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April 3, 2011 21:00 , von Unbekannt - | No one following this article yet.

Tico Santa Cruz ganha processo judicial contra youtuber que acusou banda Detonautas de receber verba da lei Rouanet

December 19, 2016 18:45, von Terra Sem Males

Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males
Foto: Joka Madruga

O cantor e compositor Tico Santa Cruz, da banda Detonautas Roque Clube, anunciou nas redes sociais que recebeu sentença favorável em processo que tramita na 2ª Vara do Juizado Especial do Rio de Janeiro contra o youtuber Nando Moura, uma das pessoas que teria acusado Tico e a banda Detonautas de receber verba da lei Rouanet, relacionando com o posicionamento político do cantor.

“A gente não ganhou nenhum centavo da lei rouanet, ele terá que me pagar uma indenização pelo que ele fez”, declarou Tico.

Frequentemente o cantor, e militante das causas populares, sofre ataques por seus posicionamentos políticos. Desde que seu nome foi relacionado à lei Rouanet nas redes sociais, Tico defendeu que a banda Detonautas somente aparece como apta a captação de recursos nos editais, mas que posteriormente teriam desistido da concorrência.

Ele explicou que essa foi a primeira sentença, da qual terá direito a uma indenização, mas que moveu processos judiciais contra diversas pessoas.

Confira a íntegra do vídeo.



Dieese lança nota técnica analisando medidas econômicas propostas por Temer

December 19, 2016 16:07, von Terra Sem Males

Por Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

O governo federal acaba de anunciar um pacote de medidas microeconômicos com o objetivo de impedir o aprofundamento da recessão. Recentemente, o IBGE divulgou que o PIB está em queda há três trimestres consecutivos e deverá passar por retração de 4% em 2016. Essa projeção sinaliza claro processo de depressão econômica, situação que a economia brasileira não vivenciava desde a crise de 1929.

O conjunto de medidas anunciadas pelo governo, no entanto, não é um programa de estímulo à economia e não será capaz de impulsionar a atividade produtiva. Esperava-se do governo um conjunto de iniciativas que mobilizasse investimentos e retomasse o consumo interno, com o Estado assumindo papel de indutor da empreitada de tirar a economia da recessão.

As Centrais Sindicais têm demandando, em nome de todos os trabalhadores, que o governo tome inciativas que enfrentem o crescimento do desemprego e o travamento da atividade produtiva.
As medidas anunciadas ainda deverão ser detalhadas e transformadas em projetos de lei, medidas provisórias, cuja implementação ocorrerá ao longo de 2017 e 2018.

A seguir são detalhadas e analisadas as medidas propostas pelo governo.

1. Regularização tributária

Pretende viabilizar o recebimento de tributos em atraso por parte de pessoas físicas e jurídicas, na esfera federal.
O desaquecimento econômico reduziu a capacidade das empresas para honrar compromissos em dia, além de provocar aumento inédito e preocupante no seu endividamento. Para manter operações, as empresas privilegiaram pagamentos a fornecedores, empregados e bancos e postergaram o recolhimento de tributos. Essa prática cria um passivo que, no médio e longo prazo, pode inviabilizar a operação das empresas. Por outro lado, o não recolhimento de tributos ao governo, por longo período, tem impacto sobre o orçamento público, comprometendo o funcionamento do estado.

O governo, na Receita Federal, propõe um Programa de Regularização Tributária (PRT) que visa permitir às empresas e pessoas físicas em dívida com “quaisquer tributos administrados pela Receita Federal” a quitação parcelada, com prazos que vão de 60 a 96 meses.

A medida procura amenizar a situação econômico financeira das empresas endividadas e, ao mesmo tempo, recompor o caixa do governo, que também passa por graves problemas.

Essa medida funciona, na realidade, como um grande Refis (Recuperação de Créditos Fiscais) que o governo costuma fazer de tempos em tempos. Essa medida alivia a situação das empresas em dificuldades, mas não resolve o problema principal, principalmente das médias e pequenas, que é o acesso ao crédito com custos compatíveis com suas capacidades empresariais e de pagamento.

2. Incentivo imobiliário

A medida visa regulamentar a Letra Imobiliária Garantida (LIG), instrumento [financeiro] de captação para o crédito imobiliário.

Trata-se de um título que deverá ser comercializado pelo sistema bancário e visa captar recursos para investimentos na construção civil.

A LIG é um título de crédito emitido por instituições financeiras. Possui as características do Covered Bond (título com garantia real) existente nos Estados Unidos da América, constituindo-se em instrumento de dívida do emissor (obrigação do banco que emitiu a letra), garantido por um pool de créditos imobiliários que oferecem lastro (garantia real) para as emissões desses títulos. É uma fonte alternativa para prover recursos para o crédito imobiliário.

Os investidores (pessoas que adquirem a LIG no mercado financeiro) têm dupla garantia, representada pelos ativos das instituições de crédito que emitiram a letra e, no caso de insolvência dessas, pelo lastro da Carteira de Garantias, (constituído pelas obras em andamento e finalizadas e à venda no mercado), legalmente protegido e garantido para pagamento prioritário aos investidores antes dos demais credores da instituição bancária onde a operação foi realizada.

Já existe no mercado a Letra de Crédito Imobiliário (LCI), um produto financeiro que também possui lastro no crédito imobiliário, isto é, nas operações de crédito contratadas na comercialização de imóveis.

Os aplicadores em LIG, ao contrário do LCI, teriam preferência para receber os recursos aplicados em relação aos débitos de natureza fiscal, previdenciária ou trabalhista – “pagamento prioritário aos investidores antes dos demais credores” (de acordo com documento do Ministério da Fazenda de 2015).

Portanto, a LIG fornece ao aplicador garantias maiores que a LCI. Com garantias maiores, o custo de captação, isto é, o quanto esse papel pagará de juros poderá ser menor, reduzindo, na outra ponta, o custo dos financiamentos imobiliários e incentivando esse mercado.

Entretanto, as aplicações em LCI estão em baixa, uma vez que o mercado imobiliário está desaquecido devido à crise econômica, ao desemprego, à redução dos salários e às expectativas quanto ao futuro da economia.

Dificilmente, um novo produto (LIG) aquecerá esse mercado sem que antes sejam adotadas medidas mais substantivas para a retomada do crescimento econômico.

3. Redução do spread bancário

O spread, termo em inglês que significa “margem”, é a diferença entre o que os bancos pagam na captação de recursos e o que eles cobram ao conceder um empréstimo para uma pessoa física ou jurídica. No valor do spread bancário estão embutidos, além do lucro da operação, despesas administrativas, impostos como o IOF e o CPMF e uma suposta taxa de inadimplência. O spread bancário no Brasil é um dos mais elevados do mundo. Na visão dos agentes do sistema financeiro, o spread elevado decorre do alto risco das operações de crédito no Brasil, dada a elevada inadimplência.

