Manifestação em Brasília: muito barulho, poucas pessoas (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil) |
@ A imensa maioria da população brasileira não está nem aí para essa história de impeachment da presidenta, ao contrário do ocorrido com Collor. Muita gente pode não gostar do governo, pode não gostar do PT, mas há uma diferença imensa entre isso e sair às ruas para participar de manifestações como as de domingo.
@ A ultradireita está à frente da organização dos atos, por meio de vários "movimentos", e, tudo indica, tem muitos recursos financeiros para essa tarefa. Afinal, contratar trios elétricos, mandar confeccionar bonecos gigantes e faixas enormes, não é para qualquer um.
@ A ultradireita é isso o que se viu: faz muito barulho nas redes sociais, mas representa uma ínfima parcela da população brasileira. Se, por exemplo, seu ídolo Bolsonaro fosse candidato presidencial, não teria nem 3% dos votos.
@ O público das manifestações é composto por 99,9% de brancos de classe média e classe média alta. Parece que pobres e negros são proibidos de engrossar o coro dos descontentes, a não ser para carregar faixas e cartazes, pagos, naturalmente.
@ Quanto mais aparecem nos meios de comunicação, mais os "líderes" das manifestações mostram o quanto são ignorantes, toscos, primários e dissociados da realidade. Assistir a eles falando causa um imenso constrangimento em quem os ouve.
@ O fato de nenhum artista, intelectual, sindicalista ou representante de entidades de classe ou de organizações da sociedade civil participar dos atos indica o seu caráter restrito.
@ A justificativa mais ouvida para o impeachment, de que é preciso acabar com a corrupção, sem que nela se incluam todos os corruptos, mas apenas os do PT e aliados, desqualifica completamente o movimento e mostra que ele visa tão somente ferir a esquerda.
@ A mídia, pelo esforço que fez para inflar a importância dos atos e o número de quem participou deles, está mesmo engajada no golpe para apear Dilma da presidência.
@ A guerra do impeachment será travada no Congresso e nos gabinetes refrigerados das autoridades, e não nas ruas.
@ Em todo o Brasil, no domingo, as manifestações reuniram cerca de 0,1% do eleitorado, ou 0,05% da população. Os números falam por si.