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Terra Sem Males

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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Ato na Boca Maldita relembra três meses do massacre de 29 de abril

29 de Julho de 2015, 17:05, por Terra Sem Males

Ato na Boca Maldita relembra três meses do massacre de 29 de abril. Foto: Paula Zarth Padilha.

Na tarde desta quarta-feira, 29 de julho, a APP Sindicato mobilizou os servidores públicos e representantes dos movimentos sociais em um ato que relembrou os três meses do Massacre do Centro Cívico, que ocorreu no Centro Cívico no dia 29 de abril, quando professores grevistas foram atacados durante duas horas por ações da Polícia Militar.

Com ações em diversas cidades do estado, em Curitiba os manifestantes distribuíram bolo para a população que passava pela Boca Maldita, em alusão ao aniversário de 50 anos do governador Beto Richa, descomemorado hoje.

O bolo fazia referência às bombas de efeito moral e balas de borracha que foram disparadas no dia do massacre. Balões pretos estavam presos ao chão em memória das mais de 200 vítimas do dia 29 de abril.

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Por Paula Zarth Padilha
SEEB Curitiba 



Relembre o Massacre do Centro Cívico em imagens

29 de Julho de 2015, 14:39, por Terra Sem Males

Cenas que não esqueceremos do dia 29 de abril de 2015: professores, educadores, funcionários de escola, apoiadores da greve dos professores, dos movimentos sociais, população e estudantes. Todos foram massacrados por duas horas de ataques ininterruptos da polícia militar, comandada pelo então secretário de segurança pública do Paraná, hoje deputado federal Fernando Francischini, e pelo governador Beto Richa.

As balas de borracha, spray de pimenta, jatos d´água, cães, gás lacrimogênio e bombas de efeito moral deixaram um saldo de mais de 200 feridos. Mas também uma investigação e posterior processo judicial por parte do Ministério Público do Paraná para apontar responsabilidades. “Estamos vigilantes no processo da apuração de todas as responsabilidades da violência ocorrida no dia 29 de abril”, disse hoje o professor Hermes Leão, presidente da APP Sindicato, num ato realizado hoje, três meses após o massacre.

Relembre imagens do dia 29 de abril:

29 de abril de 2015. Foto: Joka Madruga.

29 de abril de 2015. Foto: Joka Madruga.

29 de abril de 2015. Foto: Joka Madruga.

29 de abril de 2015. Foto: Joka Madruga.

Fotos: Joka Madruga
Texto: Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males



Urbs se nega a negociar e trabalhadores continuam em greve

29 de Julho de 2015, 14:19, por Terra Sem Males

Grevistas permanecem na rodoviária. Foto: Vanda Moraes.

Os trabalhadores da URBS/SETRAN entraram, hoje, 29 de julho, no terceiro dia de greve. A liminar da Justiça, determinando o contingente mínimo de trabalhadores em atividade está sendo cumprida.
Apesar de a paralisação das atividades da empresa ter sido iniciada ainda na segunda-feira, apenas uma reunião de negociação das reivindicações foi realizada entre a URBS e a direção do Sindicato.

Nessa reunião, a empresa apresentou a proposta que consistia em os trabalhadores suspenderem a greve a aguardarem até o dia 10 de agosto, quando seria apresentada uma contraproposta de reajuste dos salários e benefícios.

Por ampla maioria, os trabalhadores decidiram, em assembleia realizada na manhã de ontem, pela rejeição dessa proposta e pela continuidade da greve.

Desde então, a direção da URBS não apresentou qualquer proposta ou sinalizou que está buscando atender às reivindicações dos trabalhadores. A empresa sequer entrou em contato com o SINDIRUBANO-PR ou agendou reunião buscando a negociação para a construção de um Acordo que possibilite o fim da greve.

Desde o início da negociação coletiva até a deflagração da greve, em março de 2015, foram realizadas várias reuniões de negociação entre o Sindicato e a URBS. Ocorreram ainda, três mesas redondas junto à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).

Em nenhum desses momentos o  presidente da URBS esteve presente. Além disso, o diretor administrativo e financeiro da URBS, responsável pela negociação coletiva na ausência do presidente, entrou em férias no momento mais importante da negociação, quando os trabalhadores decidiram entrar em greve.

