Barbosa diz que foi derrotado por uma "maioria de circunstância". Não seria hora de ele tentar a política? (Foto: Valter Campanato/ABr) |
O destempero de Barbosa é típico daqueles que se veem numa situação limite - no seu caso, a iminência de ver todo o seu esforço para criminalizar o Partido dos Trabalhadores, por meio da condenação de alguns de seus líderes, ir por terra.
Se não fosse assim, certamente o presidente do STF mediria as suas palavras e não teria ofendido, numa só fornada, seus colegas de tribunal, a própria presidente da República - e, por consequência, a democracia que ele tem por dever preservar.
O que Barbosa disse hoje a jornalistas, num intervalo da sessão, é estarrecedor.
Ele conseguiu a façanha de, ao mesmo tempo, expor a sua egolatria, sua intolerância, sua falta de educação e civilidade e, pior de tudo, seu imenso desprezo pelas regras democráticas.
"Sinto-me autorizado a alertar a nação brasileira de que este é apenas primeiro passo. Esta maioria de circunstância tem todo tempo a seu favor para continuar nessa sua sanha reformadora", disse. "Essa maioria de circunstância foi formada sob medida para lançar por terra todo um trabalho primoroso, levado a cabo por esta corte no segundo semestre de 2012", disse.
“Esta é uma tarde triste para o Supremo Tribunal Federal, porque, com argumentos pífios, foi reformada, foi jogada por terra, extirpada do mundo jurídico, uma decisão plenária sólida, extremamente bem fundamentada, que foi aquela tomada por este plenário no segundo semestre de 2012”, afirmou.
A sua espantosa declaração segue o tom daqueles que se julgam acima do bem e do mal, acima de seus semelhantes, daqueles que pensam ser possuidores do dom da infalibilidade, daqueles predestinados a conduzir os medíocres pela senda que os levará à salvação.
A história é pródiga em apontar tipos desse naipe - e todos, sem exceção, se deram mal, acabaram renegados pelo próprio rebanho que pensavam comandar.
O fato é que a decisão do STF, apesar de toda a gritaria de Barbosa e outros ministros, serviu para resgatar um mínimo da seriedade da mais alta corte de Justiça do Brasil.
Agora, é torcer para que essa nefasta figura siga o conselho do ex-presidente Lula e decida arriscar a sua verborragia no campo político.
Seria interessante vê-lo como candidato a qualquer cargo, debatendo com alguns profissionais da área.
Seria até didático para o eleitor assistir a esse "campeão" da moral e dos bons costumes às voltas com algumas questões espinhosas, como a compra de um imóvel nos EUA por meio de uma empresa fantasma, viagens de lazer custeadas pelos cofres públicos, reforma de um banheiro em seu apartamento funcional ao custo de R$ 80 mil, também custeados pelos contribuintes, e outras inquirições de caráter mais pessoal.
Gente de caráter muito mais sólido que o dele que se aventurou na política não aguentou dois rounds de luta...
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