RuNet: primeiros testes. Qual o verdadeiro perigo?
31 de Dezembro de 2019, 12:53Reproduzo aqui o artigo "Isso é profanação e não tem nada a ver com a realidade": como foram os primeiros testes de isolamento da RuNet tradução do artigo original russo «Это профанация и к реальности не имеет отношения»: как прошли первые учения по изоляции Рунета.
Observem alguns momentos interessantes:
1) Quem reclamou da queda da conexão durante a realização dos testes
2) Que os "especialistas" estão mais preocupados em desqualificar os orgãos estatais e burocratas envolvidos
3) Que os "especialistas" e "periodistas" não parecem preocupados com o seguinte trecho de um dos documentos de instruções distribuídos pelos orgãos competentes: “a capacidade de interceptar o tráfego do assinante e divulgar informações sobre o assinante, bloquear serviços de comunicação para assinantes”
4) Que o tecnicismo ideologizado à direita não permite que se faça nenhuma crítica a censura privada que pode ser legalizada a partir da aplicação da lei, já que operadoras privadas de telefonia celular estão envolvidas diretamente envolvidas na implementação da RuNet.
"Isso é profanação e não tem nada a ver com a realidade": como foram os primeiros testes de isolamento da RuNet
Arina Kochemarova
14:00, 24 de dezembro de 2019
Foram realizados os primeiros testes panrussos no âmbito da lei "sobre a RuNet soberana". Segundo o Ministério das Comunicações os testes foram um sucesso. Nas redes sociais havia relatos de interrupção dos serviços de internet, ainda que o ministério tenha prometido que os usuários não notariam nada. Conversamos com especialistas para descobrir se as interrupções estavam relacionadas aos testes e e realmente os mesmos ocorreram.
Os testes foram realizados para verificar a integridade, estabilidade, funcionamento e segurança do segmento russo da Internet. Mikhail Klimarev, diretor da Sociedade de Proteção à Internet, autor do canal ZaTelecom no Telegram, publicou documentos do Ministério das Telecomunicações e Comunicações sobre os planos para a realização dos testes em 23 de dezembro, assim como uma cópia de um telegrama, com as devidas instruções, enviado aos órgãos estatais e operadores que participaram dos testes.
A julgar pelos documentos, os testes deveriam checar “a coordenação das organizações responsáveis pelos trabalhos de reparo e restauração em uma rede de telecomunicações unificada”, “a integridade e a estabilidade do funcionamento da internet no território da Rússia, inclusive em casos de adulteração de roteamento das informações nas bases de dados RIPE DB e no sistema DNS” e “a capacidade de interceptar o tráfego do assinante e divulgar informações sobre o assinante, bloquear serviços de comunicação para assinantes”. O principal objetivo do teste era "desenvolver habilidades na aplicação de técnicas para garantir a estabilidade, segurança e funcionamento da internet no território da Rússia".
Participaram dos testes autoridades federais, incluindo Ministério da Defesa, Ministério do Interior, FSB (Serviço Federal de Segurança), FSO (Serviço Federal de Proteção), Roskomnadzor (Serviço Federal de Supervisão das Comunicações, Tecnologia da Informação e Meios de Comunicação de Massas), Rossvyaz (Agencia Federal de Comunicação) e Rosguardia (Guarda Nacional da Rússia). Participaram também as seguintes empresas da indústria de telecomunicações e TI - Rostelecom, Megafon, MTS, Vimpelcom e Kaspersky Lab.
Falhas na Internet
De acordo com Alexei Sokolov, vice-ministro das Comunicações e Meios de Comunicação de Massa e responsável pela condução dos testes, os experimentos para garantir o funcionamento estável do RuNet, da "Internet das Coisas" e das comunicações móveis ocorreram em um polígono cibernético especial, criado como parte do programa nacional "Economia Digital". Supostamente, neste polígono é possível simular a infraestrutura de vários setores sem envolver redes públicas.
Apesar disso, os usuários de redes sociais, bem como do serviço da Web para hospedagem GitHub, relataram interrupções na Internet durante todo o dia. em particular, foi relatado que alguns restaurantes do KFC, McDonalds e Burger King em Moscou não aceitavam cartões, e os clientes da Tele2 e Yota não puderam se conectar ao LTE (4G).
Mikhail Klimarev disse à MBK Media que os problemas relatados não estão relacionadas aos testes do Ministério das Comunicações e Meios de Comunicação de Massa e acredita que nem foram realizados tais experimentos. “Na verdade, nenhum teste foi realizado, mas sim, provavelmente, uma reunião em que pessoas absolutamente incompetentes discutiram coisas sobre as quais nada entendem. Profanação pura”, ressalta Klimarev.
Grigory Bakunov, programador, “evangelizador” de TI e blogueiro, também confirmou à MBK Media que as falhas não poderiam ser causadas pelos testes. Ele indicou que os últimos ocorreram em um ambiente de teste, e não na RuNet, conforme anunciado. Portanto, nada poderia "cair". Na realidade, esses testes nem podem ser chamados de testes. “O objetivo de qualquer teste de novas tecnologias é verificar seu funcionamento em condições reais. E em um polígono de testes é impossível criá-las", disse Bakunov. Quanto ao polígono, o programador considera que se trata, provavelmente, de um conjunto de redes de testes que os especialistas montam para verificar como tudo funciona. "Eles não sabem de maneira alguma como o sistema se comportará em condições de "combate" (N.T. - condições reais de funcionamento)", observa ele.
Dados irreais
Após a conclusão dos testes, o jornal Vedomosti teve acesso à apresentação com o resultado dos mesmos. Verificou-se que pelo menos parte dos testes foi realizada nos dias 16 e 17 de dezembro e deles participaram quatro operadoras de telecomunicações que operam em todo o território da Federação Russa. Para cada uma delas, foram elaborados 18 cenários de ataque. 12 deles passaram pelas redes de sinalização do protocolo SS7 e seis pelas redes de sinalização do protocolo Diameter. Vinte minutos foram necessário para concluir o teste de cada um dos cenários propostos.
O SS7 (Sistema de sinalização nº 7) é um conjunto de protocolos de rede que permitem a troca de mensagens de serviço entre estações móveis. Diameter - um protocolo de sessão que fornece interação entre clientes para autenticação, autorização e contabilidade de vários serviços, é o principal protocolo da arquitetura IMS. Segundo Klimarev, é relevante apenas para a Internet 3G. Em redes LTE são usadas outras tecnologias.
Durante os testes, o invasor obteve sucesso em 62,5% dos ataques através do protocolo SS7 e em 50% dos ataques através do protocolo Diameter. O tempo de detecção de cada ataque foi em média de 2-3 minutos.
Mikhail Klimarev apontou que os dados apresentados não estão relacionados especificamente à Internet, mas apenas à telefonia. Ele diz isso com base no resultado. As operadoras deixam passar dois terços dos ataques à rede. Segundo o diretor da Sociedade de Proteção da Internet, nessa situação, as comunicações na Rússia simplesmente não funcionariam. "Não conheço nenhum operador que não tenha fechado estes “buracos” até agora", disse Klimarev.
Ele acrescentou: “Quando em mais da metade dos casos os ataques são bem-sucedidos, significa que os serviços de segurança de todas as operadoras de telecomunicações devem ser demitidos imediatamente. Estes dados não têm nada a ver com a realidade.” Sobra a origem destes dados, Klimarev diz que só é possível conjecturar. "Talvez tenha sido testado em algum polígono, mas por que realizá-lo, gastar dinheiro, se é possível escrever qualquer resultado. Estes números foram tirados da cartola”, resumiu.
Haverá testes "reais"
A lei sobre o "isolamento" da RuNet foi aprovada pela Duma Estatal (parlamento russo) em 6 de abril. Seus autores queriam garantir o trabalho autônomo do RuNet sem precisar recorrer ao uso de servidores estrangeiros. Um conselho de especialistas do governo estimou que a conformidade com os requisitos da lei exigirá anualmente até 130 bilhões de rublos por parte das operadoras.
Em 1º de novembro, a lei entrou em vigor. Em novembro, o governo definiu uma lista de ameaças à estabilidade, segurança e integridade da RuNet, incluindo a distribuição de informações proibidas na Rússia, impacto não intencional de informações em comunicações e redes, ataques cibernéticos, situações em que sites oficiais de autoridades governamentais não abrem e muito mais.
Klimarev diz que é impossível implementar este projeto nas redes russas em curto espaço de tempo. "Ele será “chutado” de uma instância a outra durante pelo menos um ano. Mais um ano levará para resolver todos os tipos de tarefas técnicas. E mais dois anos para instalar todos os equipamentos necessários", disse ele.
O Ministério das Comunicações também explicou que os primeiros testes são de “natureza altamente exploratória”. Outros testes serão realizados regularmente, mas ainda não se sabe quando ultrapassarão os limites do polígono. Provavelmente não antes de quatro anos como indica Mikhail Klimarev.
