Ministro condenado e assessor arredio negam promessas de Bolsonaro aos militares
20 de Dezembro de 2018, 21:39Na noite passada, o judiciário paulista condenou Ricardo Salles (Novo), ex-secretário estadual de São Paulo e futuro ministro do Meio Ambiente por improbidade administrativa.
Por Redação – de Brasília e Rio de Janeiro
Na contramão das promessas de campanha, o governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), ainda não começou e já coleciona políticos emaranhados em casos de corrupção com inquéritos ou condenações no Judiciário. A sequência de fatos tem causado o incômodo de oficiais graduados das três Forças Armadas, principais apoiadores da candidatura de extrema direita. O primeiro a cobrar explicações tem sido o vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB).
Mourão foi impedido de falar em nome de Bolsonaro, após declarações polêmicasNa noite passada, o judiciário paulista condenou Ricardo Salles (Novo), ex-secretário estadual de São Paulo e futuro ministro do Meio Ambiente por improbidade administrativa.
A decisão é da 3ª Vara da Fazenda Pública da Capital, que determinou a suspensão dos direitos políticos de Salles por três anos. Salles, que pode recorrer da decisão, é acusado pelo Ministério Público de fraudar processo do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, em 2016.
“Além da violação de normas legais e regulamentares com a plena consciência de que tolhia a participação de outros setores que compunham o sistema ambiental e de que atendia a interesses econômicos de um grupo restrito em detrimento da defesa do meio ambiente escopo de sua pasta no Poder Executivo, o então secretário violou os princípios constitucionais administrativos da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade”, diz o texto da decisão.
Novo depoimento
O futuro ministro também está condenado ao pagamento de multa civil em valor equivalente a dez vezes a remuneração mensal recebida no cargo de secretário. Os valores serão apurados no processo, segundo decisão judicial.
Ainda na lista dos envolvidos em situações não inteiramente explicadas à Justiça consta o militar da reserva Fabrício Queiroz, ex-motorista do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro. Ele não compareceu ao depoimento no Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MP-RJ), onde era aguardado na tarde desta quarta-feira, para esclarecer sobre movimentações suspeitas em sua conta bancária.
O movimento foi identificado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), da ordem de cerca de R$ 1,2 milhão, no período de janeiro de 2016 a janeiro de 2017. O novo depoimento do ex-assessor do filho mais velho do presidente eleito, Jair Bolsonaro, foi remarcado pela Procuradoria-Geral de Justiça para esta sexta-feira, também a partir das 14h.
Bom salário
Os advogados de Fabrício Queiroz alegaram que “não tiveram tempo hábil para analisar os autos da investigação” para justificar a ausência do seu cliente. Eles também alegaram que o suspeito sofreu “inesperada crise de saúde”, segundo informou o MP-RJ.
O nome de Queiroz aparece no relatório do Coaf que integrou a investigação da Operação Furna da Onça, um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio. Segundo as informações do documento, nos 13 meses em que movimentou R$ 1,2 milhão em uma única conta bancária ele recebia salário de R$ 23 mil por mês.
Ainda segundo o relatório, ele repassou R$ 24 mil para Michelle Bolsonaro, futura primeira-dama. Sobre este pagamento, Jair Bolsonaro afirmou que era referente à quitação de um empréstimo de R$ 40 mil feito por ele a Queiroz. Flávio Bolsonaro – que não é investigado – afirma que não fez “nada de errado” e que espera “que o caso seja esclarecido”.
Sumiço
A ausência do ex-motorista ao depoimento aumenta as suspeitas sobre o esquema por traz das movimentações financeiras. Segundo levantamento feito pela GloboNews em cartórios da cidade, Queiroz tem um patrimônio modesto para quem movimentou valores tão altos.
Além disso, o relatório do Coaf indica que funcionários nomeados para o gabinete de Flavio não cumpriam jornada regular na Assembleia Legislativa do Rio, quando o senador eleito foi deputado estadual, e que alguns deles chegaram a repassar até 99% dos seus salários a Queiroz.
Jair Bolsonaro, por sua vez, também se afastou ao máximo dos jornalistas.
Federais caçam Cesare Battisti para entregá-lo aos fascistas italianos
16 de Dezembro de 2018, 21:20Battisti tornou-se procurado pela polícia brasileira e pela Polícia Internacional (Interpol, na sigla em inglês), desde quinta-feira, quando o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou sua prisão.
