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Declaração da ALBA no caso Assange
18 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaLas amenazas proferidas por el Gobierno del Reino Unido de Gran Bretaña e Irlanda del Norte, que suponen la posibilidad de un ingreso indebido a la sede diplomática del Ecuador en Londres para arrestar a Julian Assange, constituyen actos de intimidación que atentan contra la integridad territorial de la República del Ecuador.
Fonte: Venezueladeverdad
El Gobierno de la República del Ecuador ejerció su derecho soberano al otorgar asilo diplomático al ciudadano Julian Assange, quien lo solicitó al sentirse amenazado en sus derechos humanos y ciudadanos.
La figura del asilo diplomático está prevista en numerosos convenios, tratados y otros instrumentos internacionales, que se ejercen con arreglo a los principios del Derecho Internacional.
Ecuador ha actuado apegado estrictamente a las normas del Derecho Internacional, y cualquier acto hostil del Gobierno del Reino Unido implicaría un menoscabo inaceptable de su soberanía, con lo cual se retrotraería al mundo civilizado a un estado de barbarie e irracionalidad.
Las argumentaciones dadas por el Gobierno del Reino Unido, invocando normas de Derecho interno que no pueden sobreponerse a los tratados internacionales, son contrarias a sus obligaciones internacionales, y a pronunciamientos anteriores de ese propio Gobierno, lo que evidencia el doble rasero en su actuación.
Estando conscientes de la necesidad de agotar las vías diplomáticas para superar la situación surgida a la luz de la protección y el asilo otorgado por el Gobierno del Ecuador al ciudadano Julian Assange, haciendo que prevalezcan la soberanía, la libre determinación de las naciones y el respeto al Derecho Internacional,
DECLARAN:
Alba rechaza amenazas del Reino Unido contra Ecuador por violar el Derecho Internacional
1. Rechazamos las amenazas intimidatorias proferidas por voceros del Gobierno del Reino Unido de Gran Bretaña por violatorias de los principios de soberanía e integridad territorial de las naciones, y de los principios del Derecho Internacional.
2. Ratificamos nuestro respaldo categórico al derecho soberano del Gobierno del Ecuador de otorgar asilo diplomático al ciudadano Julian Assange.
3. Expresamos nuestro rechazo a la posición del Reino Unido de pretender resolver de manera contraria al Derecho Internacional, las controversias con las naciones del mundo, y particularmente de América Latina y el Caribe.
4. Apoyamos la solicitud de convocatoria por parte de la Unión Suramericana de Naciones (UNASUR) para debatir acerca de la posición hostil del Gobierno del Reino Unido contra el Gobierno de la República del Ecuador, y fijar una clara posición de respaldo al Ecuador.
5. Consideramos pertinente promover en la Organización de Naciones Unidas un amplio debate acerca de la inviolabilidad de las instalaciones diplomáticas y el pleno respeto por parte de todos los Estados de los principios del Derecho Internacional.
6. Advertimos al Gobierno del Reino Unido de Gran Bretaña acerca de las graves consecuencias que se desencadenarían en todo el mundo, en caso de una agresión directa a la integridad territorial de la República del Ecuador en Londres.
7. Hacemos un llamado a todos los Gobiernos del Mundo, a los Movimientos Sociales, a la intelectualidad, a oponerse a esta nueva pretensión del Gobierno británico de imponer por la fuerza su voluntad a las Naciones Soberanas del Mundo
8. Nos comprometemos en hacer nuestro mayor esfuerzo para dar la mayor difusión y publicidad a la presente declaración.
En Guayaquil, a los 18 días del mes de agosto de 2012.
Bruno Rodríguez
Ministro de Relaciones Exteriores
República de Cuba
Ricardo Patiño
Ministro de Relaciones Exteriores, Comercio e Integración
República del Ecuador
Douglas Slater
Ministro de Relaciones Exteriores
San Vicente y las Granadinas
Nicolás Maduro
Ministro del Poder Popular para Relaciones Exteriores
República Bolivariana de Venezuela
Juan Carlos Alurralde Tejada
Vicecanciller
Estado Plurinacional de Bolivia
Valdrack Jaentschk
Vicecanciller
República de Nicaragua
Philbert Aaron
Representante del Canciller
Mancomunidad de Dominica
(Por VDV / MPPRE)
Isso que chamam "jornalismo"
17 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaIsso que chamam “jornalismo”
por Fernando Buen Abad
As lutas de classes não se detêm às portas dos “jornais”.
Cada dia mais medíocre, mais corrupto e mais servil é isso o que chamam “jornalismo” nas empresas mercantilistas de “notícias” ou “informação”, constitui hoje uma das máquinas de guerra ideológica capitalistas mais degenerada.
Sua degeneração é seu fracasso e ao mesmo tempo sua delação.
Sua própria definição já está distorcida, pois quando deveria servir para orientar a sociedade, na realidade, não passa de um negócio para desorientar.
Não é “jornalismo” a mercantilização da notícia. Ainda que a idéia perversa se tenha instalado de que somente o que vende jornal é a informação e com isto se criou cátedras, pós-graduação e especialidades... Ainda que reine na cabeça de muitos a idéia de que “jornalismo” é a arte mercenária de vender a caneta pelo melhor preço... ainda que prevaleça o critério devocional de quem um jornalista é um comerciante de confiabilidade... E ainda que se martele com a falácia de que o jornalismo é a arte demagógica da “objetividade” burguesa...
O certo é que o que chamam e praticam de “jornalismo” nas empresas, nada mais é, que uma mercadoria submetida às piores leis do capitalismo. E disto sabem muito bem, aqueles que nelas trabalham.
Os fatos que geram a vida social, econômica, política, artística, cultural... A partir de seu motor histórico que é a luta de classes, não podem ser privatizados por nenhuma manobra comercial ainda que esta seja capaz de convertê-los, segundo seus interesses, em “informação” ou “notícia”. Os fatos cotidianos (ocorram quando ocorram) produtos das relações sociais, até hoje divididas em classes, além de requerer registros e análises científicas, exigem capacidade de um relato esclarecedor, criativo e emancipador, para contribuir para elevar o nível da consciência coletiva inclusive na resolução de problemas individuais.
A tarefa de produzir análise e informação jornalística além de ser uma práxis ética cotidiana, deve ser um trabalho organizador para a transformação do mundo.Assim o exercitou o próprio John Reed (biografia)
Nas empresas que fizeram da informação uma mercadoria caprichosa e desleal com a verdade, o trabalho dos “jornalistas” foi deformado até a ignomínia da escravidão do pensamento e a exploração de pessoas obrigadas a trair a consciência (individual e coletiva) sobre a realidade.
Vivemos diariamente um desfalque informativo contra todo o senso comum e se humilha a inteligência dos trabalhadores da informação os submetendo aos princípios e fins empresariais a cada dia mais medíocres, corruptos e mafiosos.
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) conhece bem esta história.
Nas escolas não são poucas as tendências empenhadas em “formar” mão de obra barata, gentil e acrítica disposta a anular-se, com o disfarce academicista, às condições trabalhistas mais aberrantes em troca de ilusões da fama burguesa, prestígio de mercadorese claro, rentabilidade de cúmplices muito criativos ao ponto de inviabilizar as verdades mais duras, criminalizar àqueles que lutam por emancipar-se e assegurar as vendas dos “informativos”.
Títulos universitários de “jornalista” amasiados com o capitalismo e seus ódios, assim sendo necessário mentir, caluniar ou matar. Para as teles, web, rádios... aos impressos.
Dignificar o trabalho do “jornalista” é uma meta social enorme que não se resolve somente de maneira “gremista”, nem somente com “educação de excelência”, nem somente com “boa vontade”. Trata-se de uma profissão, um ofício e uma tarefa políticas... afundam no pântano da guerra ideológica e na guerra midiática burguesa.
Dignificar a definição e a função de jornalista compreende fatores muito diversos que partem da base concreta de lutar contra o trabalho alienado e contra as condições de insalubridade ideológica extrema em que, sob o capitalismo, se desenvolve.
Dignificar o trabalho jornalístico implica empreender, diariamente, uma revolução de consciência e ação que devolva à produção informativa sua alma socialista e seu poder como ferramenta emancipadora de consciências... implica portanto devolver ao “jornalismo” suas bússolas e suas responsabilidades no caminho da revolução.
Isso implica exigências programáticas, organizativas e disciplinares cuja base é a luta de classes e cuja práxisdeve andar ao lado das lutas emancipadoras da classe trabalhadora.
Já basta de que qualquer palhaço capaz de publicar, sob qualquer método e meio, suas canalhices se faça chamar “jornalista” ao custo de degenerar a verdade que é de todos.
Freá-los em seco, implica desenvolvimento científico e político para conquistar um poder profissional e militante capaz de colocar-se ao serviço da classe que emancipará a humanidade. Esse é seu melhor lugar. Isso implica impulsionar escolas novas, estilos novos, sintaxe, comunicação e consciência revolucionárias. Isso implica impulsionar gerações novas de trabalhadores do jornalismo emancipados da lógica do mercado informativo. Nada menos.
Agora que estamos enojados pela desfaçatez e pela impunidade com que exibem suas canalhices de forma onipresente os amos e seus servos “jornalísticos”, temos que nos fortalecer para combatê-los.
Agora que a náusea nos sacode e a irracionalidade do mercado informativo se torna comando golpista e magnicida, no mundo inteiro, é preciso nos organizar de maneira democrática, plural e combativa.
Agora que se desdobram as acometidas mais ferozes das máfias comerciais que vendem “jornais” contra a verdade dos povos em luta e contra suas conquistas mais importantes... nós requeremos a unidade e a ação organizada e a partir da base como causa ética suprema.
Agora que se aliam as máfias midiáticas e formam seu exército de “jornalistas” para nos bombardear com mísseis de injúrias e mentiras...nós devemos fazer do “jornalismo” uma frente rigorosa em seus princípios e adaptável em sua organização para somarmos abertamente a todas as forças da comunicação emancipadora onde se propicie colaboração revolucionária irrestrita. Ao menos.
Assim, isso que chamam “jornalismo” deixará de ser, rapidamente, reduto de farsantes mercenários doentes consuetudinários (fundados no uso, no costume, na prática) da mentira para converterem-se, de uma vez por todas, em ferramenta criativa da verdade a serviço da Revolução.