As medidas anunciadas para a redução do spread são a duplicata eletrônica e o aperfeiçoamento do cadastro positivo, que visam reduzir o risco das operações de crédito realizadas pelos bancos e serão regulamentadas por medida provisória. A duplicata eletrônica permitirá a centralização de informações sobre a situação dos devedores e, com isso, possibilitará aos credores um monitoramento mais rigoroso do risco de crédito. O cadastro positivo, por sua vez, poderá facilitar o acesso ao crédito dos clientes adimplentes.

O acesso mais rápido às informações e o monitoramento mais detalhado e rigoroso da situação dos devedores é importante para uma melhor avaliação do risco de crédito das operações. Entretanto, o impacto dessas medidas na queda do spread não é direto nem imediato, pois elas não atacam as reais causas das elevadas taxas praticadas no Brasil, que decorrem dos altos patamares da taxa real de juros. Ou seja, ao contrário do argumento corrente, o risco das operações de crédito no país deve-se às elevadas taxas de juros e dos spread cobrados dos clientes, pois elas aumentam as possibilidades de inadimplência. A breve experiência de convivência da economia com taxas de juros e spread mais baixos, em anos recentes, mostrou que a taxa de inadimplência caiu de forma expressiva.

Podemos agregar às razões para o alto spread a grande concentração de capitais no setor bancário e financeiro do país, ambiente propício para abusos por parte dos fornecedores dos serviços.

4. Cartões de crédito

As medidas visam a) regularizar uma prática comum no comércio varejista, que é a diferenciação entre os preços dos diversos meios de pagamento – dinheiro, cartão de crédito e débito, boleto e cheque; b) reduzir o prazo de pagamento da operadora de cartões para o estabelecimento comercial e, com isso, diminuir o custo do crédito rotativo para o cliente, que hoje fica em torno de 476% a.a. e; c) universalizar o uso de todas as bandeiras de cartões em qualquer tipo de máquina de cobrança, de modo a evitar a exclusividade de emissores e credenciadores e reduzir os custos de aluguel das máquinas para os lojistas. Em suma, as medidas pretendem estimular a concorrência entre as operadoras de cartões, diminuir custos da utilização de cartões de crédito pelos lojistas e clientes, aumentar as vendas e propiciar a melhoria do fluxo de caixa dos lojistas.

A redução dos custos de utilização dos cartões de crédito e a regularização de descontos no uso de meios de pagamento diferentes podem estimular, de forma pontual e residual, o aumento das vendas no comércio e melhorar o fluxo de caixa dos lojistas. Entretanto, são medidas que não atacam as reais causas da forte queda no consumo das famílias e da deterioração da situação financeira das empresas, problemas ocasionados pela elevação contínua do desemprego e pelas altas taxas de juros e spread.

5. Desburocratização

As medidas visam simplificar o E-Social e implementar a Nota Fiscal de Serviços eletrônica (NFS-e) e o Sistema Público de Escrituração Contábil (SPED), ampliando o universo de empresas declarantes, de forma a centralizar o recolhimento de tributos e contribuições, reduzir a burocracia, em especial para abertura e fechamento de empresas, o custo contábil empresarial e o tempo de compensação ou restituição de tributos. Durante 2013, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa tentou implementar medida semelhante, que, porém, não chegou a ser concretizada.

Essas medidas podem reduzir o custo contábil e, assim, melhorar o fluxo de caixa das empresas, mas, sozinhas, não serão capazes de resolver os graves problemas de endividamento empresarial, queda de demanda e aumento de custos, sobretudo financeiros. Ademais, o movimento sindical deve estar atento para que estas medidas não se tornem o embrião de um “simples trabalhista”.

6. Melhorias de gestão

As medidas consistem na implementação do Sinter, um cadastro nacional de informações sobre imóveis, títulos e documentos compartilhados por diversos órgãos da administração pública. Esse cadastro visa reduzir o custo e assegurar maior segurança à obtenção de informações confiáveis sobre a propriedade de bens e imóveis, de forma a melhorar a recuperação de créditos, diminuir a sonegação e aumentar a arrecadação de tributos nesse setor, melhorando a eficiência tributária. Pode permitir maior segurança jurídica aos bancos na concessão de crédito lastreada na posse de propriedades, mas não afetará significativamente as decisões dos consumidores e clientes sobre a contratação de operações de créditos, pois essas são determinadas pelo nível da taxa de juros, pela renda disponível e pelas expectativas em relação à manutenção ou não do emprego.

7. Competitividade e comércio exterior
As medidas sobre competitividade e comércio exterior têm por objetivo agilizar os processos aduaneiros e reduzir em até 40% o tempo para procedimentos relacionados às exportações e importações de mercadorias, por meio da expansão do Portal Único do Comércio Exterior. Serão realizados aperfeiçoamentos e simplificações de processos, racionalização e melhoria na segurança (fiscalização agrícola, vigilância sanitária, segurança nacional) de modo a assegurar maior confiabilidade aos fluxos de informações que envolvem o comércio exterior.

As medidas são bem-vindas, mas têm caráter tímido e difuso e não contribuirão efetivamente para melhorar a competitividade do comércio exterior, pois não consideram as seguintes questões:

 tendência cíclica e crônica de apreciação da taxa de câmbio e sua volatilidade
 necessidade de aperfeiçoar o uso de instrumentos de defesa comercial, entre eles, salvaguardas e medidas compensatórias, licenças não automáticas, valoração aduaneira e medidas antidumping
 redução das barreiras tarifárias e não tarifárias às exportações
 fortalecimento da estrutura do departamento de defesa comercial do Ministério de desenvolvimento da Indústria e Comércio – MDIC;
 retomada imediata do Reintegra (Regime Especial de Reintegração de valores tributários para empresas exportadoras), que, na prática, devolve ao exportador parte dos gastos que ele teve, via créditos do PIS e Cofins, com a elevação da atual alíquota de 0,1% para 3,0%, prevista somente para 2018.

Os desafios para o Brasil nesse segmento são enormes, tendo em vista que os resultados de exportações, em 2015, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), foram dramáticos. A participação do Brasil no valor das exportações mundiais de bens decresceu de 1,3%, em 2013, para 1,2%, em 2014, ficando estável em 2015. Enquanto o Brasil figura entre as 10 maiores economias do planeta, o país é o 25º maior exportador e importador de bens, ou seja, é evidente a desproporção entre o tamanho da economia brasileira e o peso das exportações do país. A situação relativa do Brasil no comércio global é ainda mais dramática se for considerado o comércio de manufaturas. Em 2015, o Brasil era o 32º maior exportador mundial.

Portanto, as medidas ora propugnadas são insuficientes diante das necessidades do setor.

