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Terra Sem Males

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April 3, 2011 21:00 , von Unbekannt - | No one following this article yet.

As medalhas dos golpistas

August 8, 2016 14:16, von Terra Sem Males

Por Manolo Ramires
Terra Sem Males

Há pouco mais de um mês, o jornal New York Times conferiu o título de medalhista de ouro a Michel Temer por causa de seu ministério e casos de corrupção. Para o jornal norte americano, Temer praticou doping político para chegar ao poder. No período das Olimpíadas, o Brasil descobre porque lidera o quadro geral de medalhas do submundo.

Nem os jogos haviam começado e o Pastor Marco Feliciano já conquistava seu ouro. Modalidade: uso de força sexual desmedida. O conservador é acusado por uma militante do PSC de estuprá-la e agredi-la. O caso revelado pela Coluna Esplanada ainda dá medalhas de prata para o chefe de gabinete de Feliciano, preso por cárcere privado e chantagem da moça, e de latão para o ex-candidato a presidência Pastor Everaldo, também por ameaça. Mas como o time de Neymar não vai bem, as medalhas não ganharam as capas.

Também não tem ganhado grande destaque outro feito patriótico da equipe de Temer. Trata-se da medalha de ouro em “esconder recursos” conquistada pelo ministro das Relações Exteriores José Serra. O Caixa 2 revelado por Marcelo Odebrecht de R$ 23 milhões é digno de quebra de recorde. Serra ainda ganhou medalinha de papel ao argumentar que tudo foi declarado e o assunto sumiu entre os jogos do time de Marta.

E se a modalidade é Caixa 2, o próprio Michel Temer e o PMDB conquistaram suas medalhas. Marcelo Odebrecht disse ter pago R$ 10 milhões em dinheiro vivo à turma do vice, em especial a Eliseu Padilha. Contudo, como em casos anteriores, ninguém ainda caiu. São medalhistas de ouro em hipocrisia.

Temer, aliás, é um fenômeno olímpico. Não basta ter se escondido das vaias no Maracanã ao não anunciarem seu nome e nem sua imagem no telão. Ele ainda orientou a Força Nacional de Segurança a se preocupar mais com o #foratemer do que com possíveis ataques terroristas. Se bem que a opinião popular horroriza o interino golpista mais do que as transmissões do Galvão Bueno.

Phelps de toga

O americano nadador ganhou mais uma medalha nas piscinas. Mas segue longe dos feitos de Gilmar Mendes, o tucano de toga. Para melhorar o seu currículo, Mendes sugere a cassação do registro do PT por supostamente receber dinheiro da Petrobras. Evidente que ele não faz o mesmo com o PSDB, PP, PMDB também envolvidos no escândalo da Lava Jato. Medalha de pau na categoria fundista sem moral.

Delegação masculina

São lindos os comerciais do TSE sobre mulheres na política. Na prática, nem a cota de vice tem sido preenchida em Curitiba. Duas mulheres e uma dezena de homens concorrendo à prefeitura.

 

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Crônicas do Circo da Democracia – Saramago aplaudiria!

August 8, 2016 14:00, von Terra Sem Males

Por Pedro Carrano
do jornal Brasil de Fato e da Frente Brasil Popular

O circo aproxima. Reaproxima. É lugar de encontros nesse mundo de tantos desencontros. A arte e a política, por exemplo, uma pensava que a outra andava sumida.

Desde os anos 90, no vazio deixado pelo neoliberalismo, pela queda do Muro e construção de vários outros, a maioria dos artistas voltaram-se para a arte em si mesma, para o próprio umbigo.

A esquerda, por sua vez, enrijeceu, acuada nos tempos de baixa das lutas. Perdeu o vínculo com o povo e também com a arte nas suas várias formas.

O que a gente tem visto no Circo é diferente. O picadeiro é o todo, onde música, poesia, debates políticos, políticas culturais entram em cena, sem muros acadêmicos.

O debate de sábado (6), com artistas e fazedores da cultura, mostrou esses novos horizontes. Chamou a atenção a fala de Juliana Bonassa, do setor nacional de cultura do MST: “Queremos fazer arte com qualidade técnica e fundamentação política”.

O escritor português José Saramago aplaudiria em pé. Ele que sempre se colocou como intelectual engajado e, ao mesmo tempo, produzia uma arte extremamente elaborada.

E o Circo vai mostrando caminhos.

 

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Previdência dos municipais de Curitiba é pauta bomba para próximo prefeito

August 5, 2016 9:10, von Terra Sem Males

Por Manoel Ramires
Terra Sem Males

Projeto de urgência de Fruet chega ao plenário sem tramitar nas comissões.

