Portal da TV Cidade Livre, a TV Comunitária de Brasília, Capital Federal do Brasil
Transmissão ao vivo: Conversa sobre a III Cúpula de Chefes de Estado da CELAC
21 de Janeiro de 2015, 16:35A Fundação Leonel Brizola e a TV Cidade Livre de Brasília, Canal 12 da NET (somente Brasília) convidam para a videoconferência sobre a III Cúpula de Chefes de Estado da CELAC (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribe), constituída de todos os países das três Américas, menos Estados Unidos e Canadá, a realizar-se amanhã, quinta-feira, dia 22/01/2015 às 10 horas.
O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, um dos inspiradores do novo organismo multilateral e da política externa independente, será o principal convidado, tendo como mediadores os jornalistas Beto Almeida e FC Leite Filho.
Para participar como internauta é simples! Adote os seguintes procedimentos no computador ou celular:
1) O evento será transmitindo AO VIVO pelo Hangouts do Google+ com possibilidade de interação via chat para o envio de perguntas, através da página: https://plus.google.com/events/cs5qvh11odchao9ran2rqd57t8o
2) O internauta também poderá acompanhar AO VIVO pelo Youtube através do link: http://youtu.be/OpkyuL4bcD8
Velhos podem estudar?
19 de Janeiro de 2015, 11:24Esse texto é o terceiro do tema “Escolha de carreira”, escolhido devido ao início de um novo ano e ao ingresso de muitas pessoas a universidade. O objetivo da série de textos não é dar respostas, e sim mostrar as variáveis que incidem no processo. Já explorou-se as [1]variáveis da escolha e o [2]processo de preparação. Este, visa analisar uma questão quase tabu.: Terceira idade e universidade.
Como dito no primeiro texto, a questão da maioridade e os 18 anos tem grande significado na vida do jovem. É a entrada na vida profissional e formação da identidade em âmbito sexual, ideológico e profissional. Nesse momento, o significado da Universidade é a formação da identidade profissional, ou em outras palavras: onde irei trabalhar? Isso faz frente ao valor dado as pessoas na sociedade em que vivemos, isto é, a sociedade capitalista, que visa ao capital.
A partir daí, destaca-se à comparação jovem x idoso. O jovem está no auge produtivo de sua vida, acaba de ingressar no mercado de trabalho e/ou se prepara para ele. Parafraseando Charles Chaplin em Tempos modernos, é o jovem que movimenta as engrenagens do capitalismo. É o jovem sendo explorado pelo capital. A partir disso, se abrem mercados menos custosos como o programa Jovem aprendiz, estágios e outros. Não é uma crítica ou aprovação aos programas, e sim mostrar que nesse sentido é possível se ingressar no mercado de trabalho cada vez mais cedo. Mas o problema é: esse jovem envelhece.
E o idoso, apesar de ter sido produtivo durante toda sua vida agora perdeu valor, isto é,[3] não é mais produtivo e, portanto, inútil. Por isso,ocorre o fenômeno de os filhos não cuidarem de seus pais [4]quando estão doentes. A mesma questão incide sobre a [5]violência ao idoso, o abandono em uma Instituição de longa permanência ou simplesmente largá-lo frente à uma [6]televisão. Há muitas dificuldades quanto aos idosos, mas dentre tudo isso o valor de que são sujeitos não produtivos se esconde. Portanto, “Porque cuidar desses sujeitos não produtivos?”. Sabendo de tudo isso, é possível ter outro olhar sobre os sujeitos.
Não mais um olhar puramente produtivo, e sim do que é, o que pode aprender e ainda ensinar. Um olhar mais humano, menos capital. Assim, ir a uma universidade pode ter um outro paradigma. Não mais uma profissão, mas o conhecimento, e esse conhecimento ser utilizado. Pelo acaso da história esse “uso” é chamado profissão e já tem função dada.
Portanto, o objetivo do idoso na universidade é socializar, continuar parte da sociedade e aprender. Dessa forma ele não vai à uma universidade para conseguir trabalho e sim para aprender, exercitar a mente, se integrar novamente a sociedade, que nega isso a ele constantemente. Lá incluso, pode ser possível ele aprender, ainda que com mais dificuldade em comparação aos jovens. Mas também ensinar, devido a sua experiência, que também pode facilitar o aprendizado.
O idoso pode tirar tanto ou até mesmo, mais proveito da universidade quanto o jovem. A questão colocada ai é outra. O errado não é o idoso tentar se emancipar mesmo que dentro de seus limites. Errada é a ideia e os atos que visam impedir essa emancipação, percebendo o idoso meramente como ser improdutivo.
Lembrem- se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.
Escrito por: Rafael Pisani
Referências:
Disponível em: http://cev.org.br/biblioteca/impactos-improdutividade-velhice-o-papel-possivel-educacao-fisica/ Carolina Vilas Boas/ http://cev.org.br . Data de acesso: 14 de Janeiro de 2015
Disponível em: http://www.cuidardeidosos.com.br/o-perigo-mora-em-casa/ Luciene C. Miranda/ http://www.cuidardeidosos.com.br . Data de acesso: 14 de Janeiro de 2015
Disponível em: http://www.cuidardeidosos.com.br/os-filhos-nao-querem-cuidar-de-seus-pais/ Luciene C. Miranda/ http://www.cuidardeidosos.com.br . Data de acesso: 14 de Janeiro de 2015
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u2829.shtml Foha de S. Paulo/ http://www1.folha.uol.com.br . Data de acesso: 14 de Janeiro de 2015
[1]Texto do blog: http://blogoosfero.cc/verdadeoumentira/verdade-ou-mentira/vestibular-fazer-ou-nao-fazer-a-logica-social
[2]Texto do blog: http://blogoosfero.cc/verdadeoumentira/verdade-ou-mentira/vestibular-enem-e-concorrencia
[3] Fonte do idoso não ser produtivo: http://cev.org.br/biblioteca/impactos-improdutividade-velhice-o-papel-possivel-educacao-fisica/
[4]Fonte de não cuidar dos pais quando estão doentes: http://www.cuidardeidosos.com.br/os-filhos-nao-querem-cuidar-de-seus-pais/
[5]Fonte da violência ao idoso e Instituição de Longa permanência: http://www.cuidardeidosos.com.br/o-perigo-mora-em-casa/
[6]Fonte do “largá-los em frente a televisão”: http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u2829.shtml
Vestibular, enem e concorrência
12 de Janeiro de 2015, 19:30Esse texto é o segundo do tema “Escolha de carreira”, escolhido devido ao início de um novo ano e engresso de muitas pessoas a universidade. O objetivo da série de textos não é dar respostas, e sim mostrar as varíáveis que incidem no processo. Esse texto visa dar possibilidades de analisar toda a situação e dai concluir como melhor se preparar. Essa dúvida e a questão da concorrência é algo que de fato afeta o vestibulando. Antes de falar sobre o vestibular é preciso falar sobre o Enem.
