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April 3, 2011 21:00 , by Unknown - | No one following this article yet.

RELATOR NA CÂMARA MANTÉM CONCEITO DE FAMÍLIA COMO UNIÃO ENTRE HOMEM E MULHER

September 2, 2015 14:10, by Terra Sem Males

Tramita na Câmara Federal o Projeto de Lei 6583/2013, chamado de Estatuto da Família, e nesta quarta-feira, 02 de setembro, foi divulgado o relatório final do PL, feito pelo deputado federal Diego Garcia, do PHS do Paraná. O relator mantém como conceito básico de família “a união de um homem e de uma mulher, por meio de casamento ou de união estável, e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus filhos”.

O Estatuto da Família não contempla diversos outros modelos de união, como os de casais do mesmo sexo. O relator declarou que “nada impede que os cidadãos, mediante seus representantes políticos, advoguem pela inclusão de novos benefícios a outras categorias de relacionamento, mediante argumentos que possam harmonizar-se à razão pública”.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) pretende obstruir a reunião que ocorrerá nesta tarde para leitura do relatório no colegiado da Câmara Federal.

Com informações da Agência de notícias da Câmara Federal.

Por Paula Zarth Padilha
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JORNALISTA É INTIMADO PELA JUSTIÇA POR DIVULGAR NOTÍCIA SOBRE JOICE HASSELMANN

September 1, 2015 17:40, by Terra Sem Males

O jornalista Manoel Ramires, da redação do site Terra Sem Males e do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), recebeu hoje (01) mandado de intimação para prestar depoimento no 12º juizado especial, no dia 11 de setembro, na capital paranaense.

O motivo dessa audiência preliminar se deve à notícia divulgada por Ramires sobre citação do nome da apresentadora da TV Veja, Joice Hasselmann, em depoimento da operação Lava Jato.

O jornalista também fez dois comentários sobre o caso em sua própria página do Facebook relacionados às denúncias de plágio de Hasselmann apuradas pela Comissão de Ética do Sindijor.

Hasselmann, com isso, acionou a Justiça, com o argumento de que foi caluniada. O jornalista e professor universitário Valdir Cruz também é intimado a depor.

Ramires, por sua vez, defende que o episódio se refere a um caso de liberdade de expressão, na medida em que vários jornalistas também repercutiram o fato.

“A jornalista sabe bem diferenciar o que é uma informação de uma acusação, assim como sabe dar sapatadas nos outros. É de se esperar que saiba absorver umas alfinetadas”, critica Ramires.

Comprovação de plágio

Em junho, o Conselho de Ética do Sindicato de Jornalistas do Paraná (Sindijor-PR) comprovou denúncia de plágio  realizado pelo site “Blog da Joice”, motivo que rendeu o apelido “a moça que copiava” em diversos posts nas redes sociais. Ao menos 65 reportagens foram copiadas. O plágio gerou o impedimento de ela integrar o quadro social do sindicato.

Por Pedro Carrano
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CONSUMIDORES TERÃO DESCONTO NO VALOR DA ENERGIA ELÉTRICA EM SETEMBRO

September 1, 2015 14:51, by Terra Sem Males

Está em vigor a partir desta terça-feira, 01 de setembro, um desconto no valor da conta de luz autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) após 21 usinas termelétricas serem desligadas.

A ANEEL reduziu de R$ 5,50 para R$ 4,50 o valor da bandeira tarifária vermelha, aplicado a cada 100 kw/hora consumidos. O valor ficará o mesmo até dezembro de 2015.

A bandeira vermelha indica condições mais custosas de geração de energia. A bandeira tarifária para o mês de setembro de 2015 é vermelha para todos os consumidores brasileiros e a avaliação é feita mês a mês em todas as regiões do país pela agência reguladora.

As outras duas bandeiras tarifárias existentes são verde (condições favoráveis de geração de energia; a tarifa não sofre nenhum acréscimo) e amarela (condições de geração menos favoráveis; a tarifa sofre acréscimo de R$ 2,50 para cada 100 quilowatts-hora consumidos).

Com informações da ANEEL.

Por Paula Zarth Padilha
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ENSAIO FOTOGRÁFICO: CONFIRA IMAGENS DO ATO DE LUTA E DE LUTO

August 31, 2015 13:08, by Terra Sem Males

No último sábado, 29 de agosto, a APP Sindicato organizou um ato, que teve a participação de diversos representantes dos movimentos sociais e sindicais, para relembrar os 4 meses do massacre de 29 de abril de 2015, e também os 27 anos do massacre de 30 de agosto de 1988.