Último ano de mandato e os prefeitos enchem as cidades de obras. A ideia é mostrar realizações e passar uma mensagem positiva perto da propaganda eleitoral. Com o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, não é diferente. Bastante dinheiro tem sido gasto para comprar publicidade e espaço em jornais mostrando pontes construídas, ruas reformadas, novos equipamentos na saúde e educação. Contudo, quebrada, como a própria gestão diz, de onde tem saído o dinheiro para bancar tudo isso?

Os trabalhadores municipais de Curitiba conhecem a origem da grana. Eles reclamam do atraso em pagamento de horas extras, na falta de promoções e até em diminuição de equipes para “economizar”. Por outro lado, a principal migração de receita tem sido feita a partir da previdência dos servidores: o Instituto de Previdência Municipal de Curitiba (IPMC). Desde 2015, Fruet tem deixado de recolher a parte que cabe ao município para dar saúde financeira no futuro do fundo. Os sindicatos já fizeram diversos atos e alertas contra o calote no pagamento. Mesmo assim, o prefeito segue sem pagar.

Não recolhendo sua parte, Fruet tem gerado enorme passivo para as próximas gestões. Nos cálculos do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), mais de R$ 210 milhões são devidos, sendo o cálculo feito de agosto de 2015 até junho de 2016. O sindicato também reclama do Projeto de Urgência enviado por Fruet à Câmara Municipal. Nele é tentado o parcelamento desse valor em 60 vezes, até 2021. Ou seja, comprometendo as receitas das duas próximas gestões municipais. “A gente sabe que a previdência permite o parcelamento. No entanto, essa dívida não foi herdada por Fruet. Ela foi construída nesta gestão, mas deixa passivo para os dois próximos prefeitos”, reclama Irene Rodrigues, coordenadora geral do sindicato.

Prazos curtos e trator
Mesmo com a urgência, que prevê 45 dias para ser votado no plenário, o projeto de lei ficou parado na Câmara de vereadores. Dois motivos contam. O primeiro deles é de que o projeto ficou dependendo de parecer da Procuradoria Jurídica da Casa. Ele chegou em 25 de maio e só foi liberado essa semana. O outro motivo trata do recesso dos vereadores, quando a Câmara parou. Contudo, ao retornar aos trabalhos no dia primeiro de agosto, os legisladores se depararam com o projeto do Executivo. Como ele é urgente, se não for votado dentro do prazo, tranca a pauta. Para destravar, a CMC foi obrigada a publicar em seu diário hoje, cinco de agosto, que o parcelamento entra na Ordem do Dia já na próxima segunda, dia 8. Detalhe: a análise em plenário sequer passou pelas comissões. Tampouco ocorreu a realização de audiência pública, como pediam os sindicatos.

Diante da manobra, e se o prefeito Gustavo Fruet ligar o “trator” – já que corre risco de improbidade administrativa –, podemos prever um novo 29 de abril? Naquela vez, Fruet foi protetor dos servidores estaduais. Será algoz dos municipais?

Silêncio no PLP do Sacrifício
Por falar em soco, porrada e bomba, o governo interino e golpista de Michel Temer tentou passar nesta semana o Projeto de Lei Complementar que parcela as dívidas de estados e municípios com a União. O problema é que a contrapartida é congelamento de salários, ampliação de tempo para aposentadoria e não realização de concurso público para o funcionalismo público. Sindicatos, federações e confederações reagiram. Houve confusão em Brasília e o tema foi adiado para a semana que vem. Curiosamente, os candidatos à Prefeitura de Curitiba não tocam no assunto em suas pré-campanhas. Afinal, são contra ou a favor desse projeto? Aguarda-se manifestações.

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Vereadora de Curitiba é citada em escândalo que envolve o Pastor Marco Feliciano

August 4, 2016 22:32, von Terra Sem Males

Acusação foi flagrada em áudio divulgado pela Coluna Esplanada.

Por Manoel Ramires
Terra Sem Males

O caso de estupro envolvendo o deputado federal Marco Feliciano (PSC) e uma menina de Brasília pode repercutir em Curitiba. Mais exatamente na Câmara Municipal. Em vídeo publicado no Youtube pela Coluna Esplanada, Patrícia Lélis cita a vereadora Carla Pimentel, do mesmo partido de Feliciano.