Pulando as edições anteriores a 2004, foi nesse ano que o MEC (Ministério da Educação) criou o ProUni (Programa Universidade para Todos) e o vinculou ao Enem. Em 2009 veio a proposta da prova substituir os vestibulares das Universidades Federais1 e a partir disso as maiores Universidades Federais substituiram seus vestibulares pelo Enem.2 O mesmo ocorreu com as faculdades particulares, mas elas incluíram o Enem3 em suas opções e mantiveram os vestibulares.4 Agora, quanto a concorrência.
Utilizando o 5vestibular de 2014 de Medicina da USP como exemplo é possível explicar esse fator. Haviam um total de 142 mil inscritos, 55 candidatos por vaga, portanto 2581 vagas. No entanto, essa média só leva em conta o número de sujeitos inscritos, e esquece a diferença de preparação entre eles. Nisso, portanto, existe um contingente de sujeitos que decidem simplesmente tentar, portanto a chance de passar é mínima ou quase inexistente. Existe um outro que é experiente, mas tem uma preparação mínima, e portanto contam somente com probabilidade de passar. E por último, aqueles que de fato estão preparados.
São poucos, podem ser pessoas que tentaram várias vezes e não conseguiram, ou vão de primeira mas fizeram grande preparação. O fato é: eles stão preparados. Pode-se então dizer em um chute estatístico otimista que 50% de fato são concorrentes, o que reduz para 27, 5 por vaga. A pergunta que o vestibulando deve se fazer ai é em qual das três classficações está. E dai saber o que é mais provável esperar. Agora sobre a prova.
É preciso saber seu tipo e estrutura, e no caso do Enem se faz presente em vários sites, inclusive nesse (pergunta 19)6. Pode ser um facilitador ver as provas anteriores, e conhecer os fatos “principais” do ano, isto é, que mais bombaram midiáticamente. Isso ajuda a prever as temáticas da prova do ano em questão. A redação no Enem é de grande importância e é bom se ligar na escrita. E claro, o fator sorte ajuda muito. Como as vezes se é melhor em um tema que e outro, pode ser que haja uma tendência maior sobre o tema em que haja mais facilidade ou sobre o o que há mais dificuldade. Sobre o estudo, é preciso pensar que cada sujeito é único, e portanto seu estudo rende melhor em uma forma específica. É importante saber isso, até mesmo para saber se vai ou não fazer cursinho. Há dezenas de textos falando sobre esse tema na internet, basta 7procurar. Mas, ainda há um item extremamente importante para todos.
Devido ao fao de o Enem ser uma prova grande e de longa duração se feito de forma cansativa qualquer estudo pode ser anulado devido a fadiga. É preciso ter estratégias para não se cansar ou ao menos se cansar menos durante a prova. Uns preferem fazer a redação primeiro, outros as questões difíceis, outros as fáceis. Até a marcação em gabarito merece estratégia, como por exemplo fazer as questões sempre pulando uma e diretamente marcando no gabarito, dando a ilusão visual de que boa parte da prova foi feita.
Dessa forma visualmente boa parte do gabarito vai estar preenchida, quando ainda vai estar faltando metade. Caso se faça na ordem (1, 2, 3 etc..), a outra metade vai estar toda vazia e pode dar a impressão de que falta muito. A forma de preencher o gabarito pode gerar ânimo ou cansaço. Todas essas questões valem também para provas de concurso, com algumas especificações. Mas o mais importante é saber de tudo isso na hora de pensar em fazer a prova, e dai saber o que esperar!
Lembrem- se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.
Escrito por: Rafael Pisani
Referências:
Disponível em: http://blogs.una.br/vestibular/?gclid=CM3Mrub18sICFTFp7Aod0QIAVg / http://blogs.una.br . Data de acesso: 01 de Janeiro de 2015
Disponível em: http://noticias.terra.com.br/educacao/enem/enem-vai-mudar-vestibular-das-maiores-universidades-do-pais-em-2013,2de50bc65c6ad310VgnVCM3000009acceb0aRCRD.html Angela Chagas/ http://noticias.terra.com.br . Data de acesso: 01 de Janeiro de 2015
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13427:perguntas-frequentes-novo-enem&catid=195:.. MEC/ http://portal.mec.gov.br . Data de acesso: 01 de Janeiro de 2015
Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2014-11-10/medicina-e-o-curso-mais-concorrido-do-vestibular-da-usp-55-candidatos-por-vaga.html IG São Paulo/ http://ultimosegundo.ig.com.br . Data de acesso: 01 de Janeiro de 2015
Disponível em: http://www.colegioweb.com.br/vestibular/14839.html Colégio Web/ http://www.colegioweb.com.br . Data de acesso: 01 de Janeiro de 2015
Disponível em: http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/especial.asp?EditeCodigoDaPagina=243 Professor Felipe de Souza/ https://www.psicologiamsn.com . Data de acesso: 01 de Janeiro de 2015
Disponível em: http://www.glaf.com.br/vestibular-estacio-2015/ Estácio/ http://www.glaf.com.br . Data de acesso: 01 de Janeiro de 2015
Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vestibular/noticia/2014/10/enem-leva-a-universidades-federais-e-particulares-no-brasil-e-no-exterior-conheca-os-caminhos-da-prova-4631305.html Guilherme Justino/ http://zh.clicrbs.com.br. Data de acesso: 01 de Janeiro de 2015
1Fonte até esse ponto: http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/especial.asp?EditeCodigoDaPagina=243
2Fonte dessa frase: http://noticias.terra.com.br/educacao/enem/enem-vai-mudar-vestibular-das-maiores-universidades-do-pais-em-2013,2de50bc65c6ad310VgnVCM3000009acceb0aRCRD.html
3Fonte da inclusão do Enem: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vestibular/noticia/2014/10/enem-leva-a-universidades-federais-e-particulares-no-brasil-e-no-exterior-conheca-os-caminhos-da-prova-4631305.html
4Fontes de ainda manter os vestibulares: http://www.glaf.com.br/vestibular-estacio-2015/ e http://blogs.una.br/vestibular/?gclid=CM3Mrub18sICFTFp7Aod0QIAVg
5Fonte desse fator: http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2014-11-10/medicina-e-o-curso-mais-concorrido-do-vestibular-da-usp-55-candidatos-por-vaga.html
6Fonte da estrutura: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13427:perguntas-frequentes-novo-enem&catid=195:..
