Os participantes do Serpros devem organizar-se, se quiserem evitar que as diretorias da patrocinadora e do fundo consolidem ações que poderão causar muitos danos à entidade, quiçá com ajuda dos conselheiros eleitos do CDE. CASPAS tem alertado sobre este assunto em seus últimos informativos para tentar sensibilizar a todos sobre os riscos que rondam o Serpros.
Para que tenham a real dimensão do que está ocorrendo, disponibilizamos a seguir uma postagem num grupo do Facebook feita por um conselheiro do CDE, o mesmo que já havia mentido ao dizer que a transferência para Brasília era determinação do Estatuto. Notem que, em suas palavras, o conselheiro deixa em todos a sensação de que a consulta pública para apresentação de propostas foi apenas para dar ares de transparência a um processo que já está definido. Tomem conhecimento da postagem.
Interlocutor X - Conselheiro, já fez suas propostas para revisão do estatuto de nosso fundo de pensão? Pode falar quais foram?
Alexandre Jordao - Já as tenho e serão apresentadas quando chegar a hora do conselho participar...
Interlocutor X - Não acha legal nos apresentar?
Alexandre Jordao - Não! Elas ficarão registradas em ata para quem quiser ver...
Interlocutor X - Ok
Interlocutor X - concorda que a alteração do art 4 é inviável?
Alexandre Jordao - a alteração de um artigo não é inviável; já a mudança física do SERPROS para Brasília ou para qualquer outro lugar, (São Paulo por exemplo), essa terão que me provar que será vantajosa...
Aliás nada impede que a sede seja no Rio (em um escritório minúsculo) e todo o resto da administração seja em outra cidade... Isto mostra como o artigo 4 é apenas uma referência...
Aliás nada impede que a sede seja no Rio (em um escritório minúsculo) e todo o resto da administração seja em outra cidade... Isto mostra como o artigo 4 é apenas uma referência...
O Art. 4º diz : "O SERPROS terá sede e foro na Cidade do Rio de Janeiro, podendo ter escritórios, agentes ou representantes
em outras cidades."
Diante do que está preceituado no artigo acima, aqueles que não desejam ver o Serpros gastar milhões para ter uma nova sede, enviaram propostas para que sua redação NÃO FOSSE ALTERADA. Coitados, mal sabiam eles que mesmo sendo mantido o conteúdo do artigo, poderão amargar os prejuízos que desejavam evitar. Isso mesmo, o famoso ganha mas não leva, segundo deixou escapar o conselheiro em sua postagem, ao dizer "nada impede que a sede seja no Rio (em um escritório minúsculo) e todo o resto da administração seja em outra cidade...".
Se realmente isto vier a ocorrer, os participantes terão sofrido um estelionato, configurada que estaria uma farsa condenável; uma exploração da boa fé. Faltará nariz de palhaços, se esta pegadinha se concretizar. , com direito a comes e bebes na inauguração da nova sede no Rio de Janeiro, num "minúsculo escritório", como admitiu ser possível o o candidato. CASPAS espera que ele tenha mais inclinação para adestrador de papagaio do que para confidente de diretoria, e que suas declarações não se concretizem.
Pero que si, pero que no, CASPAS discorda do posicionamento do conselheiro, quanto à possibilidade de manter a sede do Serpros no Rio de Janeiro, num "minúsculo escritório", e todo o resto da administração em outra cidade, porque, mesmo não havendo óbice à manutenção da sede em um lugar e a administração em outro, este não é o formato mais adequado para se estruturar uma empresa, razão pela qual a quase totalidade delas tem na sede sua diretoria, inclusive a própria patrocinadora assim se organiza. Acrescente-se a isto o fato de não haver motivação técnica para desfigurar-se o fundo nesta dimensão.
Mas há outra afirmação na postagem do conselheiro que merece avaliação. CASPAS refere-se o fato dele dizer que "suas propostas serão apresentadas quando chegar a hora do conselho participar...", um enorme equívoco, pois a consulta pública estabeleceu um prazo para envio das propostas, que já encerrou dia 14 de setembro. Não pode qualquer participante, independente de quem seja, ter tratamento diferenciado. Ou está valendo tudo atrás da cortina?
CASPAS não poderia deixar de salientar, novamente, a falta de critérios nesta consulta pública. É inacreditável que exista duas pessoas na diretoria do Serpros, que durante anos exerceram altos cargos na patrocinadora, inclusive o de diretor, e que não tenham sido capazes de organizar coisa tão elementar. É inadmissível que os participantes tenham que recorrer à Platão para extrair do Mito da Caverna ensinamentos para se libertar da escuridão que tomou conta do fundo. Ninguém sabe o que estão fazendo com as propostas; a única certeza é que ao final haverá um novo estatuto, cujo conteúdo pode não ser fruto de nenhuma contribuição dos que participaram da consulta pública.
Muita água corre debaixo da ponte. Informações importantes chegam primeiro através de grupos nas redes sociais e por este informativo, e só depois os canais oficiais se pronunciam. A falta de transparência da gestão atual do Serpros é inquietante, gerando preocupação aos participantes que poderiam ser minimizadas.
Pelo que ofereceu de material para este informativo, CASPAS agradece ao interlocutor X, que conseguiu arrancar do conselheiro informações tão importantes.