“Esse menino Tiago nunca mais falou comigo. E assim, eu vou falar uma coisa pro senhor, de coração, eu não sou uma pessoa maldosa, mas eu já tenho até o telefone da Carla Pimentel, porque se esse negócio explodir, essa mulher vai junto comigo. (…) Carla Pimentel, que é vereadora em Curitiba”, falou a moça, conforme áudio aos 21m45s.

A conversa de Patrícia Lelis, que gravou vídeo posteriormente desmentindo a versão do blog “Coluna da Esplanada”, seria com Talma Bauer, assessor de Feliciano. Por outro lado, a coluna ainda reforça a notícia de estupro e, posteriormente, de chantagem para que a moça retirasse a acusação. Segundo o repórter Leandro Mazzini, a mãe da moça “confirmou que flagrou a filha machucada à ocasião do dia da suposta agressão. Para instigar ainda mais o caso, a mãe da garota confidenciou que ela ligou de São Paulo e pediu uma conta para um depósito, mas que fosse no CNPJ’, e que não tivesse rastros de ligação com ela”, revela o blog.

Vereadora
O Terra Sem Males procurou a vereadora e aguarda sua versão sobre os fatos.

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Vereadora de Curitiba é citada em escândalo que envolve o Pastor Marcos Feliciano

August 4, 2016 22:32, von Terra Sem Males

Acusação foi flagrada em áudio divulgado pela Coluna Esplanada.

Por Manoel Ramires
Terra Sem Males

O caso de estupro envolvendo o deputado federal Marcos Feliciano (PSC) e uma menina de Brasília pode repercutir em Curitiba. Mais exatamente na Câmara Municipal. Em vídeo publicado no Youtube pela Coluna Esplanada, Patrícia Lélis cita a vereadora Carla Pimentel, do mesmo partido de Feliciano.

“Esse menino Tiago nunca mais falou comigo. E assim, eu vou falar uma coisa pro senhor, de coração, eu não sou uma pessoa maldosa, mas eu já tenho até o telefone da Carla Pimentel, porque se esse negócio explodir, essa mulher vai junto comigo. (…) Carla Pimentel, que é vereadora em Curitiba”, falou a moça, conforme áudio aos 21m45s.

A conversa de Patrícia Lelis, que gravou vídeo posteriormente desmentindo a versão do blog “Coluna da Esplanada”, seria com Talma Bauer, assessor de Feliciano. Por outro lado, a coluna ainda reforça a notícia de estupro e, posteriormente, de chantagem para que a moça retirasse a acusação. Segundo o repórter Leandro Mazzini, a mãe da moça “confirmou que flagrou a filha machucada à ocasião do dia da suposta agressão. Para instigar ainda mais o caso, a mãe da garota confidenciou que ela ligou de São Paulo e pediu uma conta para um depósito, mas que fosse no CNPJ’, e que não tivesse rastros de ligação com ela”, revela o blog.

Vereadora
O Terra Sem Males procurou a vereadora e aguarda sua versão sobre os fatos.

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Encarando os líderes

August 4, 2016 16:33, von Terra Sem Males

Por Roger Pereira
Terra Sem Males

Mais uma vez o Furacão mostrou que pode jogar de igual para igual contra qualquer time deste Campeonato Brasileiro. E mais. Ao bater o líder Corinthians por 2 a 0 na Baixada, três dias depois de ter perdido para o Sport pelo mesmo placar, o Atlético volta a demonstrar que se sai melhor contra os times considerados grandes do que contra os pequenos, já tendo perdido pontos para Vitória, Chapecoense e Coritiba, por exemplo.

Tal retrospecto e a atuação contundente de ontem animam por conta da sequência de jogos que o clube tem neste período de Jogos Olímpicos. Depois de desbancar o “todo poderoso”, o Atlético tem pela frente Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG, todos brigando pelas primeiras posições do campeonato.

É essa sequência de quatro jogos que vai definir por o que o Furacão vai brigar nesse torneio. Vencer o Palmeiras, na semana que vem, é fundamental para manter a invencibilidade em casa e apagar a má impressão da estreia, quando fomos goleados por 4 a 0 em São Paulo. Mas não é o bastante. Será preciso roubar pontos de Flamengo e Galo, fora de casa, para manter-se no bolo que disputa uma das vagas na Libertadores.

A bela atuação de quarta-feira, em rede nacional, ainda deu mais dois alentos para o torcedor atleticano: a comprovação da recuperação de Walter e a segurança de que Santos poderá segurar as pontas enquanto Weverton estará a serviço da seleção. Se conseguir bater o Palmeiras e buscar alguns pontinhos nestes dois jogos fora de casa, o Furacão se consolida na briga, pelo menos, pelo G4. Aí é parar de perder pontos para times de baixo da tabela e impor respeito nos grandes…

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O jornalismo calhorda!

