Quase toda vez que leio, nas redes sociais, algum comentário de um amigo de longa data, um daqueles que conheço desde a infância ou com o qual passei junto a adolescência, me dá uma tristeza enorme.
É que, com raras exceções, percebo que quase nada mais tenho em comum com ele, pelo menos no campo ideológico.
Em outras palavras, descubro que aquele camarada de quem era próximo, agora sessentão não passa do mais completo reacionário, exatamente o tipo que nós, quando jovens, abominávamos.
E pior de tudo: embora tenha praticamente a mesma formação educacional que eu tive, com ótimas notas nas escolas em que estudou, e seja, pela sua condição social, econômica e intelectual, um sujeito com amplo acesso à informação, ele repete, qual papagaio, as maiores besteiras, idiotices e mentiras que, já há algum tempo, invadiram os meios de comunicação do país.
É incrível.
O sujeito tornou-se o antipetista típico, desses de xingar a presidenta Dilma de "vaca" e outros palavrões ainda mais chulos, de acreditar que o ex-presidente Lula ficou bilionário roubando os cofres públicos, e o seu filho é dono da Friboi.
O camarada repete hoje o comportamento de seus pais, integrantes da classe média que apoiou ou não se importou com o golpe de 64, e que, por serem produtos da propaganda da guerra fria, eram anticomunistas daqueles que achavam o vermelho a cor do demônio.
O estranho é que esses meus chapas de outrora tiveram muito mais informações que seus pais para chegar à conclusão de que o mundo não se restringe ao bem e ao mal, ao certo e ao errado, ao preto e ao branco, ao Palmeiras e ao Corinthians.
Ele é muito mais amplo que essa dicotomia, muito mais colorido, complexo e interessante.
Sei lá o que aconteceu com essas pessoas para que se tornassem o que são: leitores fieis de Veja, Estadão e Folha, audiência cativa do Jornal Nacional, do Datena e de congêneres, preconceituosos e incapazes de refletir à luz da realidade e dos fatos, desprovidos de senso crítico, meros passageiros da barca consumista.
Sei apenas que para não me deprimir passei a nem ler mais o que os velhos companheiros escrevem.
Prefiro que eles sejam apenas lembranças de um passado distante, em que éramos muito mais felizes em nossa insensatez, insegurança e destemor.
Motta
Novidades
- Musicóloga expõe em livro seu rico universo particular
- Rodrigo Marconi mostra seus outros "eus" em novo álbum
- Jazz Cigano invade novamente Piracicaba
- Danilo Caymmi e Cláudio Nucci abrem Festival de Artes e Saberes das Águas
- Leandro Bertolo lança novo álbum com produção de Kleiton Ramil
- Um piano versátil. E uma homenagem a Tom Jobim
- Alfredo Dias Gomes presta homenagem ao ídolo Elvin Jones
- Luís Martins reúne time de craques em seu novo trabalho autoral
- Menescal comemora 86 anos como gosta: no palco
- Saxofonista e flautista Fernando Trocado lança primeiro álbum autoral
- Neta de Dias Gomes e Janete Clair lança EP autoral
- Novo álbum do baixista Zuzo Moussawer homenageia a cidade de Santos
- Festival integra música e arquitetura dos principais palácios brasileiros
- Brasileiro compõe peça para "piano robô"
- Filho de Paulo Leminiski e Salvadores Dali recriam "Dor Elegante"
- Poeta premiada escreve livro para "homem inventado"
- Maria Rita Stumpf canta o Brasil profundo em seu novo álbum
- Edvaldo Santana pede mais humanidade em novo single
- Caverjets, a banda que toca rock anti-Bolsonaro
- Armando Lobo reinventa a música nordestina
- Max Riccio revive violão do início do século XX
- Festival Levada comemora dez anos com quatro dias de shows
- Fotos de Sil Azevedo eternizam seu universo peculiar
- Esplendor do Cine Metro é recriado em documentário brasileiro inovador
- Obra de Denise Emmer chega às plataformas digitais
Posts do blog
- 2016 (105)
- 2015 (211)
- Dezembro (20)
- Novembro (22)
- Outubro (16)
- Setembro (17)
- Agosto (22)
- Julho (15)
- Junho (19)
- Maio (17)
- Abril (17)
- Março (16)
- Fevereiro (16)
- Janeiro (14)
- 2014 (167)
0 comunidades
Nenhum(a)