Go to the content

Luiz Muller Blog

Go back to Blog
Full screen Suggest an article

Milhares de Servidores Públicos protestaram nas ruas de Porto Alegre Contra o Desmonte IPE e da Educação Pública do RS

Agosto 18, 2025 16:59 , by Luíz Müller Blog - | No one following this article yet.
Viewed 48 times

Porto Alegre foi palco de uma manifestação histórica na sexta-feira (15), quando cerca de 2 mil educadores — tanto da ativa quanto aposentados —, servidores públicos de diversas áreas e estudantes de todo o Rio Grande do Sul se uniram em um ato de resistência e indignação.

A mobilização, organizada pelo CPERS (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Sul) e pela Frente dos Servidores Públicos do RS (FSP/RS), protestou contra o arrocho salarial imposto pelo governo Eduardo Leite (PSD) e o desmonte do IPE Saúde, exigindo valorização, respeito e direitos para o funcionalismo estadual.O Ato Público Unificado começou em frente à sede do CPERS e seguiu em marcha até o Palácio Piratini, sede do governo estadual.

Nem a garoa nem o frio dissuadiram os participantes, que incluíam professores, funcionários de escolas, profissionais da saúde, segurança e justiça, além de representantes da juventude. Nas ruas, ecoaram demandas por uma reposição salarial imediata de 12,14% e pela manutenção de um IPE Saúde público, digno e acessível a todos os servidores.

Ao final da marcha, lideranças do funcionalismo tentaram uma audiência com o governador Eduardo Leite, mas foram mais uma vez ignoradas — um gesto que reforça o desprezo do Executivo estadual pelos profissionais que dedicam suas vidas à educação, ao cuidado e à proteção da população gaúcha. Essa recusa ao diálogo simboliza a postura intransigente do governo, que tem sido criticada por priorizar agendas privatistas em detrimento do serviço público.

Essa mobilização na capital gaúcha representa o ápice de uma série de atos promovidos pela FSP/RS desde junho, com eventos em cidades como Santo Ângelo, Passo Fundo, Pelotas e Santa Maria. Esses protestos envolveram os 42 núcleos do CPERS e demonstram que a insatisfação com as políticas do governo Leite se espalha por todo o estado, unindo servidores e comunidades em uma luta coletiva.

A presidente do CPERS, Rosane Zan, criticou duramente a visão do governo, que, segundo ela, trata o setor público como uma empresa privada. “O governo acredita que o público deve ser privatizado, que a educação tem que funcionar como uma empresa. Nós defendemos uma escola humanizada, que forme cidadãos críticos, como queria Paulo Freire. Falta solidariedade por parte deste governo — especialmente com aposentados e funcionários de escola, que vêm sendo duramente atacados”, afirmou Zan.

Ela também destacou a participação do movimento estudantil, que se integrou ao ato na mesma semana do Dia do Estudante (11 de agosto). “O governo posa de aberto ao diálogo, mas não recebe a Frente dos Servidores. Vamos seguir pressionando por reposição salarial e por um IPE Saúde que atenda a todos. A luta continua”, concluiu a presidente.

Jovens do Colégio Júlio de Castilhos iniciaram sua caminhada separadamente e se juntaram aos servidores na Praça da Matriz, carregando cartazes em defesa da soberania brasileira e da educação pública.

Alejandro Guerrero, presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE/RS), enfatizou: “Não tem como falar em valorização dos trabalhadores sem falar em defesa da soberania brasileira”.

Helenir Aguiar Schürer, ex-presidente do CPERS e atual secretária de Formação da CUT-RS, condenou o Programa de Reconhecimento da Educação Gaúcha, que promete um “14º salário” condicionado a metas da Secretaria da Educação (Seduc). “Essa lógica meritocrática ignora as condições reais de trabalho e tenta dividir a categoria. Queremos piso cumprido, plano de carreira valorizado e condições dignas, não penduricalhos que desaparecem na aposentadoria”, disse Schürer.

Ela ainda alertou para o caráter eleitoreiro da proposta: “Esse 14º só seria pago em 2026, depois das eleições. É propaganda barata. Aqui, o que queremos é: Fora Leite!”No âmbito da saúde, as críticas ao sucateamento do IPE Saúde foram veementes.

Érico Corrêa, presidente do Sindicaixa, denunciou uma nova instrução normativa que limita os dias de internação cobertos pelo instituto: “Depois disso, o IPE Saúde não paga mais e a conta fica para o hospital. É mais um golpe contra quem depende do Instituto”.

Fabiano Zalazar, secretário-geral do Sindjus, apontou para um plano deliberado de desmonte: “Leite precariza, desmonta e depois privatiza. É o modelo liberal que penaliza servidores e ameaça toda a população.”

O ato recebeu apoio de parlamentares e contou com a presença de representantes da direção central e dos 42 núcleos do CPERS.

A mensagem central foi inequívoca: a defesa do serviço público não é uma causa isolada dos servidores, mas uma necessidade vital para toda a sociedade. Cada ataque ao funcionalismo resulta em perda de qualidade nos serviços essenciais à população.

O Rio Grande do Sul só progredirá com investimentos reais, diálogo aberto e compromisso genuíno com o povo.

A luta permanece viva nas ruas, nas escolas e em todos os espaços sociais. Avante, trabalhadores!


Source: https://luizmuller.com/2025/08/18/milhares-de-servidores-publicos-protestaram-nas-ruas-de-porto-alegre-contra-o-desmonte-ipe-e-da-educacao-publica-do-rs/

Novidades