August 4, 2016 11:48, von Terra Sem Males

Por Davi Macedo

“Erra na primeira braçada. É, ele não vale uma naba”. Esse pequeno trecho da música “surfista calhorda”, da banda gaúcha Os Replicantes, não me sai da cabeça… Um clássico do punk rock nacional cuja letra fala de um playboyzinho poser financiado pela tia milionária.

Gosto muito da música e da banda, mas a composição me atazana nesses últimos dias por causa de mais uma canalhice no jornalismo paranaense, que desta vez vem lá do velho oeste, da cidade de Cascavel, onde vivi dos 5 aos 19 anos. O jornal Gazeta do Paraná, de linha editorial extremamente conservadora, claramente aliado político da direita e do agronegócio, publicou a matéria “’Mamata’ continua no setor público?”. De autoria do jornalista Fernando Maleski, a reportagem suspostamente investigativa tinha tudo para cumprir o papel social relevante do jornalismo de fiscalização do Poder Público, mas passou longe disso ao caracterizar perseguição a um servidor da Câmara de Vereadores. Com essa finalidade, Maleski distorceu uma série de fatos e atacou severamente um colega de profissão.

A vítima em questão é Júlio César Carignano (JC), assessor do vereador Paulo Porto (PCdoB) e diretor do Sindicato dos Jornalistas do Paraná (Sindijor). Maleski até tentou maquiar o objetivo da reportagem, mas a sanha por atender os interesses dos patrõezinhos logo é percebida, quando cita que o jornal solicitou à Câmara informações detalhadas sobre o ponto dos servidores comissionados da Casa, mas que apenas recebeu “documentos de poucos servidores”. O único exemplo para ilustrar a “investigação” foi justamente o do jornalista JC, uma das pouquíssimas vozes dissonantes da ordem política estabelecida há décadas na cidade. Disse que tentou procurar o servidor, mas ele havia faltado ao trabalho naquele dia.

Maleski, com todo seu faro fino de investigador, procurou na página de JC no Facebook e descobriu que naquele dia ele estava em Curitiba participando do seminário Democracia na América Latina, promovido pelo Laboratório de Cultura Digital da Universidade Federal do Paraná e que contou com a participação do senador e ex-presidente uruguaio José Pepe Mujica. Nada me tira da cabeça que a pauta deva ter surgido somente após ver a foto de Júlio na rede social. Nas palavras de Maleski, JC foi à capital para uma manifestação “Fora Temer”. No evento, o público até entoou um “Fora Beto Richa”, mas isso de forma alguma interessaria ao escriba e seu patrão. A verdade é que JC esteve em Curitiba para representar o vereador que assessora e, no mesmo dia, ainda foi ao município da Lapa para participar da abertura da Jornada de Agroecologia, também a pedido do parlamentar Paulo Porto.

Quem conhece JC sabe de sua dedicação ao trabalho na Câmara de Vereadores. Justamente por ser de assessoria parlamentar não significa que o labor ocorra sempre na Casa de Leis, talvez pelo contrário, o bom assessor está junto à comunidade e quando necessário representa o vereador em eventos, como o Seminário Democracia na América Latina. Retidão e esforço são características peculiares a JC.

Fiquei curioso sobre quem seria esse jornalista que persegue um companheiro. Uma passada de olho em seu perfil Facebook já diz muito sobre quem é essa pessoa. Compartilhamentos de notícias mentirosas já desmascaradas e uma série de outros absurdos. Exemplos? Fotinha do prefeito Edgar Bueno com fantasia do Super Homem. Vale lembrar que Bueno chegou a perder o mandato e ter seus direitos políticos suspensos por três anos, mas recorreu da decisão. Outro exemplo? Imagem com agradecimento a Eduardo Cunha por derrubar a “máfia petista”. Só mais um e eu paro, juro! Publicação de resultado de enquete do site do senador Álvaro Dias sobre a avaliação da população ao interino e golpista Michel Temer, na qual 91% aprovam o governo e 9% desaprovam (argh!).

Como bem disse outro camarada, o também jornalista Gibran Mendes, “ser atacado por este tipo de gente significa apenas que o caminho que está sendo trilhado é correto”. Toda essa história me traz, além de profunda indignação, a certeza de que a Gazeta do Paraná e Maleski virão sempre à mente quando ouvir a música dos Replicantes. Uma pena!