8. BNDES – Acesso ao crédito e renegociação de dívida

As medidas preveem:
 Aumento nos limites de enquadramento das linhas de crédito para micro, pequenas e médias empresas, de R$ 90 para R$ 300 milhões
 Aumento dos patamares para aplicação da TJLP para investimentos em capital fixo
 Refinanciamento e aumento dos limites do Cartão BNDES e renegociação de dívidas
 Manutenção, no ativo do banco, de R$ 100 bilhões que deveriam ser devolvidos ao Tesouro Nacional. Esses recursos não estavam sendo utilizados e agora serão destinados ao aumento das operações de crédito da instituição.

Tais medidas são importantes, mas sem a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e diante da recessão, as empresas dificilmente farão novos investimentos. Nesse momento, o foco das operações do banco deveria ser prover mais recursos para o capital de giro, pois as empresas estão com graves problemas de liquidez.

Se o Programa de Recuperação Tributária (PRT) obtiver algum êxito, poderá permitir que as empresas, ora sem acesso aos créditos oficiais, como os do BNDES, possam pleiteá-los.

9. FGTS
9.1 – Reduções gradual da multa adicional de 10%

A multa adicional de 10% sobre os saques do FGTS para os trabalhadores que foram demitidos sem justa causa tem origem no ressarcimento dos prejuízos que os detentores das contas vinculadas (trabalhadores formais) incorreram quando, nos Planos Collor e Verão, os saldos dessas contas foram remunerados com valores inferiores aos devidos.
Por decisão judicial, a Caixa foi obrigada a corrigir esses valores, o que provocou desequilíbrio no orçamento do Fundo. Para cobrir o rombo daí originado, criou- se o acréscimo de 10% sobre os 40% já existentes. Assim, o empregador teria que depositar 50% de multa sobre o saldo do FGTS quando rescindisse o contrato de trabalho sem justa causa.

Mais tarde, passado o episódio e com as contas já devidamente atualizadas e corrigidas, por pressão das entidades empresariais, foi votado um Projeto de Lei que eliminava o adicional da multa, retornando-a para os 40%. Aprovado na Câmara, foi vetado pela ex-presidenta Dilma Rousseff, que alegou que aqueles recursos eram imprescindíveis para que o Fundo continuasse provendo recursos para investimentos de utilidade pública, como saneamento, infraestrutura urbana e casa própria.

Também houve pressões do movimento sindical para que fosse mantido o percentual da multa em 50%, uma vez que ele tornaria mais cara a dispensa de empregados e, com isso, os empregos seriam preservados e a rotatividade da mão de obra no mercado de trabalho, reduzida.

Embora distribuída em 10 anos (1 ponto percentual ao ano), a supressão dos 10% adicionais da multa reduzirá o custo da demissão, trazendo maior instabilidade para o trabalhador e, na medida em que facilita a rotatividade da mão de obra, precariza ainda mais o mercado de trabalho. De outro lado, com o fim dos 10% adicionais, menos recursos estarão disponíveis para o financiamento das obras de utilidade pública.

Não foi possível identificar nenhum alívio que tal medida pode trazer ao mercado de trabalho no sentido de mitigar o desemprego, que continua crescendo devido à queda dos investimentos, decorrentes de altas taxas de juros e de um ambiente de negócios extremamente deteriorado.

9.2 Distribuição do resultado do FGTS para os trabalhadores

Será uma espécie de PLR (Participação dos Lucros e Resultados), com a distribuição aos cotistas de 50% do resultado líquido do Fundo, que será incorporado ao saldo existente. Argumenta-se que essa distribuição “não altera a disponibilidade de recursos dos programas de desenvolvimento urbano (habitação, saneamento e mobilidade urbana) ”.

Essa medida é bem-vinda, uma vez que procura atender a uma antiga e justa reivindicação dos trabalhadores, que é aproximar os rendimentos das contas vinculadas aos da poupança. Entretanto, tal medida está sendo proposta em momento em que ocorrem aumentos dos saques e redução dos depósitos, devido ao desemprego e à diminuição dos salários, e pode ter como consequência pouco resultado líquido para distribuir.

10. Microcrédito produtivo

A medida consiste em ampliar o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO), instituído em 2005, que buscava incentivar a geração de trabalho e renda entre os microempreendedores. Em agosto de 2011, o governo lançou o Programa Crescer, para dobrar o acesso ao PNMPO.

O governo pretende ampliar a concessão de crédito para o microempreendedor individual ou microempresa, até agora limitado a R$ 60 mil por ano para o microempreendedor individual (MEI) e R$ 120 mil por ano para a microempresa. O novo critério adotado estende a concessão de crédito para empreendedores com faturamento até R$ 200 mil por ano, não especificando se o MEI está contemplado. O endividamento total, que não poderia exceder o valor de R$ 40 mil, agora passa a ser de R$ 87 mil.

Dados do PNMPO divulgados pelo Ministério do Trabalho demostram que houve aumento significativo no número de clientes atendidos pelo Programa (de 1,4 milhão, em 2008, para 5,5 milhões em 2014), assim como o número de operações de microcrédito realizadas, que saíram do montante de R$ 1,8 bilhão para R$ 11 bilhões. Mesmo com o incremento significativo nos últimos anos, o que pode ter alguma melhora social em algumas regiões, a economia brasileira apresenta desaceleração desde 2010, o que demostra pouco impacto dessa modalidade de crédito para estimular o crescimento econômico.

 



Movimento por moradia rebate nota da Prefeitura de Curitiba

December 16, 2016 13:31, von Terra Sem Males

Confira íntegra da nota do MTST-PR e da coordenação das ocupações Nova Primavera, 29 de março, Tiradentes e Dona Cida:

Nota da prefeitura de Curitiba veiculada pelo blog Caixa Zero, do jornalista Rogério Galindo, em 12 de dezembro, traz críticas ao decreto 1239, editado em 2 de dezembro pela então prefeita em exercício Mirian Gonçalves. O texto do decreto “declara de utilidade pública para fins de desapropriação” uma área de 210 mil m2, na CIC, destinada “a programa habitacional para população de baixa renda”, beneficiando diretamente cerca de 1300 famílias das Ocupações Nova Primavera, Tiradentes e Dona Cida (além da Ocupação 29 de Março, localizada em imóvel da prefeitura).

Sobre as objeções da prefeitura, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto do Paraná (MTST-PR) e a coordenação das referidas Ocupações trazem os seguintes esclarecimentos:

1 – Pensamos que a expressão “limbo jurídico”, usada por Rogério Galindo, seja procedente.  Refere-se ela ao fato inusitado de que os decretos de Mirian Gonçalves, embora perfeitamente legais, ainda não foram nem publicados nem cancelados. A própria prefeitura informa que “a validade do decreto [1239] está sob análise da Procuradoria Geral do Município”. Entenda-se: a prefeitura ainda avalia se vai ou não publicá-lo. A situação, portanto, persiste indefinida, intermediária – o que é justamente o uso metafórico do substantivo “limbo”.