7Texto que fala sobre fazer ou não cursinho: http://www.colegioweb.com.br/vestibular/14839.html
Hezbollah condena atentado de Paris
9 de Janeiro de 2015, 13:34O dirigente chiita libanês Sayyed Hassan Nasrallah condenou em termos invulgarmente duros o atentado contra o semanário satírico "Charlie Hebdo". Segundo Nasrallah, este tipo de atentados prejudica mais o Islão do que qualquer caricatura.
O líder do Hezbollah, citado pela agência Reuters, afirmou que os "terroristas takfiri" (apóstatas ou renegados) ofendem o Islão "ainda mais do que aqueles que atacaram o mensageiro de Deus [Maomé] com livros retratando o profeta ou fazendo filmes retratando o profeta ou desenhando cartoons do profeta".
O Hezbollah encontra-se na lista oficial norte-americana de organizações terroristas, mas tem estado a combater o "Estado Islâmico" (ISIS) em aliança aberta com o regime sírio de Bashar al-Assad e em tácita colaboração com as forças norte-americanas que têm vindo a bombardear o ISIS.
O discurso de Nasrallah foi exibido perante apoiantes do Hezbollah por meio de uma gravação em vídeo, em comemorações do aniversário de Maomé nos arredores de Beirute (na foto).
Fonte: RTP http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=795678&tm=7&layout=121&visual=49
Vestibular: Fazer ou não fazer ? A lógica social
5 de Janeiro de 2015, 18:46Esse texto é o primeiro do tema “Escolha de carreira”, escolhido devido ao início de um novo ano e ao ingresso de muitas pessoas a universidade. O objetivo da série de textos, não é dar uma resposta do que e como escolher, mas sim mostrar as variáveis que incidem no processo, dando possibilidades de analisar toda a situação, para então fazer a melhor escolha. Sendo assim. a pergunta, “Fazer ou não vestibular?” é de extrema importância na vida de um jovem, não pelo jovem em si, mas pela marca social que a maioridade traz.
Em termos do cotidiano, a vida do jovens continua a mesma, mas se altera em grau da lei e cobrança social. Pelo lado da lei, este agora é responsável por seus atos, portanto, pode ser colocado sob o controle dela. Pela cobrança social, um jovem que antes podia ser “livre” e ainda era considerado adolescente, tem a cobrança aumentada consideravelmente, chegando-se em um empasse.
Existe a perspectiva social, legalista e a do desenvolvimento do jovem. Sobre a primeira já foi dito, mas esta influencia a segunda, no sentido de as pessoas ao redor criarem outra imagem, a de que o sujeito já é capaz, deve ser independente. Agora, entra-se no campo das classes sociais. O destino do jovem, independente de seu desenvolvimento, pode já ser dado.
Em classes economicamente inferiores pode ser que na época do vestibular, o jovem já esteja trabalhando, ou seja, cobrado para tal e tudo isso para cumprir necessidades básicas da vida como alimentação e moradia. Já em classes mais abastadas, pode haver possibilidades de o jovem escolher trabalhar ou ir para uma universidade, mas sobre este individuo, talvez exista uma pressão maior para que ele frequente uma universidade. Nesse sentido, fazer 18 anos representa um passo, a transformação de adolescente para socialmente adulto, e isso pode ser considerado um rito de passagem.
Ir a uma universidade em outras idades possui outros significados, importantes, mas não tanto quanto para os jovens, exceto o tabu de idosos irem para a faculdade, mas isso já é outro tema. Agora pela perspectiva desenvolvimentista.
Há de se salientar os três aspectos do desenvolvimento do jovem segundo Erick Erickson:[1] ideológico, sexual e profissional. O primeiro, diz respeito à ideologia do jovem e também a escolha ou não religiosa. O segundo sobre a opção sexual. A terceira é o que importa e escolher uma universidade, ou ingressar no mercado de trabalho entra neste tema. Em termos da adolescência, [2]não há um critério cronológico para determinar a fase. Em termos da clínica, usa-se um critério funcional, isto é, aquele que funciona sistematicamente como um adolescente (em qualquer idade) é um adolescente. [3]Mas, socialmente está ligado a questões sócio econômicas, entrada em uma universidade ou casamento. A Universidade implica em dependência financeira dos pais na maioria das vezes, ou seja, com o foco nos estudos, os jovens passam mais tempo morando na casa dos pais ou responsáveis. Para tornar-se adulto, de fato é preciso ser capaz de assumir as responsabilidades da vida adulta. Como tudo isso se relaciona com a escolha de fazer ou não vestibular?