E já há muitos trabalhadores que avançam nesta rota.
Diariamente.
Dr. Fernando Buen Abad Domínguez , Rebelión/Universidad de la Filosofía/Escuela de Cuadros para la Comunicación Emancipadora
Fuente: Rebelion
Brasil por uma holandesa e você?
16 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaÉ! O Brasil é um país abençoado de fato. Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos. Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques. Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente. Bendita seja, querida pátria chamada BRASIL!"
Escritora holandesa, falando sobre o Brasil. Texto bárbaro! dica de isadora Bonder no FB |
Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne.
Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal - e tem fila na porta.
Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador.
Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas de ‘Como conquistar o Cliente’.
Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos.
Vocês têm uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa. Os brasileiros são vitimas de vários crimes contra a pátria, crenças, cultura, língua, etc. Os brasileiros mais esclarecidos sabem que temos muitas razões para resgatar suas raízes culturais.
Os dados são da Antropos Consulting:
1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial.
2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma.
3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária.
4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo.
5. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina.
6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma.
7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estão estudando.
8. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês.
9. Telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas..
10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO-9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México, são apenas 300 empresas e 265 na Argentina.
11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros executivos.
Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil?
1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano?
2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta?
3. Que suas AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE ganham os melhores e maiores prêmios mundiais? :)
4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?
5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo?
6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados?
7. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem? Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando.
É! O Brasil é um país abençoado de fato. Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos. Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques. Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente. Bendita seja, querida pátria chamada BRASIL!"
Com qual molho você quer ser comido?
10 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaHugo Chávez é o primeiro presidente do mundo que colocou o cargo à disposição do povo e ganhou com 60%...
... e pela primeira vez se evitou que os mortos votassem, e se conseguiu que pessoas não votassem duas vezes (como com mal parkinson) .
É estranho que no país falem de falta de liberdade de expressão e, no entanto, você liga a televisão e ali está alguém dizendo:
"Aqui não há liberdade de expressão"
Liga o rádio e tem alguém falando:
"Aqui não tem liberdade de expressão"
Na primeira página do jornal está escrito:
"Aqui não há liberdade de expressão"
Collor e os rabiscadores da #Veja
9 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários ainda
Ache outros vídeos como este em Portal Luis Nassif
Senado - 10/08/2012 Collor "são os meios que dizem que não queremos aprofundar as investigações na CPMI do Cachoeira"
Bolívia antes e depois de Evo Morales
8 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaAngel Guerra Cabrera
En Bolivia una exigua minoría opulenta oprimía y negaba sus derechos humanos básicos a aimaras, quechuas, guaraníes y otros pueblos originarios que forman la mayor parte de la población. Mucho menos les reconocía sus derechos colectivos a la identidad cultural, la autonomía y el territorio. 90 por ciento de la población rural vivía en la pobreza y el país disputaba a Haití y Honduras el peor desempeño en la región por su índice de desarrollo humano.
Lagoa Branca - (Alma de Viajante)
Las empresas públicas creadas por la revolución de 1952 fueron privatizadas a precio de remate en cumplimiento de las directivas del Consenso de Washington mediante disposiciones anticonstitucionales y escandalosos negocios armados entre la oligarquía y las transnacionales.
Valga este ejemplo para ilustrar el saqueo: sólo el presidente neoliberal Gonzalo Sánchez de Lozada(1993-97; 2002-03) hizo una fortuna superior a los 250 millones de dólares a expensas de las privatizaciones, del desempleo ocasionado por estas a decenas de miles de trabajadores, de la entrega de los recursos naturales y la soberanía nacional y la sangrienta represión contra los movimientos que rechazaban estas políticas.
Sánchez de Lozada y su sucesor fueron derrocados por rebeliones de los pueblos indios e interculturales, que en 2005 lograron alzar a la presidencia a uno de los suyos, el aimara Evo Morales, con un alud de votos. Entonces se inició la profunda trasformación social que vive hoy Bolivia. ¿Quién podía imaginar entonces los extraordinarios logros conseguidos en los siete años trascurridos hasta la actualidad?
Los pueblos de Bolivia, ya con el timón del gobierno en sus manos, iniciaron el rescate de la independencia, la soberanía y el desarrollo de una política exterior independiente, de unidad e integración latinocaribeña y de solidaridad con los pueblos de la región y con todos los que bregan por un mundo mejor. Desafiando los ataques de la oligarquía y del imperialismo Evo luchó a brazo partido por convertir en realidad las demandas de los movimientos indígenas y populares.
Convocó a la Asamblea Constituyente, reclamo muy sentido de los pueblos originarios que permitió proclamar la nueva Constitución y el nacimiento del Estado Plurinacional de Bolivia, enterrar la República oligárquica y con aquella arma jurídica acometer el rescate de los recursos naturales, las empresas privatizadas y redoblar la larga lucha por la descolonización y la trasformación de las conciencias en lo que ha sido calificado acertadamente por el líder boliviano como la Revolución Democrática y Cultural.
En siete años Bolivia erradicó el analfabetismo, su economía ha crecido a un promedio de 4.7 por ciento anual, casi sextuplicó sus reservas internacionales de divisas, duplicó el PIB por habitante y dejó de ser aquel Estado mendicante, calificado de fallido, que dependía de la ayuda internacional hasta para pagar a sus empleados públicos, conquistas de las que no pueden presumir muchos países en medio de la megacrisis económica internacional.
Extendió considerablemente los servicios de salud a millones que no los recibían y abrió miles de escuelas. Es un prestigioso miembro de la Alba y Unasur y seguramente pronto ingresará al Mercosur, un paso que añadirá fortaleza geopolítica a la aportada por Venezuela a ese bloque de formidable proyección internacional pues Bolivia, sin contar sus recursos energéticos, mineros y de biodiversidad, goza de una ubicación geográfica crucial en el área.
No es fortuito que el gobierno de Bush hiciera todo lo posible por impedir la llegada de Evo a la presidencia ni que Washington, también con Obama, haya mantenido una persistente política subversiva para derrocarlo al extremo de que el estado mayor de la contrarrevolución radique en la representación diplomática yanqui en La Paz.
Estados Unidos ha ido modificando sus tácticas subversivas en la medida que le fracasan una tras otra. Últimamente ha recurrido a estimular y hacer ruido mediático con demandas de sectores populares, entre ellos el tema del Tipnis, cuyos dirigentes defienden intereses particulares y ahora se oponen al referendo que decidirá sobre la carretera propuesta por el gobierno ya que saben que la abrumadora mayoría de la población del territorio indígena en cuestión la apoyará. Bolivia brilla con el liderazgo de Evo antes los pueblos indios y no indios como un faro de dignidad y construcción nacional en armonía con la naturaleza, tema en el cual es líder mundial./Twitter: aguerraguerra/(Tomado de La Jornada)
Fonte: Colarebo
Síria: Al-Qaeda, BAE Systems e bancocracia
8 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaDocumentário "A Verdade por trás da Síria" produzido pelo comitê de Ação Política de Lyndon La Rouche nos EUA, sobre a operação imperialista por trás da desestabilização terrorista na Síria, organizada e financiada pela Grã-Bretanha, Arábia Saudita e EUA. Serão expostos no documentário todas as redes terroristas da Al Qaeda até a empresa britânica BAE Systems e os grandes bancos do mundo
O Capitalismo Religioso
8 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaHá muitas igrejas que agem como verdadeiras empresas, obtendo grandes lucros, usando a fé. Dica @hervaljunior Leia também: Congresso laico não pode ter bancada religiosa, diz procuradora |
Por muito tempo, ouvimos falar e ainda ouvimos de instituições cristãs seculares, de que a pobreza (em espírito), é uma das grandes virtudes cristãs. Essa virtude, pregada por estas mesmas instituições, especialmente o catolicismo, diz que devemos ter um desapego aos bens materiais, não termos ganância sobre a matéria, valorizando mais aquilo que beneficia o espírito, para o crescimento pessoal, e o louvor e honra a Deus. Com o passar do tempo, surge a chamada Teologia da Prosperidade, em que os mais fiéis aos preceitos e doutrinas religiosas, prosperam na vida materialmente, e financeiramente.
Alguns podem afirmar que a Teologia da Prosperidade seria uma contraposição do voto de pobreza, defendida ferrenhamente por religiões mais tradicionais. Mas a Teologia de Prosperidade tradicional, embora promova essa prosperidade, não estimulava a ganância dos fiéis e pastores, ou seja, a própria religião ajudava o fiel a organizar as finanças, como por exemplo: fumar é pecado, e a pessoa deixa de gastar dinheiro com cigarro, ajudando na economia do dinheiro, que seria gasto com cigarrro. Isso sem falar dos outros preceitos e costumes, que poderão ajudar as pessoas a se prosperarem financeiramente.
Mas aí, vieram as chamadas igrejas neopentecostais. Estas mesmas igrejas acabam reescrevendo o conceito de Teoria da Prosperidade, usando o sistema de troca, ou seja, para uma pessoa ter uma graça alcançada, ela precisa dar algo, para ter essa mesma graça em troca. É daí que surge o Capitalismo Religioso, cujo objetivo, é simplesmente, obter o lucro. O capitalismo religioso diz que se você tem dívidas, que ter uma casa, um carro, ou está sofrendo muito, você terá que dar o que você tem, ou melhor, praticamente tudo o que você tem, e dá na mão do pastor, em troca da graça divina. Isso transforma Deus em comerciante, que entrega a graça, em troca de dinheiro, comercializando a fé.
Pois bem, isso seria uma clara atividade de simonia, uma prática usada pelos vendilhões do templo, expulsos por Jesus Cristo. Nesse sistema de teologia da prosperidade deturpada, líderes de movimentos neopentecostais faturam milhões e milhões de reais em cada culto, em cada templo, onde há muitos templos instalados em várias partes do mundo. Esses mesmos líderes que ainda ousam a usar os meios de comunicação de uso público, a TV aberta, para pregar as suas vãs palavras e arrecadar mais dinheiro em nome de uma divindade, o que com certeza, não é a mesma divindade que expulsou os vendilhões do templo.