Por Redação, com agências internacionais – de Santos, SP, e Roma
Caçado por agentes federais, em todo o país, o escritor italiano Cesare Battisti teria sido visto em Cananeia, no litoral paulista, onde vivia, há duas semanas. Depois disso, não foi mais localizado e, segundo o delegado da Polícia Civil Tedi Wilson de Andrade, responsável pela área, este é o relato mais recente, segundo a polícia confirma.
Grupo parlamentar de extrema direita, o Brasil/Itália pede para Temer extraditar BattistiBattisti tornou-se procurado pela polícia brasileira e pela Polícia Internacional (Interpol, na sigla em inglês), desde quinta-feira, quando o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou sua prisão e revogou a liminar que impedia a sua extradição para a Itália.
Neofascistas
Em seu país de origem, o vice-premier e ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, reafirmou neste domingo que, se o governo brasileiro convidá-lo para buscar foragido, ele está preparado para viajar.
— Estou falando nesta hora com o presidente brasileiro e por isso me dizem extremista e fascista. Eu e Bolsonaro temos mil defeitos, mas se, nas próximas horas, eu receber um convite para ir e pegar um avião para trazer de volta à Itália um terrorista que está morto na consciência e que não deveria ficar na praia no Brasil, mas na prisão na Itália, eu pegaria o voo — disse o representante do neofascismo italiano.
A declaração foi dada por Salvini à jornalistas na escola de formação política do partido ultranacionalista Liga.
— Se devo reeducar alguém que tem duas sentenças perpétuas, eu faço isso na cadeia — acrescentou.
Situação regular
O ex-militante do Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) foi condenado à prisão perpétua pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970. Tratava-se, no entanto, de um tribunal de exceção e o processo correu à revelia do réu. Nesta sexta-feira, o presidente Michel Temer assinou o decreto que determina o envio do estrangeiro de volta para Roma.
Mesmo antes de decretada a extradição do preso político, ele já havia desaparecido do radar.
— O que podemos afirmar com certeza é que há quinze dias, no começo do mês de dezembro, ele foi visto atravessando de balsa, que liga o bairro Porto Cubatão a Cananeia. Um policial o viu e por isso conseguimos confirmar. Na época, a situação dele estava regular, não tinha impedimentos — explica o delegado da Polícia Civil.
Muito boato
Nessa mesma época, segundo um amigo, Battisti disse que iria para o Rio de Janeiro.
— Ele foi (para o Rio de Janeiro) ver o editor e um tradutor pois ele acabou de escrever um livro sobre Cananeia e ele foi ver questões de tradução, aqui em São Paulo estava difícil, e ele foi pra isso — relata.
Diariamente, diversas denúncias sobre o paradeiro de Battisti chegam para a Polícia Civil que, imediatamente, faz diligências no local indicado. Na sexta-feira, moradores de Cananeia disseram para Polícia Civil que haviam visto Battisti na região na terça-feira. A informação, entretanto, não foi confirmada, segundo o delegado.
A decisão de Fux
Em 2007, a Justiça italiana pediu a extradição dele e, no fim de 2009, o STF julgou o pedido procedente; mas deixou a palavra final ao presidente da República. Na época, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição.
No ano passado, a Itália voltou à carga e pediu que o governo Michel Temer reabrisse o caso. A defesa do italiano, então, pediu ao STF que o governo brasileiro fosse impedido de enviá-lo de volta ao país de origem.
Transferência imediata
Na época, o ministro Luiz Fux aceitou, e concedeu uma liminar que impedia a extradição. Na quinta-feira, contudo, o magistrado voltou atrás da própria decisão reavaliou que o novo presidente teria poderes para extraditar ou não o réu.
Ainda segundo Fux, a Interpol pediu a prisão de Battisti pelos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro – por conta da suposta tentativa de saída do país com dinheiro não declarado –, o que permitirá o “reexame da conveniência e oportunidade de sua permanência no país”.
Após a decisão de Fux, então, o presidente de facto, Michel Temer, assinou o decreto da extradição do ex-guerrilheiro. Com isso, se for encontrado, Battisti já poderá ser transferido imediatamente para a Itália.