É preciso que o sujeito esteja consciente da própria situação, isto é, em questão econômica e social. Essas duas questões irão influenciar de forma muito marcante sua escolha, devido ao momento e sua história passada. Depois, mas principalmente é preciso olhar para si, saber se irá ou não a uma universidade, e se caso vá, para qual curso pretende ir. É importante se perguntar quais são seus interesses, onde se enxerga trabalhando e não levar em conta de forma predominante, o aspecto econômico da escolha.
Primeiro porque em [4]nenhuma profissão uma alta remuneração é garantida. Segundo, a escolha profissional é séria, e em alguns cursos uma formação mal feita pode significar menos uma vida .No entanto, mesmo que inicialmente tenha feito a escolha errada, o caminho pode ser corrigido, porque não necessariamente [5]é para toda vida. O que não vale nesse sentido é ter uma má formação. E terceiro, mesmo que as duas questões anteriores não fossem problema, o caminho até a formação é longo.
Não ter prazer ou não ver sentido algum no que se faz durante esse tempo pode ser extremamente angustiante, podendo fazer o sujeito simplesmente desistir e “perder tempo”, apesar de ter adquirido algum conhecimento. E principalmente, não é preciso sentir vergonha se não estiver preparado (a) para ir a uma universidade aos 18. Apesar de isso ser cobrado socialmente nem todos devem fazer assim, existe o aspecto individual, cada um a seu tempo. Além de que nem sempre é preciso ir a uma universidade, pode-se viver sem ela muito bem econômica e socialmente. E pior, ingressar em uma universidade sem estar preparado pode ter sérias consequências, portanto é mais saudável esperar se estiver preparado.
Parece que a escolha ou fica em critério da remuneração ou do gosto, mas ambos isolados não funcionam. O melhor nesse sentido é a síntese dos dois, isto é, [6]ganhar dinheiro fazendo o que se gosta. O melhor parece ser tornar seu talento rentável, não só para isso, também para si mesmo. Mas, o que deve influenciar mais na escolha? O sujeito, pois a escolha é dele, e por isso deve arcar com suas consequências.
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Escrito por: Rafael Pisani
Referências:
Adolescência prolongada:o tempo que não se quer deixar passar; A.R CRUZ-M.M CÂMARA; Disponível em: http://www.educaremrevista.ufpr.br/arquivos_15/camara_cruz.pdf . Data de acesso: 27 de Dezembro de 2014
A ORIENTAÇAO VOCACIONAL: SUA IMPORTÂNCIA NA DEFINIÇÃO PROFISSIONAL DE ESTUDANTES ADOLESCENTES; A.P.S VIVEIROS-A.R JUNIOR; Disponível em: http://revistas.ung.br/index.php/educacao/article/view/114/236 . Local de publicação: revista educação, ; 2007, vol. 2, numero 2. Universidade nacional de Guarulhos (UNG); Data de acesso: 01 de janeiro de 2015
Conflito de gerações nas organizações: um fenômeno social interpretado a partir da teoria de Erik Erikson; B.R.G PEIXOTO; G.L Fusari; R.M CHIUZI; Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v19n2/v19n2a18.pdf . Revista de publicação: Temas em Psicologia; 2011, vol. 19, numero 2, páginas 579-590, ISSN 1413-389x; Data de acesso: 28 de Dezembro de 2014
Disponível em: http://www.sejabixo.com.br/vestibular/como2.asp?id=458 Nube- Núcleo Brasileiro de Estágios / http://www.sejabixo.com.br . Data de acesso: 27 de Dezembro de 2014
Disponível em: https://www.psicologiamsn.com/2013/05/ganhar-dinheiro-ou-fazer-o-que-se-gosta.html Professor Felipe de Souza/ https://www.psicologiamsn.com . Data de acesso: 27 de Dezembro de 2014
[1]Fonte dos três aspetctos da identidade: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v19n2/v19n2a18.pdf Consultar página 7
[2] Fonte até critério funcional: http://www.educaremrevista.ufpr.br/arquivos_15/camara_cruz.pdf Consultar página 2
[3]Fonte até “responsabilidades da vida adulta.”:http://revistas.ung.br/index.php/educacao/article/view/114/236 Consultar página 1
[4]Fonte desta frase: https://www.psicologiamsn.com/2013/05/ganhar-dinheiro-ou-fazer-o-que-se-gosta.html
[5]Fonte desta frase: http://www.sejabixo.com.br/vestibular/como2.asp?id=458
[6]Fonte de “até para si mesmo”: https://www.psicologiamsn.com/2013/05/ganhar-dinheiro-ou-fazer-o-que-se-gosta.html
BlogProg publica carta de repúdio a Jair Bolsonaro
10 de Dezembro de 2014, 15:47A Comissão Nacional do Movimento de Blogueiros Progressistas e Ativistas Digitais (BlogProg) vem a público manifestar seu repúdio diante de mais uma cena de intolerância, desrespeito e preconceito protagonizada pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), conhecido por suas posições políticas fascistas, pelo discurso de ódio e pela intolerância política.
Na sessão da Câmara Federal desta terça-feira, 9, ele extrapolou todos os limites ao agredir a deputada Maria do Rosário (PT-RS), dizendo em tom de ameaça que "só não te estupro porque você não merece". A parlamentar havia feito discursado em defesa do direito à memória, à verdade e à justiça sobre os fatos envolvendo a ditadura militar no Brasil. Bolsonaro, um saudosista do regime dos generais, reagiu com sua verborragia costumeira incitando a violência sexual contra a ex-ministra dos Direitos Humanos.
Essa não é a primeira vez que o deputado passa por cima da ética, envergonha a representação política e zomba da democracia brasileira. Por isso, nos juntamos às vozes que, em razão da flagrante quebra de decoro, exigem a cassação do seu mandato. Não podemos aceitar que essa nova agressão, a exemplo de tantas outras registradas à exaustão, passe despercebida sem sofrer nenhuma consequência. Um parlamentar que prometeu defender a Constituição Cidadã não tem o direito de continuar destilando ódio impunemente.