Confira fotos do repórter fotográfico Joka Madruga:

Ato a História se Repetiu. Foto: Joka Madruga

Ato a História se Repetiu. Foto: Joka Madruga

Ato a História se Repetiu. Foto: Joka Madruga Ato a História se Repetiu. Foto: Joka Madruga

Ato a História se Repetiu. Foto: Joka Madruga Ato a História se Repetiu. Foto: Joka Madruga

 

Ato a História se Repetiu. Foto: Joka Madruga Ato a História se Repetiu. Foto: Joka Madruga

 

Ato a História se Repetiu. Foto: Joka Madruga Ato a História se Repetiu. Foto: Joka Madruga

Ato a História se Repetiu. Foto: Joka MadrugaAto a História se Repetiu. Foto: Joka Madruga

 

Terra Sem Males



NOVA EDIÇÃO DO JORNAL TERRA SEM MALES: EDUCAÇÃO E RESISTÊNCIA

August 29, 2015 15:42, by Terra Sem Males

Neste sábado, 29 de agosto, começou a ser distribuída a edição n° 2 do jornal impresso Terra Sem Males, sobre o tema Educação e Resistência. O jornal foi entregue aos participantes do ato no Centro Cívico e em breve será levada aos sindicatos e entidades dos movimentos sociais parceiros.

Nesta edição, as fotos retratam a resistência dos educadores do Paraná durante as duas greves da categoria em 2015. O pôster é a reprodução da foto de Joka Madruga do massacre do dia 29 de abril de 2015 que foi republicada em sites de mais de 30 países, além da grande repercussão nacional.

A edição traz uma entrevista exclusiva com Hermes Leão, presidente da APP Sindicato, e uma matéria com a cronologia das greves, também retratada em duas páginas de ensaio fotográfico. Uma entrevista com Anacélie Azevedo, secretária da mulher da CUT Paraná e dirigente do Sindipetro PR/SC completa o jornal com a abordagem sobre a importância dos royalts do pré-sal para a educação.

O jornal conta ainda com a página literária, com três crônicas sobre o tema educação.

Uma seleção de matérias sobre as greves e as íntegras das entrevistas do impresso estão disponíveis em um único link. Acesse www.terrasemmales.com.br/educa.

Em breve a versão online do impresso estará disponível para leitura no site.

Por Paula Zarth Padilha
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ATO RELEMBRA 29 DE ABRIL DE 2015 E 30 DE AGOSTO DE 1988

August 29, 2015 15:26, by Terra Sem Males

Na manhã deste sábado, 29 de agosto, educadores, professores e funcionários de escola realizaram um grande ato em Curitiba, que teve início com uma assembleia da categoria na Praça Santos Andrade. Os manifestantes seguiram em passeata até a Praça 19 de dezembro, para se reunirem com representantes dos movimentos sociais. A marcha foi finalizada em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico.

Durante a marcha foram realizados atos simbólicos: primeiro na rotatória em frente à Prefeitura, onde foram colocadas cruzes com os nomes dos deputados do camburão, do governador Beto Richa e da vice Cida Borguetti, em memória ao massacre do dia 29 de abril. O massacre foi relembrado com uma encenação do ataque.

Após chegarem em frente ao Palácio Iguaçu, lideranças sindicais, políticas da oposição e dos movimentos sociais reafirmaram o ato de luto e de luta em memória também dos 27 anos do dia que o então governador Álvaro Dias utilizou a cavalaria da PM para agredir os professores pela primeira vez, na greve de 1988.

O ato foi finalizado pelo presidente da APP Sindicato, Hermes Silva Leão, que narrou uma homenagem feita por crianças que distribuíram rosas vermelhas aos manifestantes.

Por Paula Zarth Padilha
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DEFENDER A PETROBRÁS É DEFENDER A EDUCAÇÃO

August 29, 2015 9:03, by Terra Sem Males

Entrevista com Anacélie Azevedo, Diretora de Formação do Sindipetro PR e SC

Em setembro de 2013, a presidenta sancionou a Lei dos Royalties (Lei 12.858/2013), que determina a destinação de 75% dos royalties e 50% do fundo social do Pré-Sal para a Educação. Os outros 25% dos royalties são destinados para a saúde. Os royalties são os valores referentes ao que é cobrado pelo proprietário de uma patente de produto, processo de produção, marca ou autor de uma obra, ao permitir sua reprodução ou comercialização. Os royalties do pré-sal são cobrados das concessionárias que exploram o petróleo das camadas mais profundas e são pagos de acordo com a quantidade explorada. O valor é pago ao governo federal e repassado para os estados e municípios.