Bolsonaro e os três filhos multiplicaram a fortuna em tempo recorde
8 de Dezembro de 2018, 20:26Aos 63 anos, o líder do clã Bolsonaro declarou um crescimento na fortuna pessoal em uma década, segundo declaração de bens apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na ordem de 168%, a contar de 2006, quando ocupava uma vaga na Câmara Federal. Seu filho Eduardo, hoje deputado, ficou 432% mais rico em apenas quatro anos.
Por Redação – do Rio de Janeiro
Presidente da República eleito, o capitão da reserva Jair Bolsonaro (PSL) e seus três filhos, o senador Flávio (PSL-RJ), de 37 anos, o vereador Carlos, 36, e o deputado federal Eduardo, 34, tiveram uma sequência próspera nos últimos anos, a ponto de ampliar os bens em escalas muito acima da evolução patrimonial da quase totalidade dos brasileiros. Uma série de denúncias, nos últimos dias, no entanto, colocam em risco o bordão de campanha usado pela família de políticos fluminenses, de luta contra a corrupção.
O presidente eleito Jair Bolsonaro deve anunciar na próxima semana novos nomes para o ministérioAos 63 anos, o líder do clã Bolsonaro declarou um crescimento na fortuna pessoal em uma década, segundo declaração de bens apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na ordem de 168%, a contar de 2006, quando ocupava uma vaga na Câmara Federal. Seu filho Eduardo, hoje deputado, ficou 432% mais rico em apenas quatro anos. E Flávio, eleito senador, multiplicou em 55% o seu patrimônio, desde 2010.
Relatório do Coaf
Embora não tenham esclarecido aos eleitores o caminho percorrido para tamanho sucesso, os três, à exceção de Carlos, que chega agora ao primeiro mandato, disseram a jornalistas que aplicaram no mercado imobiliário, com a compra e venda de casas e apartamentos.
Jair Bolsonaro e seus três filhos: Eduardo (E), Flávio e CarlosBolsonaro e seus três filhos declaram a propriedade de 13 imóveis. A preço de mercado de cerca de R$ 15 milhões, a maioria dos imóveis estão situados em pontos altamente valorizados do Rio de Janeiro, como Copacabana, Barra da Tijuca e Urca. Apesar de inconsistências entre os valores pagos, efetivamente, e aqueles registrados em cartório, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) levanta dúvidas quanto à origem dos lucros.
Flávio Bolsonaro, quem teve maior crescimento patrimonial nos últimos anos, é citado em relatório do Coaf por seu relacionamento com o sargento PM Fabrício Queiroz, sobre as movimentações financeiras entre contas dele e da filha, Nathalia Melo de Queiroz.
Capital seguro
O ex-assessor é pessoa muito próxima à família Bolsonaro, há mais de 12 anos. Ele é citado no documento do Coaf por movimentar, em um ano, R$ 1,2 milhão, sem renda ou patrimônio compatíveis. Entre as pessoas que receberam recursos de Queiroz também está a primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ela descontou um cheque de R$ 24 mil que lhe foi destinado pelo motorista do enteado.
Após 36 horas, desde que o escândalo foi divulgado na mídia conservadora, Bolsonaro explica que os recursos depositados na conta da mulher provinham de um empréstimo de R$ 40 mil a Queiroz, pagos em 10 cheque de R$ 4 mil. Nas redes sociais, porém, “ficou pior a emenda do que o soneto”, opinam internautas.
De posse de um capital seguro, Flávio passou a negociar no mercado imobiliário e, ao longo dos últimos 13 anos, obteve ganhos com 19 imóveis. No patrimônio dos Bolsonaro estão incluídos, ainda, carros que vão de R$ 45 mil a R$ 105 mil, um jet-ski e aplicações financeiras, no total de cerca de R$ 1,7 milhão, de acordo com a Justiça Eleitoral e cartórios do Estado do Rio.
Casa na Barra
Em seu primeiro mandato, no ano de 1988, Bolsonaro declarou às autoridades somente um Fiat Panorama, uma moto de baixa cilindrada e dois lotes de pequeno valor em Resende, no interior do Estado do Rio. Ao todo, o patrimônio da família não passava de R$ 10 mil, em cifras atualizadas. Nem ele ou qualquer de seus filhos, há 30 anos, têm outra ocupação a não ser o exercícios dos respectivos mandatos.