Geopolítica da espionagem: as Ramificações do Caso Edward Snowden
18 de Novembro de 2014, 14:22Com a revelação da máquina de vigilância utilizada pelo serviço de inteligência norte-americano, o caso Snowden mostrou o pouco respeito da administração Obama pela privacidade. Seu alcance, porém, é ainda maior: revela a estrutura das relações de poder em escala global e as mutações do capitalismo digital
por Dan Schiller
As revelações sobre os programas de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos provocaram “mudanças fundamentais e irreversíveis em muitos países e em muitas áreas”,1 enfatiza Glen Greenwald, jornalista do The Guardian que tornou públicas as informações confidenciais disponibilizadas por Edward Snowden. Em 2013, a chanceler alemã, Angela Merkel, e a presidenta brasileira, Dilma Rousseff, questionaram publicamente Barack Obama, condenando as violações à privacidade cometidas pelos Estados Unidos – das quais ambas foram vítimas. A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou por unanimidade uma resolução reconhecendo a proteção de dados pessoais na internet como um direito humano. E, em junho de 2014, o Ministério da Justiça norte-americano, em resposta à União Europeia, prometeu enviar ao Congresso um projeto de lei estendendo aos cidadãos europeus alguns dispositivos de proteção da privacidade aplicados aos norte-americanos.
Entretanto, para apreciar plenamente a extensão do impacto internacional do caso Snowden, é preciso abrir o foco para além das infrações à lei e considerar o impacto dessas revelações sobre as forças econômicas e políticas mundiais, estruturadas em torno dos Estados Unidos.
Em primeiro lugar, a espionagem – uma das funções da NSA – é parte integrante do poder militar norte-americano. Desde 2010, o diretor da agência é também o responsável pelas operações digitais ofensivas, na condição de comandante do Cyber Command do Exército: os dois órgãos estão ligados ao Ministério da Defesa. “Os Estados Unidos poderiam utilizar armas cibernéticas [...] em operações militares ordinárias, assim como mísseis de cruzeiro ou drones”, declarou ao The New York Times (20 jun. 2014) o almirante Michael S. Rogers, recentemente nomeado chefe da NSA e do Cyber Command.
Em segundo lugar, esse dispositivo militar é parte de um contexto muito mais amplo: o das alianças estratégicas seladas pelos Estados Unidos. Desde 1948, o acordo UK-USA é o cerne dos programas de vigilância das comunicações mundiais. Nesse tratado, os Estados Unidos são chamados de “primeira parte” (first party), sendo a NSA especificamente reconhecida como “parte principal” (dominant party). Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia representam as “partes secundárias” (second parties). Todos esses países – além de se comprometerem a garantir o monitoramento das comunicações em determinada região, compartilhar sua infraestrutura com os Estados Unidos e realizar operações conjuntas com eles – podem acessar as informações coletadas em conformidade com os procedimentos estabelecidos por Washington.2
Os países do UK-USA – os five eyes (“cinco olhos”), como às vezes são chamados – foram parceiros na Guerra Fria. A União Soviética era o principal adversário. No entanto, diante do avanço dos movimentos anticoloniais, anti-imperialistas e mesmo anticapitalistas na Ásia, África e América Latina, os Estados Unidos ampliaram sua capacidade de coletar informação em escala mundial. As alianças que fundaram esse sistema vão muito além do círculo dos primeiros signatários – por exemplo, a leste e a oeste da União Soviética, Japão e Alemanha estão entre as “terceiras partes” (third parties) do tratado. Note-se que, após as revelações de Snowden, Merkel pediu que os Estados Unidos compartilhassem as informações de que dispunham com a Alemanha, em condições semelhantes àquelas concernentes às “partes secundárias”. O governo Obama indeferiu o pedido.
A indústria privada das informações públicas
Os membros com o status de “terceiras partes” evoluíram ao longo do tempo, mas todos têm acesso restrito às informações coletadas. Foi o caso, por algum tempo, do Irã, bem localizado para observar o sul da União Soviética. Com a revolução de 1979, os Estados Unidos tiveram de encontrar um substituto. Então, institucionalizaram os laços com a República Popular da China, e as relações entre os dois países melhoraram após a visita secreta de Henry Kissinger, em abril de 1970. A província de Xinjiang parecia um lugar conveniente para espionar os russos: Deng Xiaoping, o grande arquiteto da abertura da China para a economia de mercado, autorizou a CIA a construir duas estações de monitoramento, com a condição de que fossem ocupadas por técnicos chineses. Operacionais desde 1981, elas funcionaram pelo menos até meados da década de 1990.
Visto que nenhum Estado tem uma rede de espionagem tão extensa quanto a dos Estados Unidos, o argumento de que “todos os países fazem a mesma coisa” não se sustenta. Dos satélites, na década de 1950, até a infraestrutura digital, os Estados Unidos modernizaram seus sistemas de vigilância global várias vezes. No entanto, desde o início da década de 1990 e a queda dos regimes comunistas, a vigilância também mudou de função. Ela continua tendo o objetivo de combater as ameaças, presentes ou futuras, que pesam sobre uma economia mundial construída em torno dos interesses norte-americanos. Mas essas ameaças diversificaram-se: atores não estatais; países menos desenvolvidos determinados a conseguir uma melhor posição na economia mundial ou, pelo contrário, países que desejam partir para outras vias de desenvolvimento; e – o principal – outros países capitalistas desenvolvidos.
Para esclarecer esse movimento estratégico, deve-se ressaltar um aspecto econômico do sistema de inteligência norte-americano diretamente relacionado ao capitalismo digital. Nas últimas décadas, desenvolveram-se as indústrias da ciberguerra, da coleta e análise de dados, que não presta contas a ninguém e da qual faz parte o ex-patrão de Snowden, a empresa Booz Allen Hamilton. Em outras palavras, com a privatização em massa, “o outsourcingda inteligência secreta” banalizou-se. Assim, o que por muito tempo foi uma prerrogativa do Estado tornou-se uma enorme joint ventureentre este e o meio empresarial. Como demonstrou Snowden, o complexo de vigilância norte-americano está agora ligado ao coração da indústria da internet.