2 – Atualmente, nenhuma das áreas afetadas pelo decreto possui liminar de reintegração de posse. A liminar de reintegração relativa à Ocupação Tiradentes foi suspensa por decisão monocrática de segunda instância. A liminar relativa à Ocupação Dona Cida foi igualmente suspensa, ainda pelo juízo de primeira instância. De qualquer modo, mesmo que houvesse liminares de reintegração, o decreto justamente confere certa estabilidade para as famílias, coibindo despejos violentos e buscando soluções negociadas para eventuais conflitos fundiários. A última coisa que todos nós desejamos é uma ação que repita as lamentáveis cenas do 29 de abril de 2015. Um despejo que afetasse 1300 famílias certamente seria o 29 de abril da periferia.

3 – Dizer que a área da Ocupação Tiradentes é ambientalmente inadequada para receber moradias populares inverte absurdamente a natureza do problema. Ao lado dessa área e em frente a uma estação de tratamento de água da Sanepar encontra-se, de fato, o aterro ambiental da Essencis, que recebe cerca de 3% do total de resíduos sólidos de 23 municípios da Região Metropolitana de Curitiba, além de resíduos de outras procedências. Isso, entretanto, se dá ao lado de chácaras, vilas (como Camargo e Nova São Miguel), indústrias, escolas e a Casa de Custódia (um presídio com mais de 500 internos), além dos milhares de moradores das quatro Ocupações. Certamente, a consultoria internacional que a gestão Fruet contratou por quase US$ 2 milhões deve ter ponderado que o aterro é que inadequado para figurar em frente a uma estação da Sanepar, em meio a uma zona urbana densamente habitada. É a Essencis que deve ser removida, não a Ocupação Tiradentes.

4 – Durante três anos e meio, a coordenação do MTST-PR e das Ocupações debateu com a Cohab a viabilidade da implantação de condomínios residenciais por meio do Programa Minha Casa Minha Vida Entidades, inicialmente na área da Ocupação Nova Primavera. Entretanto, apesar da disposição de diálogo de todas as partes envolvidas, alguns obstáculos burocráticos persistem, especialmente a consolidação da divisão das matrículas do terreno. Além disso, é fato evidente que o governo Temer praticamente sepultou o Minha Casa Minha Vida, tendo sequer honrado os compromissos anteriormente assumidos, quanto mais iniciar novos empreendimentos.

Diante desse quadro, o decreto da prefeita em exercício Mirian Gonçalves representa uma saída administrativa e política muito mais efetiva do que a retórica da prefeitura.

Por fim, faz-se justiça ao título do texto do jornalista Rogério Galindo. Indiscutivelmente, os maiores prejudicados com as disputas políticas na prefeitura de Curitiba são os milhares de moradores e moradoras das Ocupações.

O prefeito Fruet e o secretário Ricardo Mac Donald poderiam, em lugar de empenhar-se em buscar pretextos para não publicar os decretos, levar a cabo o compromisso, proferido em 28 de julho de 2015, quando da sanção da lei do aluguel social, de que sua gestão “tem lado: o lado do povo”, permitindo a publicação do decreto e, assim, conferindo estabilidade para as famílias, legando-se para a próxima administração o debate sobre os próximos necessários para a desejada solução definitiva da questão.

 



Fruet, por que não calas Mac Donald?

December 16, 2016 9:57, von Terra Sem Males

Expor um racha agora só revela que ao longo dos quatros anos Fruet foi incapaz de trazer unidade a sua gestão

Por Manoel Ramires
Terra Sem Males

Deve estar faltando inteligência ao núcleo duro do futuro ex-prefeito de Curitiba Gustavo Fruet. Ninguém é capaz de avisá-lo que a rusga de seu secretário de governo com a vice-prefeita só reforça a imagem de fraqueza e de quem titubeia na hora da decisão? Desde que voltou do México, Fruet – o indeciso – permitiu que o “bate boca” corresse público e solto. Se tivesse firmeza, a primeira coisa que teria feito era chamar Mirian para conversar. Minto. Teria mandado Mac Donald se calar. Mas, sem dúvida, os estrategistas de Fruet devem achar que se ele ignorar o assunto e seguir com sua agenda “positiva” de inaugurações, a população o verá com bons olhos. Parece que o resultado das urnas ensinou pouco.

Tagarela

Se Mac Donald fala a torto e direito, não tem como se enganar, é porque Fruet permite. Ou porque já não tem autoridade para controlar sequer um secretário nomeado por si. Estaria Mac Donald estaria agindo por conta própria a ponto de barrar uma decisão da prefeita em exercício? Duvido.

Bom dia para cavalo

Orientado ou não, as falas do secretário são um completo desastre. Expor um racha agora só revela que ao longo dos quatros anos Fruet foi incapaz de trazer unidade a sua gestão. É preciso que alguém avise Mac Donald que o PDT se coligou porque quis com o PT. Portanto, a estratégia do inimigo no ninho não cola aqui. Tá dando bom dia para cavalo. Talvez seja justamente a intromissão constante dele que tenha impedido mais avanços sociais no governo, o que é uma marca de gestões petistas.

Diz sem dizer 

Foto: Maurilio Cheli/SMCS

Incontrolável, Mac Donald recorre ao velho clichê dos baderneiros e vândalos para justificar suas posições. “Arruaceiros” que ele recebeu em setembro de 2015, junto com Mirian Gonçalves, para debater as ocupações. Chegou a dizer que o MTST poderia promover quebra quebra. Quanta ingenuidade desse senhor (ou seria outra coisa) desconhecer que o movimento por moradia não faz uso da força em suas ações. Em oposição, o povo humilde se manifestou sem arranhar um vidro (veja nota). Por outro lado, Fruet saiu com a imagem dilacerada a ponto de, até que enfim, chamar uma reunião com o MTST e o Sismuc para o dia 22.

Do balacobaco

Neste episódio, até a vice-prefeita Mirian Gonçalves ganhou adjetivos. “Vice do barulho” e “barraqueira” foram algumas alcunhas ventiladas para a imprensa. No entanto, os apelidos lhe caíram bem, pois a definem como guerreira e de luta, pois tomou lado dos trabalhadores. Se para alguns essa postura incomoda, para o “eleitorado” dela, é sinal de fibra. Quem dera se os quatro anos da cidade fossem comandos com muito barulho e barracos contra os donos da cidade.

Frouxo

Aliás, homem sem coragem é o que mais sobra pelas bandas desse país. O Brasil está é cheio de covardes e decorativos a quererem golpear mulheres. O mais representativo, é claro, é Michel Temer. Ele deixou de ir ao velório de Dom Evaristo Arns com medo de represálias. O recuo, mais um, se tornou piada do Sensacionalista. O site comparou tuites de Temer em que ele afirma ter coragem para governar o Brasil com às vezes em que o medo de vaias o tomou conta. Isso ocorreu nas Olimpíadas, no funeral da Chapecoense e agora de Arns. Esperar o quê de quem tem no nome a frouxidão? Já demoras no poder, Michel Temmedo. O povo derrubá-lo-á.

