Muito mais que um simples bolsa-estupro
junio 6, 2013 21:00 - no comments yetNem é preciso ser muito experto para se chegar à conclusão de que ninguém, gozando de perfeita saúde mental, é favorável ao aborto. A vida é um bem muito precioso e deve ser protegida e preservada em todos os casos.
Porém, o Estatuto do Nascituro, em pauta na Câmara Federal, ao contrário do que possa parecer, não é um documento que pretende defender ou preservar a vida é simplesmente, um documento que pretende transformar em lei, mais um de tantos outros preceitos religiosos.
Acha que não? Então dê uma olhada no texto proposto, aqui.
Já em seu Artigo 2°. o texto confunde o conceito metafísico da alma, com o conceito científico da vida e afirma categoricamente que a vida tem origem no ato da concepção, ou seja: quando o espermatozoide une-se ao óvulo. Um conceito extremamente controverso.
Sendo assim, segundo o projeto de lei, uma massaroca de células sem diferenciação nenhuma, resultante de uma fecundação in-vitro, já é considerada como pessoa e possui tantos direitos quanto este que aqui escreve ou você que lê.
Como afirma o parágrafo único do Art. 2° do projeto de lei:
Parágrafo único. O conceito de nascituro inclui os seres humanos concebidos “in vitro”, os produzidos através de clonagem ou por outro meio científica e eticamente aceito.
Ao longo do documento fica muito clara sua conotação muito mais teológica do que, necessariamente legal. Até chegar ao absurdo de considerar as mulheres, vítimas de estupro, como cidadãos de terceira categoria, cujas funções na sociedade são simplesmente gestar, parir e cuidar da prole.
Sei que entre a meia dúzia de leitores deste blogue deletério e periférico exitem muitos que, diferente deste escrevedor, professam alguma fé num criador universal, são fiéis a alguma agremiação religiosa e provavelmente consideram as propostas do Estatuto do Nascituro até positivas.
A estes leitores, peço que pelas próximas linhas desconsiderem suas convicções religiosas e acompanhem munidos apenas de senso crítico e boa vontade.
Nos nossos dias, com a disponibilidade de métodos anti-conceptivos modernos e eficazes, tratamentos para fertilidade e planejamento familiar. Ter um filho, muito mais do que um golpe do destino, sorte ou azar é uma opção. Uma opção que evolve muitas responsabilidades, certos riscos e muita grana com médicos, remédios, fraldas, educação e tudo mais.
Apesar dos tantos empecilhos, casais de todo o mundo continuam planejando, gerando, criando e preparando as novas gerações, cada vez melhores que as gerações anteriores
Então, suponha que, por uma infelicidade, você, ou sua esposa, ou sua mãe, ou sua filha seja vítima de violência e estupro e que, este ato de violência, resulte na concepção de um novo “ser humano.”
Pelo proposto na PL do Estatuto do Nascituro, em seu atrigo 13, a vítima desta violência é quem sofrerá punições suscetivas pela violência recebida. Sendo punida até, de ter que estabelecer vínculos pessoais com seu agressor.
Chaga a ser surreal um negócio desses!
É evidente que uma legislação que proteja a vida intra-uterina e a mulher gestante é muito mais do que positiva e necessária, mas esta lei também deveria considerar a mãe, a gestante como parte do processo da geração da vida, mas não.
Como proposto pelo atual texto do Estatuto do Nascituro, a mulher, a mãe é completamente desconsiderada, tratada como um simples objeto, um vaso, uma simples reprodutora, como um animal na fazenda.
Não é a toa que o tal Projeto de Lei foi escrito e proposto por homens. Eles, raramente são vítimas de estupro e eles nunca irão engravidar e parir uma criança.
A lei, como apresentada, é nada mais que um retrocesso.
Um retrocesso que proibirá por lei uma das mais promissoras fronteiras do progresso cientifico, a pesquisa com células tronco.
E principalmente, um retrocesso social, que retira de mais de 50% da população brasileira, as mulheres, o direito de tomar decisões sobre sua própria vida, seu futuro e seu corpo.
Por outro lado, a proposta pode ser considerada como um re-avanço no processo de re-teocratização da legislação brasileira, mais um passo a caminho do fim do estado laico e rumo a um pais teocrático, regido pelas leis da bíblia e de líderes religiosos democraticamente eleitos.