“Ah, surfista calhorda
Vai surfar lá pra borda!”

Em tempo: a quem serve?
O jornal Gazeta do Paraná é de propriedade de Marcos Formighieri. Quando disputou o cargo de deputado estadual nas eleições de 2006 pelo PMDB, declarou à Justiça Eleitoral patrimônio superior a R$ 55 milhões, entre participação em empresas de comunicação (rádios e jornais), imóveis, propriedades rurais, jóias, entre outros.

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O impeachment: obra das elites mais conservadoras do Brasil

August 3, 2016 14:16, von Terra Sem Males

Por Marcio Kieller
Secretário Geral da CUT Paraná, Mestre em Sociologia Política pela UFPR

Todas as causas são justas. Todos sem exceção tem o direito de se manifestar para verem seus intentos realizados. Mas não podemos admitir que o Big Brother (termo cunhado no livro 1984, de George Orwell) dite para a sociedade toda o que é ou não certo. Ou seja, um oligopólio de comunicação que no Brasil não passam de seis grandes conglomerados familiares ditarem regras, costumes, tendências e vontades, tirando a capacidade de organização e da escolha social racional, aplicando um profundo processo de alienação.

Por isso as manifestações pró Impeachment que aconteceram de forma orquestradas por esses grandes conglomerados de comunicação, em nomes das elites empresarias, latifundiárias não nos preocupam em seu caráter popular, pois não vimos trabalhadores assalariados e nem mesmos os desempregados protestando por causa do emprego. Afinal, a grande mídia diz que existe desemprego geral e não sazonal em alguns setores, como constata o Dieese. Não vimos nessas manifestações os milhões de incluídos dizendo que existem atrasos nos seus programas sociais. Não vimos irem às ruas à juventude das periferias. Não vimos irem às ruas as beneficiadas pelas políticas de gênero, que ainda precisam de auto afirmação cotidiana, pois a ainda é gritante percentual de mulheres e crianças que sofrem com a violência doméstica e com os abusos sexuais. Não vimos ir às ruas a juventude que está nos programas sociais de inclusão nas universidades em programas como o Ciência Sem Fronteiras.

A que pese que o discurso midiático de que o governo é o culpado por todas as mazelas da sociedade, como principal objetivo desse processo de alienação midiática a lá George Orwell, cumpre o seu papel, pois muitos dos incluídos fazem o discurso contra os benefícios e programas sociais que eles mesmos se utilizam. As manifestações foram patrocinadas pelas forças mais conservadoras da sociedade que dependem da pobreza e do desemprego, que são as elites empresarias, latifundiárias e midiáticas, elites que no caso, tem como discurso que não iriam pagar o pato e o empurraram para os trabalhadores pagarem. Mas alguém pagou as manifestações das elites, que não queriam pagar o pato? Para termos essa resposta basta olhamos o grau de retrocessos políticos que tivemos nesses poucos meses de interinidade do governo golpista de Temer e seus representantes nas Câmara e no Senado para sabermos quem foi que financiou o golpe institucional. E que está exigindo a contrapartida, que é a entrega dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores e a aplicação dos retrocessos sociais.

Para compreender por que não existe mais interesse das elites no Estado é só prestarmos atenção na configuração mundial e mais propriamente para a América Latina nas últimas décadas. Depois do refluxo neoliberalismo pregado pelo cúpula que aconteceu nos anos finais do último milênio chamada “Consenso de Washington” que trouxe um cenário complicado para a classe trabalhadora que estava sendo tolhida em seus direitos fundamentais, e a resistência deu vazão para o surgimento da organização popular e a eleição de governos democráticos e populares em quase toda a América Latina, que trouxeram de volta os ganhos e benefícios como: Nestor e Cristina Kirchner na Argentina, Fernando Lugo no Paraguai, Hugo Chaves e Maduro na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, Michele Bachetet no Chile, Pepe Mojica no Uruguai, Lula e Dilma no Brasil, dentre outras importantes lideranças democráticas e populares.

