O site Gazeta Russa informa que a Rússia não desistiu de desenvolver e produzir, em conjunto com o Brasil, caças multifuncionais de quinta geração do tipo do Sukhoi T-50.
A informação foi prestada pelo diretor do Serviço Federal para a Cooperação Técnico-Militar da Rússia, Aleksandr Fomin.
"Infelizmente, não participamos da licitação para o fornecimento de 36 caças ao Brasil. No entanto, a nossa proposta de desenvolver e produzir em conjunto com o país um caça multifuncional com base no T-50 continua de pé", disse Fomin à agência de notícias Ria Novosti na véspera da abertura da Feira Internacional Aérea e Espacial de Santiago, no Chile.
Segundo ele, a Rússia está pronta para discutir a possibilidade de criação de uma joint venture em suas negociações com o Brasil.
O Brasil já escolheu o vencedor da licitação para a aquisição de 36 caças pesados para a Força Aérea Brasileira (FAB), no valor de US$ 4 bilhões.
Na lista final estavam três aeronaves: o Rafale, da Dassault Aviation, o F/A-18E/F Super Hornet, da Boeing, e o JAS-39 Gripen NG, da Saab. O russo Sukhoi Su-35 não ficou entre os finalistas. A licitação foi vencida pelo sueco JAS- 39 Gripen NG.
Esta não é a primeira vez que se noticia o interesse dos russos em produzir junto com o Brasil um avião similar ao T-50. Os russos estão investindo pesadamente na ampliação do mercado para a sua indústria bélica - o país é o segundo maior exportador de armamentos do mundo, só perde para os Estados Unidos.
O Sukhoi T-50 deve entrar em produção no ano que vem.
Os russos desenvolvem um modelo similar com a Índia - provavelmente o mesmo que querem fabricar com o Brasil.
As negociações com o governo brasileiro vêm desde meados dos anos 2000, quando foram anunciados os planos para a modernização da força aérea russa e o desenvolvimento de um avião de quinta geração para competir com os americanos F-22 Raptor e o F-35 Lightning.
O primeiro protótipo do T-50 voou em 2011.
Os 36 caças Gripen NG que o Brasil vai comprar da Suécia não são de quinta geração, ou seja, são menos sofisticados, com menos recursos tecnológicos e menos capazes, em vários aspectos, de cumprir as missões para que foram projetados.
De certa forma, o Brasil está comprando máquinas de guerra já ultrapassadas, embora os Gripen NG e aparelhos similares ainda sejam aeronaves de ponta e possam suprir muitas carências da defesa brasileira.
Mas a produção conjunta de um avião como o T-50 seria capaz de dar um extraordinário impulso à indústria aeronáutica brasileira, pois colocaria os engenheiros do país em contato com a tecnologia mais avançada existente em todo o mundo.
Para vários analistas, o governo Obama, cada vez mais hostil aos russos, está, de certa forma, contribuindo para fortalecer o grupo dos Brics (Brasil, Rússia, China e África do Sul), formado por países que têm economias complementares e podem se unir ainda mais para se contrapor ao expansionismo e protagonismo americanos.
O projeto de produção conjunta de uma máquina similar ao T-50 é parte desse raciocínio.
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