O Terra Sem Males entrevistou Anacélie Azevedo, Diretora de Formação do Sindicato dos Trabalhadores Petroleiros do Paraná e de Santa Catarina (Sindipetro PR/SC) para traçar um panorama da importância desses investimentos para a educação. Anacélie é Secretária das Mulheres da CUT PR e Coordenadora do Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Terra Sem Males – O que o Sindipetro defende sobre a destinação do pré-sal para a educação?

Anacélie Azevedo – O pré-sal atingiu a marca recorde de 800 mil barris por dia. Isso, apenas nove anos após o início da sua exploração. A previsão é que até 2020 a produção dobre, chegando no futuro a 4,2 milhões de barris diários, com a exploração da reserva total estimada em 35 bilhões de barris, o que pode gerar R$ 1,3 trilhão para a educação. Em 2014 a exploração do petróleo foi responsável por 13% do nosso PIB, e de toda riqueza nacional, foram destinados 6,6% para educação. De forma audaciosa e inteligente, no Plano Nacional de Educação (PNE) o governo federal traçou a meta de até 2024 chegarmos aos 10% do PIB à educação. Os recursos do pré-sal serão imprescindíveis para se alcançar esta meta.

Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás foi lançada na Assembleia Legislativa do Paraná. Foto: Davi Macedo.

Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás foi lançada na Assembleia Legislativa do Paraná. Foto: Davi Macedo.

Como essa verba deve ser utilizada?

Esses recursos devem ser direcionados para melhoria das escolas públicas (infraestruturas, material didático, bibliotecas, transporte escolar, etc), para o desenvolvimento, salários e direitos dos professores e professoras, para a ampliação das vagas, da creche ao ensino superior, pois somente com educação o povo estará empoderado para tomar consciência e lutar pelo melhor destino de nosso pais.

O Brasil investe hoje mais de R$ 4,9 mil por aluno da rede pública, considerando todos os níveis de ensino. Para aqueles que cursam o ensino superior o investimento é superior a R$ 20 mil. Os dados são de levantamento realizado pelo Ministério da Educação em 2011, último feito até agora.

A lei do Piso Salarial Profissional Nacional determina um valor mínimo de R$ 1.697, que muitos governadores e prefeitos alegam não poder pagar por falta de recurso. O recurso extra do pré-sal seria capaz de pagar o salário de mais de 147 mil professores da Educação Básica. Essa evolução de investimentos na educação já está em curso.

Não bastasse ser a maior financiadora da educação brasileira, a Petrobrás investe em programas de desenvolvimento e qualificação da força de trabalho que atinge diversos níveis de formação, como o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) que já melhorou a qualificação cerca de 100 mil trabalhadores. São infindáveis parcerias entre universidades de todo país, onde se pesquisa, se ampliam laboratórios, estágios, bolsas de pesquisa, cursos técnicos e superiores.

Qual a atuação do Sindipetro e da FUP para que esses recursos sejam efetivamente repassados pela Petrobrás e pelo governo federal?

O Sindipetro PR/SC e a FUP têm atuado em diversas frentes ligadas à soberania nacional, trabalhando junto com a APP-Sindicato e a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) na disputa pelo recurso do petróleo para educação, e agora muito fortemente na defesa da Petrobrás e na defesa da Lei de Partilha do pré-sal, que está sendo ameaçado pelo projeto de lei PLS 131/2015, do senador José Serra (PSDB), que se for aprovado, possibilitará a exploração do pré-sal à iniciativa por empresas privadas, fazendo com os recursos passem a servir para o enriquecimentos dos empresários do setor e não mais destinados à educação e à saúde, como prevê a legislação atual.

Qualquer alteração a lei de partilha significa um grande risco ao desenvolvimento da educação, como também ao domínio da tecnologia de exploração do pré-sal, tecnologia de ponta desenvolvida por trabalhadores da Petrobrás que muitos países e empresas privadas estão de olho. Ela fortalece nossa soberania, pois mais do que fomentar a produção de conhecimento entre brasileiros e brasileiras, a estatal oportuniza a aplicação destes saberes, rompendo com a lógica da eterna dependência de tecnologia estrangeira.

Todo o brilhantismo da Petrobrás atrai os olhos cobiçosos das grandes petrolíferas internacionais, e as tentativas de privatização de setores da nossa empresa voltaram a acontecer. Seja pelos milhares de postos de trabalhos gerados pela estatal, seja pela relevância econômica para a nação, seja pelo conjunto de investimentos na educação do nosso povo, tanto a Petrobrás como monopólio da exploração do pré-sal, devem ser defendidos como quem defende o passaporte para um futuro próspero.