Do modo como proposto, a mulheres e famílias com melhores condições financeiras, continuarão a realizar seus abortos clandestinos na segurança de clínicas “especializadas” e ao alto custo de toda essa clandestinidade.
As outras, sem contatos influentes, sem dinheiro e sem os benefícios da nossa moderna meritocracia estabelecida, continuarão se sujeitando a envenenamentos, ao uso de objetos pontiagudos e arriscando a própria vida, apenas para satisfazer os ditames de uma minoria de teocratas que se julgam acima do bem e do mal e com o direito de tomar decisões sobre as vidas que não lhes dizem respeito.
Eu aqui, Polaco Doido e sem nenhum conhecimento de absolutamente nada, continuo achando que as decisões sobre uma gravidez cabem primeiramente ao casal e a última palavra deve ser sempre da mãe da gestante ou da vítima.
Se as convicções religiosas da mãe não permitem que ela interrompa uma gravidez e ela concorda com isso, ótimo, continue, vá em frente!
Se não, cabe somente a ela decidir o que fazer e essa decisão deve sim, ser completamente amparada pela legislação e pelo poder público.
Infelizmente, nesta democracia teocrática quase que plenamente estabelecida, as opiniões do Polaco ou de qualquer outro que discorde, são simplesmente ignoradas.
Bem vindos à Pátria da Bíblia, sob a proteção de deus, da ignorância e do poder dizimo!
Polaco Doido
A perda da hegemonia cultural da esquerda no Brasil
junio 5, 2013 21:00 - no comments yetArtigo Sugerido por Beto Mafra
Violência gratuita, despreparo ou simplesmente burrice? #2
junio 3, 2013 21:00 - no comments yetHistoriazinha muito mal contada até aqui.
Ainda não apareceu nenhum vídeo da suposta agressão e truculência relatadas pela suposta vítima.
Ainda nenhuma declaração oficial do comando da Guarda Municipal ou da Prefeitura.
Informações preliminares e carentes de confirmação formal dão conta que:
Um dos Guardas municipais envolvidos faz parte da liderança sindical dento da Guarda Municipal e já sofreu perseguições parecidas durante as administrações anteriores de Richa e Ducci.
A suposta vítima da agressão tem forte relação de parentesco com um famoso e influente delegado da capital.
Pelo que parece, nunca teremos conhecimento do que realmente ocorreu, se houve mesmo a violência desproporcional relatada ou se a vítima é mesmo tão inocente quanto alega.
Mais uma vez, vai sobrar para os elos mais fracos da corrente social, os guardas envolvidos na abordagem.
Claro que nada justifica a violência e o ato de se apontar uma arma para uma criança de colo.
Mas pode ter certeza de que tem caroço nesse angu!
Polaco Doido
Violência gratuita, despreparo ou simplesmente burrice?
junio 1, 2013 21:00 - One commentDê uma olhada no relato enviado para o blog agora a pouco:
Eduardo Zem
Ontem por volta das 09:00 da noite na rua Alberto Foloni no bairro Juveve, estava chegando na casa da minha mãe para deixar meu filho de 1 ano e 9 meses. Eu estava acompanhado da minha esposa e de um amigo da familia, foi quando coloquei o carro na calçada de frente para o portão do prédio e desci do carro para interfonar para minha mãe abrir o portão, nesse momento uma viatura da GUARDA MUNICIPAL, me abordou de forma muito violenta. Minha primeira reação foi informar aos guardas que o meu filho se encontrava no interior do veiculo, o guarda de Nome Christian começou a me xingar de animal e abriu a porta do carro onde meu filho estava sentado e APONTOU A ARMA NA DIREÇÃO DA CABEÇA DELE, então eu me desesperei e comecei a discutir com os guardas que por sua vez começaram a me bater e eu não deixei por menos e lutei contras os guardas que me deram voz de prisão por desacato, nesse instante estava ocorrendo a saída da IGREJA QUADRANGULAR que presenciaram o abuso de autoridade por parte dos policiais, que nao se intimidaram com a GRANDE PRESENÇA de câmeras filmando a ação deles. Nesse momento minha mãe e minha irmã desceram para me ajudar E FORAM BRUTALMENTE AGREDIDAS PELOS GUARDAS CHRISTIAN E SAVIO, AMBOS DA GUARDA MUNICIPAL. Eles conseguiram algemar a minha mão esquerda, porém eu consegui fugir e entrar dentro da casa da minha família, e solicitei a presença da POLICIA MILITAR ao local para preservar a minha integridade física, pois os guardas tentavam de qualquer forma me colocar dentro do PORTA-MALAS DA VIATURA, não tiveram êxito. Com a chegada da policia militar a coisa tomou um pouco mais de controle, afinal 15 viaturas foram deslocadas para atender o ocorrido. Eles invadiram a casa da minha mãe e deram voz de prisão PARA MIM, PARA MINHA MÃE, MINHA IRMÃ E MEU AMIGO, por resistência a prisão e desacato a autoridade. SAI ALGEMADO de dentro de casa, frente a mais de 200 pessoas que estavam no local. Já na delegacia fui acusado de praticar racha, estar bêbado, entrar na contra-mão e fugir da viatura!!!