Com duas ex-mulheres e a atual, destinatária dos R$ 24 mil reais depositados por Queiroz, em sua conta pessoal, Bolsonaro teve, ao todo, cinco filhos, entre eles duas mulheres. Os homens, a exemplo do pai, tiveram um enriquecimento acelerado.
Além de responder às questões levantadas na investigação do Coaf e da Polícia Federal, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), casa de Flávio Bolsonaro até janeiro do ano que vem, a família também precisará responder sobre operações financeiras que resultaram na compra da casa em que Bolsonaro vive, atualmente, na Barra da Tijuca.
Negócio suspeito
Pesam indícios de uma operação suspeita de lavagem de dinheiro, segundo os critérios do Coaf (Ministério da Fazenda) e do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci), nos processos em curso na Justiça fluminense. A empresa Comunicativa-2003 Eventos, Promoções e Participações adquiriu a casa em setembro de 2008 por R$ 580 mil. Diretora da empresa, Marta Xavier Maia disse a jornalistas que comprou o imóvel em péssimo estado, reformou-o e vendeu-o para o deputado quatro meses depois, com redução de 31%. Ela esclarece que decidiu ter prejuízo porque precisava dos recursos para adquirir outro imóvel.
O Cofeci, contudo, aponta “sérios indícios” de lavagem de dinheiro na operação na qual há “aparente aumento ou diminuição injustificada do valor do imóvel” e “cujo valor em contrato se mostre divergente da base de cálculo do ITBI”, imposto pago à prefeitura do Rio. Desde 2014, operações do tipo devem ser comunicadas ao Coaf – a unidade que detecta operações irregulares no sistema financeiro.
PSL em chamas: cheques às centenas, Onyx na linha de tiro, troca de insultos em público e Paulo Guedes, “com febre”, desaparece da mídia.
8 de Dezembro de 2018, 20:26O governo nem tomou posse e a lama já respinga no vison de suas principais estrelas: COAF de olho no filho e na mulher de Bolsonaro, Paulo Guedes na mira do MP, Lorenzoni enroscado em Caixa 2 e os campeões de votos se insultam nas redes sociais. Começou bem.
Mal formou seu ministério, e a semanas de assumir a Presidência da República, o capitão Jair Bolsonaro já coleciona pepinos de um veterano. Em poucas semanas brotaram por todos os lados problemas que jogaram para segundo plano questões efetivamente relevantes para o novo governo, como a prometida, anunciada e adiada reforma da Previdência. A verdade é que Bolsonaro tem pelo menos quatro pepinos encaroçados para solucionar nos próximos dias:
Pepino nº 1
José Carlos de Queiroz, o ex-assessor/motorista/amigo
Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e o assessor Fabrício Queiroz
Nesta quinta-feira (6), foi divulgado um relatório produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que indica movimentação financeira atípica de um ex-motorista do deputado Flávio Bolsonaro (PSL).
De acordo com reportagem da Folha, Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor parlamentar e policial militar, fez 176 saques em dinheiro de sua conta em 2016. A movimentação financeira chega a R$ 1,2 milhão, valor que inclui saques, transferências e créditos em suas contas, entre outras operações.
Flávio Bolsonaro afirmou que mantém sua confiança no ex-assessor e disse: “O Fabrício conversou comigo. Ele me relatou uma história bastante plausível e me garantiu que não teria nenhuma ilegalidade nas suas movimentações. Assim que ele for chamado ao Ministério Público, vai dar os devidos esclarecimentos”, disse o deputado.
Uma das transações registradas se refere à futura primeira-dama Michelle Bolsonaro, a quem foi destinado um cheque de R$ 24 mil do ex-assessor parlamentar.
Jair Bolsonaro saiu em defesa de sua mulher. Em nota divulgada na internet afirmou: “Emprestei dinheiro para ele em outras oportunidades. Nessa última agora, ele estava com um problema financeiro e uma dívida que ele tinha comigo se acumulou. Não foram R$ 24 mil, foram R$ 40 mil. Se o Coaf quiser retroagir um pouquinho mais, vai chegar nos R$ 40 mil”.
Bolsonaro justifica o caso dizendo que os recursos foram para a conta de Michelle porque ele não tem “tempo de sair”: “Essa é a história, nada além disso. Não quero esconder nada, não é nossa intenção.”
