Dica @Jotakar
15/11/2012 19:20
Delegada de Sorocaba adesiva carro para criticar postura inerte da Segurança Pública contra violência
15/11/2012 19:20
Delegada desafia PCC e ataca o secretário
Gilson HanashiroDelegada adesivou o carro para criticar a segurança pública
Indignada com a postura da Secretaria de Segurança Pública sobre os incidentes que aterrorizam a capital paulista, uma delegada de Sorocaba - que optou por manter sua identidade em sigilo - pagou para adesivar uma grande frase no vidro traseiro do seu veículo, na tarde de ontem: “Vem PCC tô facinha pra você! Se o secretário de segurança não tá nem ai, eu me preocupo. Poupe pais, mães de família e o coitado do povo inocente.”
A delegada disse ao BOM DIA que tomou esta atitude após a confirmação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmar, no início da tarde de ontem, que não tem plano de trocar o comando da Segurança Pública, mesmo após a crise que matou mais de uma centena de pessoas na região metropolitana. “Não tem nenhuma alteração”, afirma.
Constatação / A delegada atua na Polícia Civil há 23 anos. “Negar que a onda de violência existe e está chegando em Sorocaba é o mesmo que dizer que Papai Noel existe”, destaca. Com o ato de protesto, ela espera que mais pessoas decidam romper o silêncio e se manifestar contra a atual situação do Estado.
“A cegueira nas atitudes do secretário de segurança pública perante aos atos criminosos é inadmissível”, avalia. Além disso, ela afirma que existem denúncias de ameaças de bombas contra companhias da Polícia Militar e Distritos Policiais. “Não me conformo com este caos”, desabafa.
Pela Vida / Explicando a frase escolhida para estampar o vidro de seu carro, a delegada afirma que não suporta mais ver pessoas inocentes morrendo na guerra da capital. “Eu me importo com o povo do meu Estado. Gostaria que o secretário de segurança se importasse da mesma maneira”, diz.
Para resolver a questão que ameaça a se espalhar pelo interior de São Paulo, a delegada ressalta a importância da valorização do serviço de inteligência da Polícia Civil que, segundo ela, é capaz de detectar os reais ‘donos do tráfico’ e membros de facções criminosas. “Violência só gera violência, não é assim que se ataca bandidos. Criminosos são combatidos com inteligência”, avalia. A mesma conclusão foi tirada pelo especialista em segurança pública e professor universitário Gustavo Barata, na edição publicada pelo jornal BOM DIA de sexta-feira.
A delegada finaliza seu depoimento avaliando seu próprio trabalho: “graças a Deus nunca precisei matar ninguém durante toda minha carreira, sei que corro o risco de sofrer retaliação pelo meu desabafo e, por isso, espero contar com o apoio da imprensa, isso se o PCC (Primeiro Comando da Capital) não me pegar primeiro.”
A delegada disse ao BOM DIA que tomou esta atitude após a confirmação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmar, no início da tarde de ontem, que não tem plano de trocar o comando da Segurança Pública, mesmo após a crise que matou mais de uma centena de pessoas na região metropolitana. “Não tem nenhuma alteração”, afirma.
Constatação / A delegada atua na Polícia Civil há 23 anos. “Negar que a onda de violência existe e está chegando em Sorocaba é o mesmo que dizer que Papai Noel existe”, destaca. Com o ato de protesto, ela espera que mais pessoas decidam romper o silêncio e se manifestar contra a atual situação do Estado.
“A cegueira nas atitudes do secretário de segurança pública perante aos atos criminosos é inadmissível”, avalia. Além disso, ela afirma que existem denúncias de ameaças de bombas contra companhias da Polícia Militar e Distritos Policiais. “Não me conformo com este caos”, desabafa.
Pela Vida / Explicando a frase escolhida para estampar o vidro de seu carro, a delegada afirma que não suporta mais ver pessoas inocentes morrendo na guerra da capital. “Eu me importo com o povo do meu Estado. Gostaria que o secretário de segurança se importasse da mesma maneira”, diz.
Para resolver a questão que ameaça a se espalhar pelo interior de São Paulo, a delegada ressalta a importância da valorização do serviço de inteligência da Polícia Civil que, segundo ela, é capaz de detectar os reais ‘donos do tráfico’ e membros de facções criminosas. “Violência só gera violência, não é assim que se ataca bandidos. Criminosos são combatidos com inteligência”, avalia. A mesma conclusão foi tirada pelo especialista em segurança pública e professor universitário Gustavo Barata, na edição publicada pelo jornal BOM DIA de sexta-feira.
A delegada finaliza seu depoimento avaliando seu próprio trabalho: “graças a Deus nunca precisei matar ninguém durante toda minha carreira, sei que corro o risco de sofrer retaliação pelo meu desabafo e, por isso, espero contar com o apoio da imprensa, isso se o PCC (Primeiro Comando da Capital) não me pegar primeiro.”
