Foto: Roberto Parizotti/Secom CUT |
Fechar escolas, seja qual for o argumento, deveria ser um tabu para qualquer governante.
Salas de aula são como templos, locais sagrados, impolutos, irradiadores de conhecimento e inteligência.
E como tal, merecem todo o respeito e veneração, seja do mais humilde servidor público à mais alta autoridade.
Não tenho dúvida nenhuma de que o governador Geraldo Alckmin, o homem que foi reeleito por mais de 60% do eleitorado paulista, vai ganhar a queda de braço que vem disputando com professores, alunos e pais de alunos.
Afinal, ele tem a força.
Conta com a ajuda de uma imprensa servil a seus interesses, de uma rede de funcionários dedicados ao salário do fim do mês, e, principalmente, de uma guarda pretoriana que, além de defendê-lo obstinadamente, não se preocupa em utilizar todas as armas de que dispõe contra um inimigo indefeso, incapaz de oferecer a menor resistência física contra pistolas, cassetetes, sprays de pimenta...
Trata-se de uma luta absolutamente desigual.
Mas é uma luta cujo resultado previsível desmerece o vencedor e enobrece o perdedor.
Uma vitória de Pirro, uma falsa vitória.
Porque serão inapelavelmente derrotados os que tratam a educação, a cidadania, os valores democráticos, o próprio corpo social, a pancadas, com truculência e selvageria.
E serão vencedores aqueles que lutam pelo que realmente importa: a esperança.
A esperança de ter um futuro num país de oportunidades desiguais, a esperança de crescer carregando valores que dignificam o ser humano.
Valores que não o apequenam, como esses demonstrados por um governador sem nenhum respeito à democracia, à dignidade - e aos seus próprios eleitores.
Antigamente se dizia que São Paulo era o túmulo do samba.
Adoniran Barbosa, Paulo Vanzolini e Eduardo Gudin, entre outros, provaram o erro dessa afirmação.
Já Geraldo Alckmin conseguiu transformar o Estado no túmulo da educação.