O relatório foi produzido no decorrer da Operação Furna da Onça, que levou à prisão dez deputados estaduais do Rio no dia 8 de novembro. Todos os servidores da Alerj tiveram suas contas bancárias esmiuçadas pelo Coaf, a pedido da Polícia Federal. Flávio Bolsonaro não é investigado pela operação.
Pepino nº 2
Paulo Guedes: de super ministro a super problema
Economista Paulo Guedes
No dia 10 de outubro, o Ministério Público Federal (MPF) de Brasília abriu Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para investigar o conselheiro econômico de Jair Bolsonaro, o economista Paulo Guedes.
Anunciado e celebrado como super ministro, Guedes é suspeito de cometer crimes de gestão fraudulenta e temerária à frente de fundos de investimentos (FIPs) que receberam R$ 1 bilhão, entre 2009 e 2013, de fundos de pensão ligados a empresas públicas. O MP também apura a emissão e negociação de títulos imobiliários sem lastros ou garantias.
Entre os fundos de pensão que repassaram valores aos FIPs administrados por Guedes estão a Funcef, da Caixa, Postalis, dos Correios, Previ, do Banco do Brasil e BNDESPar – fundo de investimento do BNDES.
De acordo com o Estadão, a investigação foi aberta com base em relatórios da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) que apontam indícios de fraudes nos financiamentos feitos pelos fundos de pensão em dois fundos de investimentos criados pela BR Educacional Gestora de Ativos, empresa de Paulo Guedes. Segundo os relatórios da Previc, os aportes nos FIPs podem ter gerado ganho excessivo a Guedes.
Pepino nº 3
Onyx Lorenzoni: o líder arrependido e sua Caixa 2
Deputado Onyx Lorenzoni
Indicado por Bolsonaro para comandar a Casa Cívil, Onyx Lorenzoni é investigado por suposto recebimento de caixa 2. Nesta sexta-feira (7), em São Paulo, durante uma coletiva, Onyx afirmou que nunca teve “nada a ver com corrupção”, que ninguém nunca vai vê-lo “envolvido com corrupção” e que não tem medo da “caneta Bic” do presidente eleito Jair Bolsonaro.
Na segunda-feira (3) o ministro da suprema corte, Edson Fachin, autorizou a abertura de um inquérito sobre caixa 2 contra ele. A apuração ocorreu em novembro sob a batuta de Raquel Dodge. Lorenzoni foi citado em delação premiada pelo réu confesso Ricardo Saud, da JBS/Friboi, como recebedor de 200 mil reais, parte desse dinheiro foi utilizado para quitar débitos de sua campanha.
“Agora, com a investigação autônoma, eu vou poder esclarecer isso tranquilamente – denúncia de caixa 2 -, porque eu nunca tive nada a ver com corrupção”, disse o parlamentar gaúcho, responsável pela transição do novo governo.
“A gente não pode querer ser hipócrita de querer misturar um financiamento e o não registro do recebimento de um amigo. Esse erro eu cometi e sou o único que teve coragem de reconhecer”, disse o futuro ministro.
Pepino nº 4
A guerra digital entre a Sonsa, o Truculento e o Infantil
Hasselmann, Olímpio e Eduardo Bolsonaro
Eduardo Bolsonaro trocou farpas com a deputada eleita Joice Hasselmann nesta quinta-feira (6). Hasselmann chamou o filho do capitão de infantil e de estar liderando uma articulação política “abaixo da linha da miséria”, Eduardo retrucou chamando a jornalista de “sonsa” e de ter “fama de louca”.
As ofensas se deram em um grupo de WhatsApp do PSL que acabaram vindo a público.
Em um evento em São Paulo, Major Olímpio disse que Joice está isolada dentro da sigla “Não há conflito de todos contra um, é só um se adequar”, disse.
No Twitter, Joice Hasselmann retrucou: “Infelizmente @majorolimpio me expõe em público, logo tenho que responder em público. Ele comanda o partido com truculência, aos gritos, com ameadas aos desafetos. Expulsou pessoas, tentou me expulsar, colocou os “seus” nos diretórios e excluiu gente que deu a vida na campanha”.
“Dito isso, aviso a todos que deixo de responder agora as provocações do @majorolimpio. Quando terminou a eleição eu liguei para ele e sugeri que deixássemos as diferenças para trás. Tentei todo esse tempo, mesmo tomando caneladas. Agora tentarei de novo.
Veremos. Assistirei…”.