BOX Pan-óptico digital Por Pierre Rimbert No início de 2013, um consultor de informática de uma empresa subcontratada da Agência de Segurança Nacional (NSA), Edward Snowden, copiou e enviou aos jornalistas Glenn Greenwald e Laura Poitras várias centenas de milhares de documentos secretos relacionados aos programas de espionagem conduzidos pelos Estados Unidos e seus aliados em nome da luta contra o terrorismo. Embora ninguém esperasse candura da maior potência mundial, as publicações realizadas desde junho de 2013 revelaram um sistema tentacular. O Programa Prism permite à NSA coletar dados segmentados (e-mails, conversas, contatos, vídeos...) das grandes empresas digitais norte-americanas, como Facebook, Apple, Google, Microsoft e Yahoo. Por sua vez, o programa XKeyscore armazena em centenas de servidores em todo o mundo informações sobre a atividade de todos os internautas (e-mails, buscas, sites visitados, postagens em redes sociais...). Os documentos divulgados por Snowden também mostraram que a NSA (muitas vezes ajudada pela inteligência eletrônica britânica) espiona comunicações chinesas, de diversas instituições europeias, da sede das Nações Unidas, da Agência Internacional de Energia Atômica, de diplomatas, embaixadas, chefes de Estado e de governo, incluindo os aliados dos Estados Unidos, comunicações brasileiras, transações com cartão de crédito – a lista parece interminável. Às vezes, essa vigilância implica intervenções físicas: por exemplo, agentes da NSA instalam dispositivos de marcação para monitorar roteadores interceptados durante a entrega. E os serviços de inteligência eletrônica britânicos captam (e compartilham com os colegas norte-americanos) dados telefônicos e informáticos, invadindo diretamente cabos submarinos transatlânticos (Projeto Tempora). Em viagem a Hong Kong, quando fez as primeiras revelações, Snowden foi processado nos Estados Unidos por espionagem e roubo de documentos do Estado. Esses processos levaram-no a pedir asilo à Rússia; os jornalistas a quem enviou os documentos receberam o Prêmio Pulitzer em abril de 2014. Pierre Rimbert é redator-chefe do Le Monde Diplomatique. |
Há fortes razões para crer que as empresas do Vale do Silício participaram de forma sistemática – e, na maioria das vezes, fraterna – de alguns aspectos de uma operação ultrassecreta da NSA intitulada “Enduring Security Framework” (Quadro de Segurança Sustentável).3 Já em 1989, um especialista em comunicações militares comemorava os “laços estreitos entre as empresas norte-americanas [...] e as altas instâncias da segurança nacional norte-americana”, pois as referidas empresas “facilitavam o acesso da NSA ao tráfego internacional”.4 Vinte e cinco anos depois, essa relação estrutural permanece. Embora os interesses de tais companhias não se confundam realmente com os do governo norte-americano, é incontestável que as grandes empresas de computação são parceiras indispensáveis para Washington. “A maioria das empresas que, há muito tempo, permitem à agência estar na vanguarda da tecnologia e ter um alcance global ainda trabalha conosco”, reconheceu o diretor da NSA, em junho de 2014, no The New York Times.
Contra todas as evidências, Google, Facebook e outros negam esse envolvimento e fingem indignação. Uma reação lógica: essas empresas construíram sua fortuna com base na espionagem em grande escala para fins comerciais – para si e para seus apoiadores financeiros, as grandes agências de publicidade e marketing.
A coleta de dados pelas grandes empresas, maciça e acordada, não é um fato natural. Foi preciso torná-la possível, principalmente pela transformação da arquitetura inicial da internet. Na década de 1990, quando a World Wide Web apenas começava a entrar na vida social e cultural, as empresas de computação e os anunciantes pressionaram o governo Clinton para reduzir a proteção da privacidade ao mínimo estrito. Assim, puderam modificar a internet, de modo a monitorar os usuários para fins comerciais. Rejeitando as iniciativas de proteção de dados – mesmo tímidas –, redes sociais, ferramentas de busca, provedores de acesso e publicitários continuam a exigir maior integração do monitoramento comercial da internet – é por isso que promovem a transição para a computação “em nuvem” (cloud service computing). Poucos milhares de empresas gigantes ganharam o poder de monopolizar as informações do mundo inteiro, do berço ao túmulo, a qualquer hora do dia. Como explica Evgeny Morozov, as estratégias de lucro dessas empresas se assentam explicitamente nos dados dos usuários. Elas constituem, nas palavras do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, “motores de vigilância”.5
Essas estratégias de lucro tornaram-se a base do desenvolvimento do capitalismo digital. A dinâmica de apropriação dos dados pessoais eletrônicos cresce fortemente, como resultado de uma dupla pressão: econômica e política. Precisamente por isso, ela se expõe a uma dupla vulnerabilidade, trazida à tona pelas revelações de Snowden.
Em maio de 2014, o Tribunal de Justiça Europeu decidiu que os indivíduos tinham o direito de solicitar a retirada dos resultados de pesquisas referentes a dados pessoais “inadequados, irrelevantes ou obsoletos”. Em quatro dias, o Google recebeu 41 mil requerimentos fundamentados nesse “direito ao esquecimento”. Ainda mais revelador, em junho de 2014, 87% das 15 mil pessoas interrogadas em quinze países pela empresa de relações públicas Edelman Berland disseram que a lei deveria “proibir as empresas de comprar e vender dados sem o consentimento” dos envolvidos. Os mesmos pesquisados consideram que a principal ameaça à proteção da privacidade na internet está no fato de que as empresas podem “utilizar, trocar ou vender, sem [seu] conhecimento, dados pessoais em troca de ganho financeiro”. Para amenizar o descontentamento, a Casa Branca divulgou um relatório recomendando que as empresas limitem o uso dos dados dos clientes. Apesar disso, a administração Obama continua inabalável em seu apoio às transnacionais: “Os big dataserão um motor histórico do progresso”,6 repetiu um comunicado oficial de junho de 2014.
