No dia 28 de outubro, denunciamos aqui neste espaço que o Governo da Bahia estava prestes a fazer uma licitação para comprar aplicativo do Google, no mínimo esquisita.
E não é que no dia 30/10/2013 a SESAB - Secretaria Estadual de Saúde da Bahia - realizou a façanha e entregou as contas de e-mails e outros serviços eletrônicos para o inimigo, numa licitação onde só uma empresa se apresentou proposta e levou a bagaça sem concorrência?
Pois é, o governo petista da Bahia, na contramão da história, vai contra também a decisão do Governo Federal, petista aliás, que anunciou na semana passada a adoção dos serviços do Expresso V3, uma solução completa de comunicação que reúne Email, Agenda, Catálogo de Endereços, Workflow e Mensagens Instantâneas em um único ambiente, totalmente desenvolvido em Software Livre e mantido pelas estatais SERPRO, CELEPAR, CEF, PROCERGS, PROGNUS E DATAPREV.
O governo baiano entrega os dados da secretaria de saúde ao Google, uma das mais fantásticas fábricas de espionagem e de concentração de renda já inventadas pela humanidade.
Não nos admirará se nas próximas eleições o povo baiano votar novamente na turma de Toninho Malveadeza. O povo não é bobo e sabe que os originais são sempre melhores que as cópias.
E cabe refletir: Para que Direita com uma esquerda dessas?
Confira abaixo o artigo de Lucas Esteves sobre o assunto.
Sesab faz licitação para contratar serviços do Google
Foi encerrado na manhã desta terça-feira (30) o pregão eletrônico licitatório 091/201391/2013 da Secretaria Estadual de Saúde. O vencedor da disputa foi autorizado pelo Governo do Estado a contratar 5 mil licenças para implantar na pasta o sistema “Google Apps for Bussiness” a respeito de otimizar o trabalho interno de organização relativo a e-mails e outros serviços de escritório.
Clique aqui e leia a íntegra da licitação oferecida pela Sesab. No pacote de serviços, a Sesab passaria a contar com expertises da Google a exemplo de Gmail, Google Docs, Drive e outras ferramentas organizacionais. Um exemplo seria criar endereços de e-mail personalizados e com a facilidade de manter domínios já consagrados, mas com os serviços internos do Google que já caíram no gosto do usuário de todo o mundo. Além disso, afirma oferecer servidores descentralizados, o que diminui a possibilidade de perder dados com panes em máquinas.
Entretanto, a contratação do serviço, vai na contramão das ferramentas disponíveis dentro do próprio Estado baiano, a exemplo da Companhia de Processamento de Dados do Estado da Bahia (Prodeb). Apesar do sistema da gigante da internet ser utilizado por empresas de todo o mundo, a Sesab não precisaria ir longe para conseguir resolver problemas que porventura encare no âmbito virtual.
A empresa pública dispõe de corpo técnico habilitado para desenvolver soluções de tecnologia, a exemplo de “data center, provimento de internet, gerenciamento e desenvolvimento de sistemas, gestão de projetos, núcleo de impressão e segurança da informação”, de acordo com o próprio site oficial do órgão. A Prodeb existe desde 1973 e, entre seus seis primeiros clientes na história estavam, além da própria Sesab, o IBGE e Banco do Nordeste.
A empresa que venceu o certame deverá adquirir as 5 mil licenças – inicialmente apenas 2500 – e, além disto, promover treinamento e suporte cinco dias por semana e oito horas por dia durante um ano para quem passe a usar o serviço. O contrato pode ser prorrogado por mais quatro anos. Ao final de cada ano, as 5 mil licenças custarão ao Governo do Estado um valor estimado de R$ 7,5 milhões (custo de R$ 125,16 cada).
Outro detalhe passível de questionamento jaz no fato de que, recentemente, o Google foi envolvido em colaborações com o governo dos Estados Unidos para promover a espionagem de dados do cidadão. Após o episódio de espionagem oficial ao governo Brasileiro, a presidente Dilma Rousseff defende a criação de uma lei que torne absolutamente confidencial a navegação virtual de qualquer cidadão brasileiro. O Governo da Bahia, ao contrário da tendência nacional, deseja colocar dados sigilosos da pasta sob gestão da empresa, que por diversas vezes assumiu que acessa o conteúdo privado de seus clientes.
Já segundo ativistas virtuais, após o escândalo da participação do Google na espionagem do governo dos EUA revelado pelo ex-agente da NSA Edward Snowden, a empresa iniciou um processo global de lobby em busca de melhorar sua imagem. No Brasil, a ofensiva é direcionada a governos e prefeituras, que estariam sendo pouco a pouco convencidos a aderir ao sistema, ferramentas e lógicas do Google, diminuindo assim a rejeição à companhia. Os órgãos escolhidos para adotar os aplicativos são exatamente secretarias de Saúde e Educação.
Explicações - De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde, não há nada errado com o processo licitatório tanto moral quanto tecnicamente, uma vez que a Sesab tem suas próprias necessidades informáticas. Além disto, segundo o órgão, as secretarias não têm obrigação de contratar serviços com a Prodeb e que todas as pastas que mexem com dados sigilosos e lógicas de segurança têm um banco de dados e corpo técnico próprios.
A necessidade de contratação do serviço do Google, por sua vez, decorreu de avaliação técnica feita pelo setor competente e que as necessidades do órgão são de gerenciamento e tráfego interno de informações. Caso tenha havido vencedor para a licitação, o resultado será conhecido dentro de 48h de acordo com o regulamento oficial das licitações eletrônicas.
A Prodeb, por sua vez, não se posicionou oficialmente sobre o caso. O órgão de comunicação da pasta sinalizou conhecer o processo licitatório, mas argumentou que o diretor da empresa, Álvaro dos Santos, está em viagem oficial desde a última semana e que não comentaria as decisões internas da Sesab.
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