Anacélie Azevedo, direto de mulheres da CUT-PR. Foto: Joka Madruga

Anacélie Azevedo, direto de mulheres da CUT-PR. Foto: Joka Madruga

Qual a previsão de repasse do pré-sal para a educação? Como a destinação dos recursos pode ser verificada e como deve ser cobrada?

A previsão é que em 2018 o pré-sal deva ser responsável por 52% da produção da Petrobras, gerando mais de R$ 30 bilhões por ano, quando estará em vigor a produção em regime de partilha no campo de Libra. Estima-se que sejam repassados, para investimento na educação, R$ 1,3 trilhão nos próximos 35 anos, advindos dos royalties do pré-sal. Para isso se tornar realidade nós, defensores da educação pública, ainda temos uma tarefa: amarrar esses recursos no Paraná e em cada município do nosso estado, seguindo a campanha do CNTE, através de lei especifica, para que num futuro breve possamos colher esses frutos.

O artigo 10 da lei 12.351, Lei de Partilha do Pré-Sal, define que a participação mínima da Petrobras nos consórcios de exploração não poderá ser inferior a 30%, a Petrobras será a operadora única e fica obrigada a utilização de 60% de conteúdo nacional (fornecimento por empresas nacionais) na exploração do pré-sal. A política de desenvolvimento de conteúdo local garante mais do que o emprego do nosso povo e com a mudança do regime de exploração, o país passou a ter mais soberania sobre a produção de petróleo – a propriedade sobre o petróleo passou a ser do Estado e, portanto dos/as brasileiros/as, e não mais da empresa concessionária que faz a extração.

No dia 29 de agosto, os Paranaenses estão indo à rua para defender a educação do nosso Estado, lembrando dos tristes episódios do 29 de abril e do 30 de agosto de 1988, ocasião importante para o fortalecimento da luta em defesa da Petrobras, porque DEFENDER A PETROBRAS É DEFENDER A EDUCAÇÃO, É DEFENDER O BRASIL.

Benefícios para a educação com a Lei dos Royalties

R$ 3 bilhões do pré-sal significam:

– 17.647 ônibus escolares (transporte de 50 milhões de alunos)

– material escolar para 125 milhões de estudantes

– custeio de um ano de estudo de 612.245 mil alunos do ensino fundamental

– custeio de um ano de 150 mil estudantes do ensino médio.

Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males

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“ESTAMOS COM UMA ESCOLA PÚBLICA PRECARIZADA NO PARANÁ”

August 29, 2015 8:01, by Terra Sem Males

Entrevista com Hermes Silva Leão, presidente da APP Sindicato

Numa manhã de sábado ensolarada, após abrir um evento da Marcha das Mulheres, o presidente da APP Sindicato Hermes Silva Leão recebeu a equipe do jornal Terra Sem Males no meio de uma palestra que proferia na sede da União Paranaense dos Estudantes. E foi numa pausa durante a correria que o líder das duas maiores greves do Paraná em 2015 concedeu sua entrevista.

Ele falou sobre a importância da coletividade dentro da direção da APP; sobre a mobilização e as lutas da categoria; a postura de “vigiar e punir” do governador Beto Richa no dia do massacre e no pós greve; afirmou que o chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, e o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano, também deveriam ter sido denunciados por responsabilidade no massacre. Hermes reafirmou a luta pela educação pública de qualidade e os desafios da categoria.

Professor Hermes discursa minutos antes da tropa de choque do governo Beto Richa agredir os trabalhadores do estado. Foto: Joka Madruga

Professor Hermes discursa minutos antes da tropa de choque do governo Beto Richa agredir os trabalhadores do estado. Foto: Joka Madruga

Confira a íntegra da entrevista exclusiva para o Terra Sem Males:

TSM: Quais são os desafios da educação pública do Paraná em sala de aula?

Hermes Leão – A APP Sindicato tem uma trajetória longa de formação por uma escola pública de qualidade. Nós organizamos conferências educacionais e formulamos um caderno com uma proposta de um programa de transição para qualificação da escola pública, ampliação de direitos de professores e funcionários, condições de trabalho, mas também do tema mais pedagógico. Hoje nós estamos com uma escola pública muito precarizada, colocando dificuldade enorme no ensino e aprendizagem.

Porque nós já viemos de um governo que está no quinto ano de mandato onde tem uma ausência da formação continuada de professores e funcionários, existe uma ausência de políticas voltadas para a juventude, no sentido de que a juventude compreenda a importância da escola, a importância do conhecimento.

