Dilma e Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de São Paulo: não tem como a imprensa falar bem deles (Foto: Paulo Pinto/Analítica) |
Quem se dispuser a olhar os gráficos do site verá que o bombardeio contra a presidenta Dilma, o ex-presidente Lula e o PT em geral é cerrado. Os números de notícias negativas é estarrecedor - assim como é escandaloso o noticiário favorável aos amigos da casa, ou seja, os parlamentares, candidatos e partidos da oposição.
O Manchetômetro é produzido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (Lemep), grupo de pesquisas com registro no CNPq, com sede no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Como informa, não tem nenhuma filiação partidária ou relacionamento com grupo econômico.
A análise feita no Manchetômetro é focada na capa dos jornais. As justificativas que dá para isso são as seguintes: as capas de jornal têm um poder comunicativo muito maior do que as notícias do miolo da publicação; a manchete, as chamadas e as fotos da capa são os elementos comunicativos mais vistos na publicação, seja pelos assinantes e seus familiares, pelas pessoas que compram os jornais nas bancas ou mesmo pelas pessoas que circulam todos os dias em frente às bancas de revistas, onde as capas dos jornais diários são expostas para a apreciação pública; as manchetes e chamadas na capa são aquelas consideradas mais relevantes pelos editores do jornal, as que resumem melhor o conteúdo de toda a publicação, as que supostamente atraíram mais os leitores.
"Mais do que simplesmente analisar a manchete, isto é, a notícia principal, impressa em letras garrafais, examinamos aqui toda a primeira página da publicação. O Manchetômetro é propriamente um Capômetro, e se assumirmos que a capa é um bom resumo do jornal, estão estamos medindo aqui os aspectos mais relevantes das mensagens veiculadas por esses meios de comunicação", explica a equipe do site.
O método de estudo empregado é a análise do que é chamado de "valência", que é avaliada levando em conta a seguinte pergunta: essa manchete ou chamada, e o texto que a acompanha, é positiva, negativa, neutra ou ambivalente para a imagem do candidato, partido, pessoa ou governo a qual faz referência. Assim, não se trata de estabelecer se o que está sendo noticiado é verdadeiro ou falso, mas sim avaliar o significado daquela informação para a imagem do objeto do texto. No caso do Jornal Nacional, é medido o tempo da notícia e sua valência.
Cada notícia é analisada por dois codificadores e, havendo discordância, por um terceiro cujo veredicto funciona como critério de desempate. Os resultados das análises são colocados em gráficos para melhor visualização das tendências da cobertura.
Para além das valências são analisados dois temas fundamentais da cobertura jornalística nas capas dos jornais e no Jornal Nacional: a economia e a política institucional. A economia é assunto fundamental nas eleições em qualquer país. "É fato também que na cobertura jornalística, inclusive na capa dos jornais e no noticiário televisivo, matérias sobre a economia são abundantes mesmo em período não eleitoral", afirma o texto explicativo do Manchetômetro. Notícias sobre as instituições políticas também são de alta relevância eleitoral, pois dizem respeito ao objeto das eleições: partidos, legislação eleitoral, candidatos, políticos, cargos, relações entre os poderes da República etc. A equipe do site parte da premissa de que as notícias sobre essas matérias têm alta relevância na informação do eleitorado, e consequentemente na formação de opinião.
A análise das manchetes teve início neste ano. A explicação é dada pelo próprio site: "Os jornais são veículos de informação cotidiana que funcionam de forma continuada. É claro que a cobertura dos anos anteriores é relevante para a presente eleição, mas o trabalho de analisa-la aqui seria por demais extenso. Optamos assim por limitar a análise ao ano corrente, apostando em duas suposições razoáveis: (1) há seis meses de cobertura do período pré-eleitoral, que é extenso o suficiente para captar o clima de opinião e informação transmitida pelas mídias; e (2) quanto mais próxima do período eleitoral, da campanha, mais relevante e 'quente' são as informações, opiniões e tópicos noticiados."
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