 



Reforma da Previdência vai achatar valor de benefícios

December 15, 2016 16:17, von Terra Sem Males

“Ao invés de se aposentar com 49 anos de contribuição para receber 100% do benefício, você terá que se contentar com um benefício achatado, porque você não vai trabalhar até 80 anos”

Por Paula Zarth Padilha
SEEB Curitiba/Terra Sem Males

 Na tarde de quarta-feira, 14 de dezembro, o Dieese Paraná promoveu, no Espaço Cultural dos Bancários, em Curitiba, um Debate sobre a Reforma da Previdência Social, direcionado aos representantes de sindicatos de diversas categorias e centrais sindicais, com o especialista em previdência Luciano Fazio.

Luciano explicou o que é a previdência, com recorte no regime geral, que abrange a maioria dos trabalhadores, e num segundo momento traçou comparativos entre a situação atual e o que mudaria com a reforma proposta pela PEC 287/2016.

A PEC foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal na madrugada desta quinta-feira (15), e uma comissão especial de deputados será instalada em fevereiro para iniciar a tramitação na casa. A estimativa é que a votação da PEC no Congresso se inicie em maio de 2017.

Luciano Fazio explicou que a justificativa para a PEC, do “déficit” da Previdência é na verdade um mito, pois a Previdência Social é sustentada com contribuições dos trabalhadores (de 8% a 11% do salário), do empregador (de 21% a 23% do salário integral; e ainda via impostos cofins, PIS, CSLL, que também podem ser direcionados para saúde e assistência social ) e, ainda, de acordo com o artigo 197 da Constituição Federal, a Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, mediante recursos de orçamentos de Estados, municípios e União.

O Estado não tem valor definido, mas garantidor e por muitos anos não precisou disponibilizar contribuição, pois tudo que era arrecadado (receitas) até o dia 25 de cada mês, era suficiente para o pagamento de benefícios (despesas), a partir do dia 01 de cada mês, com uma metodologia de fluxo de caixa. E mesmo nesse fluxo, sem contar a contribuição estatal, em 2015, o total da receita previdenciária foi de 11,76% do PIB e das despesas 11,57% do PIB. Desse montante, R$ 11,170 milhões são recursos apropriados pelo orçamento fiscal (a diferença das receitas menos as despesas da seguridade social). O Estado calcula a receita previdenciária tentando evitar a contribuição estatal (considera contribuições apenas de empregador e trabalhador).

Somando todas essas receitas, e não somente as contribuições de trabalhadores e empregadores, a Previdência é superavitária, e o governo federal sabe disso. Tanto que, em setembro deste ano,  aprovou a Emenda Constitucional nº 93, que aumentou a DRU (desvinculação das receitas da União) de 20% para 30%, desvinculando essa parte da receita da seguridade social para outros fins definidos pelo governo.

Luciano Fazio tem uma assessoria especializada em Previdência Social. Foto: Paula Padilha
 Mudanças com a Reforma da Previdência Social

De acordo com Sandro Silva, economista técnico do Dieese Paraná, o governo Temer chamou as centrais sindicais para falar sobre a previdência no dia 02 de dezembro somente para comunicar que a reforma seria apresentada no dia seguinte e que nenhum dado sobre o que seria modificado foi repassado aos trabalhadores naquele momento.

Com o anúncio, no dia 03 de dezembro, a PEC 287 estabelece, se aprovada da forma como está, o fim da aposentadoria especial e da aposentadoria por tempo de contribuição, prevalecendo somente a aposentadoria por tempo de serviço, por invalidez e os benefícios como pensão por morte também irão sofrer alterações drásticas de forma a penalizar o trabalhador.

Elaboração: Dieese Paraná

Aposentadoria por idade

Atualmente, a legislação estabelece aposentadoria aos 65 anos para homens e 60 anos para mulheres, com tempo mínimo de contribuição de 15 anos. O cálculo do valor da aposentadoria considera a média aritmética de 80% maiores salários, podendo descartar 20% menores contribuições. A PEC 287 estabelece idade mínima de 65 anos, tanto para homens quanto para mulheres, não permite o descarte dos 20% menores contribuições, achatando a base de cálculo, e estabelece tempo mínimo de contribuição de 25 anos para aposentadoria integral.

“Ao invés de se aposentar com 49 anos de contribuição para receber 100% do benefício, você terá que se contentar com um benefício achatado, porque você não vai trabalhar até 80 anos”, resume Luciano Fazio.

Aposentadoria por tempo de contribuição

Atualmente é possível com a incidência do fator previdenciário para o cálculo do benefício, ou então a nova regra 85/95, estabelecida no governo Dilma, que soma o tempo de contribuição com a idade, para atingir essa pontuação. Com a PEC 287, a aposentadoria por tempo de contribuição não vai mais existir, já que a medida para a concessão será a idade de 65 anos (mais o mínimo de 25 anos de contribuição).

Aposentadoria por invalidez

Atualmente, quem se aposenta por invalidez recebe 100% do valor do benefício, até o teto. Com a Reforma da Previdência, só recebe benefício integral em caso de acidente de trabalho. Se a invalidez ocorrer em outra situação, fica estabelecido o cálculo de valor de 51% do benefício mais 1% ao ano (a cada 12 contribuições).

Pensão por morte

Atualmente, a pensão por morte é de 3 anos a vitalícia, com distribuição de 100% do salário de benefício do falecido pago aos dependentes, e quando os filhos perdem o direito, o valor é revertido para a mãe. A Reforma da Previdência de Temer estabelece o benefício de 50% do salário mais 10% por dependente (a esposa, no caso, recebe 60% e os demais 10% cada) em cotas não reversíveis (quando o filho perde o benefício, não é revertido para a mãe). Não haverá mais o piso estabelecido pelo salário mínimo.

Mobilizar e unificar

“As centrais sindicais e o Dieese entendem que o orçamento da previdência é e sempre foi superavitário e que a proposta de reforma de Temer significa restrição de direitos adquiridos pelos trabalhadores”, afirma Sandro Silva. “Dieese e movimento sindical vão atuar para construir linguagem comum e de mobilização contrária ao projeto”, define o economista.