No Brasil sobre a batuta dos governos democráticos e populares a primeira década do novo milênio foi de bonança para os desvalidos e de avanços para a classe trabalhadora como um todo. A prosperidade econômica trouxe desenvolvimento social e distribuição de riqueza e renda para os mais pobres e avanços importantes na organização social das trabalhadoras e trabalhadores e a inclusão social de milhões de excluídos. É nesse processo de desenvolvimento em que os ricos nunca deixaram de ficar mais ricos, pelo contrário continuaram lucrando, mais e mais, em função da leva de dezenas de milhões de pessoas que foram incluídas, que fomentaram o setor de serviços e de primeiras necessidades. Mas como a economia mundial não é uma economia de viés socialista e democrático e as elites não compartilham do altruísmo social o que prevaleceu não foi lógica do lucro continuo. Pois não suportaram essas elites a democratização dos luxos a que elas, as elites sempre tiveram acesso. Por que exploravam os que nada tinham, ex. Voar de avião dividindo as filas dos aeroportos, frequentar shopping centers, não mais somente para olhar as vitrines mas, ter acesso a bens de consumo e a até a automóveis passou ser possiblidade real para os que ascenderam. Ver seus filhos e filhas privilegiados com programas sociais que permitiam inclusive o intercâmbio com outros países como foi o programa Ciência Sem Fronteiras, que o governo golpista já anunciou que fará mudanças, isso se não encerrá-lo. Mais e novas Universidades, trazendo uniformização do acesso ao ensino superior com o ENEM, fortalecimento do Sistema Único de Saúde. Enfim, acesso aos milhões de empregos com carteira assinada era a nova realidade.

Essa nova realidade econômica e social e a socialização dos espaços até então destinados somente aos membros dessas elites, trouxe para o campo dos pensadores do neoliberalismo a necessidade de desmontar esse período de avanços das políticas de bem estar social com o estado forte, atuante e participativo. Para os pensadores da lógica do lucro é necessário trazer para novamente para o cenário a “Teoria da Dependência”, fortalecendo a síndrome de “vira-lata”, que diz que não podemos ser um país forte e desenvolvido e que precisamos estar sempre na rabeira dos países ditos desenvolvidos do primeiro mundo. Mas havia um problema no meio do caminho. Como destituir governos fortes e democraticamente eleitos? Pelo caminho das eleições esses teóricos do caos viram que não havia espaço, pois o governos populares só se fortaleciam conforme as eleições aconteciam. Então, foram buscar na corrupção sistêmica a desculpa e o motivo para desqualificar os governos democraticamente eleitos.

Por que corrupção sistêmica? Por que ela sempre existiu e nós a consideramos um mal abominável, mas o fato é que ela está entranhada nas relações políticas desde a época do Brasil Colônia. E com raras exceções na política alguém faz algum movimento sem esperar algo em troca, ou seja, a histórica política do “é dando que se recebe”. O sistema eleitoral por exemplo, historicamente permitiu que houvesse caixa dois e quando esse foi combatido, vieram as doações privadas de campanha através das propinas de contratos com as estatais, a exemplo da Petrobras. O que privilegiou o modus operandi atual do sistema eleitoral, ou seja, principalmente para cargos executivos não há ninguém que não esteja devendo favores a essas elites midiáticas, empresárias e latifundiárias.

A modalidade se aprofundou de tal maneira que as grandes indústrias, empreiteiras, veículos de comunicação e os bancos, apesar de terem seus candidatos preferências doam quantias iguais para todos, para que independente de quem venha a se sagrar vitoriosos nas urnas não estejam livre das cobranças posteriores. Afinal, ninguém coloca milhões em uma campanha sem esperar algo em troca. E o que os movimentos sociais e populares, os partidos de esquerda no Brasil que historicamente reivindicaram acabar com a farra das campanhas privadas, patrocinada por aqueles que se locupletam depois das eleições com o dinheiro público, independente de quem ganhe. Propõem há muito tempo a construção de campanhas financiadas exclusivamente com o dinheiro público, ou seja, o financiamento público de campanha para quem vença as eleições possa ter imparcialidade para melhor conduzir a máquina pública e os interesses da população. E não estejam somente a serviço dos interesses daqueles que contribuíram com vultosos montantes para os partidos nas eleições.

E o resultado sistêmico desse modelo eleitoral é a corrupção que há décadas está entranhada nos governos, assim como nas casas de leis federais, estaduais e municipais. Pois, a imensa maioria dos presidentes, governadores, prefeitos, deputados e vereadores tem a chancela financeira de grandes grupos econômicos e midiáticos que lhes permite ganhar as eleições, mas com ela vem a quase impossível desvinculação dos interesses privados. E no jogo atual a única forma de participar dos processos eleitorais com reais chances de vitória é jogar dentro das regras eleitorais estabelecidas.