Mas isso não se restringe às religiões neopentecostais. Até mesmo a Igreja Católica, que citei no começo deste texto, que prega a pobreza, também lucram bastante com o capitalismo religioso. É muito comum você ir aos eventos católicos, ver pessoas oferecendo produtos e serviços, para a fé. Claro que não vendem a graça divina em seus cultos, como fazem os neopentecostais, mas eles também lucram bastante com isso. Realmente, ninguém é obrigado a comprar aquelas camisas com os dizeres cristãos, mas todos são induzidos, e muitos compram, o que chamamos claramente de marketing cristão, e acredite, é bem lucrativo.
Mas isso gera também um pouco de materialismo no meio cristão, favorecendo o capitalismo religioso, até em instituições religiosas, que se prezam pela pobreza. Logo vemos que não tem escapatória, pois assim como o "mundo" (como os religiosos costumam chamar), os mesmos acabam dando mais valor ao material. O mesmo se diz ao pagamento de promessas, sobre milagres, ainda mantendo a relação com Deus comerciante. Deus quer que pratiquemos o amor, não fazendo sacrifícios e coisas absurdas como forma de agradecimento pela graça alcançada.
Claro que não podemos generalizar, mas vamos lembrar que fenômeno do Capitalismo Religioso é um negócio altamente lucrativo. Empresas lucram e faturam alto, com produtos e serviços oferecidos às igrejas e pelas igrejas. Prova disso, são as construções de megatemplos, e atividades nas emissoras de TV. O capitalismo religioso movimenta o mercado, e como movimenta, mas assim como qualquer outro tipo de capitalismo, incentiva e estimula o consumo deliberado e aumenta a desigualdade social. Não é porque que ela possui rótulo de religioso, que ele vai ser bom. Capitalismo é capitalismo, e age inclusive nas religiões.
Fonte: BaudoValentim e outros textos
Dilma não apoia a intervenção na Síria
6 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaAs contradições são visíveis, inegáveis: Dilma joga na cara do Cameron que o Brasil não apóia intervenção militar contra Síria e Irã, sustenta com firmeza e soberania o ingresso da Venezuela no Mercosul enfrentando a irritação da direita - para quem o Paraguai virou agora modelo de democracia - deixando-a falando sozinha, com seus porta-vozes midiáticos beirando o ridículo.
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Brasil apóia Resolução da ONU que prevê ações militares contra a Síria
Na última sexta feira, dia 3 de agosto, a ONU aprovou uma resolução que, descaradamente , permite ações militares contra a Síria, já alvo de intervenção estrangeira via mercenários pagos declaradamente pela Arábia Saudita e o Qatar, com o apoio oficial dos EUA, pela voz de Hillary Clinton. Barack Obomba também autorizou a CIA a interferir abertamente para a derrubada do governo de Baschar Al Assad. A Resolução aprovada é uma pá de cal a todo esforço para uma resolução negociada e pacífica do conflito sírio. Detalhe grave: o Brasil votou a favor desta resolução que dá espasmos de prazer à indústria bélica.
O curioso é que há poucos dias, ante a pressões imperiais de Cameron, em Londres, a Presidenta Dilma , mantendo uma linha em política externa definida no Governo Lula, respondeu que o Brasil não vai apoiar intervenção militar externa contra a Síria e o Irã. De quebra, ainda acrescentou que o Brasil defende a soberania da Argentina sobre as Ilhas Malvinas, assim mesmo, falou Malvinas, não Falklands.
Contradições
Como explicar então esta distância entre as palavras da presidenta e os votos do Brasil na ONU, lembrando que esta é a segunda vez que o governo Dilma vota contra a Síria? Sem contar que houve a participação oficial do Itaramaty em diversas reuniões do chamado “Grupo de Amigos da Síria”, fóruns construídos inegavelmente para pressionar a ONU a tomar medidas contra aquele país, e, em cujas reuniões, representantes de governos estrangeiros, como a pavorosa Clinton, defendeu publicamente o abastecimento de armamentos aos chamados rebeldes.
Aliás, este distanciamento da política externa atual em relação aquela aplicada no governo Lula, tem se revelado cada vez mais acentuado, especialmente quando se trata de situações em que os interesses norte-americanos são contrariados por países que sempre representaram uma política e uma atitude de soberania, autodeterminação e independência frente às pressões da Casa Branca.
As contradições são visíveis, inegáveis: Dilma joga na cara do Cameron que o Brasil não apóia intervenção militar contra Síria e Irã, sustenta com firmeza e soberania o ingresso da Venezuela no Mercosul enfrentando a irritação da direita - para quem o Paraguai virou agora modelo de democracia - deixando-a falando sozinha, com seus porta-vozes midiáticos beirando o ridículo.
Em hipótese
No mês de julho, uma declaração do Chanceler Patriota, causou fortíssima interrogação. Ele disse, em entrevista reproduzida pela Folha de São Paulo, que o problema da Síria é que o país possui armas químicas de destruição em massa”, aquele mantra da indústria bélica, que George Bush e os negros fascista Collin Powell e Condolezza Rice, decoraram e ecoaram mundo a fora pelo “jornalismo de guerra” que levou de roldão a BBC, até que uma chuva de bombas começou a cair sobre Bagdá. Até hoje não sabemos quantos morreram, mas sim que há uma montanha de cadáveres como resultado da aplicação deste mantra macabro.
O chanceler Patriota, no dia seguinte a esta declaração, voltou a público para “explicar” que quando falara de armas químicas de destruição massa nas mãos da Síria” estava falando apenas , atenção, “em hipótese” compare- se a gravidade da declaração, com a candura da explicação dada no dia seguinte.....
Antecedentes perigosos
Em 2002, o chanceler do governo FHC era Celso Lafer. Uma briga de gigantes se desenvolveu nos bastidores a partir do momento em que o mantra das armas químicas começou a ser entoado na Casa Branca. Após uma reunião a portas fechadas com Collin Powel, Celso Lafer começa a atuar para que o Embaixador Maurício Bustani, Diretor-Geral da OPAQ - Organização para a Proibição de Armas Químicas, fosse afastado do cargo. Bustani, brasileiro de valor, honrando as melhores tradições brasileiras de não vassalagem aos poderes da indústria bélica que, por sua vez, dão as cartas na diplomacia de guerra, havia entendido o significado daquele mantra macabro. A ele resistia com honradez.
O quadro geral, como sabemos, era e é ainda hoje, de que os países mais armados querem impedir que outros se armem. Especialmente se estes outros países são independentes e possuem potencial de desenvolvimento econômico e tecnológico. A pressão surda contra o programa nuclear brasileira também se encaixa nesta linha de raciocínio. Frente tudo isto, Bustani, no estrito cumprimento de suas funções como Diretor-Geral da OPAQ, para a qual havia sido eleito pela maioria dos países membros, começa a pagar o preço amargo por sua indisposição com a função de vassalo de impérios. Para dar uma idéia da importância e da relevância das funções desempenhadas pelo embaixador Maurício Bustani, vale citar que todos os esforços reais pelo desarmamento confrontam o lucrativo capital das armas, especialmente onde ele é mais pujante, nos EUA
Mantra macabro
Os EUA sabiam que a OPAQ estava prestes a realizar uma comprovação técnica internacional no Iraque, que demonstraria não ser aquele país possuidor de armas químicas de destruição em massa, mantra que Lafer levou a sério, após aquela reunião a portas fechadas com Collin Powell, em Washingon. Para surpresa dos países membros da OPAQ o Brasil retira apoio ao Embaixador Bustani quando os EUA, oficialmente, faz pedido oficial para o seu afastamento, argumentando qualquer coisa, qualquer pretexto, algo como “ele é muito exaltado e não toca bem piano”, o que, para quem o conhece, não é verdade. Ante a imposição dos EUA para o afastamento de Bustani, os países membros esperaram pela sustentação brasileira do seu nome, o que não ocorreu. Como se lembram, Celso Lafer foi aquele chanceler brasileiro que, revelando infinita vocação para a vassalagem, retirou os sapatos, em várias oportunidades, sob ordens de guardinhas de alfândega nos aeroportos dos EUA. Tais exigências fazem parte do script traçado a partir de 11 de setembro de 2001 para “a declaração de guerra ao terrorismo”, como magistralmente denunciou o genial escritor Gore Vidal, que acaba de nos privar de sua inteligência. Mas, não de sua obra.
Comparar é preciso
Nesta mesma época, o Senador Roberto Requião, chefiando uma delegação oficial do Senado Federal aos EUA, também foi barrado por um guardinha de alfândega que queria ver toda a delegação sem sapatos. Requião fez o que um chanceler deveria ter feito: botou o dedo na cara do guardinha e declarou alto e bom som: “Esta é uma delegação oficial do Senado do Brasil. Não vamos nos submeter a nenhuma revista vexatória nem tirar os sapatos . Deixem-nos passar, em caso contrário a visita oficial está encerrada aqui mesmo!” De um chanceler não se espera menos. Evidentemente, desde que ele esteja realmente imbuído dos interesses nacionais que deve representar. Houve telefonemas, telefonemas, consultas e, minutos depois, o guardinha, talvez o mesmo que tenha revistado o chanceler, voltou e liberou a passagem da delegação de senadores. Todos com sapatos .Mantida ali, a dignidade nacional.
Relações perigosas
Independente das funções desempenhadas pelo chanceler Patriota lá em 2002, o que é possível captar agora é uma certa linha de convergência entre a sua declaração recente e aqueles esforços feitos pelo chanceler Lafer, lá no governo FHC, para o afastamento do Embaixador Bustani do cargo de Diretor Geral da OPAQ. Como pano de fundo, sempre o mesmo o mantra das armas de destruição em massa que, em hipótese, o chanceler Patriota declarou existirem nas mãos do governo Sírio hoje. Afora a irresponsabilidade de declarações tão graves e desastradas quando estão em jogo os destinos de um povo e de um país com o qual o Brasil mantém relações normais de cooperação e amizade, ressalte-se que a declaração recente de Patriota parece um eco do mesmo mantra de mais de 10 ano atrás. Mantra que levou a diplomacia, então tucana, a uma espécie de adesão obediente e cooperativa - retirada de obstáculos - para que a guerra contra o Iraque se consumasse. A narrativa sobre esta página feia da diplomacia brasileira está magistralmente registrada no livro do professor Moniz Bandeira, “As relações perigosas: Brasil-Estados Unidos”, que recomendo com força. Quando hoje está mundialmente comprovado a inexistência daquelas tais armas de destruição em massa nas mãos do Iraque, a diplomacia brasileira, tem, no mínimo, explicações a dar, tendo em vista ser direito de todas as instituições e de cada cidadão brasileiro, exibir transparência e coerência democráticas de nossa política externa.
Mudança de posições
Apesar dos esforços da Russia, China, Africa do Sul e Índia por uma solução pacífica do conflito sírio, o Brasil, uma vez mais, votou distanciando-se dos Brics e em sintonia do esforço imperial por impor uma nova, mais uma,. intervenção militar estrangeira. Após a intervenção militar da Otan na Líbia, arrancada a fórceps da ONU, muitos países têm reformado sua posição no cenário mundial, pois, vai ficando clara uma disposição norte-americana para um enfrentamento bélico. Dois exemplos recentes: os EUA estão a ignorar todos os acordos anteriores feitos com a Rússia e continuam tomando medidas para instalar um escudo anti-míssil na Polônia, o que levou o Chefe do Estado Maior Russo, General Makarov, a afirmar, na semana passada, que as forças militares de seu país podem optar pura e simplesmente por destruir estas instalações, caso os EUA não respeitem os acordos.
O outro exemplo, é a nova estratégia de ocupação dos mares asiáticos pela Marinha dos EUA, levando a Austrália, onde estão instaladas bases militares estadunidenses a ser apenas mais uma marionete do Pentágono na região, onde o alvo, obviamente, não é o pequenino Timor Leste, mas a China. A reação da China tem registrado um tom incomum para a conhecida paciência oriental. Hu Jin Tao, dirigente chinês, diante da ocorrência de inúmeras manobras militares conjuntas sino-russas convocou os dois exércitos a união “porque o imperialismo só entende a linguagem da guerra”. Além disso, os dois países, diferente do que ocorreu quando da invasão da Otan à Líbia, oportunidade em que os dois gigantes lavaram as mãos com sangue do povo líbio, agora, diante do novo script da agressão gradual do império no capítulo Síria, despertaram. Já se posicionaram de modo irredutível contra qualquer intervenção militar externa contra o governo de Damasco. Tal mudança de posição é acompanhada pela nova posição iraniana que, diferente do que fez diante da crise líbia, agora tem sido enérgica em defesa da autodeterminação síria.
Precedentes
Será que o importante giro em política externa de países centrais dos Brics, como a Rússia e a China, e agora também na política do Irã, não deveria representar vigoroso motivo de rediscussão da posição brasileira na ONU que, praticamente, endossou a Resolução que celebra o terrorismo praticado por mercenários na Síria, com o apoio da Otan? Os direitos humanos não foram elencados como parâmetro de definição da política externa brasileira? O que dizer do que se faz na Síria, quando a missão Kofi Annan por uma solução pacífica foi detonada exatamente pelos países que querem uma intervenção militar e apóiam militarmente os mercenários internacionais que lá atuam? E quando estes mesmo países da Otan, depois de lavarem em sangue sírio sua estratégia de ocupação territorial da Síria, na hipótese de derrocada do governo atual, se voltarem para o Irã com o mantra renovado entoando que a nação persa não tem direito de ter programa nuclear, apenas os que já têm? Qual será a posição brasileira? Pior ainda: e quando, num novo cenário mundial, estes países imperiais voltarem suas exigência contra o Brasil, que também pode vir a ser acusado , como o Irã, de ter programa nuclear? Ou de ser inepto em matéria ambiental, com o que se justificaria o apoio a comandos mercenários neste imenso território brasileiro, com vistas a esquartejá-lo? Qual será então a política do Itamaraty?Qualquer que seja, será tarde demais.....
Fraude midiática
Há inúmeras comprovações de que muitos dos supostos ataques dos chamados rebeldes sírios são gravados no Qatar e difundidos, entre outros, pela TV Al-Jazeera, perigosamente defendida aqui no Brasil como TV pública exemplar por certas vozes do movimento da democratização da comunicação , quando na realidade é um instrumento de falsificação informativa para justificar e pressionar a tomada de posições na ONU contra a Síria. Até mesmo a BBC foi colhida re-exibindo vídeos ou estampando fotos em seu site de situações ocorridas no Iraque anos atrás e agora apresentadas, fraudulentamente, como se fossem episódios do conflito atual da Síria.
Há uma simbiose entre esses meios informativos e a agenda de encomendas da indústria bélica, um dos poucos ramos econômicos a não ter sofrido duramente com a crise capitalista nos EUA. Os redatores e editores destas emissoras são conhecidos instrutores militares, e a CNN, já conhecida com CiaNewsNetwork, vai desenrolando o roteiro de intervenções midiáticas - a TV Síria, não apenas foi bombardeada com seu sinal foi desconectado dos satélites internacionais - que pavimentam a chegada das tropas da Otan.
Mensagem da Líbia
Será que nada disso fará o Brasil repensar sua posição na ONU, mesmo observando que está distanciando-se, nesta questão política crucial, da posição dos países dos Brics, e, também, da posição dos países que querem construir uma integração soberana na América Latina? Rússia , China e Irã entenderam , finalmente, a dura mensagem que a Otan enviou ao mundo ao invadir a Líbia. E o Brasil? Será tão difícil ver que há perigosas similaridades entre a ocupação estratégia do Mar da China pela marinha dos EUA e a reativação da Quarta Frota para o Atlântico Sul, particularmente após a descoberta do petróleo pré-sal?
A presidenta acertou quando disse na cara do Cameron que o Brasil não apoiaria uma intervenção militar na Síria ou no Irã. Mas, o apoio do Brasil a esta Resolução da ONU, que autoriza ações militares contra a Síria, levanta enigmáticas e misteriosas contradições. E isto não é apenas em hipótese.
Beto Almeida
Jornalista
Brasil apóia Resolução da ONU que prevê ações militares contra a Síria
6 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaNa última sexta feira, dia 3 de agosto, a ONU aprovou uma resolução que, descaradamente , permite ações militares contra a Síria, já é alvo de intervenção estrangeira via mercenários pagos declaradamente pela Arábia Saudita e o Qatar, com o apoio oficial dos EUA, pela voz de Hillary Clinton. Barack Obomba também autorizou a CIA a interferir abertamente para a derrubada do governo de Bashar Al Assad. A Resolução aprovada é uma pá de cal a todo esforço para uma resolução negociada e pacífica do conflito sírio. Detalhe grave: o Brasil votou a favor desta resolução que que dá espasmos de prazer à indústria bélica.
O curioso é que há poucos dias, ante a pressões imperiais de Cameron, em Londres, a Presidenta Dilma , mantendo uma linha em política externa definida no Governo Lula, respondeu que o Brasil não vai apoiar intervenção militar externa contra a Síria e o Irã. De quebra, ainda acrescentou que o Brasil defende a soberania da Argentina sobre as Ilhas Malvinas, assim mesmo, falou Malvinas, não Falklands.
Contradições
Como explicar então esta distância entre as palavras da presidenta e os votos do Brasil na ONU, lembrando que esta é a segunda vez que o governo Dilma vota contra a Síria? Sem contar que houve a participação oficial do Itaramaty em diversas reuniões do chamado “Grupo de Amigos da Síria”, fóruns construídos inegavelmente para pressionar a ONU a tomar medidas contra aquele país, e, em cujas reuniões, representantes de governos estrangeiros, como a pavorosa Clinton, defendeu publicamente o abastecimento de armamentos aos chamados rebeldes.
Aliás, este distanciamento da política externa atual em relação aquela aplicada no governo Lula, tem se revelado cada vez mais acentuado, especialmente quando se trata de situações em que os interesses norte-americanos são contrariados por países que sempre representaram uma política e uma atitude de soberania, autodeterminação e independência frente às pressões da Casa Branca.
As contradições são visíveis, inegáveis: Dilma joga na cara do Cameron que o Brasil não apóia intervenção militar contra Síria e Irã, sustenta com firmeza e soberania o ingresso da Venezuela no Mercosul enfrentando a irritação da direita - para quem o Paraguai virou agora modelo de democracia - deixando-a falando sozinha, com seus porta-vozes midiáticos beirando o ridículo.
Por hipótese
No mês de julho, uma declaração do Chanceler Patriota, causou fortíssima interrogação. Ele disse, em entrevista reproduzida pela Folha de São Paulo, que o problema da Síria é que ela possui armas químicas de destruição em massa”, aquele mantra da indústria bélica, que George Bush e os negros fascista Collin Powell e Condolezza Rice, decoraram e ecoaram mundo a fora pelo “jornalismo de guerra” que levou de roldão a BBC, até que uma chuva de bombas começou a cair sobre Bagdá. Até hoje não sabemos quantos morreram, mas sim que há uma montanha de cadáveres como resultado da aplicação deste mantra macabro.
O chanceler Patriota, no dia seguinte a esta declaração, voltou a público para explicar que quando falara de armas químicas de destruição massa nas mãos da Síria” estava falando apenas , atenção, “em hipótese” Compare- se a gravidade da declaração, com a candura da explicação dada no dia seguinte.....
Antecedentes perigosos
Em 2002, o chanceler do governo FHC era Celso Lafer. Uma briga de gigantes se desenvolveu nos bastidores a partir do momento em que o mantra das armas químicas começou a ser entoado na Casa Branca. Após uma reunião a portas fechadas com Collin Powel, Celso Lafer começa a atuar para que o Embaixador Maurício Bustani, Diretor-Geral da OPAQ - Organização para a Proibição de Armas Químicas, fosse afastado do cargo. Bustani, brasileiro de valor, honrando as melhores tradições brasileiras de não vassalagem aos poderes da indústria bélica que, por sua vez, dão as cartas na diplomacia de guerra, havia entendido o significado daquele mantra macabro. A ele resistia com honradez.
O quadro geral, como sabemos, era e é ainda hoje, de que os países mais armados querem impedir que outros se armem. Especialmente se estes outros países são independentes e possuem potencial de desenvolvimento econômico e tecnológico. A pressão surda contra o programa nuclear brasileira também se encaixa nesta linha de raciocínio. Frente tudo isto, Bustani, no estrito cumprimento de suas funções como Diretor-Geral da OPAQ, para a qual havia sido eleito pela maioria dos países membros, começa a pagar o preço amargo por sua indisposição com a função de vassalo de impérios. Para dar uma idéia da importância e da relevância das funções desempenhadas pelo embaixador Maurício Bustani, vale citar que todos os esforços reais pelo desarmamento confrontam o lucrativo capital das armas, especialmente onde ele é mais pujante, nos EUA
Mantra macabro
Collin Powell sabia que a OPAQ estava prestes a realizar uma comprovação técnica internacional no Iraque, que demonstraria não ser aquele país possuidor de armas químicas de destruição em massa, mantra que Lafer levou a sério, após aquela reunião a portas fechadas com Collin Powell, em Washingon. Para surpresa dos países membros da OPAQ o Brasil retira apoio ao Embaixador Bustani quando os EUA, oficialmente, faz pedido oficial para o seu afastamento, argumentando qualquer coisa, qualquer pretexto, algo como “ele é muito exaltado e não toca bem piano”, o que, para quem o conhece, não é verdade. Ante a imposição dos EUA para o afastamento de Bustani, os países membros esperaram pela sustentação brasileira do seu nome, o que não ocorreu. Como se lembram, Celso Lafer foi aquele chanceler brasileiro que, revelando infinita vocação para a vassalagem, retirou os sapatos , em várias oportunidades, sob ordens de guardinhas de alfândega nos aeroportos dos EUA. Tais exigências fazem parte do script traçado em 11 de setembro para “a declaração de guerra ao terrorismo”, como magistralmente denunciou o genial escritor Gore Vidal, que acaba de nos privar de sua inteligência. Mas, não de sua obra.
Comparar é preciso
Nesta mesma época, o Senador Roberto Requião, chefiando uma delegação oficial do Senado Federal aos EUA, também foi barrado por um guardinha de alfândega que queria ver toda a delegação sem sapatos. Requião fez o que um chanceler deveria ter feito: botou o dedo na cara do guardinha e declarou alto e bom som: “Esta é uma delegação oficial do Senado do Brasil. Não vamos nos submeter a nenhuma revista vexatória nem tirar os sapatos . Deixem-nos passar, em caso contrário a visita oficial está encerrada aqui mesmo!” De um chanceler não se espera menos. Evidentemente, desde que ele esteja realmente imbuído dos interesses nacionais que deve representar. Houve telefonemas, telefonemas, consultas e, minutos depois, o guardinha, talvez o mesmo que tenha revistado o chanceler, voltou e liberou a passagem da delegação de senadores. Todos com sapatos .Mantida ali, a dignidade nacional.
Relações perigosas
Recentemente, o Chanceler Patriota declarou à Folha de São Paulo que “o problema da Síria é que é país possuir de armas químicas”. Dado o impacto da declaração, no dia seguinte, ele comparece ás páginas da imprensa e “explica” que falara apenas “em hipótese”. Independente das funções desempenhadas pelo chanceler Patriota lá em 2002, o que é possível captar agora é uma certa linha de convergência entre a sua declaração recente e os esforços feitos pelo chanceler Lafer, lá no governo FHC, para o afastamento do Embaixador Bustani do cargo de Diretor Geral da OPAQ. Como pano de fundo, sempre o mesmo o mantra das armas de destruição em massa que, por hipótese, o chanceler Patriota declarou existirem nas mãos do governo Sírio hoje. Afora a irresponsabilidade de declarações tão graves e desastradas quando estão em jogo os destinos de um povo e de um país com o qual o Brasil mantém relações normais de cooperação e amizade, ressalte-se que a declaração recente de Patriota parece um eco do mesmo mantra de mais de 10 ano atrás. Mantra que levou a diplomacia, então tucana, a uma espécie de adesão obediente e cooperativa, retirando os obstáculos, para que a guerra contra o Iraque se consumasse. A narrativa sobre esta página feia da diplomacia brasileira está magistralmente registrada no livro do professor Moniz Bandeira, “As relações perigosas: Brasil-Estados Unidos”, que recomendo com força. Quando hoje está mundialmente comprovado a inexistência daquelas tais armas de destruição em massa nas mãos do Iraque, a diplomacia brasileira, tem, no mínimo, explicações a dar, tendo em vista ser direito de todas as instituições e de cada cidadão brasileiro, exibir transparência e coerência democráticas de nossa política externa.
Mudança de posições
Apesar dos esforços da Russia, China, Africa do Sul e Índia por uma solução pacífica do conflito Sírio, o Brasil, uma vez mais, votou distanciando-se dos Brics e em sintonia do esforço imperial por impor uma nova, mais uma,. intervenção militar estrangeira. Após a intervenção militar da Otan na Líbia, arrancada a fórceps da ONU, muitos países têm reformado sua posição no cenário mundial, pois, vai ficando clara uma disposição norte-americana para um enfrentamento bélico. Dois exemplos recentes: os EUA estão a ignorar todos os acordos anteriores feitos com a Rússia e continuam tomando medidas para instalar um escudo anti-míssil na Polônia, o que levou o Chefe do Estado Maior Russo, General Makarov, a afirmar, na semana passada, que as forças militares de seu país podem optar pura e simplesmente por destruir estas instalações, caso os EUA não respeitem os acordos. O outro exemplo, é a nova estratégia de ocupação dos mares asiáticos pela Marinha dos EUA, levando a Austrália, onde estão instaladas bases militares estadunidenses a ser apenas mais uma marionete do Pentágono na região, onde o alvo, obviamente, não é o pequenino Timor Leste, mas a China. A reação da China tem registrado um tom incomum para a conhecida paciência oriental. Hu Jin Tao, dirigente chinês, diante da ocorrência de inúmeras manobras militares conjuntas sino-russas convocou os dois exércitos a união “porque o imperialismo só entende a linguagem da guerra”. Além disso, os dois países, diferente do que ocorreu quando da invasão da Otan à Líbia, oportunidade em que os dois gigantes lavaram as mãos com sangue do povo líbio, agora, diante do novo script da agressão gradual do império no capítulo Síria. Já se posicionaram de modo irredutível contra qualquer intervenção militar externa contra o governo de Damasco. Tal mudança de posição é acompanhada pela nova posição iraniana que, diferente do que fez diante da crise líbia, agora tem sido enérgica em defesa da autodeterminação síria.
Precedentes
Será que o importante giro em política externa de países centrais dos Brics, como a Rússia e a China, e agora como na política do Irã, não deveria representar vigoroso motivo de rediscussão da posição brasileira na ONU que, praticamente, endossou a Resolução celebra o terrorismo praticado por mercenários na Síria, com o apoio da Otan? Os direitos humanos não foram elencados como parâmetro de definição da política externa brasileira? O que dizer do que se faz na Síria, quando a missão Kofri Annan por uma solução pacífica foi detonada exatamente pelos países que querem uma intervenção militar e apoiam militarmente os mercenários internacionais que lá atuam? E quando estes mesmo países da Otan, depois de lavarem em sangue sírio sua estratégia de ocupação territorial da Síria, na hipótese de derrocada do governo atual, se voltarem para o Irã com o mantra renovado entoando que a nação persa não tem direito de ter programa nuclear, apenas os que já têm? Qual será a posição brasileira? Pior ainda: e quando, num novo cenário mundial, estes países imperiais voltarem suas exigência contra o Brasil, que também pode vir a ser acusado , como o Irã, de ter programa nuclear? Ou de ser inepto em matéria ambiental, com o que se justificaria o apoio a comandos mercenários neste imenso território brasileiro, com vistas a esquartejá-lo? Qual será então a política do Itamaraty?
Fraude midiática
Há inúmeras comprovações de que muitos dos supostos ataques dos chamados rebeldes sírios são gravados no Qatar e difundidos, entre outros, pela TV Al-Jazeera, perigosamente defendida aqui no Brasil como TV pública exemplar por certas vozes do movimento da democratização da comunicação , quando na realidade é um instrumento de falsificação informativa para justificar e pressionar a tomada de posições na ONU contra a Síria. Até mesmo a BBC foi colhida reexibindo vídeos ou estampando fotos em seu site de situações ocorridas no Iraque anos atrás e agora apresentadas, fraudulentamente, como se fossem episódios do conflito do Iraque.
Há uma simbiose entre esses meios informativos e a agenda de encomendas da indústria bélica, dos poucos ramos econômicos a não ter sofrido duramente com a crise capitalista nos EUA. Os redatores e editores destas emissoras são conhecidos instrutores militares, e a CNN, já conhecida com CiaNewsNetwork, vai desenrolando o roteiro de intervenções midiáticas - a TV Síria, não apenas foi bombardeada com seu sinal foi desconectado dos satélites internacionais - que pavimentam a chegada das tropas da Otan.
Mensagem da Líbia
Será que nada disso fará o Brasil repensar sua posição na ONU, mesmo observando que está distanciando-se, nesta questão política crucial, da posição dos países dos Brics, e, também, da posição dos países que querem construir uma integração soberana na América Latina? Rússia , China e Irã entenderam , finalmente, a dura mensagem que a Otan enviou ao mundo ao invadir a Líbia. E o Brasil? Será táo difícil ver que há perigosas similaridades entre a ocupação estratégia do Mar da China pela marinha dos EUA e a reativação da Quarta Frota para o Atläntico Sul, particularmente após a descoberta do petróleo pré-sal?
A presidenta acertou quando disse na cara do Cameron que o Brasil não apoiaria uma intervenção militar na Síria ou no Irã. Mas, o apoio do Brasil a esta Resolução da ONU, que autoriza ações militares contra a Síria, levanta enigmáticas e misteriosas contradições E isto não é apenas uma hipótese.
Beto Almeida
Jornalista
ONU: Brasil vota contra a Síria em contradição com os Brics
6 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaNa última sexta feira, dia 3 de agosto, a ONU aprovou uma resolução que, descaradamente , permite ações militares contra a Síria, já é alvo de intervenção estrangeira via mercenários pagos declaradamente pela Arábia Saudita e o Qatar, com o apoio oficial dos EUA, pela voz de Hillary Clinton. Barack Obomba também autorizou a CIA a interferir abertamente para a derrubada do governo de Bashar Al Assad. A Resolução aprovada é uma pá de cal a todo esforço para uma resolução negociada e pacífica do conflito sírio. Detalhe grave: o Brasil votou a favor desta resolução que que dá espasmos de prazer à indústria bélica.
