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COPEL AINDA NÃO APRESENTOU SOLUÇÃO PARA AS FAMILIAS ATINGIDAS PELA ABERTURA DAS COMPORTAS DA UHE SALTO CAXIAS

23 de Julho de 2014, 9:08 , por Terra Sem Males - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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 Protesto do MAB em frente à Copel, em Curitiba. Foto: Joka Madruga/Terra Livre Press

Na tarde do dia 21 de julho de 2014, lideranças e famílias atingidas, ligadas

ao MAB, à ASSESOAR e ao SINTRAF – Capanema PR, juntamente com o

Pároco de Nova Prata do Iguaçu e o Bispo da Diocese de Francisco Beltrão,

Dom José Peruso, reuniram-se com representantes da COPEL, da Secretaria

de Assuntos Fundiários, da COHAPAR e da Defesa Civil do Estado do Paraná,

para tratar sobre a situação das famílias atingidas pela enchente no Rio

Iguaçu, causada pela abertura das comportas da UHE Salto Caxias. O volume,

e a intensidade das águas, arrastou casas, estruturas, animais, máquinas

agrícolas, devastou plantações e acessos.



Histórico desta luta

Já havia ocorrido, no dia 25 de junho, uma audiência pública na Assembleia

Legislativa do PR, para tratar do mesmo assunto, ocasião em que foi entregue

um manifesto das famílias atingidas, contendo 11 pontos de reivindicação.

Segundo dados levantados pelo cadastro e apresentados pela Defesa Civil e

COPEL, a abertura das comportas da UHE Salto Caxias atingiu cerca de 315

famílias, dos municípios de Capitão Leônidas Marques, Capanema, Nova Prata

do Iguaçu e Realeza. Das 315, 57 famílias tiveram suas casas arrastadas ou

destruídas.

Os dados extraídos da estação de monitoramento da COPEL, localizado em

Porto Lupion, município de Capanema indicam que, a partir das 18:00 hs do dia

8 de junho de 2014, o volume das vazões do rio Iguaçu ultrapassou a marca

de 23.000 m3

junho, até 13:00 hs do dia 9, não houve leituras, provavelmente porque o rio

Iguaçu subiu mais do que os equipamentos poderiam monitorar. Um indício

disso é que a régua existente no local marcava quase 14m quando pararam

as leituras e chegou a marcar até 14,86m. As leituras de vazão só foram

retomadas quando o rio voltou aos 14 m, 13:00 hs do dia 9 de junho de 2014.

As enchentes ocorreram entre os dias 08 e 09 de junho e, até o momento,

a COPEL e os demais órgãos do estado do PR não apresentaram medidas

estruturantes para atender as famílias atingidas.



O debate realizado na reunião

Durante a reunião, as famílias fizeram muitos questionamentos para os

representantes da COPEL. Osmar Wolmer representante das famílias atingidas

pergunta “por que a Copel não se preveniu, soltando a água de forma mais

regulada? O que se percebe é que a Copel fez acumulação da água no

reservatório e os dados mostram o aumento da geração de energia e o

aumento do lucro, 50 % repassado para os acionistas e os atingidos tem que

pagar o preço”. Finaliza dizendo: “a COPEL não é do governo do Estado”.

O coordenador da Defesa Civil de Realeza relata que não recebeu aviso para

alertar as famílias. Assim, não foi possível salvar nenhum utensílio, devido à

velocidade da água e à rapidez com que o rio encheu. Afirma também que a

violência e o estrago foi devido à abertura das comportas, por isso a COPEL

tem que se responsabilizar pelos danos.



Os acordos firmados

Como resultado da reunião, a COPEL assumiu o compromisso de trazer um

estudo que apontará planos e ações de prevenção para novas situações de

enchentes. Também ficou acordado que a COPEL fará reposição das perdas

através de um valor monetário com base no levantamento realizado pela

defesa civil, integrando as ações com a COHAPAR e as secretarias do governo

do estado.



Esses trabalhos serão concluídos nos próximos 15 dias e apresentados para a

diretoria da COPEL, para liberação do recurso.

Ficou agendada uma nova reunião para o dia 11 de agosto de 2014, em

Realeza – PR, com o objetivo da COPEL apresentar a proposta de trabalho

com as medidas para a solução do problema.



PELA COORDENAÇÃO

Julio Mendes

Sidnei Martini


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