A direção do SINDIURBANO-PR encaminhou, no dia 1º de julho de 2015, ofício ao prefeito de Curitiba solicitando reunião para tratar do Acordo Coletivo de Trabalho 2015/2016 da URBS. Até o presente momento, o Sindicato não recebeu nenhuma resposta do prefeito Gustavo Fruet.
Mais uma vez, a direção da URBS e o prefeito demonstram não estar preocupados com a prestação adequada dos serviços públicos à população de Curitiba.

Atendimento à população
O SINDIURBANO-PR vem denunciando a defasagem do quadro de funcionários da URBS/SETRAN, com a necessidade de contratação urgente de mais trabalhadores para a prestação de serviços de qualidade à população sem sobrecarga de trabalho.

Com a greve, os trabalhadores que estão cumprindo a liminar desenvolvem apenas as atividades básicas e emergenciais.

Ou seja, o trânsito e o estacionamento regulamentado não estão sendo fiscalizados de forma efetiva. A manutenção das estações tubo, dos equipamentos urbanos e a sinalização viária também não foram realizadas adequadamente nesses três dias.

Além disso, a limpeza dos equipamentos urbanos, como a Rodoferroviária e o Shopping Popular e o atendimento no cartão transporte e no passe escolar também estão sendo feitos com número muito reduzido de trabalhadores.

Por Vanda Moraes
Sindiurbano



Trabalhadores escracham Beto Richa no dia do seu aniversário

29 de Julho de 2015, 13:27, por Terra Sem Males

Na manhã desta quarta-feira, 29 de julho, servidores estaduais e jovens do Levante Popular da Juventude do Paraná realizaram um ato em frente à casa do governador Beto Richa, em Curitiba. Com bolo e mensagem ao governador num carro de som, os manifestantes descomemoraram a data que marca três meses do Massacre do Centro Cívico, ocorrido dia 29 de abril. Hoje também é aniversário de Beto Richa.

“Neste dia que Beto Richa completa mais um aniversário, viemos dizer à ele, à família dele, à comunidade aqui de Curitiba e do Paraná que nós todos do movimento social estamos vigilantes no processo da apuração de todas as responsabilidades da violência ocorrida no dia 29 de abril”, falou ao microfone Hermes Leão, presidente da APP Sindicato.

Ele também anunciou que a APP vai realizar um grande ato estadual no dia 29 de agosto, em Curitiba, para relembrar os quatro meses do Massacre do Centro Cívico e também os 27 anos do 30 de agosto. Em 1988, o então governador Álvaro Dias autorizou a cavalaria a promover o primeiro massacre contra os professores, que foi repetido por Beto Richa em 2015, desta vez sem os cavalos.

O ato contou com a presença de dezenas de trabalhadores e representantes de movimentos sociais e sindicais. Durante o ato, moradores do prédio manifestaram apoio ao protesto contra o governador.

Nesta tarde, a partir das 14h, um outro ato na Boca Maldita irá relembrar os três meses do massacre.

Confira as fotos de Joka Madruga sobre o ato para a APP Sindicato:

 

Café da manhã em frente à casa do governador, em Curitiba. Foto: Joka Madruga.

Trabalhadores dos movimentos sociais e sindicais participaram do ato. Foto: Joka Madruga.

Professor Hermes Leão, presidente da APP Sindicato. Foto: Joka Madruga.

Caminhão de som repercutia mensagem de aniversário ao governador. Foto: Joka Madruga.

Vizinha de Beto Richa demonstra apoio ao ato. Foto: Joka Madruga.

Um bolo de aniversário foi servido em descomemoração aos três meses do massacre. Foto: Joka Madruga.

Foto: Joka Madruga.

Foto: Joka Madruga.

Por Paula Zarth Padilha, com informações e fotos de Joka Madruga.
Terra Sem Males



Gustavo Fruet anuncia lei do aluguel social pelo twitter

28 de Julho de 2015, 16:53, por Terra Sem Males

Reprodução twitter

Na semana passada, dia 23 de julho, moradores das ocupações Tiradentes, 29 de Março e Nova Primavera se uniram em uma mobilização organizada pelo Movimento Popular por Moradia (MPM), com o fechamento de rodovias e protesto em frente à Prefeitura. O pedido era que o projeto Aluguel Social, já aprovado na Câmara Municipal desde 29 de junho.