Como você avalia a postura do governo estadual com relação à educação?

Nós não temos políticas de incentivo por parte do governo. É claro que num enfrentamento imenso como a gente fez, e no desdobramento desde enfrentamento, a política governamental é de estado policialesco. É um olhar muito punitivo, de vigilância o tempo todo. O Estado precisa estar presente no dia a dia da escola, mas como um indutor de processos de superação das dificuldades, e não com o olhar punitivo desse período pós greve.

E o uso da exposição dos salários dos servidores no auge da greve?

O governo fez um processo de criminalização de salários, criando um mal estar muito grande. Quando o próprio governador, ao invés de valorizar, compara salários de professores com prefeitos, já denuncia que o chefe de estado tem um olhar que considera quem merece um bom salário: é a classe política. E o servidor não pode ter salário nem próximo da classe política. Ele tem uma cabeça escravocrata. É a cultura colonialista da Casa Grande. O alto escalão merece bons salários. E professores e educadores ficam precarizados. Isso é muito ruim porque coloca uma dificuldade coletiva enorme.

No entanto dá pra afirmar que a categoria está muito mobilizada. As próprias greves produziram também uma defesa da escola por parte da sociedade, a própria juventude também, a ausência da escola no período de greve, essa contradição colocou a importância da escola.

Professor Hermes no ato contra Beto Richa na Boca Maldita. Foto: Joka Madruga

Professor Hermes no ato contra Beto Richa na Boca Maldita. Foto: Joka Madruga

Você acredita que a reflexão entre os estudantes, o retorno à sala de aula teve diferença? Como você sente o clima?

É possível afirmar que houve uma mudança muito importante da concepção de escola por parte inclusive da própria sociedade paranaense. A sociedade, mesmo aquela que não tem ligação direta com a escola pública, porque não tem filhos na escola pública, passou a ter um olhar da importância que a escola tem para a sociedade. E nesse contexto nós estamos avaliando um processo de muita interação da juventude, dos adolescentes com os professores. A própria violência que ocorreu durante a greve, especialmente no dia 29 de abril, colocou um sentimento de que é preciso que haja uma prática mais solidária, com mais diálogo entre os segmentos que compõem a escola, inclusive as mães, os pais e os próprios estudantes que estão no dia a dia.

Sobre o massacre do dia 29 de abril. Vocês esperavam o uso da violência?

O caminhão da cavalaria, aquelas dezenas de cães desde três dias antes do episódio, o número alto de policiais, inclusive do interior, e a presença de helicópteros, já era uma afronta nesse contexto. Nós estávamos muito preocupados com o desfecho da votação do projeto (projeto de lei que alterou a previdência dos servidores públicos estaduais), por isso que desde 25 de abril, quando houve a assembleia da APP em Londrina que deliberou a greve, lá mesmo ficamos sabendo que tinha o interdito proibitório, a gente já pressentiu que havia muita possibilidade de confronto. Quando houve o episódio do dia 28 de madrugada, que os caminhões de som foram confiscados pela polícia em frente à assembleia, e pela manhã do dia 28 houve já um confronto do movimento com as forças de repressão na rotatória, nós tínhamos a preocupação da violência.

Com esses indícios e o medo da violência, como a situação foi mediada nos bastidores?

Os deputados da oposição nos alertavam porque eles viram muito aparato policial dentro da Assembleia Legislativa do Paraná. Fora os cães, tinha muito armamento, foi por isso que nós acionamos a secretaria nacional de direitos humanos, acionamos os senadores do paraná, vieram dois senadores do Paraná para tentar mediar o conflito, a Gleisi e o Requião, abriram mão de toda a agenda nacional por um apelo que nós fizemos. Devido à nossa preocupação com o desfecho da votação do projeto que retirou direitos previdenciários.

Por isso que a gente teve Ministro de Direitos Humanos ligando para a Casa Civil do Estado, mediando, pedindo que o projeto fosse adiado. Ministério Público, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), todos pedindo que o governo suspendesse a votação do projeto, que ganhasse tempo para fazer mais debates, porque havia o medo da violência. Nós fizemos de tudo com esses apelos às autoridades. O comandante da operação policial tinha um posicionamento crítico de como a situação estava sendo conduzida e foi substituído. Esse é um balanço que se tem daquele dia.

Trabalhadores vão ocupar novamente as ruas do Centro Cívico, em Curitiba. Foto: Joka Madruga.

Trabalhadores da educação ocuparam as ruas do Centro Cívico, em Curitiba. Foto: Joka Madruga.

