O trabalho enfrenta o capital na Avenida Paulista (Foto: Tobson Fernandjes/Fotos Públicas) |
Acho uma tremenda bobagem a comparação numérica entre as manifestações de sexta-feira e as programadas para amanhã, domingo.
Não tenho dúvidas que amanhã dezenas de milhares de pessoas irão às ruas protestar contra o PT, Dilma, Lula, a corrupção... e para pedir o "impitimam" da presidenta ou que os militares deem, mais uma vez, um golpe na democracia.
O ato está sendo muito bem organizado, tem muito dinheiro por trás, muita gente graúda está comprometida nele até o pescoço, ele conta até com a participação da imprensa e de artistas globais.
Será uma festa para a classe média que lê a Veja, Folha, Estadão e O Globo, acredita piamente na propaganda travestida de notícia publicada ali e acha o "padrão Globo de jornalismo" o máximo.
Mas também não tenho nenhuma dúvida que o recado para quem importa mesmo, os reais patrocinadores do golpe que está sendo gestado, a alta burguesia brasileira, essa oligarquia que controla o país desde sempre, as petroleiras internacionais, o governo americano, todos esses que têm interesse em que o Brasil volte para a situação pré 2003, foi dado pela massa que foi às ruas em 13 de março.
Não importa que a marcha dos coxinhas, fascistas, reacionários, psicopatas e viúvas da ditadura, seja maior que as manifestações em defesa da Petrobras e da democracia.
Importa que o recado foi dado, é claro e explícito: o Brasil não vai assistir bovinamente ao espetáculo degradante que alguns pretendem promover.
Para terminar, uma contribuição de um participante da manifestação de sexta-feira, contraponto a "informações" de que a CUT, o PT, ou sei lá quem, andou pagando para levar gente ao ato:
Não importa o quanto vão tentar minimizar a manifestação na Paulista. Sei que foi eletrizante, emocionante e para recarregar as baterias. Milhares de pessoas. Inclusive, não sei porque, acabei prestando atenção em um detalhe. Muita gente com problemas de mobilidade presente. Com cadeiras de rodas (contei umas cinco), pessoas bem idosas, algumas se utilizando de muletas, fora os carrinhos de bebês, muito também. Curioso.
Mas o mais emocionante foi ver que a maioria era povão mesmo. Gente que veio de todo o estado de São Paulo, gente de aparência bem humilde (MSTs e operários) que participaram com muita garra. Ficou ainda mais tocante quando desabaram 2 verdadeiros temporais. Todo mundo ensopado, mas dançando e desancando principalmente a Rede Globo. Ninguém arredou pé da passeata. Estava mais para 50.000 pessoas do que para 100.000 ou 12.000.
Acho que um recado necessário e importante foi dado a quem deveria ser dado e entendo que o pessoal da direita surtada ou mais comedida, vão ficar mais prudentes em ficar pregando impeachment por ai, pois viram que há ainda um mínimo de organização para resistir ao golpe.
Um slogan bacana cantado pela turminha animada do LEVANTE DA JUVENTUDE, bandinha em sua maioria mulheres: “Pisa ligeiro, quem não pode com formiga, não atiça formigueiro”.
Agora que a missão está cumprida, vou pegar a estrada.