A verdade das pesquisas é a margem de erro
7 de Junho de 2014, 16:18 - sem comentários ainda | No one following this article yet.
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E haja pesquisa eleitoral!
E haja espertalhões faturando alto com a indústria de expectativas criada por esses levantamentos.
O índice Bovespa sobe e desce a cada minuto do dia, alimentado por números cambiantes, mutáveis, mágicos.
Os jornalões contribuem para enterrar de vez qualquer traço de seriedade que os Datafolhas e Ibopes da vida possam ter.
A Folha diz no título da matéria sobre a última pesquisa de seu instituto que Dilma caiu e seus adversários pararam de subir.
Mas o texto, o gráfico, todas as informações afirmam outra coisa: os três candidatos caíram!
Pobre jornalismo, pobre ética profissional, pobres de nós...
A esculhambação chega a níveis estratosféricos, a alturas nunca antes atingidas.
Está certo que a eleição presidencial deste ano virou uma guerra, questão de vida ou morte para uma oposição desesperada, sem ideias, sem programa alternativo capaz de empolgar o eleitorado não cativo, os 30% que sempre vão votar contra o PT, compostos pela oligarquia, os endinheirados, e parcelas da classe média ressentidas pela ascensão social de milhões de pessoas e assombradas pelos seus próprios preconceitos e ódios.
Mesmo assim, vale lembrar que até a guerra, a mais sórdida invenção humana, tem lá suas regras.
A eleição presidencial deste ano, tudo indica, será um vale-tudo: vale mentir, vale caluniar, vale ofender, vale violar a legislação...
Nesse esquema, as pesquisas ocupam um lugar importantíssimo.
Ajudam a dar um lustro "científico" ao suposto pessimismo que grassa no país, ao alardeado descontentamento da população com tudo - embora haja quase pleno emprego, renda em alta, crédito farto e barato, educação acessível, uma série de benefícios sociais inexistentes há alguns anos.
A verdade de toda pesquisa está em sua margem de erro: dois pontos para cima, dois pontos para baixo e tudo se ajeita.
Sempre foi assim.
A diferença é que, desta vez, a margem de erro está mais elástica para permitir que os números sejam aliados do esforço hercúleo de defenestrar os trabalhistas do Palácio do Planalto.
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