“Muitos de nós estamos chegando na fase que o tema aposentadoria nos interessa muito e tudo que está acontecendo hoje é mais preocupante ainda. Muitas pessoas estão tendo que rever todo o seu planejamento de vida”, declarou Elias Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. “Muito mais importante na reforma é a valorização da previdência pública. Os neoliberais estão conseguindo o objetivo que eles queriam: destruir a previdência pública para atender interesses de mercado”, finalizou.
Propostas das centrais para aumentar as receitas da Previdência Social

– revisão ou fim das desonerações das contribuições previdenciárias sobre a folha de pagamento das empresas (R$ 22,4 bi em 2015)

– revisão das isenções previdenciárias para entidades filantrópicas (R$ 11 bi em 2015)

– alienação de imóveis em desuso da previdência

– fim da DRU sobre orçamento da seguridade social (R$ 61 bi em 2015)

– cobrança de R$ 236 bilhoes de dívida ativa com a previdência (via refis)

– recriação do ministério da previdência social, entre outros

 



Por dignidade no Caximba e um natal melhor para aquelas crianças

December 15, 2016 14:10, von Terra Sem Males

Projeto Move Vidas tenta melhorar condições da população da região do antigo aterro sanitário de Curitiba. Ação imediata é arrecadar donativos para que as crianças tenham um natal melhor.

Por Davi Macedo

Uma promessa de campanha eleitoral não cumprida transformou-se em uma bela história de humanismo e solidariedade. Um candidato que buscava votos junto à comunidade do Caximba havia dito que faria uma festa para o dia das crianças no bairro, mas como não foi eleito a comemoração ficou apenas na conversa mesmo.

A decepção das crianças comoveu a jovem advogada Janaina Nedochetko, que atua junto à população carente do Caximba. Ela tomou a iniciativa de reunir amigos para fazer uma festa para os pequenos. “Decidimos fazer um evento no Face apenas com o objetivo de distribuir cachorro quente e promover umas gincanas, só para não passar em branco, já que o prazo era muito curto e nunca havíamos realizado nada parecido. Estávamos perdidos, nem sabíamos por onde começar”.

O resultado da ação foi surpreendente. “O troço bombou! Muita gente apareceu com muita doação. Foi lindo! Conseguimos atender umas 700 crianças”, comemorou.

A festa aconteceu nas proximidades da casa da professora conhecida carinhosamente na comunidade pelo apelido de Gaivota. A educadora sempre tenta fazer alguma coisa no dia das crianças, mesmo que seja algo pequeno, dentro do alcance dela. Neste ano, a iniciativa do grupo de amigos deu novas dimensões para a comemoração comunitária, com diversas atividades, como teatro, contação de histórias, pinturas, brinquedos infláveis, cortes de cabelo, distribuição de doces e brinquedos, música, entre outros.

Foto: Bianca Reis

O Caximba é um bairro da região extremo sul de Curitiba. O local abrigava o aterro municipal da capital até o segundo semestre de 2010. Os caminhões que despejavam cerca de duas mil toneladas de lixo por dia pararam de passar por lá.  Ficou uma montanha de detritos e o vazio do estado.  Não existe nenhuma infraestrutura básica para as comunidades integradas na região. Não há rede de esgoto, asfalto, escola, posto de saúde, serviço de Correios e por ironia crônica da sociedade nem coleta de lixo.

Apenas na comunidade Abraão, onde aconteceu a festa solidária das crianças, vivem 1800 famílias em condições de extrema pobreza e abandono social. Essa situação precária levou o grupo de amigos a lançar o Projeto Move Vidas, cujo objetivo é unir forças para proporcionar melhores condições àquela população. Diversas ideias estão nos planos do projeto. A maior pretensão é a construção de uma escola comunitária. Enquanto esse sonho coletivo não vira realidade, o próximo passo é melhorar o natal no Caximba.

Natal no Caximba

A próxima ação do Projeto Move Vidas é o Natal no Caximba, marcado para o próximo sábado (17). O objetivo é doar pelo menos cem cestas básicas, brinquedos novos ou usados e doces.  O grupo também precisa de voluntários para a ajudar no dia do evento. A divulgação da ação também é bem-vinda.

Para arrecadar fundos, foi criada uma “vaquinha online”, mas também há a opção de depósito em conta corrente (dados abaixo).

 

:: Serviço

Natal no Caximba

Quando: 17 de dezembro (sábado)

Horário: das 09h00 às 13h00

Local: Casa da Professora Gaivota (Caximba)

Local de entrega de doações: Rua Visconde do Rio Branco, 1655, Centro – Curitiba-PR

Fanpage do Projeto Move Vidas: https://www.facebook.com/Projeto-MOVE-VIDAS-Caximba-1488524137831456/

Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1818527275054915/

Vaquinha on-line: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/natal-das-familias-do-caximba

Depósitos:

Banco: Caixa Econômica Federal
Agência: 1952 – Op. 013 – Conta: 2121-1
Favorecido: Gustavo Reichel Rodrigues
*Após fazer a doação, favor enviar mensagem SMS ou Whatsapp para o número (41) 99604-7203 com seu nome e o valor depositado para confirmação. 

 



Fruet não recebe movimento por moradia e servidores municipais de Curitiba

December 15, 2016 13:38, von Terra Sem Males

Protesto cobra a publicação de três decretos assinados por vice-prefeita

Por Manoel Ramires
Sismuc/Terra Sem Males

O Prefeito de Curitiba Gustavo Fruet não recebeu o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) nem o Sismuc para discutir três decretos assinados pela vice-prefeita Mirian Gonçalves e barrados pelo secretário de governo, Ricardo Mac Donald. Ele alegou problema de agenda, uma vez que participava da inauguração de obras públicas. O protesto, que marchou da Praça 19 de dezembro até a Prefeitura de Curitiba, cobra uma audiência com o Fruet para que possa discutir os textos.

Manifestantes queriam ser recebidos pelo prefeito Gustavo Fruet. Foto: Paula Zarth Padilha

A manifestação solicita a publicação de três decretos assinados pela vice-prefeita Mirian Gonçalves em 29 de novembro quando era prefeita em exercício. Em um texto, é tornado de utilidade pública uma área na CIC com mais de 210 mil metros quadrados. O objetivo é regularizar moradia para mais de 1,3 mil famílias que vivem no local.  Outro decreto abona faltas de servidores da saúde, educação e guarda municipal que realizaram greves e paralisações. O último documento trata de uma homenagem ao advogado e ex-deputado federal Edésio Passos, falecido em agosto de 2016. Os decretos não foram publicados em um ato de insubordinação do secretário de governo, Ricardo Mac Donald. Isso levou a vice-prefeita Mirian Gonçalves a acionar o Ministério Público do Paraná, cogitando improbidade administrativa.

Moradores das ocupações marcharam da praça 19 de dezembro até a Prefeitura pedindo a publicação dos decretos de desapropriação. Foto: Manoel Ramires

No ato pacífico realizado neste dia 15, os manifestantes questionavam a demora do prefeito Gustavo Fruet em decidir sobre o assunto. Além de não publicar os decretos, ele não recebe nem o movimento, nem o sindicato. Para Paulo Bearzoti, coordenador do MTST, é obrigação a publicação dos decretos. “Nós estamos fazendo o ato #PublicaFruet para que ele torne de utilidade pública a área que fica a ocupação Nova Primavera, 29 de março, Tiradentes e Dona Cida. Esses locais não tem liminar de reintegração de posse. Esse decreto, portanto, dá estabilidade as ocupações”, destaca Bearzoti.

