Muito tempo atrás ouvi de um jornalista com quem convivi durante um certo tempo que naquele jornalão paulistano em que ele trabalhava o desempenho do pessoal não era medido apenas pelo lado profissional, ou seja, se o sujeito sabia apurar uma notícia, se escrevia bem, se era um copidesque eficiente, mas também se tinha um bom caráter.
Claro que essa história de avaliar o caráter de alguém exige um enorme grau de subjetividade.
O que pode ser uma virtude para alguns pode ser um defeito para outros.
Mas há valores que são vistos como positivos por todos.
Entre eles, certamente está a lealdade.
O sujeito leal é, segundo os nossos dicionários, aquele que age conforme as leis da probidade e da honra, é digno, honrado, íntegro, não falta à palavra dada ou a cumpre irrestritamente, é fiel, respeitador, responsável, é alguém em quem se pode contar, é confiável, sincero, verdadeiro...
E por aí.
E por essas e outras fica fácil saber o que levou esse segundo governo Dilma ao desastre e à consequente tragédia que se abate sobre o país.
Está certo que num governo de coalização, que foi o modelo escolhido pelo PT para chegar e se manter no poder, você tem de engolir muitos sapos, tem de conviver com desconhecidos, tem de aceitar trabalhar com alguém que, até outro dia, você nem sabia que existia.
Mas o nível de deslealdade com a presidenta e o programa de governo por parte das pessoas escolhidas para compor a administração federal é coisa do outro mundo.
A impressão é de que todos conspiravam com todos em todos os momentos.
O resultado não poderia ser outro.
O Dr. Mesóclise e seu bando são a definição viva, em carne e osso, da deslealdade.
A eles se juntam ministros do Supremo Tribunal Federal nomeados por Lula e Dilma, e até o procurador-geral da República, entre outras figuras menores.
O que falta a essas pessoas em caráter, sobra em cinismo, desfaçatez e hipocrisia.
E ousadia.
Afinal, são raros aqueles que exibem publicamente, como um troféu, a traição, e que querem nos convencer de que ela é uma virtude. (Carlos Motta)