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Theresa e o agente duplo: uma história de espionagem

13 de Março de 2018, 16:30 , por Informação Incorrecta - | No one following this article yet.
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Theresa May, Primeiro Ministro do Reino Unido, acusa explicitamente a Rússia de ter envenenado o
agente secreto (duplo) Sergei Skripal. Mais: apresenta até um ultimato de 36 horas ao Embaixador de Moscovo "para explicar como o Estado desenvolveu o veneno usado em Salisbury ou haverá medidas sérias" por causa deste "uso ilegal da força no território do Reino Unido".

Londres afirma que a Rússia tentou matar Skripal com o Novichok, um agente químico nervoso produzido pelos soviéticos na década de 1970. Em 1992, quando Moscovo juntou-se à Convenção de Proibição para a produção desenvolvimento, conservação e uso de armas químicas, deveria ter destruído todas as doses de Novichok existentes. Todas menos uma, evidentemente, a que foi utilizada contra Skripal. Porque, segundo a simpática May, os russos são assim: estúpidos como galinhas, ao ponto de utilizar o veneno por eles inventado e deixar uma clara "assinatura" no local do crime. Estúpidos e incapazes: Skripal ainda está vivo, apesar do Novichok ser dez vezes mais potentes do que o VX, do qual uma gota só é suficiente para matar um homem.

Realmente Moscovo não tem meios menos sensacionais para eliminar um adversário em território hostil? Realmente os serviços secretos russos regrediram ao ponto de não conseguir matar um homem sentado no banco dum jardim público com uma das armas químicas mais mortíferas em circulação? No KGB devem olhar com saudade para os bons tempos idos de 1978, quando era suficiente atingir "inadvertidamente" o pé de Georg Markov, jornalista anticomunista, com a ponta do guarda-chuva no centro da City: o guarda-chuva tinha disparado uma cápsula de mamona, Markov morreu pouco depois, Londres quase nem protestou. Saudade...

Aleksandr Litvinenko
É precisa muita boa vontade para acreditar que os russos quisessem mesmo matar um agente
diabético que, desde 2010, vivia tranquilamente em Salisbury, sem esconder-se. Assim como foi precisa muita boa vontade para acreditar que os serviços russos matassem o ex-agente Litvinenko usando o Polonium 201, deixando uma clamorosa assinatura sob a forma duma imensa e inconfundível pista radioativa. Mas, como no caso de Litvinenko, também no caso de Skripal a verdade será conhecida sem clamor só tempo depois: após dez anos foi esclarecido que Litvinenko trabalhava para Boris Berezovski, o oligarca russo-judeu, mas que traiu o compatriota por causa de dinheiro. E tinha sido um italiano a administrar o Polonium 2010: a execução do traidor foi usada para colocar o governo de Moscovo e Putin debaixo dos holofotes, para desacredita-los, numa operação que os serviços americanos e britânicos baptizaram como Operação Beluga.

O tentado homicídio de Sergei Skripal, um agente inutilizável pelos britânicos (portanto dispensável), parece claramente uma reedição da Operação Beluga: o que interessa não é a verdade mas lançar acusações e criar um clima de pressão contra os russos. As razões?

As razões podem ser encontradas numa reunião realizada em Washington no passado 11 de Janeiro, e revelada por um despacho britânico reservado: o "pequeno grupo americano sobre a Síria" (Hugh Cleary, funcionário do Foreign Office, Bonnafont, francês do Quay d'Orsay, David Satterfield, do Departamento de Estado, Nawaf Tell da Jordânia e Jamal al-Aqeel da Arábia Saudita) discutiu formas, pretextos e truques para manter uma forte presença americana na Síria e evitar assim o assentamento político do conflito sírio, objectivo de Moscovo. Divisão da Síria; uso da propaganda sobre o sofrimento em Goutha; provável discussão sobre um ataque flase flag com gás de cloro (isto foi discutido também numa reunião do grupo realizada em Paris em 23 de Janeiro) e revisão da posição turca foram os assuntos tratados.

Sergei Skripal
Mas nestes últimos dias algo está a acontecer. De acordo com o portal Israeinfo, os EUA e Israel
estão a preparar um ataque contra presenças militares iranianas na Síria; o serviço sionista, Aman (o IDF), deu a Washington um mapa detalhado da localização dessas bases. Ao mesmo tempo, os EUA parecem intencionados a daz a Israel luz verde para atacar o Hezbollah. Isso enquanto o exército sírio está a conquistar o Goutha, deixando os terroristas do Ocidente com as horas contadas. Adicionamos a intensificação do trabalho da lobby internacional na campanha de demonização de Vladimir Putin e teremos um quadro bastante claro.

E a simpática Theresa? O Telegraph explica que Skribal morava em Salisbury, perto do ex-agente britânico que o tinha recrutado em 1995, quando ainda era coronel do GRU (o Glavnoe razvedyvatel'noe upravlenie, serviço de informações das forças armadas russas): este ex-agente era Pablo Miller, oficial da Embaixada em Tallin (Estónia). E Pablo Miller trabalha na Orbis Business Intelligence, a agência que o clã Clinton pagou para recolher material "sujo" acerca de Donald Trump.

Foi a Obris que criou o falso (e mal feito) dossiê sexual contra o Presidente americano, preparado por Christopher Steele, outro ex-agente britânico que trabalhou pelo menos uma década na URSS e em contacto com Litvinenko (e com Jeb Bush, filho do antigo Presidente George W. Bush). Skripal, que também trabalhava na Orbis, sabe muito sobre este assunto que envolve a guerra em curso nas mais altas esferas do Estado Profundo americano. A simpática Theresa aponta o dedo para o Leste para esconder algo no Oeste?

Última hora

Nikolay Glushkov
É de hoje a notícia que outro exilado russo foi encontrado morto no Reino Unido. Trata-se de Nikolay Glushkov, já condenado em pátria por ter subtraído milhões à companhia aérea russa Aerflot, da qual era administrador.

Glushkov, judeu de 68 anos, foi encontrado morto na sua casa e não são conhecidas as causas da morte. Era amigo e sócio de Boris Berezovsky, o judeu russo colaborador de Boris Yeltsin (e sócio de Neil Bush, irmão do ex-Presidente George W. Bush) e morto suicida em 2013.

Glushkov e Berezovsky operavam na Aerflot: de acordo com Alexander Goldfarb, Boris Berezovsky descobriu que a companhia aérea funcionava como um encobrimento para apoiar operações internacionais de espionagem, com dinheiro distribuído em 352 contas bancárias estrangeiras que não podiam ser controladas pela administração da Aeroflot. De acordo com Goldfarb, Glushkov fechou todas essas contas e canalizou o dinheiro para um centro de contabilidade chamado Andava na Suíça. No entanto, a versão de Goldfarb (adivinhem? Exacto, um judeu russo) omite um interessante pormenor: Glushkov e Berezovsky eram os principais acionistas da empresa Andava.

Glushkov foi preso em 2000 pelas autoridades russas enquanto o sócio Berezovsky fugiu para o Reino Unido onde fundou a organização non-profit International Foundation for Civil Liberties, dirigida por Alexander Goldfarb, funcionário de George Soros.  


Ipse dixit.

Fontes: OEN, Israinfo, PressTv, The Telegraph, The Guardian, Daily Mail, Prochen&Moyen-Orient, Just Security, MSN

Fonte: http://feedproxy.google.com/~r/InformaoIncorrecta/~3/gaqi_QWlTXo/theresa-e-o-agente-duplo-uma-historia.html