E no atual momento da política brasileira o grande Leviatã, o Estado, não atende mais aos interesses privados precisa ser diminuído, domesticado e colocado em repouso. Até que se precise novamente assumir o controle social. O que ocorre de tempos em tempos, o que nós chamamos de ofensiva neoliberal. E como o cenário que se apresentava é que com os avanços sociais e a inclusão dificilmente se mudaria isso nas urnas, optou se pela exceção, pelo golpe institucional para implementar a retirada de direitos pela imposição de retrocessos ao mundo do trabalho e a classe trabalhadora.

O golpe institucional pode não se confirmar no Senado Federal, portanto, há uma necessidade urgente de implementar as mudanças, no cenário de uma possível derrota do impeachment no senado, que não está descartada e a volta de Dilma Rousseff, que aconteceria num ambiente político de impossibilidade de rever essas mudanças que atacam os direitos sociais da classe trabalhadora na Câmara e no Senado. Ou seja, Dilma teria que administrar as maldades que o governo golpista, interino de Temer e seus asseclas aprovaram. E como no atual Congresso a presidenta não teria a força política dos votos, para rever essas decisões, teria que viver com elas, administrá-las.

Mas mesmo que não esse seja o cenário. Mesmo assim é fundamental a luta que se restabeleça o processo democrático, pois não queremos viver mais sob regimes de exceção que tem como base a fomentação do ódio e da intolerância política. Por isso o Impeachment pode ter a face do mal, como obra das elites mais conservadoras e retrogradas do Brasil.

A sociedade organizada, os sindicatos, os movimentos sociais, o movimento estudantil, o movimento camponês, da agricultura familiar, da cultura e tantos outros continuaram nas ruas dando respostas de não aceitarão o governo golpista de Temer, exigindo o fim do golpe e o pleno restabelecimento da democracia.

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Nassif: Chorinho para não chorar

August 3, 2016 13:20, von Terra Sem Males

Por Manoel Ramires
Terra Sem Males

O jornalista Luis Nassif esteve  em Curitiba na terça-feira, 02 de agosto. Não veio a passeio, mas a “convite” da Polícia Federal. Ele disse, em uma de muitas reportagens, que delegados da República de Curitiba vazavam informações de forma seletiva e para alguns veículos sobre conteúdos sigilosos da Lava Jato. Algo que as capivaras da cidade percebem desde sempre. Contudo, o posicionamento irritou agentes policiais que o chamaram para prestar esclarecimento. Afinal, a PF e Sérgio Moro não podem ser questionados.

Nassif prestou esclarecimentos e disse que ficou confuso com o motivo da interpelação. O jornalista registrou em seu site que o “delegado Igor Romário de Paula me acusa de caluniá-lo. Caluniar significa imputar falsamente um fato criminoso a alguém. Na ação, o tal fato seria a acusação de que ele estaria vazando documentos da Lava Jato. No artigo eu menciono vazamentos, atribuo à Polícia Federal, não a ele especificamente”.

O que o delegado não sabe é que fez um favor a Luis Nassif, que pôde vir a Curitiba, algo que ele queria fazer há uns quatro anos, e ainda participar de uma roda de chorinho. Sabe como é, já que não dá pra chorar, o melhor é tocar “apanhei-tem cavaquinho”. No Sarau da Lava Jato, ele tirou onda: “Curitiba não é a capital da delação, é a capital da canção”. O bate papo foi feito antes de ele arranhar o banjo por duas ou três horas.

Desenvolto, Nassif disse que denunciar o golpe parlamentar não é defender Dilma, mas a democracia. Também mostrou entusiasmo com o renascimento da política no meio estudantil. Um novo modelo de política. Para ele, é uma reconstrução do espaço público com uma juventude que se identifica com a esquerda porque é de luta e solidária. “A reconstrução se dá em cima dos valores e da cultura nacional”. Parecido com o que Mujica disse em Curitiba semana passada.

Satisfeito com o depoimento e com a noite de choro e petiscos, afirmou que “temos a oportunidade de fazer a transição enfrentando os conservadores que tomaram o poder e entregar a essa juventude”. Aí foi lá, arranhar as cordas, como mostram os vídeos do Terra Sem Males.

Nota atravessada

Por falar em calar a Lava Jato, segue leve e solto projeto de Renan Calheiros (PMDB) em comissão presidida por Romero Jucá (PMDB) que pune membros da polícia, ministério público e juízes que “abusarem da autoridade”. A canção deles ganhou a parada de sucesso com o afastamento de Dilma, como mostram os grampos de ambos em que escrevem a letra “Brasil, um país de impunidade seletiva”. O samba tá atravessando, muito porque as panelas não batem mais em uníssono.

