O BRICS Pay, uma plataforma inovadora de pagamentos transfronteiriços que vai revolucionar as transações internacionais entre os países membros. Inspirado em sistemas nacionais como o Pix brasileiro e o SBP russo, esse novo mecanismo busca promover a desdolarização e fortalecer a autonomia financeira do Sul Global.
O BRICS Pay é uma plataforma descentralizada projetada para facilitar transferências rápidas, seguras e de baixo custo entre bancos dos países do BRICS.
Diferente do sistema SWIFT, que é dominado pelo Ocidente e depende amplamente do dólar, o BRICS Pay opera de forma independente, utilizando tecnologias avançadas como blockchain e um sistema de mensagens cross-border (DCMS), desenvolvido pela Universidade de São Petersburgo.
Em essência, o sistema permite transações diretas em moedas locais, eliminando a necessidade de conversão para o dólar. Isso reduz burocracia, taxas bancárias e riscos associados a sanções externas. Por exemplo, uma empresa brasileira pode pagar diretamente a uma fornecedora russa em reais ou rublos, sem intermediários.
A integração com ferramentas existentes, como o Pix (que agora ganha alcance internacional) e o SBP (que usa números de telefone para transações e é suportado por mais de 200 instituições financeiras russas), torna o processo simples e eficiente.
Como destacou o economista Adenauer Rockenmeyer, delegado do Corecon-SP, o BRICS Pay foi “inspirado na economia brasileira” e visa “facilitar transações diretas com moedas locais, eliminando a conversão em dólar e reduzindo custos e taxas”.
Cada operação fora do sistema tradicional enfraquece a influência do dólar no comércio internacional.
O lançamento oficial ocorreu neste mês de setembro de 2025, durante a presidência rotativa do Brasil no BRICS, liderada por Dilma Rousseff no Novo Banco de Desenvolvimento (NBD).
Embora anúncios preliminares tenham surgido em julho e agosto, a estreia foi confirmada para setembro, com foco inicial em testes entre os membros. Nas redes sociais, como o X (antigo Twitter), o tema explodiu em popularidade, com usuários celebrando o “Pix do BRICS” como um marco para o comércio livre de interferências ocidentais.
Essa iniciativa faz parte de um esforço maior do bloco para reequilibrar o poder econômico global, especialmente em um cenário de tensões geopolíticas e sanções impostas pelos EUA, como as aplicadas à Rússia.
Atualmente, o dólar domina cerca de 88% das transações internacionais, mas o BRICS Pay representa um desafio direto a essa hegemonia. Ao priorizar moedas locais, o sistema oferece vários benefícios: –
Elimina taxas de conversão e exposição a flutuações do dólar, o que é especialmente vantajoso para o comércio intra-BRICS, que movimenta bilhões anualmente.
Torna as economias menos vulneráveis a sanções externas, promovendo soberania financeira e protegendo contra pressões geopolíticas. –
Projeções iniciais indicam que o uso de moedas nacionais pode aumentar em 20-30% nas transações entre membros nos próximos anos, acelerando o intercâmbio econômico. No entanto, desafios não faltam. A adoção gradual por bancos e a expansão para novos membros do BRICS (como Egito, Etiópia e Irã) serão cruciais para o sucesso. Analistas veem isso como um “passo estratégico” para redefinir o futuro das finanças globais, com pilares em inovação, autonomia e cooperação.
O BRICS Pay não é apenas uma ferramenta técnica; é um símbolo de mudança no equilíbrio de poder econômico mundial. Ao reduzir a dependência do dólar, o bloco abre portas para um sistema mais inclusivo e justo, beneficiando especialmente nações emergentes como o Brasil.
A seguir alguns artigos já publicados de 2023 pra cá sobre o tema:
