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Terra Sem Males

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10 MENTIRAS DE ISRAEL SOBRE O GENOCÍDIO CONTRA OS PALESTINOS

15 de Julho de 2014, 15:01 , por Terra Sem Males - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Palestino usa uma funda contra o muro da vergonha, semelhante a que David usou contra Golias. Foto: Leandro Taques

Por Thomas de Toledo

O método de propaganda de guerra do regime sionista de Israel origina-se da mesma técnica que o oficial nazista Joseph Goebbels formulou para Hitler, que consiste na máxima de que “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. Assim, espalham uma série de mentiras que são exaustivamente marteladas pela mídia privada paga, até que finalmente caíam na condição de “verdade do senso comum”, naturalizando a ocupação, o apartheid e o genocídio contra os palestinos. Eis algumas dessas mentiras:

1) Este conflito é religioso e o povo de Israel foi eleito por Deus: apesar de a Palestina ser sagrada para as três grandes religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo), o atual conflito tem causas geopolíticas. Ele surgiu quando judeus sionistas migraram para a Palestina para disputar essas terras com habitantes nativos, mas se intensificou após a fundação de Israel em 1948. Neste conflito, a religião é manipulada afim de se conquistar aliados: assim, muitos cristãos desinformados acreditam se tratar de uma guerra bíblica de hebreus contra filisteus, que virtualmente ocorrera há mais de 3 milênios, mas que na verdade não possui nenhum vínculo direto com os atuais acontecimentos. Acreditar em um Deus único pressupõe crer que este Deus seja o mesmo para todos, e não que tenha um povo que esteja acima dos outros.

2) Há dois lados iguais em guerra: na verdade, o que existe é uma força militar ocupante, a 5a maior do planeta, que enfrenta um povo desarmado. Os palestinos não possuem exército, marinha ou aeronáutica. Quanto aos grupos guerrilheiros que lutam pela libertação da palestina, suas armas são artesanais e nem se comparam às israelenses, que incluem artefatos químicos e nucleares de última geração. O arsenal gigantesco de Israel é maior e mais moderno do que o de todos os países árabes juntos. Aos palestinos comuns, restaram apenas pedras como forma de reação ou atos pacíficos que costumam ser brutalmente reprimidos e na maioria das vezes resultam em mortes.

3) Israel ataca para se defender: sempre que Israel deseja realizar uma operação militar, cria um pretexto que a justifique, uma chamada “covert operation”. Em geral, culpam os palestinos pela morte de um israelense ou acusam os palestinos de tramarem um atentado terrorista ou atirarem foguetes contra Israel. Isto ocorre pelos palestino, mas sempre como forma de reação, dada a violência da resposta israelense, que sempre mata dezenas, centenas ou até milhares de vezes mais do que os palestinos. Quando Israel realiza uma dessas intervenções militares, os danos à infraestrutura e o número de vítimas nos palestinos são incalculavelmente maiores, sem poupar mulheres, crianças e mesmo idosos. Aliás, o pretexto atual que Israel usa para justificar tantos assassinatos de crianças é que os palestinos as usam como escudos humanos. Isto é um absurdo, pois as cidades que Israel ataca são densamente povoadas e por isto é impossível não ter vítimas civis em meio a pesados bombardeios de caças F16 e helicópteros Apache. Israel é na verdade é o agressor e não a vítima.

4) A paz interessa aos palestinos e aos israelenses: Israel não deseja a paz e por isto faz a guerra. O projeto sionista, em fato, se baseia em duas ideias: da Pequena Israel, que seria um país entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo; e da Grande Israel, que expandiria seus territórios do Rio Nilo ao Rio Eufrates. Ambas as configurações não possuem respaldo histórico, mas a segunda é uma aberração em todos os sentidos, visto que o Nilo sempre pertenceu ao Egito e os Rios Eufrates e Tigre formaram as civilizações da Mesopotâmia, hoje conhecida como Iraque. De qualquer forma, o primeiro obstáculo a este projeto chama-se Palestina e por isto, enquanto Israel não expulsar todos os palestinos de suas terras, ainda não terão concretizado o projeto sionista. Há outro fato pouco divulgado que é a lucratividade da ocupação israelense: com palestinos trabalhando em condições de trabalho análogas à escravidão e ainda pagando impostos à Israel, os custos com as prisões, muros de segregação e check-points acabam por ser pagos pelos próprios palestinos, o que torna a guerra e a ocupação extremamente lucrativas à Israel. Os palestinos são também cobaias da indústria bélica israelense, que exporta ao mundo produtos de altíssima tecnologia, sempre testados em campo de batalha nos próprios palestinos.

5) Os palestinos são culpados pelo fracasso nas negociações: como observado, é um equívoco achar que Israel tem algum interesse no processo de paz. Israel é o lado militarmente mais forte. Está internacionalmente blindado pelo apoio incondicional recebido dos Estados Unidos, da União Europeia e da OTAN. Tem o apoio da maior parte da mídia ocidental. Ainda conta com banqueiros sionistas que subsidiam ambiciosos gastos militares e com a ocupação. Portanto, se o projeto de Israel é tomar todo o território palestino, basta seguir fazendo o que sempre fez, que um dia finalmente conseguirá concluir a expulsão de todos os palestinos de suas terras e o assassinato dos que resistirem. Aliás, os palestinos tinham 100% das terras, passaram a ter 45% em 1947, cerca de 35% em 1967 e com as negociações de paz de 1993, hoje possuem controle de menos de 22% da Palestina histórica. A quem interessa portanto a paz e quem ganha com a guerra?

6) Tudo que Israel deseja é um lar para os judeus: judaísmo é uma religião e existem judeus em quase todos os países do mundo com lar, emprego, saúde e educação. A ideia de criar um Estado judeu foi uma invenção do movimento sionista, que estimulou migrações para a Palestina, onde menos de 5% da população era judia e viviam em paz com os árabes. Ocorre que os palestinos que habitavam a terra jamais foram consultados se queriam um “lar judeu” em cima de onde moram e por isto são forçados a deixarem suas casas e os que resistem são mortos. Os judeus, assim como os muçulmanos, cristãos, ateus, budistas, hinduístas, etc têm direito a ter um lar e a preservarem sua cultura, mas jamais podem fazer isto destruindo outros. Afim de justificar o projeto do “lar judeu”, Israel acaba por cometer um crime impagável com a memória: destrói achados arqueológicos palestinos e de outros povos que habitaram a região, de modo adulterar a história para que não haja questionamentos sobre a legitimidade de seus intentos.

7) Os palestinos são terroristas e defendem o fim de Israel: estigmatizar um povo é sempre um equívoco, em especial quando se trata tudo o que vem da resistência palestina como terrorismo e os bombardeios e assassinatos em massa de Israel como formas de defesa. Há grupos palestinos que defenderam no passado o uso de homens-bomba como última forma de luta, dadas as condições desiguais do conflito em que os palestinos sequer possuem armas, mas mesmo tais organizações radicais hoje não usam mais esta tática. Já Israel defende abertamente o terrorismo de Estado como forma de punição coletiva e se utiliza de armas químicas, prisões, torturas, demolições de casas e os piores tipos de humilhação afim de conquistar seus objetivos militares. Há grupos na Palestina que defendem o fim do Estado de Israel (não o fim dos judeus!), da mesma forma que há partidos políticos (aliás com muitos membros no parlamento israelense) que são contrários à criação de um Estado Palestino e defendem a expulsão de todos não-judeus da região.

8) Os judeus foram vítimas do holocausto e por isto têm carta branca para agir como quiserem: isto é um absurdo sem tamanho, mas é frequentemente usado como argumento. Em primeiro lugar, as vítimas do holocausto não foram apenas judeus, mas comunistas, eslavos, homossexuais, ciganos, maçons, etc. Segundo, que já está fartamente documentado que judeus sionistas colaboraram com os nazistas para matarem os judeus não-sionistas. Terceiro, que um erro jamais poderá justificar o outro. Quarto, que quem realizou o Holocausto foi a Alemanha nazista e quem pagou por este crime foram os palestinos que nunca tiveram nada a ver com Hitler. Quinto, que o Holocausto se tornou uma poderosa arma de propaganda de Israel, pois toda vez que este país é contestado, ele traz à tona a memória dos judeus mortos em massa pelo nazismo. Assim, basta uma personalidade visitar Israel, que é logo convidada a colocar flores no memorial do Holocausto e a chorar pelos judeus no Muro das Lamentações.

9) Israel é uma ilha democrática no meio de ditaduras medievais: Enquanto Israel for autoproclamado como um Estado judeu, é uma teocracia religiosa e não uma democracia. Israel garante a liberdade democrática apenas a quem não fere os interesses do projeto sionista. Nesta “democracia”, somente os judeus possuem direitos civis, mas quem não é um deles é tratado como cidadão de segunda classe, sem direitos políticos ou sociais. Portanto, Israel é uma “democracia” seletiva, segregacionista, racista, ou para melhor dizer, um regime de apartheid. Israel pode ter belas e modernas cidades, muitos cientistas que receberam prêmio nobel, mas nada disto justifica a existência, em pleno século XXI de um regime de ocupação e de apartheid baseado na ideia de superioridade racial e religiosa.

10) Criticar israel é antissemitismo: este é um mito que faz com que muitas pessoas se calem perante os crimes de Israel. Na verdade Israel é um Estado antissemita por que discrimina os árabes que, assim como os judeus, são semitas. Deste modo, se cria uma muralha ideológica que confunde a religião do judaísmo com o projeto sionista de um Estado judeu. Aliás, há em todo o mundo movimentos de judeus anti-sionistas, muitos deles filhos de vítimas do holocausto, que comparam os crimes do Estado de Israel, feitos em nome do judaísmo, ao que o nazismo fez com os judeus. Em fato, Israel procura sistematicamente negar a própria existência do povo palestino e isto é uma forma de antissemitismo.

Como se pode observar, há muita desinformação propositadamente difundida com o objetivo de dar o tempo necessário a Israel para expulsar ou matar todos os palestinos que habitam a Palestina e anexar suas terras. Para anular a resistência internacional, Israel possui um dos mais eficientes serviços de inteligência no exterior, que sempre é denunciado por cometer assassinatos em qualquer lugar do mundo. Além deles, Israel tem um eficiente lobby político que atua nos Estados Unidos, na União Europeia e cada vez mais nos países emergentes, inclusive no Brasil, onde já efetivaram diversos acordos comerciais e militares, todos obscuros e sem debate com a sociedade. Vale ainda mencionar que muitos banqueiros são sionistas e financiam os grandes órgãos de imprensa internacional que jamais renegaram vultuosas somas de dinheiro para sustentar ideologicamente o sionismo.

Portanto, o que ocorre na Palestina não é uma guerra: é um genocídio. Genocídio quer dizer assassinado deliberado de pessoas de uma mesma etnia, nacionalidade ou religião. Em plena era da informação, com as notícias circulando em tempo real, é inaceitável que um genocídio que já dura quase 7 décadas permaneça ocorrendo. Por isto, enquanto o sionismo significa racismo, apartheid e genocídio, defender a causa palestina é lutar pela vida, pela paz e pela humanidade, pela soberania e autodeterminação dos povos.


Tags deste artigo: palestina

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