O curioso é que há poucos dias, ante a pressões imperiais de Cameron, em Londres, a Presidenta Dilma , mantendo uma linha em política externa definida no Governo Lula, respondeu que o Brasil não vai apoiar intervenção militar externa contra a Síria e o Irã. De quebra, ainda acrescentou que o Brasil defende a soberania da Argentina sobre as Ilhas Malvinas, assim mesmo, falou Malvinas, não Falklands.
Contradições
Como explicar então esta distância entre as palavras da presidenta e os votos do Brasil na ONU, lembrando que esta é a segunda vez que o governo Dilma vota contra a Síria? Sem contar que houve a participação oficial do Itaramaty em diversas reuniões do chamado “Grupo de Amigos da Síria”, fóruns construídos inegavelmente para pressionar a ONU a tomar medidas contra aquele país, e, em cujas reuniões, representantes de governos estrangeiros, como a pavorosa Clinton, defendeu publicamente o abastecimento de armamentos aos chamados rebeldes.
Aliás, este distanciamento da política externa atual em relação aquela aplicada no governo Lula, tem se revelado cada vez mais acentuado, especialmente quando se trata de situações em que os interesses norte-americanos são contrariados por países que sempre representaram uma política e uma atitude de soberania, autodeterminação e independência frente às pressões da Casa Branca.
As contradições são visíveis, inegáveis: Dilma joga na cara do Cameron que o Brasil não apóia intervenção militar contra Síria e Irã, sustenta com firmeza e soberania o ingresso da Venezuela no Mercosul enfrentando a irritação da direita - para quem o Paraguai virou agora modelo de democracia - deixando-a falando sozinha, com seus porta-vozes midiáticos beirando o ridículo.
Por hipótese
No mês de julho, uma declaração do Chanceler Patriota, causou fortíssima interrogação. Ele disse, em entrevista reproduzida pela Folha de São Paulo, que o problema da Síria é que ela possui armas químicas de destruição em massa”, aquele mantra da indústria bélica, que George Bush e os negros fascista Collin Powell e Condolezza Rice, decoraram e ecoaram mundo a fora pelo “jornalismo de guerra” que levou de roldão a BBC, até que uma chuva de bombas começou a cair sobre Bagdá. Até hoje não sabemos quantos morreram, mas sim que há uma montanha de cadáveres como resultado da aplicação deste mantra macabro.
O chanceler Patriota, no dia seguinte a esta declaração, voltou a público para explicar que quando falara de armas químicas de destruição massa nas mãos da Síria” estava falando apenas , atenção, “em hipótese” Compare- se a gravidade da declaração, com a candura da explicação dada no dia seguinte.....
Antecedentes perigosos
Em 2002, o chanceler do governo FHC era Celso Lafer. Uma briga de gigantes se desenvolveu nos bastidores a partir do momento em que o mantra das armas químicas começou a ser entoado na Casa Branca. Após uma reunião a portas fechadas com Collin Powel, Celso Lafer começa a atuar para que o Embaixador Maurício Bustani, Diretor-Geral da OPAQ - Organização para a Proibição de Armas Químicas, fosse afastado do cargo. Bustani, brasileiro de valor, honrando as melhores tradições brasileiras de não vassalagem aos poderes da indústria bélica que, por sua vez, dão as cartas na diplomacia de guerra, havia entendido o significado daquele mantra macabro. A ele resistia com honradez.
O quadro geral, como sabemos, era e é ainda hoje, de que os países mais armados querem impedir que outros se armem. Especialmente se estes outros países são independentes e possuem potencial de desenvolvimento econômico e tecnológico. A pressão surda contra o programa nuclear brasileira também se encaixa nesta linha de raciocínio. Frente tudo isto, Bustani, no estrito cumprimento de suas funções como Diretor-Geral da OPAQ, para a qual havia sido eleito pela maioria dos países membros, começa a pagar o preço amargo por sua indisposição com a função de vassalo de impérios. Para dar uma idéia da importância e da relevância das funções desempenhadas pelo embaixador Maurício Bustani, vale citar que todos os esforços reais pelo desarmamento confrontam o lucrativo capital das armas, especialmente onde ele é mais pujante, nos EUA
Mantra macabro
Collin Powell sabia que a OPAQ estava prestes a realizar uma comprovação técnica internacional no Iraque, que demonstraria não ser aquele país possuidor de armas químicas de destruição em massa, mantra que Lafer levou a sério, após aquela reunião a portas fechadas com Collin Powell, em Washingon. Para surpresa dos países membros da OPAQ o Brasil retira apoio ao Embaixador Bustani quando os EUA, oficialmente, faz pedido oficial para o seu afastamento, argumentando qualquer coisa, qualquer pretexto, algo como “ele é muito exaltado e não toca bem piano”, o que, para quem o conhece, não é verdade. Ante a imposição dos EUA para o afastamento de Bustani, os países membros esperaram pela sustentação brasileira do seu nome, o que não ocorreu. Como se lembram, Celso Lafer foi aquele chanceler brasileiro que, revelando infinita vocação para a vassalagem, retirou os sapatos , em várias oportunidades, sob ordens de guardinhas de alfândega nos aeroportos dos EUA. Tais exigências fazem parte do script traçado em 11 de setembro para “a declaração de guerra ao terrorismo”, como magistralmente denunciou o genial escritor Gore Vidal, que acaba de nos privar de sua inteligência. Mas, não de sua obra.
Comparar é preciso
Nesta mesma época, o Senador Roberto Requião, chefiando uma delegação oficial do Senado Federal aos EUA, também foi barrado por um guardinha de alfândega que queria ver toda a delegação sem sapatos. Requião fez o que um chanceler deveria ter feito: botou o dedo na cara do guardinha e declarou alto e bom som: “Esta é uma delegação oficial do Senado do Brasil. Não vamos nos submeter a nenhuma revista vexatória nem tirar os sapatos . Deixem-nos passar, em caso contrário a visita oficial está encerrada aqui mesmo!” De um chanceler não se espera menos. Evidentemente, desde que ele esteja realmente imbuído dos interesses nacionais que deve representar. Houve telefonemas, telefonemas, consultas e, minutos depois, o guardinha, talvez o mesmo que tenha revistado o chanceler, voltou e liberou a passagem da delegação de senadores. Todos com sapatos .Mantida ali, a dignidade nacional.
Relações perigosas
Recentemente, o Chanceler Patriota declarou à Folha de São Paulo que “o problema da Síria é que é país possuir de armas químicas”. Dado o impacto da declaração, no dia seguinte, ele comparece ás páginas da imprensa e “explica” que falara apenas “em hipótese”. Independente das funções desempenhadas pelo chanceler Patriota lá em 2002, o que é possível captar agora é uma certa linha de convergência entre a sua declaração recente e os esforços feitos pelo chanceler Lafer, lá no governo FHC, para o afastamento do Embaixador Bustani do cargo de Diretor Geral da OPAQ. Como pano de fundo, sempre o mesmo o mantra das armas de destruição em massa que, por hipótese, o chanceler Patriota declarou existirem nas mãos do governo Sírio hoje. Afora a irresponsabilidade de declarações tão graves e desastradas quando estão em jogo os destinos de um povo e de um país com o qual o Brasil mantém relações normais de cooperação e amizade, ressalte-se que a declaração recente de Patriota parece um eco do mesmo mantra de mais de 10 ano atrás. Mantra que levou a diplomacia, então tucana, a uma espécie de adesão obediente e cooperativa, retirando os obstáculos, para que a guerra contra o Iraque se consumasse. A narrativa sobre esta página feia da diplomacia brasileira está magistralmente registrada no livro do professor Moniz Bandeira, “As relações perigosas: Brasil-Estados Unidos”, que recomendo com força. Quando hoje está mundialmente comprovado a inexistência daquelas tais armas de destruição em massa nas mãos do Iraque, a diplomacia brasileira, tem, no mínimo, explicações a dar, tendo em vista ser direito de todas as instituições e de cada cidadão brasileiro, exibir transparência e coerência democráticas de nossa política externa.
Mudança de posições
Apesar dos esforços da Russia, China, Africa do Sul e Índia por uma solução pacífica do conflito Sírio, o Brasil, uma vez mais, votou distanciando-se dos Brics e em sintonia do esforço imperial por impor uma nova, mais uma,. intervenção militar estrangeira. Após a intervenção militar da Otan na Líbia, arrancada a fórceps da ONU, muitos países têm reformado sua posição no cenário mundial, pois, vai ficando clara uma disposição norte-americana para um enfrentamento bélico. Dois exemplos recentes: os EUA estão a ignorar todos os acordos anteriores feitos com a Rússia e continuam tomando medidas para instalar um escudo anti-míssil na Polônia, o que levou o Chefe do Estado Maior Russo, General Makarov, a afirmar, na semana passada, que as forças militares de seu país podem optar pura e simplesmente por destruir estas instalações, caso os EUA não respeitem os acordos. O outro exemplo, é a nova estratégia de ocupação dos mares asiáticos pela Marinha dos EUA, levando a Austrália, onde estão instaladas bases militares estadunidenses a ser apenas mais uma marionete do Pentágono na região, onde o alvo, obviamente, não é o pequenino Timor Leste, mas a China. A reação da China tem registrado um tom incomum para a conhecida paciência oriental. Hu Jin Tao, dirigente chinês, diante da ocorrência de inúmeras manobras militares conjuntas sino-russas convocou os dois exércitos a união “porque o imperialismo só entende a linguagem da guerra”. Além disso, os dois países, diferente do que ocorreu quando da invasão da Otan à Líbia, oportunidade em que os dois gigantes lavaram as mãos com sangue do povo líbio, agora, diante do novo script da agressão gradual do império no capítulo Síria. Já se posicionaram de modo irredutível contra qualquer intervenção militar externa contra o governo de Damasco. Tal mudança de posição é acompanhada pela nova posição iraniana que, diferente do que fez diante da crise líbia, agora tem sido enérgica em defesa da autodeterminação síria.