Manifestações? Protestos?
28 de Maio de 2019, 11:06Se o G1 informa em seu gráfico que as manifestações estudantis de 15 de maio aconteceram em um número maior de cidades, por que o jornalismo da famiglia Marinho só fez ampla cobertura das manifestações chapa branca a favor de um governo que é contra os direitos dos brasileiros a uma aposentadoria, educação e saúde dignas?
Novo Jingle: O Haddad vem aí! Olê! Olê! Olá
8 de Setembro de 2018, 11:48 O Haddad vem aí!
Lá! Lá! Lará! Hey!
Lá! Lá! Lará! Hey!
Lá! Lá! Lará! Lá! Lá! Lará! Lará!
Agora é hora de alegria!
Vamos sorrir e cantar!
Do mundo não se leva nada!
Vamos sorrir e cantar!
Lá! Lá! Lará! Hey!
Lá! Lá! Lará! Hey!
Lá! Lá! Lará! Lá! Lá! Lará! Lará!
Lá! Lá! Lará! Hey!
Lá! Lá! Lará! Hey!
Lá! Lá! Lará! Lá! Lá! Lará! Lará!
O Haddad vem aí!
Olê! Olê! Olá!
E a Manu no Jaburu!
Olê! Olê! Olá!
O Haddad vem aí!
Olê! Olê! Olá!
E a Manu no Jaburu!
Olê! Olê! Olá!
Até o mandato acabar!
Fora Meireles! O inimigo do Povo!
11 de Julho de 2017, 11:14
Este é o tamanho da trolha para o povo, tendeu?
O Senhor Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda, ex-presidente do Bank of Boston e durante vários anos presidente do Conselho da J e F (de Joesley), de onde saiu para ocupar o Ministério da Fazenda, procura, à frente de uma equipe de economistas de linha ultra neoliberal, implantar no Brasil, na Constituição e na legislação uma série de “reformas” para criar um ambiente favorável aos investidores, favorável ao que chamam de “Mercado”.
O Senhor Henrique Meirelles já declarou, de público, que se o Presidente Temer “sair” ele continua e todos os jornais repetem isto, com o apoio de economistas variados e empresários, como o Senhor Roberto Setúbal, presidente o Itaú.
Estas “reformas” são, na realidade, um verdadeiro retrocesso econômico e político e estão trazendo, e trarão, enorme sofrimento ao povo brasileiro e grande alegria ao “Mercado”.
Enquanto crucificam o povo brasileiro e em especial os mais pobres, os trabalhadores e os excluídos, o debate político fica centrado na corrupção, desviando a atenção da classe média e dos moralistas, em torno de uma verdadeira “novela” com heróis e bandidos.
Discute-se se Michel Temer levou ou não “contribuições pessoais” e se foram 500 mil ou 20 milhões, a prazo; se o Senador Aécio Neves pediu uma propina ou um empréstimo (informal!!) de 2 milhões de reais; se a JF corrompeu quem e quantos e ficaram livres de pena; se o Senhor Joesley merecia o perdão; se Sérgio Moro, juiz de primeira instancia, é ou não a principal autoridade judiciária do país, acima da Lei; se o Ministro Marco Aurélio é justo; se o Ministro Gilmar Mendes é imparcial etc etc etc.
O tema verdadeiramente importante é a tentativa das classes hegemônicas brasileiras, aqueles que declararam ao Imposto de Renda ganharem mais de 160 salários mínimos por mês (cerca de 160 mil reais) e que são cerca de 70 mil pessoas e que constituem, em seu conjunto, aquela entidade mística que os jornais e analistas chamam de “Mercado”.
O “Mercado” contra o Povo.
De um lado, o “Mercado”:
- os empresários, promotores do Pato e financiadores do MBL; exceto aqueles que já se deram conta que Meirelles é contra a indústria;
- os rentistas;
- os grandes proprietários rurais (entre eles o Senador e Ministro Blairo Maggi e o avião interceptado pela FAB);
- os grandes proprietários urbanos;
- os banqueiros (não os bancos) e seus lucros;
- os gestores de grandes empresas privadas, modestos ex-professores universitários;
- os proprietários dos meios de comunicação;
- os grandes executivos brasileiros de megaempresas multinacionais;
- os professores universitários, formados em universidades estrangeiras, em teorias próprias dos países desenvolvidos e que, mesmo lá, fracassam;
- os economistas e os jornalistas econômicos, empregados do Mercado.
De outro lado, o Povo:
- os 53 milhões de brasileiros que recebem o Bolsa Família, isto é, cuja renda mensal é inferior a 182 reais;
- as dezenas de milhões que são isentos do imposto de renda por terem renda inferior a 2.500 reais por mês.
- os 61 milhões que estão inadimplentes, com seus crediários;
- os 14 milhões de desempregados;
- os 3 milhões de crianças fora da escola;
- os mais de 11 milhões de habitantes de favelas (hoje chamadas comunidades!!);
- os subempregados;
- os 47 milhões que ganham menos de um salário mínimo por um mês;
- os milhões sem remédios e sem hospital.
O programa econômico de Henrique Meirelles é o verdadeiro inimigo do povo! Não é a corrupção que distrai a atenção da verdadeira catástrofe que está sendo consolidada na legislação através de um Congresso que representa principalmente empresários, banqueiros, proprietários rurais, rentistas, etc.
O Mercado agora deseja colocar um presidente de imagem limpa para que, como disse o Senhor Roberto Setúbal, na Folha de São Paulo, o importante são as reformas! Não importa quem as conduza!
É preciso lutar com todas as forças contra este programa de “retrocessos” disfarçados, cinicamente, de reformas a “favor” do Povo!
Petya, o novo ransomware que se propaga da Ucrânia para o Mundo
9 de Julho de 2017, 14:33Alguns chamam de Petrwarp, outros de Petya, NotPetya e Nyetya. O nome pouco importa, o que realmente interessa é a proporção dos estragos que vem sendo feito por esse novo ransomware que começou a se propagar em 27 de junho de 2017.
Petrwarp tem algumas similaridades com o WannaCry, outro ransomware, que fez um grande estrago no mês demaio de 2017, infectando mais de 300.000 computadores em cerca de 150 países.
De acordo com a Microsoft, o Petrwarp já infectou mais de 64 países, incluindo o Brasil, e cerca de 12.500 computadores.
O país que mais sentiu o ataque foi a Ucrânia, onde serviços como Banco Central, Aeroporto Internacional de Borispil, o metrô de Kiev, a companhia de energia, a rede de computadores do governo ucraniano e até o sistema automatizado de controle de radiação de Chernobyl foram infectados.
O malware que está se concentrando no setor corporativo, replicando-se pela rede para tentar arrecadar o máximo possível de dinheiro, pago em Bitcoins (o que dificulta o rastreamento), explora duas falhas de segurança que já teriam sido corrigidas pela Microsoft. Ambas as falhas foram descobertas pelo grupo hacker The Shadow Brokers, que conseguiu ter acesso aos exploits, que já eram conhecidos pela NSA. Um deles, é o Eternal Blue, que também foi utilizado no WannaCry, por isso a semelhança com o Petrwarp.
Mas que falha é essa?
A brecha explorada por esses dois ransomwares envolve o protocolo de compartilhamento de arquivos do Windows, o SMB, mais precisamente o SMBv1, possibilitando que tanto o WannaCry como o Petya ganhassem a característica de se replicar pela rede. Isto é, se algum funcionário baixa e abre o arquivo malicioso enviado por um spam, por exemplo, e é contaminado, a ameaça consegue no maior estilo worm, ir se multiplicando, contaminando toda a rede, e consequentemente aumentando a dor de cabeça para a companhia.
Embora muitos estejam comparando o Petrwarp como uma versão aprimorada do Petya, ransomware que foi descoberto no ano passado, os pesquisadores da Kaspersky Lab, já consideram a ameaça como um ransomware completamente novo, por isso a companhia russa está atribuindo o nome NotPetya ao vírus.
A distinção está sendo feita, porque o novo ransomware utiliza múltiplos vetores de ataque, o que o torna bem mais complexo que a versão original do Petya. Além da replicação pela rede, e encriptação de uma lista pré-determinada de extensões, como .zip, .7z, .ppt, .php, .xlsx, entre outras, a ameaça também atua alterando o setor MBR do disco, ao invés de iniciar o sistema operacional uma tela simulando o tradicional CHKDSK (verificação de disco), é exibida.
Embora pareça que o disco esteja sendo analisado, o que realmente está acontecendo é a criptografia da tabela de arquivos mestre do disco (MTF). Enquanto a tela é exibida, dá para “escapar” do ataque, desligando o computador, porém quanto mais tempo demorar pra desplugar a máquina, a encriptação se alastra.
A próxima tela exibida é a que se espalhou pelo mundo com o aviso sobre a contaminação e os procedimentos para que teoricamente os arquivos pudessem ser recuperados.