O Sismuc se soma ao ato por causa de um decreto que abona faltas das greves da educação, saúde e guardas municipais. Na educação, os municipais reivindicavam melhorias na carreira para atender as crianças. A greve, de quatro dias, culminou em uma lei que reformulou o plano de carreira. No entanto, Fruet se negou por dois anos a negociar a paralisação. Já na saúde, a paralisação foi motivada por causa de um decreto no fim de 2014 que promovia calote no pagamento de horas extras e outras remunerações. A guarda municipal também fez paralisação de um dia reivindicando direitos. Para a coordenadora de movimentos sociais do Sismuc, Casturina Berquó, Fruet tem uma dívida com seus trabalhadores. “Nós queremos a publicação dos decretos e o cancelamento das faltas, pois isso prejudica o crescimento dos servidores”, aponta.

Foto: Manoel Ramires

Apoio cultura

A manifestação também contou com apoio de setores da cultura. No começo do mês, o prefeito publicou edital cancelando edital de cultura para 2017 no valor de R$ 2 milhões. A Prefeitura de Curitiba investe menos de 1% de seu orçamento em cultura. O Edital Livre era a única verba oriunda do Fundo Municipal de Cultura em 2016.

Fruet confirma agenda com movimentos

De acordo com informações da coordenadora do Sismuc, Irene Rodrigues, após a manifestação, o prefeito Gustavo Fruet agendou mesa de negociação com os representantes dos movimentos para a próxima quinta-feira, dia 22/12, às 14h30. (Atualizada às 14h05)



Nota do MTST-PR sobre atos e declarações intimidatórias do secretário Ricardo Mac Donald

December 15, 2016 13:22, von Terra Sem Males

Coordenação MTST-PR 

Por razão que nos é absolutamente desconhecida, o secretário de Governo da prefeitura de Curitiba, Ricardo Mac Donald, por meio de entrevistas e notas plantadas na imprensa, tem, aparentemente, buscado criar um clima de animosidade com relação à manifestação programada para quinta-feira, 15 de dezembro, em frente à sede da prefeitura.

No programa Paraná TV, da RPC, edição de 7 de dezembro, por exemplo, insinuou que poderia haver “invasão” e “depredação de patrimônio público”.

Além disso, desde o começo da semana passada, o secretário MacDonald vem apresentando sinais concretos de ansiedade e intransigência. Na terça-feira, 6 de dezembro, por exemplo, convocou o GOE da Guarda Municipal para cercar, sem necessidade alguma, o Palácio 29 de Março, para supostamente “protegê-lo” de manifestação, que não ocorreu – e não ocorreria sem prévia comunicação.

Registre-se também que a coluna de 13 de dezembro do jornalista Celso Nascimento na Gazeta do Povo, afirma, sem qualquer base, que a manifestação do dia 15 é “liderada” pela vice-prefeita Mirian Gonçalves, que “pretende levar para a frente da prefeitura grupos barulhentos para exigir de Fruet a assinatura de três decretos ilegais”. (A expressão “grupos barulhentos” e a descabida inferência de que agimos sob “liderança” de qualquer autoridade pública ou grupo de pressão, além de deslegitimar os manifestantes, se prestaria também a facilitar medidas repressivas?)

Neste contexto, nos vemos obrigados a questionar se a Guarda Municipal de Curitiba estaria se preparando, a mando do secretário, para reprimir manifestação popular legítima, em favor da publicação dos decretos assinados no início do mês pela prefeita em exercício Mirian Gonçalves, que declaram como áreas de utilidade pública terrenos que envolvem as ocupações Tiradentes, Nova Primavera, 29 de Março e Dona Cida na Cidade Industrial, bem como excluem as faltas dos servidores municipais que participaram de greves no período de 2014 e 2015.

A convocação é uma iniciativa do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-teto) e SISMUC (Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba), apoiada por movimentos culturais que se somaram à mobilização contra o recente calote no edital do Fundo Municipal de Cultura. Isso é, são organizações sociais que se mobilizam por serem prejudicadas pelas ações erráticas do secretário de Governo. A concentração será feita às 9h da manhã na Praça 19 de Dezembro e seguirá em marcha até a prefeitura, onde haverá um abraço simbólico, apresentações artísticas e musicais e um coral com crianças das Ocupações na CIC.

Em atos e palavras, o secretário Ricardo MacDonald, além de protelar, de forma no mínimo irregular, a publicação dos decretos, mostra o que, ao menos neste triste fim de gestão, parece ser seu único diálogo possível com os funcionários municipais e os movimentos sociais de moradia e cultura: a intimidação.

O prefeito Gustavo Fuet e todo o seu secretariado deveriam, em lugar de exercitar uma retórica vazia, ser proativos em solucionar os problemas da cidade, inclusive apoiando e publicando os justos e oportunos decretos da então prefeita em exercício Mirian Gonçalves.



A conjuntura do caos e as manifestações estudantis à deriva

December 14, 2016 21:21, von Terra Sem Males

Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males

Nessa semana me deparei com uma foto registrada aqui em Curitiba: nela estava enquadrada a fachada de um banco e as frases “morte aos banqueiros”, “poder popular”, “que os ricos paguem a conta”, “rebelar-se é justo”. A foto é do ato contra a PEC 55, do último domingo (11/12/2016), e eu concordo com as frases, à exceção da primeira. O problema é que a fachada da instituição financeira em questão é do Banco do Brasil.

E ao lado da Caixa Econômica Federal e do BNDES, são esses três os bancos que nos restam como última trincheira de fomento aos investimentos públicos em infraestrutura, moradia, agricultura familiar, viabilização de benefícios sociais e muitos outros. Importantes ferramentas de, veja só, poder popular. Ou ao menos deveriam ser.

Ontem (13/12/2016), dia que o Congresso Nacional aprovou definitivamente a famigerada PEC 55 do Fim do Mundo, que congela o investimento público e gastos dos governos por 20 anos, sem dó nem piedade, e já anunciaram a promulgação para esta quinta-feira (15/12/2016), estive numa outra manifestação contra essa Proposta da Emenda à Constituição Cidadã de 1988. E lá estavam poucas pessoas, se compararmos com a dimensão dos retrocessos. E essas algumas dezenas de pessoas, talvez 200, eram em sua maioria estudantes, secundaristas e universitários, de instituições públicas (conforme descrito em mochilas e uniformes), sem lideranças aparentes, sem vinculação ou identificação com movimentos sociais organizados já firmados como referência das lutas populares. O ato foi convocado via fanpage do movimento denominado CWB contra Temer.