Como a APP vê a denúncia de improbidade administrativa contra Beto Richa após investigação do Ministério Público do Paraná?

Nós primeiro reconhecemos que o Ministério Público do Paraná trabalhou intensamente com centenas de depoimentos e materiais, formou um dossiê importante do episódio de 29 de abril, fez uma denúncia contra o governador Beto Richa e contra o deputado federal Fernando Francischini, que era o secretário de segurança pública na época, e também denunciou mais quatro coronéis da Polícia Militar nessa linha da repressão mesmo. Mas nós temos o sentimento de que tinha duas outras autoridades importantes nesse contexto: o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Ademar Traiano, e o secretário da Casa Civil, Eduardo Sciarra. Traino teve um posicionamento muito autoritário, inclusive desrespeitando decisões judiciais sobre a participação de servidores nas sessões da Alep. Eduardo Sciarra também se envolveu. O próprio relatório do MP aponta que o gabinete da casa civil era o QG (quartel general) de guerra do governador. Não foi uma guerra porque não estávamos armados. Foi um massacre que eles planejaram com uma força estrondosa de Estado, então o chefe da Casa Civil e o presidente da Assembleia Legislativa cumpriram papel de protagonista. A gente entende que eles deveriam ser denunciados, mas não foram. Embora todo mundo concorde que o principal responsável foi o governador Beto Richa. E que o delegado Francischini representa essa doutrina violenta da bancada da bala. A gente entende que é um desserviço, são homens, são lideranças talhadas para um estado de polícia.

Como vocês estão acompanhando essa ação do Ministério Público?

Nesse sentido agora iremos acompanhar as entidades que receberam as denúncias, estaremos vigilantes, faremos incursões junto às autoridades judiciárias para acompanhar os desdobramentos. Além da ação do MP, na UFPR os juristas produziram em maio um importante julgamento com efeito simbólico cultural, acadêmico e político que condenou Beto Richa ao impeachment. Nós vamos acompanhar os desdobramentos e a sociedade tem questionado, entendendo que é impossível que ninguém seja responsabilizado por um governo ser extremamente violento.

Quais são seus maiores desafios como presidente da APP Sindicato?

A gente sempre procurou fazer um trabalho bastante coletivo na direção do sindicato, embora nós tenhamos uma cultura muito presidencialista. Eu avalio que isso não descaracteriza a importância das individualidades, do esforço pessoal de cada um se tornar um dirigente, mas por mais qualificado que seja o indivíduo ele necessariamente precisa de um contexto coletivo para poder tocar as tarefas mais amplas. Então nesse sentido eu tenho procurado fazer um trabalho com uma direção estadual que é um grupo bastante comprometido, bastante qualificado, uma composição plural de forças políticas, com metodologias, com diferenças. A gente tem procurado ter uma compreensão da importância da defesa dos direitos da nossa categoria, são professores e também são funcionários de escola. E também numa compreensão que estamos num período muito intenso de resistência que nos coloca numa necessidade muito forte de buscar consensos, buscar unidade dentro da categoria.

Temos procurado manter diálogo forte, inclusive com as composições e correntes da direção do sindicato que se organizam também no interior da categoria e que produzem construções também que são importantes. Nesse sentido a gente tem procurado consolidar uma compreensão de trajetórias histórica de muita organização, de muita unidade, para poder enfrentar o período ainda longo que se apresenta no projeto neoliberal de retirada de direitos. Então isso nos coloca numa necessidade dessa organização mais coletiva e unitária.

Tropa de choque avança contra os trabalhadores do estado. Foto: Joka Madruga

Tropa de choque avança contra os trabalhadores do estado. Foto: Joka Madruga

Qual seu histórico como professor antes de chegar à presidência da APP?