Caso você esteja lendo este texto, os seus arquivos não estão mais acessíveis, porque foram criptografados. Talvez você esteja ocupado buscando uma forma de recuperá-los, mas não perca o seu tempo. Ninguém pode recuperar os seus arquivos sem os nossos serviços.
Nós garantimos que você possa recuperar todos os seus arquivos com segurança e facilidade. Tudo que você precisa fazer é realizar o pagamento e comprar a chave de descriptação:
1 – Envie US$ 300 em Bitcoins para o seguinte endereço (código da carteira)
2 – Envie o código da sua carteira Bitcoin e a chave de instalação para o seguinte e-mail: wowsmith123456@posteo.net
Se você comprou a sua chave, digite abaixo
Por mais que a empresa tome a iniciativa de pagar o tal resgate não há nenhuma garantia que os ciberciminosos irão liberar a chave. No caso do Petrwarp mesmo pagando o resgate não é possível descriptografar os arquivos. O provedor alemão Posteo, bloqueou o acesso dos cibercriminosos a conta, então o envio das chaves para os que pagaram está encerrado.
O ataque visa o mundo corporativo, mas impacta diretamente o usuário final, já que muitos serviços básicos foram interrompidos pelo ransomware. Assim como no caso do WannaCry ficou claro como muitas empresas ainda são capengas e preguiçosos na questão de aplicações de patches de segurança e atualização de sistemas e demais softwares.
Hoje em dia, não cabe para ninguém o discurso de "ah eu gosto dessa nova versão do sistema, por isso não irei fazer a migração", os cibercriminosos continuam escancarando como somos facilmente reféns de ataques, que se propagam por conceitos antigos, mas ainda uteis como phishing, e através da resistência ou total falta de comprometimento com a atualização da sua base de software.
Mas que progresso, hein?
7 de Março de 2017, 10:21 - sem comentários aindaOrdem e Progresso.
Verde e Amarelo.
Desemprego Recorde!
Amazon dá 'tilt' na Internet com um erro de digitação
3 de Março de 2017, 14:22 - sem comentários aindaVocê já deve ter ouvido falar que a Internet, tendo nascido como um projeto militar, seria capaz de funcionar mesmo em caso de um ataque nuclear?
É um mito, é claro. Muitos usuários notaram isso claramente na última terça-feira quando muitos dos sites e os serviços mais populares da Internet, tais como Quora, Gizmodo, Slack, Médio, Imgur, Giphy,etc., de repente pararam de funcionar.
Muitos usuários descobriram, então, que suas lâmpadas "inteligentes" e até mesmo o mouse dependiam da ligação à Internet.
Não foi um ataque cibernético, mas um acidente que aconteceu com um técnico da Amazon.
Muitos sites, de fato, dependem dos serviços online da Amazon, o Amazon Web Services ou AWS. Alguns servidores desses serviços da Amazon estavam lentos e, por isso, um técnico tentou corrigir o problema, colocando alguns dos servidores de processamento de pagamentos AWS offline, como é normal nestes casos.
Como Amazon explica em sua carta com pedido público de desculpas, o comando para colocá-los off-line foi digitado incorretamente e assim pode ter desligado da Internet muito mais do que servidores esperados, especialmente os do Simple Storage Service (S3), que alugam o espaço em disco e na memória para os aplicativos mais populares.
Alguns desses servidores não haviam sido reiniciados durante anos, por isso foi necessário um longo tempo, cerca de quatro horas, para colocá-los on-line de forma segura e confiável.
Foi nestas quatro horas que os usuários de Internet vieram a perceber que os serviços da Amazon passam de cerca de um terço de todo o tráfego de Internet, ou seja, a rede mundial de computadores está totalmente dependente de um único provedor de serviços em nuvem. E se algo dá errado neste provedor de serviços, nada mais funciona na rede!
Tradução livre do original em italiano
Amazon ha mandato in tilt mezza Internet con un errore di battitura
Moraes de Toga!
7 de Fevereiro de 2017, 8:58Já temos a foto de Moraes com a toga do STF.
Qualquer coincidência é mera semelhança!
Sorria, brazuka, o violentam e você deve ficar feliz por isso!
7 de Fevereiro de 2017, 8:43Do twitter de Mendes @MendesOnca
A surpreendente verdade sobre a velocidade do site
30 de Janeiro de 2017, 11:47 - sem comentários aindaA velocidade do site é um assunto que vem sendo muito falado nos últimos 6 anos. Existem diversas pesquisas sobre a relevância da velocidade de carregamento das páginas, mas você sabe qual o real impacto disso no seu site?
Vou te dizer exatamente o que acontece quando um site fica mais rápido ou mais lento, mas antes vamos falar um pouco sobre como esse assunto se tornou algo tão importante.
Em meados dos anos 2010 o Google anunciou que o desempenho dos sites se tornaria mais um critério de ranqueamento de seu gigantesco motor de busca, mas não foi informado qual o nível de relevância desse requisito e até hoje não se sabe ao certo.
Porém é simples entender porque a velocidade do site deve interferir no posicionamento. O Google trabalha para garantir a melhor experiência do usuário e quanto mais rápido for o acesso ao resultado de busca, mais agradável será a navegação.
Desde então o desempenho é um critério que se torna cada vez mais poderoso, isso porque a tecnologia está avançando muito e temos acesso cada vez mais rápido à informação, mas você sabe por que isso acontece?
O nosso cérebro inconscientemente não gosta mais de esperar e a exigência de acesso rápido só aumenta.
Uma pesquisa feita pela Akamai e Forrester Consulting revela que 40% dos consumidores vão abandonar o seu site se as páginas demorarem mais de 3 segundos para carregar.
A mesma pesquisa ainda afirma que 47% das pessoas espera que o site carregue em 2 segundos ou menos, muito acima das expectativas de alguns anos atrás, quando a velocidade do site não era nenhum requisito e sites rápidos não passavam de “modinha“.
Esses dados podem te ajudar a entender porque o seu negócio não está vendendo tanto quanto você gostaria. Mas ainda vou te dar mais informações para você usar a favor do seu site.
Como a velocidade do site afeta o seu negócio online
Ranqueamento no Google
Apesar de não saber qual o real valor da velocidade do site para o algoritmo do Google, dá para perceber que é um fator muito forte no posicionamento das buscas.
Digo isso porque você provavelmente já pesquisou alguma coisa através do Smartphone e viu em baixo do Link um texto informando que o site desse resultado é lento.
A conexão através dos dispositivos móveis foi o principal influenciador para colocar essa métrica no motor de busca, já que não possuem uma conexão tão rápida com a internet como os computadores.
Essa é provavelmente uma das principais vantagens de melhorar a velocidade do site, pois com posições melhores você terá mais acessos e consequentemente mais conversões.
Mas não se iluda, apenas a velocidade não fará suas páginas alcançarem o primeiro lugar, para isso você precisa de um conjunto de melhorias, incluindo SEO, conteúdo relevante para os visitantes, boa proposta, entre outras coisas.
Tráfego
Sim! Ao melhorar o desempenho do site você pode garantir muito mais visitas, boa parte se deve ao fato de que você terá uma posição melhor nos buscadores, mas nem todo o resultado está ligado a isso.
Com a boa velocidade você pode garantir que os compradores fiquem no seu site, ao invés de procurar os mesmos produtos nos outros Players do mercado.
Uma vantagem competitiva de 250 milissegundos pode garantir a visita no seu site ao invés de no do seu concorrente. Veja bem, apenas um quarto de segundo ou um piscar de olhos, pode fazer alguém continuar navegando na sua página.
Para se ter uma ideia de como a velocidade impacta na sua quantidade de visitas, uma pesquisa encontrada no Global Dots informa que a Yahoo gerou 9% a mais de tráfego no site para cada 400ms a menos no tempo de carregamento da página.
Taxa de conversão
A métrica mais importante para qualquer tipo de negócio digital. Apesar de existirem diversos modos de aumentar a taxa de conversão, a velocidade do site é a mais eficaz, sem dúvidas!
A conversão de uma página tem muito a ver com a paciência dos consumidores, como já te disse antes, o nosso cérebro mesmo que inconscientemente não quer mais esperar.
Imagine-se entrando em uma loja física, imagino que você queira ser atendido assim que colocar o pé para dentro, mas por algum motivo levam 5, 10, 15 minutos para que alguém fale com você.
Depois de esperar 15 minutos, sua paciência já se esgotou e você parte para a loja do concorrente, onde vão lhe atender mais rapidamente. O mesmo acontece na Web, mas ao invés de 15 minutos serão apenas 3 segundos.
Todas as compras, sejam elas físicas ou digitais, são feitas por impulso. Quando a demora é grande, esse impulso de completar a ação é perdido, diminuindo a sua taxa de conversão drasticamente.
