrorista", a CIA tentou um contacto através de canais reservados. Objectivo: recrutar agentes infiltrados na Faixa de Gaza.
Olha só a novidade...
Ipse dixit.
Fontes: Il Giornale, Al Jazeera