É um chavão, eu sei, mas política não se faz com o fígado, e sim com o cérebro.
A senadora Marta Suplicy, porém, ou não conhece esse velho clichê ou faz questão de contraditá-lo.
A guinada que deu em sua vida política mostra que, ou ela realmente pensa que passar para o outro lado pode lhe render votos, ou então que agindo assim se vinga de algo ou alguém do partido no qual construiu sua carreira.
Seja como for, a sua decisão acentua, pelo menos para boa parte das pessoas, uma faceta de sua personalidade - seu egocentrismo.
Vi a senadora três vezes em minha vida.
Em duas, tive uma péssima impressão.
Ela me pareceu ser uma pessoa extremamente arrogante, o que não é nada bom para quem quer ser político.
A primeira foi em 1982, quando ela e seu então marido Eduardo Suplicy foram a Jundiaí para dar palestras no Gabinete de Leitura Ruy Barbosa. Eduardo era candidato a deputado federal, apoiado pelo pessoal do PT de Jundiaí, do qual eu fazia parte. Marta ainda não era política, mas sim a sexóloga que apresentava um quadro no programa TV Mulher, da Rede Globo.
Lembro que depois, lá pelas 10 horas da noite, fomos com os dois para um bar da vizinhança. O casal até que foi um papo interessante.
A segunda vez que mantive contato com a senadora foi, muitos anos depois, numa sabatina com candidatos a governador do Estado, no Estadão.
Ela surgiu na sala reservada para a conversa com sua assessora de imprensa, mal e mal cumprimentou os jornalistas, manteve em toda a entrevista uma expressão de enfado, como se estivesse fazendo um favor de estar ali.
Como todos sabem, perdeu a eleição.
A última vez que a vi foi num restaurante em Embu das Artes, há uns dez anos.
O local estava praticamente vazio. Havia a mesa que ela ocupava, com seu marido de então, Luis Favre, e um assessor, e a minha, na qual estava com minha esposa.
Em dado momento, a senadora se levantou para ir ao banheiro e passou bem em frente a nós, sem sequer nos olhar.
Detalhe: ela estava em pré-campanha eleitoral.
Dizem que a senadora é muito querida em alguns bairros da periferia paulistana.
Acredito que isso seja verdade.
Afinal, como prefeita fez obras importantes para os pobres, como os CEUs e os corredores de ônibus.
Mas a sua popularidade talvez não advenha só desse fato.
Num país onde há toda espécie de reis, príncipes, rainhas e princesas, uma Smith de Vasconcellos, bisneta e trineta dos barões de Vasconcellos, deve ser uma atração e tanto para o povo miserável dos rincões da capital.
Para essa população, acredito que não era só a prefeita que a visitava, mas, antes de mais nada, a celebridade que se dignava a se aproximar de seus fãs.
Agora, aos 70 anos, talvez ela tenha se cansado de ser apenas uma senadora da República de um partido que perdeu seu charme nas rodas sociais por ela frequentada, e sinta saudade do tempo em que deslumbrava o populacho com sua presença fidalga.
A vaidade conduz muitos destinos.
Motta
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