Elenquei, no texto, como disse, "uma pequeníssima amostra do que pregam esses notáveis renovadores, esses impolutos profetas dos novos tempos, muitos com títulos pomposos da Academia, incensados, louvados e glorificados pela imprensaempresa que nos mostra o mundo sob a óptica dos alucinados:
- Redução da maioridade penal para 12 anos
- Instituição da pena de morte
- Fim do Bolsa-Família
- Fim das cotas raciais na educação
- Criminalização das relações homossexuais
- Introdução de aulas obrigatórias de religião nas escolas
- Fim dos direitos trabalhistas
- Redução das alíquotas do Imposto de Renda para quem ganha mais
- Privatização da Petrobras
- Privatização do Banco do Brasil
- Privatização da Caixa Econômica Federal
- Saída do Mercosul
- Esfriamento das relações diplomáticas e comerciais com a Venezuela, Argentina e outros países sul-americanos, com a China, Rússia, Índia, Irã e países africanos
- Rompimento de relações diplomáticas com Cuba, Irã e outros países do "Eixo do Mal"
- Fechamento de partidos políticos "corruptos" (o PT, óbvio) e prisão de políticos "traidores" - seja lá o que for isso...
- Internet sob controle das teles
- Desregulamentação total do setor de telecomunicações
- Fim de todo diálogo com os movimentos sociais e os sindicatos
- Fortalecimento das Polícias Militares
- Fim do aumento anual do salário mínimo
- Extinção da Previdência Social - ou congelamento do valor dos benefícios"
Na minha inocência, achei que tais despropósitos só pudessem sair da cabeça de gente sem nenhum compromisso com a realidade.
Ledo engano!
Pois não é que noutro dia desses os dois principais candidatos da oposição, Aécio Neves e Eduardo Campos, vieram com uma conversa que os aproxima desses delírios?
O povo deve esperar, segundo eles, "medidas amargas", "medidas impopulares" logo no início de seus hipotéticos governos.
Contidos, não disseram quais seriam tais providências, mas o guru de um deles, afamado porta-voz da mais cruel ortodoxia econômica - em outras palavras, um neoliberal de carteirinha -, o ex-presidente do BC Armínio Fraga, deu algumas pistas do que faria o seu discípulo Aécio Neves.
Só para começar, ele acha que o salário mínimo aumentou muito nesses últimos tempos...
Bem, acho melhor ficar por aqui.
Quando penso no que seria o Brasil com esse pessoal no poder, tenho reações que vão do inteiro desalento à total perplexidade, passando por uma incômoda sensação de enjoo.
Como não tenho vocação para o masoquismo, só digo uma mais coisa - e, sem inspiração, esgotado pelo esforço de ter de lembrar o que não pode ser lembrado, repito o fim da croniqueta a que me referi no início destes rabiscos:
- Vade retro, satanás!
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