Entrevista de especialista fundamenta visão de delegada
Respondendo as perguntas do BOM DIA, o professor universitário, doutor em direito e especialista em segurança pública Gustavo Barata chegou a mesma conclusão que a delegada: é preciso integrar as forças policiais e valorizar o setor de inteligência da Polícia Civil. Confira trechos da entrevista:
Em Sorocaba, 90% dos pontos de venda de drogas pertencem ao PCC. O comércio de entorpecentes é a principal fonte de renda da facção atualmente. Como é possível combater isso?
A palavra-chave é inteligência. A investigação é muito importante para identificar os reais causadores dessa conduta. Sem esse trabalho, as prisões serão esporádicas, de pequenos traficantes. O trabalho da Polícia Civil identifica os reais fornecedores e distribuidores das drogas, denominados ‘grandes traficantes’. Porém, o trabalho investigativo precisa ser completo, com escutas telefônicas e determinação de pontos de lavagem de dinheiro. Tudo isso acaba convergindo para o combate efetivo e prisões dos criminosos. Por isso, as forças policiais precisam trabalhar de forma integrada.
O fato de o Governo do Estado negar a existência do PCC contribuiu para o fortalecimento da facção?
Claro. Se você nega que algo existe, você não atua e, com isso, aquilo cresce ainda mais. Essa negativa fez com que a facção criminosa se tornasse algo imenso, sem o comando do Estado perceber.
Em Sorocaba, 90% dos pontos de venda de drogas pertencem ao PCC. O comércio de entorpecentes é a principal fonte de renda da facção atualmente. Como é possível combater isso?
A palavra-chave é inteligência. A investigação é muito importante para identificar os reais causadores dessa conduta. Sem esse trabalho, as prisões serão esporádicas, de pequenos traficantes. O trabalho da Polícia Civil identifica os reais fornecedores e distribuidores das drogas, denominados ‘grandes traficantes’. Porém, o trabalho investigativo precisa ser completo, com escutas telefônicas e determinação de pontos de lavagem de dinheiro. Tudo isso acaba convergindo para o combate efetivo e prisões dos criminosos. Por isso, as forças policiais precisam trabalhar de forma integrada.
O fato de o Governo do Estado negar a existência do PCC contribuiu para o fortalecimento da facção?
Claro. Se você nega que algo existe, você não atua e, com isso, aquilo cresce ainda mais. Essa negativa fez com que a facção criminosa se tornasse algo imenso, sem o comando do Estado perceber.
Boatos de mudanças não são desmentidos por assessoria
Na manhã de ontem, um boato de que o Secretário de Segurança Pública Antônio Ferreira Pinto poderia deixar o cargo tomou conta da internet e, principalmente, das redes sociais.
A comoção foi gerada após o apresentador da rede Bandeirantes de televisão, José Luiz Datena, dizer em seu programa que, segundo informações recebidas, a troca de comando seria articulada pelo Palácio dos Bandeirantes, após a onda de ataques na capital paulista e região metropolitana.
A assessoria de imprensa da secretaria de segurança pública optou por não se posicionar sobre o fato. “Não podemos negar, nem confirmar o assunto, pois as informações que temos ainda não são oficiais”, destaca uma das assessoras da secretaria por telefone. A questão foi respondida após a declaração do governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin afirmar que não pretende mudar o comando da Segurança Pública.
A possibilidade de mudança surgiu após a morte do servente Paulo Batista do Nascimento, 25 anos, que teria sido rendido e baleado por policiais e, na ocasião, o governador classificou o incidente como intolerável.
Ao menos 90 policiais foram assassinados no Estado em 2012. Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram um crescimento de 102,82% no número de vítimas de homicídio no mês de setembro, só na capital paulista, em comparação ao mesmo período do ano passado. Em todo o Estado, o aumento foi de 26,71% no mesmo período.
A comoção foi gerada após o apresentador da rede Bandeirantes de televisão, José Luiz Datena, dizer em seu programa que, segundo informações recebidas, a troca de comando seria articulada pelo Palácio dos Bandeirantes, após a onda de ataques na capital paulista e região metropolitana.
A assessoria de imprensa da secretaria de segurança pública optou por não se posicionar sobre o fato. “Não podemos negar, nem confirmar o assunto, pois as informações que temos ainda não são oficiais”, destaca uma das assessoras da secretaria por telefone. A questão foi respondida após a declaração do governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin afirmar que não pretende mudar o comando da Segurança Pública.
A possibilidade de mudança surgiu após a morte do servente Paulo Batista do Nascimento, 25 anos, que teria sido rendido e baleado por policiais e, na ocasião, o governador classificou o incidente como intolerável.
Ao menos 90 policiais foram assassinados no Estado em 2012. Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram um crescimento de 102,82% no número de vítimas de homicídio no mês de setembro, só na capital paulista, em comparação ao mesmo período do ano passado. Em todo o Estado, o aumento foi de 26,71% no mesmo período.
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