Minha trajetória foi a vida no campo, eu cresci na roça, fui alfabetizado em escola multiserial rural, foi um aprendizado muito importante, eu aprendi sobre os desafios da educação, já começou por ali. Eu me alfabetizei de 1ª a 4ª série normal, com 10 anos eu já tinha concluído. Mas aí eu tive que ficar dois anos sem estudar porque era um sítio longe de escola que oferecia o chamado ginásio da época. Depois disso eu fui militar do exército e durante o tempo de militar eu fiz a faculdade de Educação Física na cidade de Arapongas. Concluindo a faculdade e saindo do Exército no ano de 1991 eu fui trabalhar no Mato Grosso como professor de educação física e lá atuei em outras disciplinas também por ausência de colegas formados em determinadas áreas. A experiência no Mato Grosso foi bem importante. Foi um ano que teve duas greves, em 1991, e eu chegando lá logo me sindicalizei. Quando veio a segunda greve eu já fui para o comando de greve. Saí da minha cidade e fui para Cuiabá ajudar no comando estadual de greve e aprendi bastante sobre a luta sindical com a direção do Sintep, que é o sindicato dos professores e funcionários de escola do Mato Grosso. Depois voltei ao Paraná e já nos anos 1990 comecei a atuar na educação pública do Paraná em Apucarana, e também fiz a faculdade de Pedagogia nos anos 1990, em Jandaia do Sul, então eu tenho padrão de educação física e padrão de pedagogo na rede estadual. De 1999 a 2002 fui para a direção do Núcleo Sindical da APP de Apucarana. Foi um período importante na vida sindical, eu fui diretor de escola e veio uma greve importante no governo Lerner, no ano 2000, que eu ajudei a construir o comando de greve regional, eu participei da greve, foi um período interessante. Depois já em 2002 eu fui convidado para compor a chapa da APP que foi eleita e vim e apoiei por quatro anos a APP Sindicato em Curitiba, na direção estadual. Depois eu fui convidado para ser assessor do deputado federal Dr Rosinha e acabei fazendo trabalho com ele durante quatro anos e retornei na APP Sindicato na direção estadual a partir de 2009 pra cá. Há um ano estou na presidência da APP Sindicato.

Você estava no dia 30 de agosto de 1988? Que recordação que você tem desse episódio?

Eu acompanhei o período das greves, tanto de 1988 quanto de 1990, ano da greve mais longa da história da APP, de 96 dias, todas no período do Álvaro, como o irmão mais velho de estudante. Eu acompanhava a vida escolar dos meus irmãos mais novos, lá em Apucarana, e houve a greve. Mas naquela época eu era militar do Exército. É claro que a gente acompanhou assustado a repercussão que teve o 30 de agosto, porque embora não tivesse essa mídia toda de hoje em dia, naquela época era um período constitucional difícil, aquele episódio foi dois meses antes de promulgar a Constituição de 1988 que trouxe o estado democrático de direito, então ainda era uma transição do estado da ditadura civil militar para a promulgação da Constituição atual que viria dois meses depois do episódio.

Então houve muito confisco de materiais jornalístico, o governo ainda tinha práticas muito fortes de controle como ainda procura ter, claro que no contexto de agora os próprios instrumentos de comunicação, o próprio participante acaba se tornando agente de produção da notícia e que colocou um volume mais amplo.

Como você espera que sejam os próximos anos?

Nós entendemos que haverá ainda um largo período de resistência a esse governo, que está mergulhado na doutrina de choque, de gestão, de ajuste fiscal que penaliza toda a população paranaense. A população vem pagando preço altíssimo especialmente nas tarifas controladas pelo governo estadual.

Nós temos um debate muito forte de esforço de categoria. Nós precisamos fazer trabalho qualificado. E a sociedade precisa vir conosco, não só pela educação, mas pela saúde, segurança pública, que o estado do Paraná vem precarizando todas elas. É uma luta de resistência, de não retrocesso.

Por Paula Zarth Padilha e Joka Madruga
Terra Sem Males

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TAXISTAS DE CURITIBA E SJP PROTESTAM EM FRENTE À CÂMARA MUNICIPAL CONTRA APLICATIVO

August 28, 2015 14:55, by Terra Sem Males

Nesta sexta-feira, 28 de agosto, cerca de 100 carros de taxistas de Curitiba e de São José dos Pinhais estão concentrados em frente à Câmara Municipal de Curitiba. O protesto é contra o aplicativo Uber, que segundo o vereador Chico do Uberaba, que se pronunciou no caminhão de som, “retira empregos das famílias e não recolhe impostos”.

Com informações de Manolo Ramires
Terra Sem Males



CRÔNICAS DE SEXTA: UMA SINDICALISTA

August 28, 2015 12:56, by Terra Sem Males

“Os olhos azuis de ucraniana brilhavam recontando algumas histórias”

Ainda faltava o nome de Maria para a minha coluna “Perfil do servidor público”, no jornal do sindicato, onde há pelo menos seis meses contávamos a história de algum funcionário aposentado da prefeitura.

Com mais de 80 anos, era notável a presença diária de Maria no lugar que ela ainda considerava a sua casa. Conversava conosco, na redação, e com todos os funcionários, querendo se inteirar do que estava acontecendo. E, assim, Maria se sentia participando dos rumos do sindicato que já não dirigia mais há pelo menos uns dez anos.