Revitalizar a contestação
A rejeição ao domínio dos interesses econômicos e estatais norte-americanos sobre o capitalismo digital não é perceptível apenas nas pesquisas de opinião. Para aqueles que há muito tempo tentam lutar contra as empresas norte-americanas, as revelações de Snowden são um legado inesperado. Prova disso é a extraordinária “Carta aberta a Eric Schmidt” (CEO do Google), escrita por um dos maiores editores da Europa, Matthias Döpfner, do grupo Axel Springer. Ele acusa o Google, que detém 60% do mercado de publicidade on-line na Alemanha, de querer tornar-se um “super-Estado digital”, sem ter de prestar contas a ninguém. Explicando que a Europa permanece como uma força “fossilizada” nessa área essencial, Döpfner tenta, claro, promover os interesses das empresas alemãs (Frankfurter Allgemeine Feuilleton, 17 abr. 2004).
A estagnação crônica da economia mundial exacerba ainda mais a batalha travada por grandes companhias e o Estado a fim de monopolizar os lucros. Os provedores de acesso à internet e as grandes empresas formam a guarda pretoriana de um capitalismo digital centrado nos Estados Unidos. Sozinha, a Microsoft utiliza mais de 1 milhão de computadores em mais de quarenta países para fornecer seus serviços a partir de uma centena de bancos de dados. Android e iOS, os sistemas operacionais do Google e da Apple, respectivamente, estavam instalados em 96% dos smartphones vendidos no mundo no segundo trimestre de 2014.
O capitalismo digital baseado na internet impressiona pela dimensão, dinamismo e perspectivas de lucro, como demonstram não apenas a indústria diretamente ligada à internet, mas campos tão diversos como o setor automotivo, os serviços médicos, a educação e as finanças. Que empresas, estabelecidas em quais regiões, ficarão com os lucros?
Nesse plano, o caso Snowden atua como elemento perturbador, pois revive a contestação da ciberdominação norte-americana. Nas semanas seguintes às primeiras revelações, abundaram especulações sobre a influência que os documentos publicados por Snowden teriam sobre as vendas internacionais das empresas norte-americanas de novas tecnologias. Em maio de 2014, o CEO da companhia de equipamentos de informática Cisco, por exemplo, escreveu ao presidente Obama alertando que o escândalo NSA minou “a confiança em nossa indústria e na capacidade de as empresas de tecnologia venderem seus produtos em todo o mundo” (Financial Times, 19 maio 2014).
Para as empresas de computação, a ameaça proveniente do mundo político está tomando forma. Alguns Estados, mencionando as revelações de Snowden, reorientam sua política econômica. Brasil e Alemanha consideram a possibilidade de autorizar apenas fornecedores nacionais a guardar os dados de seus cidadãos – medida já em vigor na Rússia. Em junho passado, o governo alemão rescindiu o contrato que há muito tempo o ligava à empresa norte-americana Verizon, em favor da Deutsche Telekom. Um líder democrata cristão, por sua vez, declarou que os homens da política e da diplomacia alemã deveriam voltar a usar máquina de escrever na elaboração de todos os documentos sensíveis. Brasil e União Europeia, que planejam a construção de uma nova rede de telecomunicações submarinas, para que suas comunicações intercontinentais não dependam mais da infraestrutura norte-americana, confiaram essa tarefa a empresas brasileiras e espanholas. Da mesma forma, Brasília falou em abandonar o Outlook, serviço de mensagens da Microsoft, em favor de um sistema que utiliza centros de dados localizados em território nacional.
Batalha pela regulamentação da internet
Atualmente, as represálias econômicas contra as empresas de informática norte-americanas continuam. A Alemanha proibiu o aplicativo de compartilhamento de carros Uber; na China, o governo explicou que os equipamentos e serviços de informática norte-americanos representam uma ameaça à segurança nacional, pedindo que as empresas estatais não recorram a eles.
Desafiadas, as gigantes norte-americanas do mundo digital não se contentam com uma ofensiva de relações públicas. Elas reorganizam suas atividades para mostrar aos clientes que respeitam a legislação local de proteção de dados. Assim, a IBM planeja investir US$ 1 bilhão na construção de bancos de dados no exterior na esperança de tranquilizar os clientes preocupados com a espionagem norte-americana. Nada garante que isso acalme os temores, com Washington pedindo à Microsoft para lhe enviar e-mails armazenados em servidores na Irlanda...
Entretanto, não nos enganemos: o objetivo das autoridades norte-americanas continua sendo a ampliação dos benefícios oferecidos a suas transnacionais da informática. Em maio de 2014, o procurador-geral dos Estados Unidos apresentou queixa contra cinco oficiais do Exército chinês por ciberespionagem comercial, argumentando que a China estava envolvida em táticas de concorrência abertamente ilegais. No entanto, e de forma significativa, o Financial Timesrevelou que a queixa apresentada pelos campeões da espionagem causou alvoroço na indústria alemã, “que anda preocupada com roubos de propriedade intelectual” (22 maio 2014). Seria esse o efeito pretendido pelas autoridades norte-americanas?
Por que os Estados Unidos esperaram esse momento preciso para tomar uma atitude? Há anos o país acusa a China de lançar ataques cibernéticos contra suas empresas – quando foi ele próprio que invadiu roteadores e equipamentos de internet de uma empresa chinesa concorrente, a Huawei... Uma motivação, de ordem política, transparece: neste ano de eleições de meio mandato, o governo democrata pretende fazer da China um predador que destrói os empregos norte-americanos roubando propriedade intelectual. Ao mesmo tempo, o questionamento público de Pequim destaca sutilmente que, entre aliados, o status quo – um capitalismo digital dominado pelos Estados Unidos – continua sendo a melhor opção.
Aqui chegamos ao cerne do problema. Segundo declara, Snowden esperava que suas revelações “fossem um apoio necessário para construir uma internet mais igualitária”.7 Ele queria não apenas provocar um debate sobre a vigilância e o direito à privacidade, mas também influenciar a discussão sobre os desequilíbrios inerentes à infraestrutura de internet.