Precedentes
Será que o importante giro em política externa de países centrais dos Brics, como a Rússia e a China, e agora como na política do Irã, não deveria representar vigoroso motivo de rediscussão da posição brasileira na ONU que, praticamente, endossou a Resolução celebra o terrorismo praticado por mercenários na Síria, com o apoio da Otan? Os direitos humanos não foram elencados como parâmetro de definição da política externa brasileira? O que dizer do que se faz na Síria, quando a missão Kofri Annan por uma solução pacífica foi detonada exatamente pelos países que querem uma intervenção militar e apoiam militarmente os mercenários internacionais que lá atuam? E quando estes mesmo países da Otan, depois de lavarem em sangue sírio sua estratégia de ocupação territorial da Síria, na hipótese de derrocada do governo atual, se voltarem para o Irã com o mantra renovado entoando que a nação persa não tem direito de ter programa nuclear, apenas os que já têm? Qual será a posição brasileira? Pior ainda: e quando, num novo cenário mundial, estes países imperiais voltarem suas exigência contra o Brasil, que também pode vir a ser acusado , como o Irã, de ter programa nuclear? Ou de ser inepto em matéria ambiental, com o que se justificaria o apoio a comandos mercenários neste imenso território brasileiro, com vistas a esquartejá-lo? Qual será então a política do Itamaraty?
Fraude midiática
Há inúmeras comprovações de que muitos dos supostos ataques dos chamados rebeldes sírios são gravados no Qatar e difundidos, entre outros, pela TV Al-Jazeera, perigosamente defendida aqui no Brasil como TV pública exemplar por certas vozes do movimento da democratização da comunicação , quando na realidade é um instrumento de falsificação informativa para justificar e pressionar a tomada de posições na ONU contra a Síria. Até mesmo a BBC foi colhida reexibindo vídeos ou estampando fotos em seu site de situações ocorridas no Iraque anos atrás e agora apresentadas, fraudulentamente, como se fossem episódios do conflito do Iraque.
Há uma simbiose entre esses meios informativos e a agenda de encomendas da indústria bélica, dos poucos ramos econômicos a não ter sofrido duramente com a crise capitalista nos EUA. Os redatores e editores destas emissoras são conhecidos instrutores militares, e a CNN, já conhecida com CiaNewsNetwork, vai desenrolando o roteiro de intervenções midiáticas - a TV Síria, não apenas foi bombardeada com seu sinal foi desconectado dos satélites internacionais - que pavimentam a chegada das tropas da Otan.
Mensagem da Líbia
Será que nada disso fará o Brasil repensar sua posição na ONU, mesmo observando que está distanciando-se, nesta questão política crucial, da posição dos países dos Brics, e, também, da posição dos países que querem construir uma integração soberana na América Latina? Rússia , China e Irã entenderam , finalmente, a dura mensagem que a Otan enviou ao mundo ao invadir a Líbia. E o Brasil? Será táo difícil ver que há perigosas similaridades entre a ocupação estratégia do Mar da China pela marinha dos EUA e a reativação da Quarta Frota para o Atläntico Sul, particularmente após a descoberta do petróleo pré-sal?
A presidenta acertou quando disse na cara do Cameron que o Brasil não apoiaria uma intervenção militar na Síria ou no Irã. Mas, o apoio do Brasil a esta Resolução da ONU, que autoriza ações militares contra a Síria, levanta enigmáticas e misteriosas contradições E isto não é apenas uma hipótese.
Beto Almeida
Jornalista
Sessão Solene de Comemoração dos 15 Anos da TV Comunitária
5 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaNa sombra de Hiroshima
5 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaA data 6 de agosto, aniversário de Hiroshima, deveria ser um dia de séria reflexão, não apenas sobre os eventos terríveis daquele dia em 1945, mas também sobre o que revelaram: que os seres humanos, em sua busca dedicada para expandir sua capacidade de destruição, tinham finalmente encontrado um modo de beirar o limite supremo.
por Noam Chomsky
Os memoriais de 6 de agosto deste ano têm significado especial. Eles ocorrem pouco antes do 50º aniversário do “momento mais perigoso na história humana”, nas palavras do historiador e conselheiro de John F. Kennedy, Arthur M. Schlesinger Jr., ao se referir à crise dos mísseis cubanos.
Graham Allison escreve na atual edição da “Foreign Affairs” que Kennedy “ordenou ações que ele sabia que aumentariam o risco não apenas de uma guerra convencional, mas também de uma guerra nuclear”, em uma probabilidade de talvez 50%, como ele acreditava, uma estimativa que Allison considera realista.
Kennedy declarou um alerta nuclear de nível alto que autorizava “os aviões da Otan com pilotos turcos ...(ou outros)... decolar, voar para Moscou e lançar uma bomba”.
Ninguém ficou mais chocado com a descoberta dos mísseis em Cuba do que os homens encarregados dos mísseis semelhantes que os Estados Unidos posicionaram secretamente em Okinawa seis meses antes, certamente apontados para a China, em um momento de tensões regionais elevadas.
Kennedy levou o líder soviético Nikita Khruschov “até a beira da guerra nuclear e ele olhou além da beirada e não teve estômago para ela”, segundo o general David Burchinal, na época um alto oficial na equipe de planejamento do Pentágono. Não se pode contar sempre com tamanha sanidade.
Khruschov aceitou uma fórmula concebida por Kennedy, colocando um fim à crise à beira da guerra. O elemento mais ousado da fórmula, escreve Allison, foi “um adoçante secreto que prometia a retirada dos mísseis americanos da Turquia em seis meses após o término da crise”. Eles eram mísseis obsoletos que seriam substituídos pelos submarinos Polaris, bem mais letais e invulneráveis.
Resumindo, mesmo diante do risco elevado de uma guerra de destruição inimaginável, foi sentida a necessidade de reforçar o princípio de que os Estados Unidos têm o direito unilateral de posicionar mísseis nucleares em qualquer lugar, alguns apontados para a China ou nas fronteiras da Rússia, que antes não tinha posicionado mísseis fora da União Soviética. É claro que foram apresentadas justificativas, mas não acho que elas resistam a uma análise.
Um princípio que acompanha é o de que Cuba não tinha direito de ter mísseis de defesa contra o que parecia ser uma invasão americana iminente. Os planos do programa terrorista de Kennedy, a Operação Mangusto, pediam por “revolta aberta e derrubada do regime comunista” em outubro de 1962, o mês da crise dos mísseis, reconhecendo que “o sucesso final exigirá uma intervenção militar americana decisiva”.
As operações terroristas contra Cuba costumam ser desdenhadas pelos comentaristas americanos como peripécias insignificantes da CIA. As vítimas, sem causar surpresa, veem as coisas de modo diferente. Nós podemos finalmente ouvir as vozes delas em “Voices from the Other Side: An Oral History of Terrorism Against Cuba”, de Keith Bolender.
Os eventos de outubro de 1962 são amplamente saudados como o ponto mais alto de Kennedy. Allison os apresenta como “um guia sobre como desarmar conflitos, administrar as relações entre grandes potências e tomada de decisões sensatas sobre política externa em geral”. Em particular, os conflitos de hoje com o Irã e a China.
O desastre esteve perigosamente próximo em 1962 e não houve escassez de momentos perigosos desde então. Em 1973, nos últimos dias da guerra entre árabes e israelenses, Henry Kissinger pediu um alerta nuclear de nível alto. A Índia e o Paquistão já estiveram próximos de uma guerra nuclear. Houve inúmeros casos em que a intervenção humana abortou um ataque nuclear apenas momentos antes do lançamento, após alertas falsos dos sistemas automatizados. Há muito sobre o que pensar em 6 de agosto.
Allison se junta a muitos outros em considerar os programas nucleares do Irã como sendo a crise atual mais séria, “e um desafio ainda mais complexo para os autores de políticas americanos do que a crise dos mísseis de Cuba”, por causa da ameaça de bombardeio israelense.
A guerra contra o Irã já está em curso, incluindo o assassinato de cientistas e pressões econômicas que chegaram ao nível de “guerra não declarada”, na avaliação de Gary Sick, um especialista em Irã.
Há muito orgulho na sofisticada ciberguerra direcionada contra o Irã. O Pentágono considera uma ciberguerra como sendo “um ato de guerra”, que autoriza o alvo a “uma resposta usando força militar tradicional”, segundo o “Wall Street Journal”. Com a exceção habitual: não quando os Estados Unidos ou um aliado são os perpetradores.
A ameaça do Irã foi recentemente apresentada pelo general Giora Eiland, um dos principais planejadores militares de Israel, descrito como “um dos pensadores mais engenhosos e prolíficos que (as forças armadas israelenses) já produziram”.
Dentre as ameaças que ele apresenta, a mais crível é a de que “qualquer confronto em nossas fronteiras ocorrerá sob um guarda-chuva nuclear iraniano”. O uso da força por Israel, portanto, ficaria limitado. Eiland concorda com a inteligência do Pentágono e americana, que também considera a dissuasão como sendo a maior ameaça apresentada pelo Irã.
A atual escalada da “guerra não declarada” contra o Irã aumenta a ameaça de guerra acidental em grande escala. Alguns dos riscos foram ilustrados no mês passado, quando um navio americano, parte do enorme posicionamento no Golfo, disparou contra um pequeno barco pesqueiro, matando um tripulante indiano e ferindo pelo menos três outros. Não precisaria muito para provocar uma grande guerra.
Uma forma sensível de evitar consequências tão temíveis seria buscar “a meta de estabelecer no Oriente Médio como sendo uma zona livre de armas de destruição em massa e de todos os mísseis para a entrega delas, e o objetivo da proibição global de armas químicas” –nos termos da resolução 687 do Conselho de Segurança de abril de 1991, que os Estados Unidos e o Reino Unido invocaram em seu esforço para fornecer um tênue verniz legal para sua invasão ao Iraque, 12 anos depois.
A meta tem sido um objetivo árabe-iraniano desde 1974, regularmente reendossada, e agora conta com apoio global quase unânime, ao menos formalmente. Uma conferência internacional para considerar formas de implantar esse tratado poderá ocorrer em dezembro.
O progresso é improvável, a menos que conte com apoio público em massa no Ocidente. O fracasso em perceber a oportunidade aumentará, novamente, a temível sombra que cobre o mundo desde o fatídico 6 de agosto.