Nesta terça, 28 de julho, Gustavo Fruet, prefeito de Curitiba, anunciou via twitter que a lei que regulamenta o aluguel social no município, no valor de até um salário mínimo, foi sancionada.

Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males



Após passeata até a Prefeitura, trabalhadores da Urbs decidem manter greve

28 de Julho de 2015, 15:58, por Terra Sem Males

Trabalhadores da Urbs e Setran marcham da rodoviária até a Prefeitura de Curitiba. Foto: Vanda Moraes.

Por ampla maioria, em assembleia realizada na manhã desta terça-feira, 28 de julho, os trabalhadores da URBS/SETRAN decidiram pela manutenção da greve geral, que teve início ontem.

Os trabalhadores não aceitaram a proposta da empresa que consistia em suspender a greve e aguardar até o dia 10 de agosto para que a direção da URBS apresentasse uma contraproposta financeira.

Os trabalhadores iniciaram a assembleia na Sede URBS Rodoferroviária, mas antes de votarem a contraproposta, decidiram seguir em passeata até o Centro Cívico e continuar a deliberação em frente à Prefeitura de Curitiba.

“Já que a direção da URBS terceirizou a negociação coletiva dos trabalhadores e a levou ao prefeito, que Fruet venha conversar conosco” , afirmou Luiz Carlos Viana, diretor do SINDIURBANO-PR.

Sendo assim, ao som de “prefeito vê se me escuta, não vai parar, não vai parar a nossa luta” cerca de 600 trabalhadores marcharam até o Centro Cívico, realizaram a votação e decidiram pela continuidade da greve.

Trabalhadores da Urbs decidem que a greve continua. Foto: Vanda Moraes.

A passeata, assim como a greve, tem como objetivo protestar contra o atraso dos salários, que foram pagos no fim da manhã de hoje, com 4 dias de atraso e somente após os trabalhadores terem iniciado a greve.

Além disso, passados mais de 4 meses do início da negociação coletiva, a empresa propôs a reposição salarial da inflação parcelada em 5 vezes,  contraproposta esta rejeitada pelos trabalhadoras que a consideraram uma afronta.

Estão em greve os trabalhadores da URBS, inclusive os cedidos à Setran. Agentes de trânsito, orientadores do estacionamento regulamentado, trabalhadores da manutenção de estação tubo, a sinalização viária e a limpeza de equipamentos públicos como a Rodoferroviária. Além disso, os trabalhadores da área administrativa da URBS e da SETRAN.

Os únicos banheiros públicos de Curitiba são conservados pelos trabalhadores da URBS. O trânsito e o transporte coletivo da Capital  também são gerenciados pelos trabalhadores da URBS e da SETRAN.  Assim como a manutenção das estações tubo e a sinalização viária da cidade, entre outras atividades, são serviços realizados por trabalhadores da empresa.

O SINDIURBANO-PR é o Sindicato dos trabalhadores em Urbanização do Estado do Paraná. Em Curitiba, representa, entre outras empresas, os trabalhadores da URBS/SETRAN.

A URBS é uma empresa de economia mista de administração indireta da Prefeitura de Curitiba. É responsável, entre outras atividades, pelo gerenciamento do transporte coletivo da Capital Paranaense.

Saiba mais: Trabalhadores da Urbs aprovam indicativo de greve a partir de segunda-feira, 27

Por Vanda Moraes
Sindiurbano



Massacre de 29 de abril será relembrado em atos pelo Estado

28 de Julho de 2015, 13:21, por Terra Sem Males

Tropa de choque avança contra os trabalhadores do estado. Foto: Joka Madruga

Amanhã, dia 29, completam exatos três meses do massacre perpetrado pelo governo do Paraná contra os(as) educadores(as), servidores(as) do Estado e estudantes. No dia 29 de abril, centenas de pessoas ficaram feridas após uma ofensiva desmedida, orquestrada pelo governador Beto Richa, em plena Praça Nossa Senhora de Salete, Centro de Curitiba, contra os(as) trabalhadores(as). Para relembrar o dia de horror – e reiterar a resistência do funcionalismo aos desmandos do governo estadual – serão realizados dezenas pelo Estado.