Ainda na pesquisa da Global Dots, é informado que a Walmart obteve 2% de aumento na taxa de conversão diminuindo 1 segundo no carregamento das páginas e a Mozilla, gerou 60 milhões de downloads a mais do navegador Firefox por ano, diminuindo 2,2 segundos no carregamento do site.
Satisfação dos consumidores
Quando um consumidor consegue acessar a sua página, encontrar o produto que deseja e efetuar a compra rapidamente, ele sai extremamente satisfeito.
Um cliente satisfeito compartilha a sua experiência de compra, defende a marca e indica os produtos para os seus amigos. Tanto eu quanto você sabemos que uma indicação é uma venda praticamente certa!
Eu já citei o exemplo da loja física, mas ele funciona tão bem na taxa de conversão quanto na satisfação dos consumidores. A velocidade do site está diretamente ligada com ambos.
Mantendo a boa performance do seu site, você cria uma legião de clientes satisfeitos e defensores da sua marca, capaz de gerar tantas vendas ou até mais do que um bom anúncio na internet.
Uma boa dica para saber se a velocidade do site está satisfazendo os visitantes é enviar uma pesquisa de satisfação por e-mail. Elas funcionam muito bem e quando for preciso investir na performance, elas vão te dizer isso.
Redução de custos
Você deve estar se perguntando: como é possível diminuir os custos fazendo meu site ficar mais rápido? Existe uma lógica por trás disso e vou te mostrar como funciona.
Para melhorar a velocidade do site você precisa otimizá-lo, isso fará com que ele use os recursos do servidor do modo mais adequado, diminuindo a quantidade de processamento necessário para suportar suas páginas.
Existem otimizações que você mesmo pode fazer e que geram uma grande diferença no carregamento das páginas, veja as 21 dicas de ouro para turbinar seu site nesse eBook gratuito.
Após uma boa otimização a diferença no uso dos recursos pode ser tão grande que talvez não seja mais preciso usar um servidor tão poderoso como o atual.
Assim é possível suportar a mesma quantidade de pessoas on-line ou até mais do que antes com uma hospedagem mais barata.
O dinheiro que sobrar todo mês, você pode usar como Budget para anúncios no Google, Facebook, Instagram entre outros.
Se você já otimizou o seu site e ainda precisa diminuir o tempo de carregamento, use uma hospedagem com otimizações feitas especialmente para a sua plataforma seja ela Magento, OpenCart, WooCommerce ou WordPress.
O que deixa um site lento?
Agora que você já sabe a importância da velocidade do site para o seu negócio quero te mostrar quais são os principais causadores da lentidão.
Gostaria de informar que se o seu site se enquadrar em qualquer uma das situações abaixo, você deve buscar uma solução com urgência.
Imagens muito pesadas
As imagens são uma benção, tanto para o conteúdo quanto para a venda de produtos on-line, mas podem se tornar um tremendo pesadelo se forem usadas de forma incorreta.
Muitas vezes as imagens causam lentidão no site por serem exportadas com a extensão incorreta, com qualidade máxima (não é preciso) ou com o tamanho muito maior do que o necessário para a página.
Qualquer uma dessas opções pode deixar uma imagem com 4MB facilmente, atrasando o carregamento da sua página em segundos, o que é péssimo para os visitantes do seu site.
A compressão das imagens para a Web, pode mudar o tamanho desses arquivos consideravelmente e devolver a velocidade do site. Vou deixar o link de algumas ferramentas que podem comprimir suas imagens sem comprometer a qualidade.
Muitos Scripts
Para resumir os Scripts são linhas de código que farão os elementos do site abrirem de forma correta. Assim que você acessa a página, esses Scripts são requisitados para colocar tudo em ordem.
O problema é que muitas vezes cada função está em um arquivo separado, gerando muitas requisições que não podem ser executadas ao mesmo tempo pelo navegador.
Além de afetar a velocidade do site, os Scripts serão executados aos poucos e os visitantes verão o site sendo “construído” na própria tela, o que é péssimo.
O recomendado é que todos esses comandos sejam concentrados em um único arquivo, diminuindo o número de requisições na página e ganhando velocidade no carregamento.
Widgets
Os Widgets são aquelas “caixas” com previsão do tempo, rádio, notícias ou qualquer outra informação que não seja do próprio site e com certeza são os piores inimigos do desempenho.
Essas caixinhas não fazem requisições apenas na sua página, mas também em outros sites de onde vem o conteúdo, acaba que você não depende só do desempenho do seu site mas do de terceiros.
Isso joga a velocidade do site lá em baixo porque o caminho a percorrer para encontrar as informações é muito grande, então os elementos que estão abaixo do Widget não serão carregados até que ele esteja pronto.
Procure não usar esse facilitadores. Garanto que seu site vai carregar bem mais rápido e por conta do desempenho você até pode ganhar algumas posições nos motores de busca.
Publicidade excessiva
A grande maioria dos sites de conteúdo e portais de notícias usam a publicidade nas suas páginas, é um modo de monetizar todo o trabalho por trás do conteúdo disponibilizado gratuitamente.
Porém é preciso ter uma boa dose de bom senso para não infestar o site com anúncios, isso vai aumentar o número de requisições no site e atrasar o carregamento de todos os elementos.
Sem falar no aborrecimento da audiência com os inúmeros anúncios. Essas pessoas criam uma certa “blindagem” e muitas dessas propagandas passam despercebidas.
Com a velocidade do site afetada e um número excessivo de anúncios, sua página estará rumo ao abismo, então seja muito sutil ao criar espaços para outros sites.
Hospedagem
Se você já otimizou todas as causas de lentidão acima e o site continua lento, há uma grande possibilidade que sua hospedagem não esteja otimizada para a plataforma do seu site.
É claro que ainda existem outras coisas que podem afetar a velocidade do site, mas mesmo que você otimize tudo que seja possível, se o seu plano de hospedagem não for otimizado não vai adiantar nada.
Os planos comuns de hospedagem não acompanham o crescimento exponencial de um site ou aplicação, é necessário otimizar o servidor para usar os recursos de processamento e a memória da melhor forma possível.
Quando você usa um ambiente de alto desempenho que foi preparado exclusivamente para sua plataforma, é possível reduzir o tempo de carregamento das páginas em segundos!
Na SECNET você encontra servidores otimizados para diversas plataformas como, Magento, OpenCart, WooCommerce e WordPress. Se a sua plataforma não está na lista não tem problema, basta informar aquela que você usa, que a hospedagem será otimizada.
Ferramentas para testar a velocidade do site
Você já conhece as principais causas da lentidão nos sites, mas ainda existem outras funções que você pode otimizar para carregar as páginas mais rápido ainda.
Quero te apresentar algumas ótimas ferramentas on-line que verificam o desempenho do site e informam o que pode ser otimizado, eu garanto que serão de grande ajuda.
Mas antes, quero te informar que é super recomendado entrar em contato com o seu desenvolvedor antes de fazer qualquer tipo de alteração e um Backup é sempre bem vindo para evitar futuros problemas.
Veja agora as ferramentas que eu mais uso para verificar o desempenho dos sites:
Não gostou do resultado do seu site? Veja as 21 dicas de ouro para turbinar seu site.
Espero que eu tenha conseguido te mostrar a importância de um site com alto desempenho e como isso é benéfico para o seu negócio on-line.
Procure otimizar as suas páginas sempre, o máximo que puder, tenho certeza que o número de vendas e acessos terão aumento significativo. Afinal de contas o que eu mais quero é que você aumente suas vendas.
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Fonte: Secnet
Fapesp responde críticas de Alckmin sobre pesquisas "sem utilidade prática"
16 de Janeiro de 2017, 10:37 - sem comentários aindaJornal GGN - Por meio de nota, o Conselho Superior da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) responde às críticas do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que recentemente afirmou que o órgão estaria dentro de uma "bolha acadêmica" e que financiaria pesquisa sem "nenhum serventia prática".
A Fapesp afirma que determinados estudos são realizados não para chegar a resultados práticos, "mas sim para tornar as pessoas e sociedades mais sábias", explicando que, pela própria natureza da ciência, os resultados podem ser obtidos em diferentes prazos, de maior ou menro extensão. A fundação também afirma que as pesquisas com aplicabilidade prática tem recebido mais da metade dos recursos destinados à atividades-fim do órgão. Leia mais abaixo:
Da Fapesp
Tucano Alckmin critica Fapesp por pesquisas 'sem utilidade prática'
16 de Janeiro de 2017, 10:31 - sem comentários aindaDurante a última reunião com seu secretariado, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), criticou a Fapesp (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo), principal órgão de financiamento à ciência no Estado, por priorizar estudos sem utilidade prática.
A informação foi revelada pela coluna Radar On-line, da "Veja". Segundo a revista, Alckmin fez críticas à falta de apoio a estudos para o desenvolvimento da vacina da dengue e também ao incentivo a pesquisas de sociologia.