Em sua própria construção, a internet sempre beneficiou os Estados Unidos. Uma oposição, internacional porém esporádica, fez-se ouvir na década de 1990. Ela se intensificou entre 2003 e 2005, durante a Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação, e novamente em 2012, em uma reunião multilateral organizada pela União Internacional de Telecomunicações. As revelações de Snowden agravaram ainda mais o conflito sobre a “governança global da internet”.8 Elas enfraqueceram a “capacidade de Washington orientar o debate sobre o futuro da internet”, diz o Financial Times, citando um ex-chefe do governo norte-americano, para quem “os Estados Unidos não têm mais autoridade moral para falar em internet livre e aberta” (21 abr. 2014).
Depois que a presidenta Dilma Rousseff condenou as infrações cometidas pela NSA diante da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro de 2013, o Brasil anunciou a realização de uma reunião internacional para examinar as políticas institucionais definidas pelos Estados Unidos sobre a internet: a NETmundial – Reunião Multipartite Global sobre Governança da Internet, foi realizada em São Paulo, em abril de 2014, e congregou nada menos que 180 participantes, representantes de governos, empresas e associações.
Os Estados Unidos, porém, tentaram conter a iniciativa: poucas semanas antes da reunião, prometeram, não sem impor várias condições importantes, abandonar o papel de supervisão formal da Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann), organização que administra algumas das funções vitais da rede. A operação foi bem-sucedida. Após a NETmundial, a Software and Information Industry Association, estabelecida nos Estados Unidos, comemorou: “As propostas sobre vigilância continuam moderadas”, e “a reunião não deu grande espaço aos que preferem um controle intergovernamental da internet, ou seja, sob a égide das Nações Unidas”.9
Em última análise, são os conflitos econômico-geopolíticos e os realinhamentos emergentes que determinaram o resultado da reunião em São Paulo. Embora o Brasil tenha voltado para o colo dos norte-americanos, Rússia e Cuba recusaram-se a assinar a resolução final e ressaltaram que o discurso dos Estados Unidos sobre a “liberdade da internet” soava oco; a delegação indiana declarou-se insatisfeita, acrescentando que só daria seu acordo após consultar o governo; e a China voltou à carga, denunciando, não sem razão, a “ciber-hegemonia” norte-americana (China Daily, 21 maio 2014). Essa opinião está ganhando terreno. Depois da NETmundial, o Grupo dos 77 e a China chamaram as entidades intergovernamentais “para discutir e examinar o uso das tecnologias da informação e comunicação a fim de garantir sua plena consonância com o direito internacional”,10 exigindo o fim da vigilância em massa extraterritorial.
Assim, cresce o conflito estrutural sobre a forma e o domínio do capitalismo digital. Embora a coalizão díspar contra o poder e as grandes empresas do Vale do Silício tenha adquirido certa dimensão, estas últimas continuam determinadas a manter sua dominação mundial. Segundo Kissinger, célebre advogado da supremacia dos Estados Unidos, os norte-americanos devem se perguntar: o que queremos evitar, a qualquer preço, e sozinhos, se necessário? O que devemos tentar realizar, mesmo fora de qualquer quadro multilateral? Muito felizmente, os Estados, as transnacionais e seus protetores não são os únicos atores políticos. Sejamos gratos a Snowden por nos lembrar disso.
Dan Schiller é professor de comunicação na universidade Urbana-Champaign (Illinois), autor de How to think about information, University of Illinois Press, Chicago, 2006.
Ilustração: Alpino
Fonte: Le Monde Diplomatique Brasil
A Festa Operária: 29/11/2014
17 de Novembro de 2014, 13:18Camaradas,
Finalmente o nosso dia!
Temos o carinho de convidar e a certeza de contar com a presença de cada militante que contribuiu nesses anos com a INVESTIGAÇÃO OPERÁRIA. Dia 29 de novembro vamos lançar o nosso livro.
Será um grande encontro das famílias de trabalhadores, de lutadores, daqueles que irmanados construíram a resistência à ditadura e continuaram lutando contra a opressão capitalista.
A luta não para!
Que a experiência dos que enfrentaram os patrões, a pelegada, a repressão e os militares no poder possa ajudar no diálogo com os jovens lutadores de hoje, que agora testam, ensaiam novas formas de luta.
Vamos garantir que os jovens estejam presentes nessa festa operária.
NOSSO ENCONTRO, NOSSA FESTA!
Dia 29 de novembro (sábado). Horário: 13h30
Local: Memorial (onde foi o DOPS)
Largo General Osório 66 - Estação e Metro LUZ
Ação e observação
10 de Novembro de 2014, 21:45 - sem comentários aindaO que é o mundão?
Sei que dele conheço o mundinho
E assim vai o caminho
Olhando e agindo
Na vida também
Observação
Aprendizado
ação
Se observação
Aprendizado e ação
Observação leva a ação
Ação vem da obervação
Lembrem- se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.
Escrito por: Rafael Pisani
Oficina Blogoosfero: Comunicação e Hegemonia Popular na Era Digital
5 de Novembro de 2014, 11:47 - sem comentários aindaDurante o 20º Curso Anual do NPC será realizada a oficina Blogoosfero: Comunicação e Hegemonia Popular na Era Digital
A Plataforma de Comunicação Livre Blogoosfero.cc, baseada no software livre nacional noosfero, é resultado da luta dos blogueiros progressistas por garantias de privacidade no armazenamento dos dados, autonomia na gestão da política de conteúdos e liberdade de expressão.
O Blogoosfero é usado por blogueir@s, movimentos sociais e sindical, organizações educativas, telecentros, TVs Comunitárias, ONGs, candidatos, parlamentares, ativistas digitais, etc, que se preocupam com a segurança de seus dados pessoais e coletivos, defendem a Liberdade de Expressão e lutam pela Soberania Tecnológica de nosso país.
Neste início da era do capitalismo informacional, um dos desafios que está colocado para nós, brasileiros, é aceitar a condição de consumidores de tecnologias e informações alheias ou nos transformarmos em produtores autônomos e soberanos das mesmas.
Mas como fazer isso? Eu não entendo nada de computadores!!!
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