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APP Sindicato



Por uma agricultura camponesa livre de transgênicos e sem agrotóxicos

28 de Julho de 2015, 12:27, por Terra Sem Males

14ª Jornada de Agroecologia foi realizada em Irati. Foto: Leandro Taques.

Foram quatro dias de intensos debates, plenárias, oficinas, trocas de experiências e a certeza de que o atual modelo de produção agrícola não atende às necessidades de uma alimentação saudável.. O modelo do agronegócio não alimenta, só produz commodities, e para poucos. A 14ª Jornada de Agroecologia, que aconteceu de 22 a 25 de julho em Irati, interior do Paraná, fez, mais uma vez, a provocação e apontou o caminho para uma agricultura saudável, sustentável, livre de transgênicos e sem agrotóxicos. Cerca de 4500 participantes de todas as regiões do Brasil e vários países da América Latina, organizados em mais de 35 movimentos sociais rurais e urbanos participaram do evento.

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Por Amanda Souza, Gabriel Dietrich, Isabella Lanave e Leandro Taques
Jornalistas Livres



Vote em mim!

27 de Julho de 2015, 17:49, por Terra Sem Males

Arte: Dominic Thackray

“Na música há agentes que propagam, com raiva, alternativas e colocam o dedo na ferida. Sempre foi assim. Desde o blues até o rap. Na política, o ódio é um agente medieval; uma raiva retrógada que parece um remix ditatorial. Isso ecoa, mas é um canto sem tom. Sem feeling” – do meu amigo Diabolô.

Conheci Enzo no trabalho, quando era recepcionista num hotel. Ele trabalhava de mensageiro e o apelidei de Diabolô. Era rápido como um tiro, mas não tão rápido quanto uma bala de fuzil, por isso levou o título de um chumbinho de espingarda de pressão.

Nós já mudamos de emprego, mas volta e meia surge alguns encontros pra colocar a conversa em dia. E ontem não foi diferente. Conversa vai conversa vem, o papo normalmente é sobre música e política.

- Lembrei de você semana passada (disse meu nobre amigo Enzo Lino, mais conhecido como Diabolô).

- Aé, por quê?

- Lembra que você colocava Dead Kennedys no radinho da recepção do hotel? Quando não tinha ninguém por perto?

- Claro! Bons tempos…

- Então: li semana passada num site de música que há 35 anos Jello Biafra, vocalista do DK, se candidatava a prefeito de San Francisco. O cara ficou entre os quatro candidatos mais votados, entre os dez que disputaram.

- (Rs) Pois é, tô ligado nessa história. Imagina o cara cantando “California Über Alles” no comício?

- (Rs) Cara… isso era uma coisa que eu queria ter visto.

- Eu também.

- Que pira né. Você já imaginou um prefeito hardcore?

- Nunca! Mas gostaria de ver…

- Eu também! Mas diz aí Diabolô, o quê você faria se fosse prefeito?

- Ah, sei lá cara. Só sei que se fosse o Jello Biafra, faria a mesma coisa que ele fez…

“Veja como são as coisas, nos livramos de ter um Mick Jagger político e agradecemos por termos os Stones. Também agradecemos por não ter a Gimenez como primeira dama” – Diabolô.

- Rock e política! Fico imaginando como seria se um cara tipo o Mick Jagger fosse prefeito de algum lugar!

- Olha brother. Se fosse o Jagger, acho que não seria uma boa ideia. Tá certo que ele está de aniversário, porra… 72 anos! Mas olha só… (e meu amigo detalha sua análise):

“Contando os inúmeros casos extraconjugais do vocalista dos Stones, acho que ele seria um político propício ao PMDB. Sabe aquela coisa, um passo na situação outro na oposição. Uma figura política, digamos assim, que não passaria confiança. Até porque ele tem a benção da realeza britânica, o que tenderia ao conservadorismo” – Diabolô.

- (Rs) Boa! Mas e se fosse alguém mais pop. Digamos! Deixe-me ver… o Dave Grohl?

- Olha… o Grohl seria tipo um Foo Fighters, superestimado pelo fato do cara ter tocado no Nirvana. Por outro lado, assim como faz na sua atual banda, onde chama diversas outras bandas mais legais que a sua pra turnês; faria uma composição administrativa nessa linha. Isso indica humildade e saber reconhecer o trabalho dos outros. Acredito que faria uma administração com grande conhecimento técnico, misturado ao conhecimento prático. Pode até ser que dê certo… pelo carisma!