Ela narrava também, com autoridade, as greves que encabeçou, as outras tantas que ajudou, os interditos proibitórios, os processos que levou nas costas, as perdas e reposições forçadas, a década de 1980 como o ápice para quem participou das lutas sociais neste país. Expressava preocupação com o que acontecia desde junho de 2013, “muito diferente da nossa época”. Era uma perspectiva distinta da nossa. Filhos que somos do descenso de lutas sociais, enxergávamos as mobilizações que estavam acontecendo agora como um grande desafio.

Isso tudo ressurgiu quando sentamos frente a frente para a entrevista. Os olhos azuis de ucraniana brilhavam recontando algumas histórias, que nós até já conhecíamos, mas com outras tonalidades. Porém, o que mais surpreendeu não foi isso. Na verdade, o que nos desconcertou foi a viagem de regresso que Maria empreendeu rumo à década de 50, quando tinha talvez vinte e poucos anos, ainda uma nortista desse Paraná imenso, ganhando a estrada na condição de esposa de um trabalhador de corte de madeira, instalados nas áreas da reflorestadora Araupel, então chamada Giacomet Marodin.

Mesmo na realidade de dona de casa do terreno onde vivia com os filhos pequenos, Maria me contou que não estava contente com as perseguições, com as más condições de trabalho, com a dispersão daqueles cortadores no meio de um “deserto verde e sem fim”. Ela resolveu então incentivar a criação de um sindicato. Isso, como eu já disse, muito antes de se tornar servidora pública. Fez as passadas de casa em casa, caminhou léguas a chinelo de dedo, aglutinou o povo, fundou o sindicato que alcançou a mesma abrangência da madeireira, na região central do Paraná. Enfrentaram uma grande paralisação e a espingarda dos jagunços.

Deixei a redação impressionado com a conversa e julgava que tinha material suficiente para um livro, não só para a minha coluna no jornalzinho do sindicato.

Mas a questão central começou a acontecer justamente numa curva da memória de Maria, quando ela confundiu, na mesma frase, o ano de 1934 e o de 1954, “quando mataram o nosso velho Getúlio”. E justamente na época do suicídio de Vargas ela depositou boa parte da sua memória afetiva e parecia fazer mais sentido que houvesse fundado a agremiação ali mesmo. Porém, nos arquivos públicos e num único site, constava apenas a fundação de um sindicato na década de 1930. E não há registro algum do nome de Maria. Até aí é algo compreensível, dada a exclusão forçada das mulheres nas narrativas da História e, também, a condição de Maria não ter sido trabalhadora do corte de madeira, tarefa que coube ao marido que, pouco tempo depois, ainda desapareceria na estrada.

Na minha busca automática pelo rigor jornalístico, tentei conferir a questão com ela, mas já não havia fotos, fatos, jornais ou qualquer coisa que o valha. Todo o material que tínhamos estava depositado na memória de Maria, que inclusive deveria ser uma adolescente nos anos 1930. Então, um debate interminável foi aberto na imprensa do sindicato: Como publicar isso com essas provas contrárias? Ou: por que não valorizar a memória de uma pessoa? Ou: Qual fato não passa pelo filtro da memória de alguém, algo profundamente afetivo? Não fica valendo aquilo que a pessoa vivenciou? Se ela defende a fundação na década de 1950, por que não publicar a sua versão? A história, afinal, não é sempre contada do mesmo modo – chatíssimo – pelos vencedores? E nós, ao contrário, não devíamos contar a História dos que sequer a tem, como disse certa vez Camus?

Muito bem. Nosso editor, mais pragmático, era contrário à referência ao sindicato dos trabalhadores da madeira e às histórias daquele período. Achava que devíamos nos ater aos fatos da década de 1980, quando tínhamos a precisão necessária. De propósito, eu ainda deixei um parágrafo genérico sobre o episódio da greve dos trabalhadores da Araupel, mas já sabendo que o trecho seria suprimido da matéria.

Na semana seguinte, com o jornal já saído do forno e circulando pela cidade, escutei o vozeirão de Maria ecoando dentro do sindicato e imaginei a reclamação que pudesse receber, devido à coluna com a sua história de vida incompleta. Na informalidade e distração de sempre, Maria apenas sentou do meu lado, bateu a mão no meu joelho, e iniciou uma nova narrativa:

– Preciso lhe falar dos assassinatos da região. E de como eu escapei de um deles.

Frente ao meu silêncio, Maria ainda piscou:

– É para o nosso livro, combinado?

Por Pedro Carrano
Crônicas de Sexta
Terra Sem Males

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