A Folha confirmou a fala do governador, que disse que a Fapesp vive numa bolha acadêmica desconectada da realidade, financia estudos que muitas vezes não têm nenhuma serventia prática e gasta sem orientação maior. Procurado, o Palácio dos Bandeirantes não quis comentar.
Os dados oficiais sobre o destino dado às verbas da Fapesp em 2015, porém, não corroboram a afirmação de Alckmin de que o órgão privilegia projetos de sociologia ou "projetos acadêmicos sem nenhuma relevância".
Do total de desembolsos (R$ 1,18 bilhão), apenas 10% foram destinados à área de ciências humanas e sociais (excluindo arquitetura e economia, que recebem, somadas, pouco mais de 1% do total). Quase 30% dos gastos do órgão em 2015 foram destinados a pesquisas na área de saúde (veja infográfico).
Embora o governador tenha condenado a suposta falta de apoio da Fapesp ao desenvolvimento da vacina da dengue no Instituto Butantan, a fundação desembolsou cerca de R$ 2 milhões para custear esses estudos entre 2008 e 2011.
Logo depois que a associação entre o vírus zika e o surto de microcefalia em bebês brasileiros foi detectada, o órgão aprovou recursos adicionais da ordem de R$ 500 mil para projetos de virologia já em andamento que pudessem investigar o mistério.
Neste ano, em parceria com a Finep (órgão federal), a Fapesp lançou um edital no valor de R$ 10 milhões para pequenas empresas que busquem desenvolver tecnologias contra o zika e o mosquito Aedes aegypti.
Procurada, a Fapesp preferiu não comentar as críticas feitas por Alckmin.
PESQUISA BÁSICA
"Eu sinceramente espero que essa declaração tenha sido citada fora de contexto, porque ela não é compatível inclusive com a formação acadêmica e com o histórico do governador", disse à Folha a bioquímica Helena Nader, presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que declarou estar "chocada" com as críticas de Alckmin à Fapesp.
A pesquisadora lembrou que descobertas que estão na base da biotecnologia moderna, como a decifração da estrutura em dupla hélice (ou "escada torcida") do DNA, em 1953, não pareciam ter nenhuma aplicação prática quando foram feitas. "Também lamento muito pela menção negativa à sociologia. Quanto mais estudo, mais compreendo que as ciências humanas são fundamentais", disse Helena.
Para Ana Lúcia Vitale Torkomian, diretora executiva da Agência de Inovação da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), a dicotomia entre pesquisa aplicada (que supostamente "serve para alguma coisa") e pesquisa "puramente acadêmica" é falsa.
"Nenhum país é capaz de sustentar o desenvolvimento tecnológico a longo prazo sem pesquisa básica forte", afirma ela. "Além disso, hoje a distância entre a pesquisa básica e a inovação tecnológica está muito mais curta, as descobertas ganham aplicações com maior velocidade."
Ela cita o fato de que, na UFSCar, as pesquisas em química e física (em tese, puramente "acadêmicas") estão entre as que mais rendem patentes, ou seja, ideias prontas para serem transformadas em produtos.
O governador "parece estar mal assessorado, mal informado ou ambos", disse à Folha o sociólogo Rodrigo Augusto Prando, professor do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas da Universidade Presbiteriana Mackenzie. "Os políticos usam e abusam de conhecimentos oriundos da sociologia em suas estratégias de campanha e suas ações públicas."
Para Prando, não se pode descartar a possibilidade de que o governador tenha "sutilmente" ironizado Fernando Henrique Cardoso, um do principais sociólogos do país e oponente do governador dentro do PSDB.
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O QUE É A FAPESP
Uma instituição pública de fomento criada em 1962 para financiar a inovação científica
DE ONDE VEM O DINHEIRO
A Fapesp recebe um percentual fixo de um 1% do total de impostos do Estado de São Paulo e, com esse dinheiro, concede bolsas a alunos e professores e arca com as despesas das pesquisas por ela selecionadas
AUTONOMIA
O órgão tem autonomia garantida por lei e seus dirigentes têm mandato fixo, o que significa que a influência do governo do Estado sobre a Fapesp é limitada
Triunfo de Trump em 9/11 equivale a novo 11/9
9 de Novembro de 2016, 9:49 - sem comentários aindaPor Josias de Souza, em seu Blog
O espetáculo confuso que os Estados Unidos proporcionam ao mundo neste dia 9/11 produz efeitos tão devastadores quanto aqueles que se seguiram ao ataque de 11/9. Tomada pela radicalidade das mudanças que pode provocar no mundo, a eleição de Donald Trump é equiparável ao histórico ataque terrorista. A diferença é que, dessa vez, os americanos dispensaram o inimigo externo, produzindo um inusitado autoataque —uma espécie de trumpicídio.
Se o triunfo de Trump ensina alguma coisa é que todas as premissas sobre as quais o establishment americano construiu os seus valores depois da Segunda Grande Guerra estão com o prazo de validade vencido. O isolamento que a opção por Trump representa é um convite do império para que as nações comecem a planejar um novo começo. Mais ou menos como Deus fez depois do Dilúvio.
O sucesso de Trump é um prêmio à mediocridade. Seu hipernacionalismo ressentido, com traços de xenofobia, racismo, isolacionismo e desprezo à liberdade de expressão são sinais de que o mundo pós-9/11 não será o mesmo. Quando escreverem o enredo da geração atual é do topete de Trump que falarão os historiadores, e não da popularidade de Barack Obama, representado na disputa pelo ‘mal menor’ Hillary Clinton, um outro nome para desastre.
Resta agora saber o seguinte: o recomeço que se esconde sob o penteado exótico de Trump é um prenúncio do quê? Seja o que for, o mundo não será melhor do que já foi. Um presidente dos Estados Unidos que diz não acreditar no aquecimento global e que guindou à condição de prioridade a construção de um muro na fronteira com o México pode resultar em qualquer coisa, menos em coisa boa.
Trabalho análogo à escravidão, desmatamento insustentável e caça a animais em extinção: o caos na Caatinga do Piauí
21 de Setembro de 2016, 17:21- Divulgação PRF-PI
Se combater o desmatamento e o trabalho escravo na imensidão do território brasileiro é uma tarefa hercúlea para os órgãos ambientais e trabalhistas, imagine quando essas irregularidades são financiadas e incentivadas com o poder do capital internacional. É a sede pela cobiçada Caatinga: da Amazônia à última fronteira agrícola no Cerrado, passando pelo mais pobre povoado do sertão nordestino, nossas matas nativas e a vitalidade dos trabalhadores são exploradas, na maioria dos casos, impunemente.
Raras são as exceções, mas elas existem. No sertão do Piauí, durante uma grande operação do Ministério Público do Trabalho (MPT-PI), com apoio do Núcleo de Operações Especiais da Polícia Rodoviária Federal (NOE), 18 trabalhadores em condições análogas às de escravidão foram encontrados na fazenda Bate-Bate, zona rural do município de Anísio de Abreu, distante 575 quilômetros da capital, Teresina. Trabalhavam de forma degradante em uma área selvagem, isolada, aparentemente longe do alcance das leis criadas em Brasília.
A madeira nativa da Caatinga era extraída para alimentar os fornos da mineradora paulista Galvani Indústria Comércio e Serviços S/A, que explora uma mina de fosfato na divisa entre a Bahia e o Piauí, zona rural do município de Campo Alegre de Lourdes, distante mais de 800 quilômetros de Salvador. A empresa tem sociedade com a multinacional norueguesa Yara, que possui 60% de suas ações – juntas, as duas companhias representam cerca de 20% da produção de fertilizantes fosfatados no Brasil. É mais um sinal da ligação entre grandes empresas e a destruição da natureza no sertão do estado, como mostrado na reportagem “A Devastação do Piauí”, publicada na edição 19 da Rolling Stone Brasil, em abril de 2008.
Na fazenda que fornecia madeira para a Galvani, 18 trabalhadores foram encontrados em condições análogas à escravidão. Como no Brasil colonial, os homens eram obrigados a pagar até pelo material que utilizavam no desmate
Em pleno século 21 e diante das mudanças climáticas, utilizar matriz energética extraída de biomassa nativa é uma opção ambientalmente reprovável, que desrespeita a natureza e sua biodiversidade em favor do lucro inconsequente, comprometendo a imagem das duas indústrias. A jazida explorada pela Galvani fica ao lado da cidade de Guaribas, símbolo das desigualdades sociais do Brasil e do combalido programa Fome Zero, que terminou virando escândalo alimentado pela má gestão e desvio de verbas no início do governo Lula.
Do latim, Homo sapiens significa “homem sábio”, na perspectiva da Roma antiga. Na atualidade, no meio de uma floresta do semiárido, esse “sábio” pode ser sinônimo de vantagem, lucro imediato e interesse irracional. Levar adiante um desmatamento em uma propriedade com 11.941 hectares – o equivalente a 12 mil campos de futebol –, dentro do Corredor Ecológico que liga os parques nacionais da Serra da Capivara e da Serra das Confusões, duas das mais importantes reservas naturais brasileiras, não poderia ficar impune.