Tradutor: George El Khouri AndolfatoFonte:
Nosso irmão , o bugre
4 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaSanta Catarina, via de regra, é um Estado todo bonitinho, cheio de cidades arrumadinhas e bem cuidadas, não importa muito a etnia que as formou no princípio. Aqui pelo meu Vale do Itajaí o pessoal gosta mesmo de caprichar: jardins bem cuidados rodeando casas quase sempre caprichosamente pintadas, centenas de donas de casa a usar uma preciosíssima água que deve se acabar em duas décadas para lavar e lavar calçadas que poderiam ser apenas varridas – uma beleza, todo o mundo cuidando da estética e da manutenção de uma terra que foi roubada dos... índios! É bem isso aí, gente, toda esta terra do Vale do Itajaí, bem como toda esta terra do continente americano já tinha dono antes que europeus e africanos aqui chegassem (há que se perdoar os africanos, que para cá foram trazidos à força.). E tem gente demais, por aí, dizendo e sentindo barbaridades a respeito do nosso espoliado índio, mais conhecido pelo termo bugre, que tem conotação bem pejorativa.
Fonte: JuntosSomosFortes
Eu tenho um amigo índio chamado Edvino. Ele é Xokleng, mas têm os olhos azuis, coisa lá de uns antepassados alemães que ele teve, mas dos quais não faz conta. Decerto são daqueles alemães que furunfaram lá com as antepassadas do Edvino e depois foram para casa cheios de si, a defender idéias de raça pura, essas bobagens assim. O fato é que Edvino é um Xokleng de olhos azuis. Num sábado aí para trás tirei um tempinho para andar pela cidade, e sentei-me numa pracinha onde Edvino justamente estava a vender bonito artesanato. Daí a pouco se senta ao meu lado uma típica dona de casa blumenauense, daquelas que gastam nossa preciosa água com as calçadas, e entabulamos alguma conversa. Disse para ela:
- Vês aquele rapaz ali, de olhos azuis? Ele é um índio!
Se uma dúzia de cobras venenosas tivesse aparecido naquele momento na praça e avançado na mulher ela não teria dado maior pulo. Ficou apavorada, o coração espremido de medo, a dizer-me:
- Aquele? Meu Deus, um selvagem! – e jogou-se embora quase correndo, tamanho seu medo.
Daí eu pergunto: quem é, ou quem foi o selvagem? O índio, antigo dono das nossas terras, era (e é) tão Homo sapiens sapiens quanto qualquer um de nós que lê jornal, e o que nós fizemos com ele? Aconselho que vocês leiam um livro chamado “Índios e brancos no Sul do Brasil”, de autoria de um nosso grande antropólogo, internacionalmente respeitado, Sílvio Coelho dos Santos. Sílvio passou toda a sua vida ligado ao povo Xokleng e conhece como ninguém a sua história. Vou transcrever aqui um pedacinho do livro – é um pedacinho de uma entrevista que o Sílvio fez lá pela década de 60 com um importante fazendeiro catarinense, e está à página 87 do livro. Depois de contar muitas atrocidades sobre como se efetuava o genocídio desse povo a quem roubamos as terras, ele conta o pedacinho seguinte:
“...conheci um indivíduo chamado Júlio Ramos, que participava dessas tropas. Contou-me que uma vez, durante um ataque, uma meninota de mais ou menos 14 anos tentava fugir do acampamento. Ele a alcançou, agarrando-a pelos cabelos, e desceu-lhe o facão. Este penetrou pelos ombros descendo até o estômago, cortando que nem bananeira(...)”
Duvido que você consiga almoçar bem hoje, se se lembrar de tal fato na hora da comida. E este é apenas um minúsculo pedacinho da História verdadeira. E dificilmente alguém de nós não descende de invasores que fizeram ou mandaram fazer coisa parecida. E ainda está cheio de gente levando susto quando vê índio, pensando na velha fórmula do “selvagem”. Quem é o selvagem? Eles ou nós?
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*Urda Alice Klueger: Escritora, historiadora e doutoranda em Geografia pela UFPR. Colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz.
EUA: Segredo de Estado - Síria
3 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaSegredo de Estao: Obama autoriza a CIA ajudar aos rebeldes na Síria.
O presidente estadunidense assinou em segredo um decreto que avaliza operações de inteligência nesse país.
assista: Vídeo
______________Leitura Relacionada________________
Assassinam importante jornalista sírio
James Petras: Financiamento dos "rebeldes" na Síria
Pepe Escobar: CIA e MOSSAD na Síria
Destaca diario británico mentiras contra Siria
o mandatário dos EUA, Barack obama, assinou um decreto que autoriza operações secretas da CIA e outras agências para apoiar os insurgentes sírios em sua luta contra o governo de Bashar al Assad.
Enquanto nas fronteiras da Síria aumentam o número de campos militares onde estrangeiros treinam os detratores do regime de Bashar al Assad, a cadeia CNN e a agência Reuters informaram que Barack Obama assinou um decreto para permitir a CIA em operações secretas apoiar os insurgentes sírios. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional (CSN) Tommy Vietor se negou a comentar o assunto. Não é possível precisar a data em que o documento foi assinado, mas alguns funcionários dos EUA, comunicaram a esses meios de comunicação que Obama assinou há vários meses.
Este decreto permite a Agência Central de Inteligência (CIA) e outros órgãos do país de conceder ampla ajuda à oposição armada na Síria para derrocar o regime do presidente Bashar al Assad.
Respaldo 'não letal" e clandestino.
Os detalhes da tal ajuda não são conhecidos, entretanto, fontes de CNN reportam que Washington coopera com os países que armam aos insurgentes, como Arábia Saudita e Qatar e elege os grupos armados que merecem ajuda.
Por outro lado, funcionários estadunidenses confirmaram que os EUA assessoram os insurgentes na área de inteligência e os abastece de informação sobre os movimentos das tropas do governo de Al Assad, o que agrava os enfrentamentos entre as partes. Oficialmente, a administração de Barack obama segue cautelosamente rejeitando armar os opositores, em parte porque não sabe muito a respeito destes grupo. No entanto, na quarta-feira passada o Departamento de Estado destinou 25 milhões de dólares para a oposição síria como ajuda "não letal" e 64 milhões a mais de 'ajuda humanitária" para o povo.
No final de julho passado, o jornal The New York Times citou fontes anônimas que asseguravam que a CIA abastecia em segredo armas para a oposição síria através da fronteira sírio-turca. O jornal precisou que o pagamento dos armamentos são feitos pelos principais adversários do regime sírio: Turquia, Arábia Saudita e Qatar. Cabe mencionar que um decreto secreto similar foi firmado pelo presidente estadunidense durante a guerra na Líbia em 2011 para ajudar a combater os líder do país, o coronel Muammar Kadhafi. Desta forma, o conflito terminou com a intervenção da OTAN e o derrocamento do regime líbio e o assassinato de Kadhafi.
Mossad e CIA, treinadores militares
Diversos meios de comunicação foram advertidos por vários países vizinhos da Síria que estão contra o regime de Al Assad, estão abrindo campos de treinamento militar e bases de apoio para os insurgentes armados. Também informaram da presença de especialistas estadunidenses e israelenses na região. Assim, a conhecida empresa de segurança estadunidense Blackwater instalou na Turquia campos de treinamento de mercenários para os enviar na luta contra al Assad, segundo o jornal turco Idinik. O diário informa que estas tropas se infiltram na Síria através da cidade turca de Hatay. Os oficiais sírios de inteligência asseguram que junto com a Blackwater operam integrantes da agência de inteligência israelense, o Mossad e da CIA, segundo a Press TV . Outros meios internacionais citam funcionários estadunidenses, que asseguram que o governo dos EUA cooperam com um centro de comando secreto com sede na cidade turca de Adana, cerca de 100km da fronteira com a Síria. A partir dali, Turquia, Arabia Saudita e Qatar dão apoio militar e asseguram as comunicações para respaldar os rebeldes, segundo The Daily Mail.
Entretanto, no Qatar existe um centro militar cujo objetivo é concentrar os agentes de inteligência dos EUA, França, Qatar, Arábia Saudita e Israel, assim como os membros da Blackwater e da opoisção síria, revelam o expert sírio em assuntos estratégicos Salim Harba, citado pela cadeia Press TV.
Analista: Arábia Saudita e Qatar, com apoio dos EUA e da OTAN, querem tomar o controle absoluto da Síria
As principais organizações opositoras sírias, o Exército Livre Sírio e o Conselho Nacional, são na realidade “o rosto amável do radicalismo do Qatar e da Arábia Saudita” que intencionam “tomar o controle absoluto de Síria”, opina a analista independente Conchetta Dellavernia. Estes países são “Estados terroristas apadrinhados pelos EUA e pela OTAN” porque “Síria sofre um conflito longo e doloroso” já que os rebeldes estão protegidos por estas nações e pela CIA, assegura.
Entretanto os enfrentamentos se tornam cada vez mais acirrados entre as tropas governamentais e os rebeldes na cidade de Alepo, capital financeira da Síria e é zona de sangrentas batalhas desde julho passado. O presidente Al Assad disse que a batalha por manter o controle da cidade “é crucial’ e dela depende o destino de seu povo.
Mas há informações de que os rebeldes tomaram as entradas e saídas da cidade, assim como uma base militar próxima do local. Nesta terça, os rebeldes sírios bombardearam o aeroporto militar de Menagh localizada na cidade. Na quarta-feira, dia 2 de agosto publicaram informes de que o rebelde Exército Livre Sírio teria recebido cerca de duas dezenas de mísseis terra-ar, arma indispensável para derrotar a aviação de Al Assad na cidade de Alepo.
No entanto os insurgentes negam. A tensão aumenta com as últimas ações da Turquia, que poderia ter preparado campos de treinamento para os rebeldes sírios e nesta quinta enviou um comboio de carros blindados, tanques e tropas de infantaria à fronteira da síria ao norte de Alepo.
Anteriormente o país fechou sua fronteira com a Síria e deslocou mísseis de defesa anti-aérea. Desde que começou a batalha em Alepo mais de 200.000 pessoas abandonaram suas casas e os que permaneceram na cidade assediada vivem sem água potável, alimentos, eletricidade. Segundo dados da ONU, no conflito sírio já morreram cerca de 16.000 pessoas.
Fonte: RT - Notícias