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Coaf revela que assessor de filho de Bolsonaro movimentou uma fortuna
6 de Dezembro de 2018, 19:40Outras transações na conta do assessor de Flavio Bolsonaro, citadas no relatório do Coaf, também envolvem a mulher do presidente eleito, Michelle Bolsonaro. Ela recebeu um cheque de R$ 24 mil, sem qualquer razão aparente.
Por Redação – de São Paulo
O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) vazado para um dos diários conservadores paulistanos, nesta quinta-feira, revela que o militar Fabrício José Carlos de Queiroz, assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) até outubro deste ano, movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, sem qualquer explicação plausível.
Futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro recebeu pagamento de mais de R$ 20 mil, sem razão aparenteA movimentação ocorreu, segundo o Coaf, quando era assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) – filho mais velho de Jair Bolsonaro. Segundo o Conselho, vinculado ao Ministério da Fazenda, as movimentações de Fabrício foram alertadas porque são “incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional e a capacidade financeira” do ex-assessor parlamentar.
Segundo o relatório, também foram encontradas na conta transações envolvendo grandes somas em dinheiro vivo, embora o ex-assessor exercesse uma atividade cuja “característica é a utilização de outros instrumentos de transferência de recurso”.
Irregularidade
O documento foi anexado pelo Ministério Público Federal (MPF) à investigação da Operação Furna da Onça, realizada no mês passado e que levou à prisão 10 deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Queiroz, que também é policial militar, foi exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro no dia 15 de outubro deste ano, a pedido. Registrado como assessor parlamentar, ele também atuava como motorista e segurança do deputado. O assessor, no entanto, não se afastou do filho de Bolsonaro.
O assessor deixou o gabinete de Flávio Bolsonaro, na Alerj cerca de um mês antes de deflagrada a operação policial, mas se manteve próximo do ex-chefe.
Queiroz fora escolhido para ser um dos assessores lotados no gabinete que o senador eleito terá no Rio, segundo apurou a reportagem. Uma vez deflagrada a irregularidade, no entanto, não foi possível apurar se o convite de Flavio a Queiroz ainda é válido.
O nome do motorista constava da folha de pagamento com salário de R$ 8.517. Ele era lotado com cargo em comissão de Assessor Parlamentar III. Conforme o relatório do Coaf, ele ainda acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar.
Primeira-dama
Outras transações na conta do assessor de Flavio Bolsonaro, citadas no relatório do Coaf, também envolvem a mulher do presidente eleito, Michelle Bolsonaro. Ela recebeu um cheque de R$ 24 mil, sem qualquer razão aparente. A compensação do cheque em favor da futura primeira-dama aparece na lista sobre valores pagos pelo PM.
O documento do Coaf aponta que “constam como favorecidos a ex-secretária parlamentar e atual esposa de pessoa com foro por prerrogativa de função – Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, no valor de R$ 24 mil”. Entre 2016 e 2017 o Conselho de Controle de Atividades Financeiras também encontrou cerca de R$ 320 mil em saque na conta mantida por Fabrício.
Os técnicos do Conselho também receberam informações sobre transações consideradas pelo órgão como suspeitas após janeiro de 2017. Segundo o Coaf, entre fevereiro e abril do ano passado, o banco comunicou sobre 10 transações “fracionadas” no valor total de R$ 49 mil que poderia configurar uma “possível tentativa de burla aos controles”.
“A conta teria apresentado aparente fracionamento nos saques em espécie, cujos valores estão diluídos abaixo do limite diário. Foi considerado fator essencial para a comunicação pela possibilidade de ocultação de origem/destino dos portadores”, afirma o relatório do Coaf.
Drones
Outro fato que também chamou a atenção dos investigadores foram as transações realizadas entre Queiroz e outros funcionários da Assembleia. A chefia de gabinete de Flávio Bolsonaro disse a jornalistas que Queiroz trabalhou por mais de 10 anos como segurança e motorista do deputado, “com quem construiu uma relação de amizade e confiança” e que o senador eleito não tem “informação de qualquer fato que desabone” a conduta do ex-assessor parlamentar.
Flávio Bolsonaro está fora do país. Ele e o governador eleitor do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, viajaram a Israel para conhecer uma fábrica de drones voltados para a segurança. Está semana, Witzel ampliou as intenções de compra para US$ 300 milhões, antes mesmo de um diagnóstico sobre o setor.