A fiscalização do ministério Público do Trabalho deixou evidente a participação da Galvani e da Yara nas irregularidades. Apesar de a retirada da mata estar sendo realizada por uma pequena empresa, a Agrosilvipastoril e Construtora Ltda., a madeira extraída do local era exclusivamente usada pela Galvani. O trabalho estava sendo feito com autorização da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semar), e a ideia era explorar, por 12 anos, 8.850 hectares por meio de um Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS). Mas de sustentável o projeto não tinha nada: no local, a força-tarefa do MPT comprovou que o regime trabalhista se assemelhava ao de escravos. Apesar de aprovado pelas autoridades ambientais, o PMFS não tinha sequer um estudo e nem ao menos o relatório de impacto ambiental, conhecido como EIA-Rima, obrigatório em qualquer empreendimento desse porte.
Para o pesquisador José Alves de Siqueira Filho, autor de A Flora das Caatingas do Rio São Francisco, ganhador do prêmio Jabuti de literatura e diretor do Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas (Crad), a proliferação de planos de manejo sem entendimento científico na Caatinga, em que o único interesse é a retirada da madeira, não tem justificativa. “Todo o conhecimento que temos hoje sobre a Caatinga ainda é pífio para autorizar esse tipo de uso dos recursos naturais. Manejo florestal pressupõe conhecimento sobre a biodiversidade da região, fiscalização e restauração ecológica, principalmente em áreas do semiárido. Caso contrário, depois da retirada da mata tudo vira um deserto”, explica.
Segundo a coordenadora da Rede Ambiental do Piauí (Reapi), Tânia Martins, o prejuízo para o Brasil é imenso, pois além da perda de vegetação nativa e das condições degradantes de trabalho, as estradas da região estavam sendo danificadas pelo incessante trânsito de caminhões. “Fora os crimes ambientais, tínhamos recebido inúmeras denúncias de que, diariamente, dezenas de veículos transportavam madeira e minérios acima do peso permitido, comprometendo também a saúde dos moradores dos povoados locais, que convivem com a poeira e com os rejeitos minerais oriundos da produção industrial”, alerta.
A Reapi esclarece que, no Piauí, a empresa Galvani já tinha sido multada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por despejar esse tipo de resíduo nas estradas da região, causando doenças respiratórias na população do povoado Lagoinha, zona rural do município de Caracol. Ainda segundo a Reapi, dois outros projetos de desmatamento que se destinavam a fornecer madeira para a indústria paulista também já tinham sido embargados pelo órgão ambiental.
Na operação do ministério Público do Trabalho realizada na fazenda Bate-Bate, as irregularidades que cercavam a extração da madeira que alimenta os fornos da Galvani eram inúmeras. “Todos os 18 trabalhadores que encontramos no local estavam sem receber salários desde o início dos serviços, em abril, e a empresa não disponibilizava equipamentos de proteção individual, conhecidos como EPIs – obrigatórios pela legislação trabalhista”, dispara o procurador Carlos Henrique Pereira Leite, que coordenou a operação. “Além disso, não existia alojamento adequado e muitos dos recrutados dormiam na mata, ao relento, sem qualquer estrutura ou abrigo.”
Os funcionários da fazenda precisavam utilizar motos próprias em péssimo estado de conservação para se deslocar até as áreas de desmate e não tinham registro na carteira de trabalho. Recebiam alimentação e água com baixa qualidade e higiene, coletada de forma improvisada em um poço aberto no local. “Eles vestiam roupas desgastadas pelo uso contínuo, estavam claramente abatidos e desprotegidos de direitos e garantias”, declara Carlos Leite.
Para piorar, tinham descontadas da folha de pagamento as despesas de deslocamento, alimentação e até de materiais utilizados nos serviços, como combustível, óleo do motor e correntes de corte necessárias para operar motosserras. Isso foi comprovado com a apreensão de cadernetas que lembram métodos da colonial Casa-Grande, em que, ao final do mês, em vez de receber salários, os trabalhadores ficavam devendo ao dono da fazenda. A operação na Caatinga piauiense teve a colaboração operacional de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a participação de fiscais da Procuradoria do Trabalho, entre eles o analista pericial em Engenharia de Segurança do Trabalho, Fernando Castro Garcia, e o técnico em Segurança Institucional de Transportes, Francisco Alexandre Borges.
Apesar de a jazida de fosfato operada pela Galvani estar localizada na Bahia, a empresa será multada pelo MPT-PI, pois era a única consumidora da madeira extraída do desmatamento na fazenda Bate-Bate. “A Galvani tem contrato com essas pequenas empresas instaladas no Piauí e total conhecimento de que ali as condições eram análogas às de trabalho escravo”, garante Leite. “Os fiscais da Galvani já tinham comprovado isso, algo que foi reconhecido pelos advogados da própria empresa durante audiência pública no último mês de julho.”
Carlos Leite decidiu que outras companhias que possam estar praticando desmatamentos na área e fornecendo madeira para a Galvani serão fiscalizadas, pois é possível que estejam mantendo os funcionários nas mesmas condições. O caso já foi comunicado à Coordenação Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete), que vai montar agora uma força-tarefa para investigar a mineradora em todo o território nacional. A empresa já responde a uma ação civil pública em trâmite na Vara do Trabalho em Barreiras, oeste da Bahia, mas que, segundo seus advogados, não guarda nenhuma relação com o caso do Piauí.
O processo atual está correndo na Procuradoria do Trabalho no município piauiense de Picos. Na primeira audiência, os proprietários da fazenda Bate-Bate foram ouvidos e multados em R$ 50 mil, além de se comprometerem a indenizar os trabalhadores e paralisar imediatamente a extração. O procurador afirma que a Galvani será responsabilizada pela conivência com as irregularidades trabalhistas e terá que pagar uma multa que, pelos cálculos iniciais do MPT, pode chegar a R$ 2 milhões. “Mesmo que o trabalho degradante aconteça na ponta da cadeia produtiva, quem está no topo deve responder compulsoriamente pelas irregularidades”, sentencia Carlos Leite. A ideia é propor um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para que a empresa paulista se comprometa a investir esse valor como uma espécie de compensação referente aos danos morais, trabalhistas e ambientais e por todos os prejuízos coletivos causados na região, fazendo inclusive a restauração de áreas degradadas.
A área explorada fica a apenas 10 quilômetros dos limites do Parque Nacional da Serra das Confusões, que tem espécies da flora e fauna ameaçadas de extinção, entre elas a onça-pintada, o tatu-bola e o tamanduá-bandeira
Segundo registra a ata da audiência na Procuradoria do Trabalho, a gerente jurídica da Galvani, Maria Carolina de Lima Esteves, e a advogada Fábia Diogo Valente Pinto informaram que a empresa já rescindiu o contrato com a Agrosilvipastoril e suspendeu o contrato que mantinha com outro fornecedor da região (segundo a empresa, o contrato com a Agrosilvipastoril data de 1 de junho e foi rescindido no dia 30 de junho). No mesmo documento o gerente da unidade de mineração da empresa, Ricardo Guimarães Auzier, não soube informar a lista dos seus fornecedores de biomassa, mesmo confessando que compra madeira do Piauí há cerca de quatro anos, desde que assumiu o cargo na unidade baiana localizada no povoado Angico dos Dias.
Também ficou registrado que a Galvani tinha conhecimento e verificado in loco as irregularidades na fazenda Bate-Bate no momento da inspeção pré-contratual. Os próprios trabalhadores admitiram ao fiscal enviado pela empresa que não possuíam carteira de trabalho assinada, alojamento, transporte nem faziam alimentação no local. Auzier, no entanto, disse que a Galvani tinha dado um prazo para saneamento dessas irregularidades e “que possui um sistema de gestão baseado na qualificação, avaliação e desenvolvimento dos fornecedores, incluindo auditorias que costumam verificar o cumprimento dos quesitos referentes à saúde e à segurança do trabalho, além da observância das normas trabalhistas”. Por que, então, os homens que retiravam a madeira da Caatinga para os fornos da Galvani não foram tratados segundo essas premissas?
Essa não é a primeira vez que a Galvani é suspeita de incentivar, patrocinar ou ser conivente com irregularidades socioambientais praticadas na região Sudeste do Piauí. Nos últimos anos, a empresa vem sendo apontada por movimentos sociais como financiadora de um verdadeiro extermínio florestal nas matas nativas e em fazendas da região, em especial nas grandes plantações de caju e nas matas de algaroba (Prosopis juliflora). Aproveitando uma brecha da lei, a empresa consumiu uma enorme quantidade de madeira dessa espécie (a algaroba, cultivada amplamente no Nordeste, não é protegida pela legislação brasileira por ser uma árvore exótica, oriunda do deserto de Piúra, no Peru). Há relatos de que o transporte da madeira nativa pode ficar encoberto pela algaroba, o que facilita a passagem pela fiscalização . Em resposta à reportagem, a empresa diz que o uso de biomassa é permitido por lei, e que, na unidade baiana, “a biomassa se mostrou a opção adequada neste momento por ter o balanço da emissão de CO2 nulo e ser menos poluente que os combustíveis fósseis”. A Galvani também garante que seus fornecedores têm em dia todas as licenças necessárias para atuação no Piauí. O que leva a outro questionamento: por que a Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Piauí permite que Projetos sem EIA-RIMA sejam realizados?