FICA AQUI MINHA INDIGNAÇÃO POR MAIS UMA ABORDAGEM VIOLENTA POR PARTA DA NOSSA POLICIA DESPREPARADA, COLOCANO EM RISCO A VIDA DO MEU FILHO E DE TODA A MINHA FAMILIA!!!! VOU ATÉ O FINAL NA JUSTIÇA PARA QUE ESSES LIXOS DA SOCIEDADE SOFRAM AS DEVIDAS CONSEQUENCIAS.
Ainda não recebi nenhuma confirmação ou desmentido a respeito desta ocorrência, mas se o relato for realmente verídico, temos um sério problema de disciplina e comando na nossa gloriosa Guarda Municipal de Curitiba.
Vamos supor que nosso amigo Eduardo tenha cometido alguma infração durante o trajeto até a casa de sua mãe, ou então, que seu veículo tenha sido confundido com algum veículo suspeito.
Em nenhum destes casos justifica-se a ação da GM em abrir a porta do veículo e apontar armas em direção aos ocupantes, ainda mais quando entre eles existe uma criança pequena.
Para piorar a situação, o dois guardas municipais não conseguiram imobilizar o rapaz, que pelo que parece, não domina técnicas de defesa pessoal num nível suficiente para se livrar de dois “profissionais” da segurança pública.
E o mais grave:
A Guarda Municipal de Curitiba foi criada em 1986 com o objetivo de atuar na vigilância do patrimônio público. A GM não é um órgão de segurança, não tem poder de polícia. Segundo a Constituição federal de 1988, as Guardas Municipais têm como única atribuição a proteção dos bens, dos serviços e das instalações do município, dentro dos limites impostos pela lei.
Segundo a lei orgânica do Município:
São atribuições da Guarda Municipal de Curitiba
I. exercer a vigilância interna e externa sobre os próprios municipais, parques, jardins, escolas, teatros, museus, bibliotecas, cemitérios, mercados, feiras livres, no sentido de:
a) protegê-Ios dos crimes contra o patrimônio;
b) orientar o público e o trânsito de veículos,em caráter auxiliar à Policia Militar;
c) prevenir a ocorrência, internamente, de qualquer ilícito penal;
d) controlar a entrada e a saída de veículos;
e) prevenir sinistros, atos de vandalismo e danos ao patrimônio.
II.Garantir os serviços de responsabilidade do Município e, bem assim, sua ação fiscalizadora no desempenho de atividade de polícia administrativa, nos termos das Constituições Federal e Estadual e da Lei Orgânica.
E a lei, até onde eu sei, não delega poderes para que guardas municipais, de arma em punho, abordem qualquer cidadão.
Por mais que nosso amigo tivesse feito qualquer cagadinha, nada, absolutamente nada, justifica a ação truculenta e gratuita destes Guarda Municipais.
Talvez, na tentativa de mostrar serviço. Talvez, só para se sentirem poderosos, ou talvez, essa presepada é resultado da ordem de comando de algum superior.
Com a palavra, a prefeitura da Cidade e o comando da nossa Guarda Municipal…
Polaco Doido