Não vi lá as Frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo. Nem os Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, dos Atingidos por Barragens, dos Trabalhadores Sem Teto. Também somente representação de dois sindicatos de categorias de trabalhadores podiam ser aparentemente identificadas. Não vi bandeiras de centrais sindicais. Os estudantes pareciam à deriva, largados à própria sorte com apenas um megafone porcas bandeiras de luta. Sei que muitas representações se fizeram presentes em Brasília, de onde chegaram notícias de repressão policial e do não acesso aos prédios de lá, que por organicidade deveriam ser públicos, as casas do povo. Sei também de atos organizados em São Paulo, Minas Gerais. Mas em Curitiba, senti uma profunda tristeza.

Na última segunda-feira (12/12/2016), presenciei a união de representantes sindicais e dos movimentos sociais num ato político em evento de organização do Movimento dos Atingidos por Barragens. E lá ouvi algumas verdades que se aplicam ao conturbado momento político e econômico que vivemos, entre elas que “se os sindicatos de trabalhadores fossem tão organizados quanto o MAB e o MST”, talvez tivéssemos conseguido barrar o golpe e, se houvesse golpe, talvez conseguíssemos barrar os retrocessos, disse José Oliveira, dirigente do Sintracon e da CUT Paraná. E esses retrocessos são a PEC do Fim do Mundo, a Reforma da Previdência, que interessa somente aos planos de previdência complementar particulares (sob responsabilidade, olha só, das instituições financeiras), a MP do Ensino Médio, que continua tramitando em ritmo acelerado na Câmara Federal enquanto o Senado pega fogo com as definições orçamentárias de Michel Temer.

O que estamos vendo na base e nas ruas é a conjuntura do caos. Uma alusão sem qualquer referencial ao significado teórico, mas sim da expressão. Todos querem barrar os retrocessos, mas não se observa uma articulação unitária de mobilização. E as mobilizações desenfreadas e sem lideranças, que não estou aqui para desvalorizar as iniciativas, cometem equívocos, como colocar um banco público no mesmo balaio de banco privado. Estudantes que lutam pela escola pública de qualidade, pelo acesso universal à saúde e aos benefícios sociais, não reconhecem um banco público como uma instituição do mesmo patamar de fomento de poder popular.

E lá, no topo da pirâmide, ao contrário, presenciamos uma profunda organização e unicidade dos políticos, para que todas as medidas impopulares passem como um trator e nos suprimam como insignificantes que somos nesse governo provisório e ilegítimo.

É preciso ter a consciência de defesa de banco público, que proporcione juros acessíveis para a concessão de crédito, que fomente a retomada da economia com medidas anticíclicas, em benefício de toda a população, na contramão do que estamos vendo hoje. Para que as fotos que sejam compartilhadas pelos movimentos populares possam ser sim de pichações de fachadas de bancos, mas dos bancos privados, e também de vidros quebrados, manifestações com sua legitimidade, pois passam um recado muito claro: que como está, não pode ficar.

Eu não consigo imaginar o rumo que o país irá tomar até as eleições de 2018. E quando digo isso, muitos me dizem “se houver eleição em 2018”. Eu nem citei aqui o poder judiciário, pois o leque de elementos do golpe é muito maior do que possamos sintetizar. Mas é preciso, além da indispensável atitude que vemos em todos os atos de rua, todos legítimos, organização e união. Pois as elites, os 10% mais ricos, estão alinhados a ferro e fogo com nosso Congresso Nacional. Que 2017 nos renove a disposição para a luta organizada. E formação de base para esses jovens que estão carregando a militância nas costas.

 



Mirian Gonçalves aciona secretário Mac Donald no MP

December 14, 2016 20:12, von Terra Sem Males

Representação da vice-prefeita cogita improbidade administrativa por insubordinação

Por Manoel Ramires
Terra Sem Males
Foto: Kelen Vanzin

A vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves, entrou com uma representação contra o secretário de governo Ricardo Mac Donald. Ela, que também é advogada, recorreu nesta quarta (14), ao Ministério Público do Paraná no caso de insubordinação de Mac Donald. O secretário se negou a publicar no Diário Oficial três decretos assinados por Mirian enquanto exercícia o cargo de prefeita. Mirian espera ser recebida, juntamente com o seu advogado Paulo Ricardo Schier, na próxima semana pelo Procurador-Geral de Justiça do Estado do Paraná, Ivonei Sfoggia.

No encontro, a vice-prefeita deve detalhar que o secretário, inclusive, chegou a ameaçar a vice-prefeita por improbidade administrativa. No texto em que ele pediu que ela reavaliasse sua posição, Mac Donald disse que os decretos geravam custos ao município sem previsão orçamentária. A prefeita ordenou que os decretos fosse publicados, o que não ocorreu naquela semana e nem após o retorno do prefeito Gustavo Fruet.

De acordo com a petição, o objetivo é dar encaminhamento às providências necessárias para eventual investigação, se for o caso, e propositura de ação de improbidade administrativa. Nesse caso, fundamenta-se na conduta do Secretário por “retardar ou deixar de pratica, indevidamente ato de ofício” e ainda por “negar publicidade aos atos oficiais”. Justifica-se ainda que conforme a Lei Orgânica do Município de Curitiba, em seus artigos 67 e 68 compete ao Vice-Prefeito ser o substituto e sucessor natural do Prefeito, sendo que toda vez que venha ocupar a Chefia de Governo, o Vice-Prefeito exercerá o cargo com todas as suas prerrogativas e competências.

Decretos e ato público

Os decretos tratam de anistia a faltas dos servidores municipais de Curitiba por causa de greves, de considerar de utilidade pública um terreno na região do CIC e uma homenagem ao advogado Edésio Passos. Em entrevista exclusiva ao Terra Sem Males, Mirian Gonçalves justificou os decretos:

“Eu assumi quando o prefeito Gustavo Fruet viajou ao México. Foi a última oportunidade em que eu tomei posse. Se isso tivesse ocorrido há seis meses, eu teria assinado os decretos. Eu havia combinado com o prefeito a homenagem ao Edésio Passos. A gente trocou mensagens e não foi feito desde agosto.”

“O segundo decreto foi de retirada das faltas das fichas funcionais dos trabalhadores. Isso é muito tranquilo. Em outras duas negociações já tinha feito isso. Minha atitude não contraria em nada Fruet, pois em março de 2013, no início do governo, ele editou decreto do mesmo teor retirando faltas de 2007 a 2012. Eu fiz isso no meu mandato. E eu mudo de cargo, mas não mudo de lado. Sempre estive do lado das questões sociais, dos trabalhadores e mais vulneráveis.”

“No terceiro decreto, há quase três anos essa pauta era adiada. São 1,3 mil famílias que podem ser despejadas. É inaceitável que isso aconteça. Eu não desapropriei terras. Apenas declarei a área de utilidade pública para habitação de fins de baixa renda. Ali não existem especuladores, mas pessoas com grandes necessidades e riscos.”

Nesta quinta-feira, a partir das 09h00, movimentos sociais e sindicatos realizam ato em frente à Prefeitura de Curitiba cobrando a publicação dos três decretos.

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