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A guerra e a cumplicidade da imprensa-empresa

22 de Junho de 2012, 21:00 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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23/6/2012, Viktor Litovkin, Russia & India Report
A secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton disse recentemente que a Rússia estaria fornecendo helicópteros militares ao exército sírio, os quais estariam sendo usados em ataques contra civis[1]. Clinton nada apresentou como prova. Mas sua frase apareceu imediatamente em jornais e televisões de todo o mundo, distribuída pelos veículos da empresa-imprensa, como se, por ser frase emitida dos lábios de Clinton, fosse, por isso, fato comprovado. Até um porta-voz do Pentágono teve de admitir, pouco depois, que a norte-americana “pecara contra a verdade”. O desmentido circulou entre especialistas, mas nunca chegou às manchetes dos veículos da empresa-imprensa mundial.

Clinton fez-se de desentendida. Uma de suas assistentes recebeu a tarefa de reinterpretar as palavras da chefa: disse que Clinton não se referira a novos helicópteros ou a novos fornecimentos de helicópteros, mas de helicópteros que foram reformados na Rússia e apenas voltaram ao proprietário. Importante esclarecimento, mas nenhuma correção para a grande opinião pública. E a imprensa-empresa mundial não considerou relevante noticiar que Clinton fora forçada a desdizer-se.

O fato é que a Síria tem cerca de 100 helicópteros Mi-8 e Mi-17, versão aperfeiçoada do “8.” Os especialistas sabem perfeitamente que o Mi-8/17 é helicóptero de transporte multifuncional. É helicóptero, primeiro, de transporte; só secundariamente é helicóptero multifuncional. Pode ser convertido em helicóptero de assalto, armado, se receber armas, o que é feito por quem o use: é possível instalar nele uma metralhadora. Mas essa é decisão e responsabilidade de quem compre o equipamento.

Acusar Moscou de promover “o assassinato de cidadãos sírios pacíficos” é leviandade. É acusar Moscou de uma guerra pela qual não somos responsáveis. E faz esquecer que os EUA fornecem armas (à razão de 5-7 bilhões de dólares por ano) aos seus aliados no mundo árabe – Arábia Saudita e Qatar – sabendo perfeitamente que, assim, os EUA estão armando ativamente a oposição síria, que luta com armas norte-americanas. Naquele país conflagrado, cometem-se assassinatos em massa com armas norte-americanas, usadas não só pelos apoiadores alawitas do presidente Assad, mas, também por grupos cristãos. Isso, exatamente, se viu em Homs.

O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, falou publicamente sobre isso. Suas palavras não chegaram às manchetes dos veículos da imprensa-empresa. Todas as grandes redes de televisão e jornais do ocidente, e seus sócios árabes, dedicaram-se a ‘noticiar’ exclusivamente “os agressivos planos dos russos”.

Considere-se, por exemplo, o que os canais de televisão norte-americanos estão divulgando, citando o Pentágono. “Os EUA vigiam de perto a movimentação de um cargueiro militar russo que ruma para a Síria, carregado de armas, munição e um destacamento de marines.”[2]

“A inteligência dos EUA acredita” – diz a rede CNN – “que a Rússia enviou um navio para proteger sua base logística no porto sírio de Tartus”. E acrescenta que fotos de satélite mostram que se trata do navio Nikolay Filchenkov. Pode ter sido carregado em Sevastopol dia 7/6 e agora ruma para Tartus.” [3]

Como se soube logo depois, quando a ‘notícia’ já se espalhara, de jornal para jornal e de rede de televisão para rede de televisão, o Filchenkov nunca saiu do porto de Sevastopol, onde permanece ancorado até hoje. Nada disso impediu que a campanha de desinformação continuasse. Hoje, se fala regularmente de navios da Frota do Mar Negro, com destacamentos de soldados da Marinha, em preparação para partir em ajuda à Síria, “para ações especiais no porto de Tartus, onde há uma base naval russa de apoio logístico.” 

Noticiários de televisão e jornais oferecem nomes de navios: o Kaliningrad, grande navio de desembarque da Frota do Báltico, estaria sendo preparado para essa ação (o Kaliningrad participa, atualmente, da regata Kiel Week, 16-24/6, em Kiel, Alemanha[4]). Outros canais, dentre os quais se destaca a rede de televisão árabe Al Arabia), estão noticiando que estariam em preparação exercícios militares quadrilateriais em território sírio, dos quais participariam russos, chineses, sírios e iranianos, todos com milhares de soldados.

Chega a ser embaraçoso desmentir essas ‘notícias’. É inconcebível, impensável, esse tipo de manobras em país dilacerado pela guerra civil. E em nenhum caso haveria exercícios militares sob aquela configuração. São ‘notícias’ que visam, exclusivamente, a turvar cada vez mais a água, a desacreditar Russia e China, num só movimento.

O ministério da Defesa da Rússia, depois de longo silêncio, decidiu informar: não há qualquer tipo de exercício militar planejado ou em preparação para o território sírio[5]. E o Kaliningrad, grande navio de guerra russo, depois de encerrada a Regata Kiel Week, voltará ao porto de registro. O porta-voz do ministério da Defesa nada disse sobre os navios Caesar Kunikov e Nikolay Filchenkov, os quais, segundo notícias distribuídas pelas agências ocidentais estariam prontos para partir rumo à Síria.

O que, afinal, preocupa realmente, é que o comando militar russo não tenha ainda qualquer plano claro de ação, para o caso de nossos militares em Tartus e em outras cidades sírias serem ameaçados. Preocupa, isso sim, que os russos não tenhamos pensado em proteger os interesses nacionais russos no Mediterrâneo e no Oriente Médio. Façamos votos que não tenhamos de esperar que comecem a morrer russos, nos cenários das guerras criadas pelo ocidente, para que, só então, a Rússia decida-se a agir e anuncie publicamente os próprios planos de defesa.



Fonte: Vila Vudu via email
http://rickrozoff.wordpress.com/2012/06/23/pre-determined-guilt-wars-waged-with-mass-media-complicity/

Fonte: http://amigosdatvbrasil.blogspot.com/2012/06/guerra-e-cumplicidade-da-imprensa.html

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