O processo de lavagem cerebral por que passa o Brasil, ressuscitando, na figura do Partido dos Trabalhadores, o velho e ultrapassado ódio aos comunistas, vem de longe, desde que a agremiação se tornou a mais expressiva força da esquerda brasileira e aquela com maior engajamento popular.
A oligarquia do país nunca suportou qualquer tentativa de perder o protagonismo político.
Sempre esteve no poder, sempre usufruiu, direta ou indiretamente, das regalias que só os poderosos têm.
Impôs um aviltante e cruel sistema de castas, a Casa Grande e a Senzala, os ricos e os pobres, os brancos e os negros, os sulistas e os nordestinos.
De tempo em tempo, fazia mínimas concessões as despossuídos, mas nada que pudesse contestar a sua supremacia.
Getúlio e Jango que o digam.
E o PT, que passou a ser fustigado com um vigor redobrado assim que Lula assumiu a presidência e tornou possível que os miseráveis ficassem apenas pobres e os pobres ascendessem à classe média - e o país desse alguns poucos passos em direção a uma sociedade mais justa e igualitária.
É um jogo pesadíssimo, que envolve atores profissionais, experts com larga experiência em propaganda e contrapropaganda, na repaginação do velho e conhecido "agitprop", e muito, mas muito dinheiro.
Não é apenas o poder político que está em jogo, porém.
Há interesses econômicos por trás de toda essa onda golpista.
O mais evidente são os bilhões de dólares que a camada de pré-sal do petróleo esconde.
Outros começam a surgir neste momento, como a precarização das relações trabalhistas, algo que renderá outros bilhões para a oligarquia.
Para essas pessoas, a democracia é apenas um conceito que deve ser manipulado a seu bel-prazer.
A verdadeira democracia, essa que a Constituição de 88 pretendia forjar, é execrada por eles.
As recentes manifestações, ínfimas ainda, pedindo socorro aos militares para livrar o país dos "petralhas", expressam o desejo desses oligarcas, que se utilizam, para atingir seus fins, de analfabetos políticos e cívicos como bucha de canhão, bois de piranha.
Por serem "midiotas" - termo que expressa bem a sua formação intelectual -, dependem exclusivamente dos meios de comunicação, todos devidamente aparelhados, para receber as palavras de ordem sobre o que fazer, como agir e sobre quem investir.
Numa guerra convencional, quando um exército alonga demais as suas linhas de abastecimento, ele se torna um alvo fácil para o inimigo - que pode cortá-las e assim, minar o oxigênio das tropas, que ficam isoladas.
Para deter essa torrente de ódio que se alastra pelo país, com o intuito de derrubar um governo legítimo, é preciso uma combinação de ações.
Mas a principal é secar a fonte do veneno, que abastece diariamente, a cada segundo, as tropas reacionárias que desejam que o Brasil interrompa este ciclo progressista.