Nas paradas internacionais

Aqui, neste pinga-fogo, foi dito que Lula tiraria Sérgio Moro para dançar. E o samba do malandro está sendo tocado lá na ONU (Organizações Unidas). De chapéu e pitando cigarro, Lula é show principal. Lá ele toca “brasileirinho” de olhos fechados. E os gringos o preferem a ópera bufa.

Desafinado

“Denunciar golpe ao mundo é crime”, canta Cristóvam Buarque.

 

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Venda do bloco de Carcará acelera a privatização da Petrobrás

August 3, 2016 12:53, von Terra Sem Males

Por Davi Macedo
Sindicato dos Petroleiros Paraná/Santa Catarina

O Conselho de Administração da Petrobrás bateu o martelo e aprovou na última quinta-feira (28) a venda de mais um importante ativo de patrimônio: a participação no bloco exploratório BM-S-8, denominado “Carcará”.

O bloco está localizado na Bacia de Santos (SP) e é hoje operado pela Petrobras (66%) em parceria com a Petrogal Brasil S.A. (14%), Queiroz Galvão Exploração e Produção S.A (10%) e Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás Ltda (10%).

Por US$ 2,5 bilhões, a empresa estatal norueguesa Statoil adquiriu uma área de produção que pode ter valor três vezes superior na cotação atual do barril, cerca de US$ 40, em uma estimativa conservadora.

Carcará tem entre 700 milhões e 1,3 bilhão de barris de petróleo. De acordo com a nota da Petrobras sobreo bloco, emitida em 2013, a partir de 5.742 metros de perfuração “foi identificada uma expressiva coluna de, ao menos, 471 metros de óleo de ótima qualidade”, com 402 metros em reservatórios carbonáticos “de excelentes características de porosidade e permeabilidade”.

“No quesito ‘entreguismo’, o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, que foi nomeado pelo governo ilegítimo, já deu demonstrações de sua expertise. Ele transformou a Petrobrás na única empresa petrolífera do mundo a abrir mão de suas melhores jazidas, como o é o campo de petróleo Carcará”, afirma Mário Dal Zot, presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina.

Bom para “estrangeiro ver”

Após comprar Carcará, o presidente da Statoil no Brasil, Pal Eitrheim, disse que o país sedia dois dos mais importantes projetos da empresa para a próxima década. A referência é Carcará e a descoberta de três áreas no pré-sal feitas em bloco operado em parceria com a espanhola Repsol na Bacia de Campos, batizadas de Pão de Açúcar, Gávea e Seat.

A Statoil também revelou ter interesse em participar do próximo leilão de áreas de exploração no pré-sal, previsto para acontecer no ano que vem. Em maio, a estatal norueguesa extraiu mais de 45 mil barris de petróleo e gás por dia no pré-sal. A empresa também é sócia da Petrobrás em oito blocos exploratórios no Espírito Santo.

“A exploração no pré-sal é um excelente negócio, mas só a Petrobrás nesses tempos de governo Michel Temer não tem interesse”, criticou Dal Zot.

Plano de Venda de Ativos

Com essa nova privatização de um patrimônio da Petrobrás e do povo brasileiro, Pedro Parente acelera o Plano de Negócios e Gestão (PNG) da empresa e já cumpre 30% da meta de venda de ativos do biênio 2015-2016.

A lista de patrimônios vendidos atingiu a marca de US$ 4,5 bilhões e inclui, além de Carcará (US$ 2,5 bilhões), a Petrobrás Argentina (US$ 897 milhões), a Petrobrás Chile (US$ 464 milhões), os 49% da Gaspetro (US$ 540 milhões) e os ativos da Bacia Austral, na Argentina (US$ 101 milhões).

Mais privatização

O desmanche da maior empresa da América Latina segue em curso acelerado. A direção da empresa está negociando uma série de outros ativos importantes, como a Nova Transportadora do Sudeste (NTS), a BR Distribuidora, a Liquigás, terminais de GNL, termelétricas, campos terrestres, campos em águas rasas, fábricas de fertilizantes nitrogenados (Fafens), a Petroquímica Suape e a Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe).

Reação dos trabalhadores

Entre os dias 1 e 5 de agosto, os petroleiros dos campos maduros de produção (terrestres e em águas rasas) do Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas, Sergipe, Bahia e Espirito Santo paralisam atividades para lutar contra a privatização desses ativos. No restante do país, como nas unidades da Petrobrás no Paraná e em Santa Catarina, a categoria aprovou a realização de atrasos no expediente e outras formas de mobilização em solidariedade aos petroleiros dos campos maduros.

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