Anos atrás, lideranças sindicais, trabalhadores rurais, líderes comunitários e vereadores contrários aos desmatamentos fizeram manifestações públicas nas cidades da região, denunciando que grande parte das áreas desmatadas nos municípios de Fartura do Piauí, Várzea Branca, Caracol, São Braz, Anísio de Abreu, Jurema, Bonfim e Guaribas, além de outras no território baiano, parecem ter as digitais da indústria paulista, que se tornou uma voraz consumidora de madeira nativa extraída das matas da Caatinga.
Um dos momentos dessa resistência às novas atividades econômicas que querem se implantar no semiárido do Piauí foi o protesto Grito do Semiárido, que no final de 2014 reuniu mais de 2 mil pessoas na cidade de São Raimundo Nonato (525 quilômetros de Teresina). O movimento foi coordenado por entidades ligadas à Igreja Católica, Comissão Pastoral da Terra (CPT), Cáritas, Sindicato de Trabalhadores Rurais, Associações de Pequenos Produtores Rurais, Movimento de Mulheres e estudantes. “A reação foi porque a mineração é uma alternativa que está sendo pensada e discutida para o semiárido do Piauí e isso traz consequências para as políticas públicas que estão sendo desenvolvidas nesse mesmo território”, diz o coordenador da CPT no Piauí, Antônio Euzébio de Sousa. “Projetos de mineração irão obrigar as famílias a saírem de suas áreas e, em consequência, as políticas públicas não virão.” Ele reitera que a mineração, a derrubada da mata e a produção de carvão geram fortes impactos ambientais, fazendo com que as famílias precisem sair de suas comunidades e se estabelecer na periferia das cidades.
O promotor regional ambiental Vando da Silva Marques afirma que após o Grito do Semiárido foi elaborado um relatório sobre as atividades de mineração e desmatamentos na região e que a Promotoria Ambiental está analisando os casos. “Estamos instaurando inquéritos para investigar as supostas irregularidades até para conseguir intermediar essas ações com os interesses das comunidades locais e tomar as medidas cabíveis”, declara.
Para a Galvani, a suspeita de financiar o desmatamento na fazenda Bate-Bate é ainda mais grave em função de a região fazer parte do Corredor Ecológico Capivara-Confusões, uma importante reserva que liga os parques nacionais Serra da Capivara e Serra das Confusões, guardiãs do que restou da Caatinga selvagem no país (inclusive, a Serra da Capivara, que detém o maior número de sítios arqueológicos das Américas, foi lembrada na cerimônia de encerramento das Olimpíadas no Rio de Janeiro). A área do desmate flagrada na operação do Ministério Público do Trabalho fica a menos de 10 quilômetros dos limites do Parque Nacional da Serra das Confusões, que tem espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção, entre elas a onça-pintada, o tatu-bola e o tamanduá- -bandeira. São animais que praticamente só restaram em áreas protegidas e que são muito perseguidos pelos caçadores.
Segundo os agentes federais que participaram da ação na fazenda Bate-Bate, alguns trabalhadores admitiram que comiam animais silvestres capturados eventualmente durante a derrubada da mata, como tatus, cutias, zabelês e jacus. “Configurar um flagrante nesses casos é bem complicado, pois os trabalhadores são orientados a manter muita discrição e nunca permitir que um animal silvestre morto seja encontrado pela fiscalização. Esse tipo de atividade poderia embargar o projeto, então é um crime dissimulado, escondido”, diz o assessor do Núcleo de Comunicação Social da PRF-PI (NUCOM), Fabricio Loiola. “Como a fazenda se encontra em uma grande chapada, com terras a perder de vista, é complicado saber onde estão os limites da propriedade e, com isso, desenvolver ações preventivas.” Na última semana de agosto, por meio de uma denúncia anônima, guardas-parque da Serra da Capivara flagraram no restaurante Recanto dos Pássaros, na cidade de São Raimundo Nonato, dois empresários e um médico se preparando para consumir um tatu que pode ter sido capturado no Corredor Ecológico, já que um dos acusados é o proprietário de máquinas e caminhões que trabalhavam na fazenda Bate-Bate. No entanto, quem assinou o Auto de Infração Ambiental foi uma quarta pessoa, eximindo o representante da Bate-Bate de envolvimento com o episódio. “Nunca arriscaríamos nosso Projeto por uma ou outra caça”, declarou Álvaro Galvão, responsável pela fazenda.
"Todo o conhecimento que temos hoje sobre a Caatinga ainda é pífio. Manejo florestal pressupõe conhecimento, caso contrário depois da retirada da mata tudo vira um deserto", explica o pesquisador José Alves de Siqueira Filho
A própria questão fundiária é controversa na região. A Agrosilvipastoril, responsável pela fazenda Bate-Bate, tentou apoio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para implantar o projeto de extração de madeira, mas a instituição bancária aparentemente suspendeu o processo de um financiamento exatamente pela não comprovação dos títulos de propriedade das terras. Como faz parte do corredor ecológico, existe grande possibilidade de estar localizada em terras devolutas do estado do Piauí. O jornal Diário do Povo, de Teresina, publicou que “a fazenda faz parte de uma gleba que está em processo de litígio familiar, herança de família ainda não definida ou reconhecida pela Justiça”.
Em nota de esclarecimento enviada para a imprensa, a Agrosilvipastoril rebate o flagrante do Ministério Público do Trabalho e todas as acusações de maneira insípida e protocolar. “Nossa empresa se pauta pelo respeito ao meio ambiente, às questões sociais, tendo junto aos órgãos responsáveis todos os procedimentos legalizados e averbados.” Em outro documento anexado ao processo, os responsáveis pela Bate-Bate contestam a ação trabalhista afirmando que no momento da fiscalização grande parte dos trabalhadores encontrados no local não eram funcionários da empresa, e que coincidentemente estavam ali em busca de emprego. No fechamento desta reportagem, os representantes disseram que qualquer irregularidade constatada será revista e que em breve irão colocar em prática um plano de integração social que prevê melhorias para as comunidades no entorno da área de onde a madeira é retirada, qualificação de mão de obra e até a construção de um viveiro de mudas para recuperação de regiões degradadas.
A Procuradoria do Trabalho determinou a suspensão imediata das atividades na fazenda até que os trabalhadores sejam regularizados com a comprovação do pagamento de todas as verbas devidas, indenizações e multas. Com isso, a Rede Ambiental do Piauí acionou o Ministério Público Federal (MPF), solicitando uma investigação sobre as supostas irregularidades na atuação da empresa e das indústrias no Piauí. Segundo o procurador imda República Tranvanvan Feitosa, toda a documentação referente ao empreendimento foi solicitada à Secretaria Estadual do Meio Ambiente para análise. Além disso, o procurador determinou uma fiscalização federal e estadual na fazenda. Feitosa é conhecido por analisar as questões que envolvem o meio ambiente com rigor e já foi protagonista de importantes decisões que penalizaram projetos que descumpriam a legislação ambiental no Piauí.
Nas últimas semanas de agosto, para cumprir a determinação do MPF, uma equipe do ICMBIO sediada no Parque Nacional da Serra da Capivara fez uma vistoria na fazenda Bate Bate. Segundo a analista ambiental Melina Rangel, que coordenou a fiscalização, na análise superficial do desmate ficou claro que a empresa não tinha conhecimento das regras que precisam ser seguidas em um Plano de Manejo Florestal Sustentável. Irregularidades como derrubada de árvores jovens ou porta-sementes foram comprovadas na área. O relatório agora deve ser encaminhado para o parecer do procurador da república Tranvanvan Feitosa.
Fora a questão ambiental, a Agrosilvipastoril pode ter sua licença cassada caso fiquem comprovadas as irregularidades trabalhistas. “Um Plano de Manejo Florestal Sustentável exige que todas as áreas estejam devidamente regularizadas e a questão trabalhista está incluída. É claro que se as denúncias forem comunicadas oficialmente à Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Piauí, faremos o cancelamento da emissão do Documento de Origem Florestal (DOF), que permite a retirada e o transporte da madeira”, afirma o superintendente Carlos Moura Fé, que ironicamente é o responsável pela aprovação de dezenas de PMFS dentro da Secretaria.