- (Rs) Ótimo cara! Está inspirado hoje ein?

“O Caetano de cueca com a Carla Peres e o Xande é só mais um político querendo se aparecer” – Diabolô.

Estava eufórico com a inspiração do meu amigo. Em todas as aspas que ele me pedia. A cada intromissão em nosso diálogo. Estava contagiante ao ouvir suas palavras sobre essa famigerada mistura. Até porque eu nunca tinha parado pra fazer tanta alusão entre candidatos artistas e candidatos políticos. É estranho, o que faz de alguém um líder em cima de um palco ou de um palanque? Uns são fabricados outros nascem com o tão clamado “dom”.

O que eu penso é que há certa ligação entre esses dois mundos.

- Mais ein Diabolô, você falou de uns nomes gringos aí. E se fosse artista brasileiro, quem encabeçava sua lista?

- Vixi mano… aí a treta é feia… até porque não há regra pra isso né bicho. Quem um dia iria imaginar que o Exterminador do Futuro fosse governador da Califórnia ou o Tiririca deputado federal?

- É verdade.

- Mas acho que o Bezerra da Silva seria um bom nome caso vivo. Lembre-se, ele foi a voz do morro durante muitos anos.

- Faz todo sentido. Até porque tem artista que conhece muito mais a realidade do brasileiro que os próprios políticos.

- Claro… você chegou a ver o que o rapper Kaskão disse esses dias?

- Não…

- O cara falou que pra melhorar o Brasil só o Marcola, do PCC, pra presidente.

- Sério? Quando ele falou isso?

- Ele não só fala como canta!

- (Rs) Não conheço esse rapper.

- Eu também não conhecia, mas acabei lendo a notícia. Ele ainda diz que sobraria vaga pra vereador, prefeito, etc e tal, se o tribunal pra político fosse o do PCC. Ia rolar cabeça sem parar com tanto ladrão que mente pro povo.

- É verdade. Que doido isso, não?

- E o cara, além de músico, ex interno da Febem e ex detento, hoje é formado em Direito. Então ele conhece as várias facetas do nosso sistema de leis. Da nossa “justiça”.

- E como conhece…

“Quem melhor dominar um determinado número de pessoas, se descoberto e ajudado por uma forte estrutura, irá influenciá-los diretamente” – Diabolô.

Eu fico muito intrigado com esta questão. Nos últimos dias, já que meu amigo falou do Marcola, soltaram a notícia que o governo do estado de São Paulo negociou, em 2006, com o PCC, o término dos ataques urbanos que o comando fazia. Seria isso um exemplo da organização criminosa que exerce influência sobre o estado de direito? Caso confirmada a negociação, o que isso se caracteriza? Premonições vindas do rap nacional, que sempre cantaram que o crime está inserido na política, não faltam; Facção Central que o diga!

Mas o que não é novidade é a política e a música caminhar lado a lado. Quando Public Enemy, com sua música “Fight the Power”, levou inúmeros negros às ruas de Nova Iorque pra manifestar seus direitos, a revolução foi cantada. Isso tudo captado pelas lentes do Spike Lee. Também tem o exemplo da banda alemã Atari Teenage Riot, que através de um caminhão de som saiu pelas ruas de Berlin destilando seu ciberanarquismo que extrapolou o mundo virtual e ganhou requintes de violência depois da repressão policial.

Essas ações artístico/políticas são uma espécie de esperança infiltrada no sistema. Não sei se o Papa Francisco vai escutar o CD do Racionais MC´s, que o prefeito Haddad (São Paulo) entregou nas mãos do pontífice. O fato é que um político levou a voz da periferia ao símbolo máximo de uma instituição que a cada dia se redobra pra recuperar sua popularidade.

- Olha… de fato mesmo nessa nossa pira é que o comício seria mais interessante.

- Verdade. Seria bem melhor!

- Já pensou: os candidatos mentiriam musicalmente. Seria mais honesto mentir através da música, afinal, na arte cabe tudo, não é?

- Mas é aí que está a questão né Diabolô. Na arte a mentira cabe, na política… também…

- (Rs) Infelizmente na política surgem artistas especializados em mentir. Já na arte há mentiras sinceras e verdadeiras… (Rs).