O caso também repercutiu no Congresso Nacional. Na tribuna da Câmara, o deputado federal José Francisco Paes Landim (PTB-PI) contestou as decisões da Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Piauí, que tem aprovado projetos de desmatamento em uma área tão frágil, cercada por dois parques nacionais: “Fica aqui o questionamento: estamos autorizando a supressão da vegetação nativa da Caatinga, nosso maior patrimônio natural, sem nenhuma vantagem para o povo do Piauí, já que a empresa Galvani tem sede na Bahia e todos os impostos oriundos de suas atividades minerais são recolhidos no estado vizinho, deixando em nosso território apenas a terra devastada e as consequências futuras com secas ainda mais graves e o empobrecimento da população”.
Em seu site oficial, a mineradora Galvani explica que teve origem na década de 1930 como uma indústria de bebidas e uma empresa de transportes, em São João da Boa Vista, interior de São Paulo. Entre as décadas de 1960 e 1970, especializou-se no transporte e no manuseio de fertilizantes. Somente em 1983 iniciou em Paulínia a implantação de um dos maiores complexos industriais de produção de fertilizantes do Brasil, envolvendo a fabricação de ácido sulfúrico, superfosfato, granulação, mistura e ensaque.
Em 1992, instalou-se em Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, com uma fábrica de fertilizantes líquidos. Em seguida, vieram a primeira fábrica de superfosfato da Bahia, uma planta de granulação e a segunda unidade de sulfúrico do estado, além da única indústria de fertilizantes da região. Atualmente a empresa realiza atividades de mineração, beneficiamento, industrialização e distribuição de fertilizantes fosfatados, com unidades em São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso e Ceará, empregando cerca de 1.800 pessoas, entre trabalhadores próprios e terceirizados. O faturamento anual é de aproximadamente R$ 720 milhões de reais. Em dezembro de 2014, formou uma joint venture (união de duas ou mais empresas já existentes com o objetivo de iniciar ou realizar uma atividade econômica comum) com a europeia Yara, que passou a ter 60% das ações da empresa. Curiosamente, a Galvani divulga ter entre seus compromissos prioritários a busca de soluções para reduzir os impactos ambientais gerados pelo
seu processo de produção de fertilizantes.
Contrariando essas diretrizes, na ata da audiência entre a empresa e o Ministério Público do Trabalho, ficou comprovado que o combustível empregado na etapa de secagem do minério fosfato é a biomassa oriunda de florestas nativas, já que a empresa não tem propriedades na área com produção de madeira exótica como pinos, eucalipto ou outras espécies para consumo próprio.
Não é preciso ser um ambientalista fervoroso para enxergar que, se abrissem mão de parte do lucro na cadeia de produção, as indústrias poderiam substituir o uso de madeira nativa por florestas cultivadas ou outras opções ambientalmente mais controladas. Quando decidem alimentar seus fornos comprando madeira com procedência duvidosa, oriunda em alguns casos da exploração degradante do trabalho humano, empresas como a Galvani e a Yara causam consequências sérias – e muitas vezes sem volta – ao território brasileiro.
Passagem para a Vida Silvestre
Corredor Ecológico ligando a Serra da Capivara e a Serra das Confusões, no Piauí, não cumpre a promessa de proteger a região
O Corredor Ecológico Capivara-Confusões foi criado pela ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva em março de 2005. São 412 mil hectares unindo as porções de Caatinga que ligam os parques nacionais da Serra da Capivara (Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, com 130 mil hectares) e da Serra das Confusões (a maior reserva de Caatinga do planeta, com 825 mil hectares). O Corredor Ecológico equivale a mais de 400 mil campos de futebol e deveria ser uma espécie de “estrada verde” entre as duas unidades de conservação, ajudando a recuperar e preservar o ambiente natural da região e facilitando a dispersão de vegetais e a circulação de animais de diferentes espécies. A área engloba terras dos municípios piauienses de Caracol, Jurema, Guaribas, Anísio de Abreu, Bonfim, São Raimundo Nonato, São Braz, Tamboril, Canto do Buriti e Brejo do Piauí.
A ideia de garantir a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais do lugar parece ter ficado apenas no papel. Cercado por dezenas de assentamentos de semterra e abandonado pelas autoridades ambientais, o Corredor se transformou em uma espécie de Disneylândia para caçadores e empresas que realizam desmatamentos ilegais. Sem nenhum tipo de fiscalização, a impunidade reina na área. O governo do Piauí tentou ajudar na preservação, criando, em 2008, a Estação Ecológica da Chapada da Serra Branca, uma reserva estadual com 24 mil hectares, mas infelizmente o projeto não andou. Se estivesse sendo preservada, toda a região, que soma mais de 1 milhão de hectares de Caatinga, poderia ser tombada pela Unesco como Patrimônio Natural e Cultural da Humanidade.
O duplo título que poucos lugares do mundo ostentam poderia ajudar a retirar um pedaço do Piauí dos mapas dos piores indicadores sociais do Brasil.
Com o Poder do Euro
Empresa norueguesa Yara, com mais de 60% das ações da Galvani, é conivente com as atividades da companhia brasileira
A Noruega tem histórico de ações focadas em sustentabilidade e em defesa da natureza. No Brasil, por exemplo, a nação é a mantenedora do Fundo Amazônia, que destina milhões de euros para a conservação da floresta. A empresa Yara foi fundada no país em 1905 para, segundo seus criadores, solucionar o então crescente problema da fome na Europa. Hoje é uma multinacional com presença em vários continentes e vendas para 150 países. No Brasil desde 1977, tem escritórios em Porto Alegre e em São Paulo. Diz usar seu know-how de companhia global para oferecer “soluções para a agricultura sustentável e para o meio ambiente, adotando em todas as suas unidades no mundo os padrões mais exigentes de ética e conformidade”.
Para atender o segmento agrícola no Brasil, a empresa conta com três unidades de produção, granulação e ensaque de fertilizantes e 25 unidades industriais, com presença nos principais portos e polos de produção agrícola. Aparentemente, o código de conduta da Yara fica apenas na retórica. A empresa afirma que “ética e conformidade são inegociáveis e nunca permitimos que sejam comprometidos”. E ainda desafia: “Nunca os comprometemos. Mas, afinal, por que a Yara adota essa política de tolerância zero? Porque entendemos que o sucesso só pode ser comemorado quando obtido da forma correta”. No papel, soa lindo– infelizmente, as palavras ditadas pela empresa não estão valendo para a Caatinga piauiense.
Fonte: RollingStone
Depois da Tempestade
30 de Maio de 2016, 8:43 - sem comentários aindaComo ocorre acontecer, depois da tempestade vem a calmaria. Eles adormeceram. Como anjos desfrutaram o silêncio da madrugada como se nada, absolutamente nada, tivesse acontecido.
O Sol raiou e ofuscou seus olhos ainda fechados. Brux@s encabrunhad@s, despertaram para o novo dia. Abriram as janelas e o sol já não mais iluminava. Se entreolharam, como se nada entendessem.
Como poderia aquele sol tão forte os ter despertado e segundos depois estar escondido sabe-se lá onde.
Seria a calmaria depois da tempestade? Seria ilusão de brux@s?
Seria um sonho mal vivido ou acordar mal despertado.
Ela o olha. Passa vistas em todo o seu corpo como quem busca entender o que aquilo tudo significa e do nada dispara:
"Amigo velho amar não me compete
Eu quero é destilar as emoções"
E como se estivesse no automático ele responde
"Sentimental eu fico
Quando pouso na mesa de um bar
Eu sou um lobo cansado carente
De cerveja e velhos amigos"
Eles se olham. Se enojam por tudo que foi dito e não dito. Se viram de costas. Já não mais se vem. Nada sentem. Nada pressentem. Vestem-se.
Se aprumam e caminham sem saber direito para onde, mas longe estão novamente. Tão distantes que nem sabem mais quem são ou o que ali fazem.
Sem dizer palavra caminham até a porta. Ele sai. Sem olhar para trás segue seu caminho.
Ela fica um instante ali parada. Sente-se amada e desprezada, largada, abandonada...
O que teria acontecido, por que entrou e saiu assim? O que realmente teria acontecido? Que mistério aquele bruxo guardaria consigo?
Sua poção de encanto e magia não teria funcionado? Por que ele a teria deixado?
E no meio de tantas perguntas sem respostas, ela sente um corpo a envolvê-la. A abraçá-la ternamente.
Suas vergonhas estavam novamente expostas. Ela estava desarmada, mas amada. Sentia o que não via. E não via o que sentia. Ele estava ali, de volta. Não entedera como ele entrara, de onde viera, porém ali continuava... a envolvê-la em seus braços, a acariciar sua beleza.
Ela já não o reconhecia, não o entendia. Apenas o sentia. Ele ali não estava, mas nunca estivera tão presente, tão próximo, tão querido, tão amado. Ela largou a razão.
Ligou novamente o modo bruxa e soltou toda a magia que havia dentro de si. Eles se deitaram. Abraçados, protegidos, queridos, amados. Por horas asssim ficaram, mesmo não estando, nem nunca ter estado.