- Você acha mesmo?

- Claro… vou explicar um pouco melhor (e lá vai Diabolô pra mais uma divagada):

“Quando palavras são ditas ou cantadas através da arte, elas soam como agentes expansivos; responsáveis por reações das mais diversas. Os artistas, que emitem tudo isso, podem adaptar para a política toda essa mensagem.

 Já na política, isso também existe. Mas com uma estrutura um pouco diferente: nela, as palavras soam como agentes cleptomaníacos, responsáveis por “adquirir” você. Após este estágio, já existe toda uma estrutura para “guiar” nós receptores.

 Ou seja: sobram agentes cleptomaníacos na política e carece de missionários expansivos na arte. Uma crise de um lado e um colapso do outro. E o pior já chegou… as coisas já se ramificaram. Na política há um show com falas que soam fora do tom, mas que expandem uma estrutura de agentes alternativos; normalmente e pra tristeza da evolução ligados ao ódio” – Diabolô.

- Bom, meu amigo. Mas nem tudo está perdido.

- Um quase nem tudo (Rs).

- Enquanto você falava, acabei procurando um link sobre um prefeito de uma cidade na Finlândia.

- Ah… tinha que ser na Finlândia!

- É…tinha que ser. Mas se liga só… deixa eu ver certo o nome da cidade… hmm… porra… não consigo pronunciar… tente ler isso: Reykjavik.

- O que é isso?

- É o nome da maior cidade da Finlândia.

- Mas qual a ligação disso com o que nós falávamos?

- É que o prefeito é anarquista. Tem até tatuagem do CRASS.

- Do CRASS?

- Sim. Viu… nem tudo está perdido. Um prefeito fã do CRASS, a banda anarcopunk mais famosa do mundo.

- Que coisa doida, né?

- Bom… resumindo. O cara foi um punk na juventude, tinha uma banda chamada Nefrennsli, que quer dizer “Corrimento Nasal”! (Rs). Seu partido se chama Best Party (O Melhor Partido). Tudo foi criado por artistas e punks para tirar sarro da classe política. Eles prometiam, se eleitos, “dar toalhas de graça em piscinas públicas, uma câmara municipal livre de drogas e não cumprir as promessas que faziam. E foram eleitos”. Cara… acabei de mandar o link da matéria pelo seu what´s, beleza?

- Beleza. Quando chegar em casa vou ler. Deixe-me ver se chegou o link. Ah… aqui está… chegou…

- É, nem tudo está perdido…

- É, nem tudo…

 

Por Regis Luís Cardoso
LP – Crônicas musicais 
Terra Sem Males



Desembargador determina que TJPR devolva dias parados da greve dos servidores

27 de Julho de 2015, 17:02, por Terra Sem Males

Sindijus entrou com mandato de segurança cobrando a devolução do dinheiro descontado.

O Tribunal de Justiça do Paraná deve devolver os valores descontados dos servidores do poder judiciário que participaram da greve em maio. A devolução foi determinada após mandado de segurança solicitado pelo Sindicato dos Servidores Estaduais da Justiça (Sindijus). Será cobrada multa diária de R$ 30 mil caso seja desobedecida a decisão.

Na decisão do desembargador Fagundes Cunha, ele lembrou que “O direito de greve dos servidores públicos encontra-se previsto expressamente no artigo 37, inciso VII, da Constituição Federal”.  O juiz ainda criticou a arbitrariedade de promover descontos sem acordo com os trabalhadores: “O desconto ou não do dia de greve deve ser resultado de negociação entre as partes e não decisão unilateral do gestor público, segundo alega o Impetrante. O compromisso de reposição integral dos dias de greve não autoriza o desconto na remuneração e da forma como pode ocorrer caracteriza ato abusivo ofensivo ao exercício constitucional do direito de greve”, decidiu Fagundes Cunha.

O Sindijus comemorou a decisão favorável aos trabalhadores. Em seu site, registrou: “o Sindijus-PR vai acompanhar atentamente o cumprimento da decisão judicial no prazo estabelecido na sentença. A decisão coroa a luta dos servidores e servidoras que brigaram bravamente durante 22 dias”.

Por Manolo Ramires
Terra Sem Males